Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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MOMENTO DE DECISÃO: A CÂMARA OU O VIGIA DA UPA

A Câmara de Vereadores continua a enviar sinais ao Executivo. Sinais de que tem uma maioria disposta a, se a situação pedir, criar embaraços para o chefe do Executivo de turno. Ontem voltou a se repetir aquilo que já falamos dias atrás neste espaço.

Embora possa parecer que não, mas derrubar parecer de Comissão em que dois membros efetivos são figuras de proa do Executivo, e aprovar projetos cujas três figuras de proa do Executivo são contra, é um claro indicativo de que os dois poderes estão dessintonizados, pelo menos.

Como já dissemos, pode ser que tenham sido posturas de momento, pode ser que seja um ensaio sobre o futuro da Casa de Leis, mas é importante ressaltar que o prefeito Cunha viveu noites de derrotas seguidas na Câmara de Vereadores, nestes últimos dias, culminadas com a derrubada de pareceres e aprovação de projetos, sempre por seis votos a três.

São derrotas indiretas, repetimos, já que os temas tratados foram, a princípio, do interesse do Legislativo -quatro projetos de Lei com pareceres contrários da Comissão de Justiça e Redação derrubados por maioria absoluta. Lembrando que as proposituras encaminhas pelo Executivo, têm sempre encontrado guarida na Casa, e sempre aprovadas por unanimidade. Mas, uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

Agora, surge um episódio novo: o vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (PTdoB), quer medir força com o novo diretor da UPA, que por sua vez, desafia o edil a obter sucesso, que por sua vez respinga tal entrevero no prefeito Cunha (PR), que por sua respinga no vice, Fábio Martinez, já que o médico em questão teria sido trazido a Olímpia pelo próprio.

Mas, não se trata do médico, propriamente dito. O pivô deste embate é um prosaico vigia de portaria da Unidade de Pronto Atendimento-UPA, não identificado. Este vigia ousou ser, segundo o vereador, arrogante, no contato mantido entre ambos. Niquinha tentava visitar familiar em estado de observação na UPA, e o tal vigia não permitiu sua entrada.

Nem quando ele se identificou como vereador, o que teria gerado um comentário do vigia no sentido de que por isso mesmo é que não entraria. Houve um ligeiro bate-boca entre ambos. O caso chegou ao conhecimento do tal médico diretor recém-chegado a Olímpia.

E o que ele faz? Endossa a postura do vigia, rechaça qualquer interferência política no dia-a-dia da Unidade e, pior, leva o caso ao prefeito, segundo dizem, com “pitadas” pessoais.

E o entrevero ganha ares “oficiais”, já que provoca uma interlocução entre Cunha e o presidente da Câmara, via telefone, em termos não muito amistosos, segundo se ouvia ontem pelos corredores da Casa de Leis.

Na sessão, Niquinha clamou os companheiros a lhe emprestarem apoio nesta empreitada, pois ele não abre mão da troca do vigia. Diz não querer que o funcionário seja dispensado, mas que apenas seja transferido de lá para outro lugar.

E, claro, recebeu o apoio incondicional dos colegas, com o presidente Pimenta (PSDB) reforçando seu posicionamento diante da situação. Assim, está armada a queda de braço. Resta saber quão capaz de resolver situação política crítica como essa é o alcaide. Já que tudo, em última análise, estará em suas mãos.

Pode mandar Niquinha e a Casa de Leis com sua maioria às favas e fortalecer a posição do tal médico, não ferindo suscetibilidades do vice, ou pode jogar com vistas ao seu futuro administrativo, e autorizar a simples troca. Simples assim(?).

Só para lembrar: por que quatro pareceres contrários da CJR em quatro projetos que não emanaram do Executivo seria indicativo de derrota a Cunha na Casa de Leis?

Porque quem defendeu os arquivamentos foram João Magalhães (PMDB), líder do prefeito, e José Elias de Morais (PR), sempre do lado do poder, ambos integrantes da tal Comissão, presidida por Flavinho Olmos (DEM), que sempre vota favorável aos projetos, ainda que com viés de inconstitucionalidade ou de vicio de iniciativa, respeitando o conceito de que “vereador tem que fazer leis”.

Por outro lado, o prefeito deve vetar pelo menos estes quatro projetos aprovados por maioria com derrubada de pareceres. Resta saber como isso se dará: na força, ou no convencimento. No tocante à transferência do vigia: Cunha preferirá atender um pleito do vereador que disse ser “questão de honra” a transferência do vigia, ou preferirá fortalecer o profissional, que não quer a troca, por conseguinte não ferir os brios do vice?

Que tal aguardarmos os próximos capítulos?

 

AO INVÉS DE ‘CONSTRUIR’ OLÍMPIA, CUNHA QUER ‘DESCONSTRUIR’ GENINHO

Por que a desconstrução da imagem do ex-prefeito Geninho (DEM) é tão importante para Fernando Cunha (PR)? O que se tem visto desde os primeiros dias do novo governo é uma preocupação constante em fazer circular, seja por meios oficiais, seja por meios oficiosos, notícias que de certa forma atingem o ex-alcaide naquilo que ele tem de mais visível, ou seja, o seu modus-operandi administrativo.

A qualquer sinal de irregularidade, mal-feito ou descuido, está lá na manchete do semanário que se tomou de simpatia pelo governo de turno, da forma mais escandalosa possível, sempre à frente ou ao final, o nome do ex-prefeito. Tudo, para o semanário -já que os textos oficiais não podem ser tão descarados-, “é culpa do Geninho”.

Basta ser o mais simples dos problemas, daqueles que o sucessor pode resolver, sem fazer alarde, sem se descabelar (aqui, como força de expressão). Exemplo gritante é o prédio da Sociedade de Socorros Mútuos. Antes, a Unidade de Pronto Atendimento “suja”, como sugeriu. Depois, a cidade cheia de mato, também os buracos em certos trechos da nossa urbe, passando por problemas no atendimento público em saúde (que é bom lembrar, persistem, se não tiver piorado), e as obras maiores, um capítulo à parte.

Geninho deixou para Cunha concluir, cada uma com suas circunstâncias, três obras de grande porte e de tamanha importância para a Estância Turística: uma estação de tratamento de esgoto à margem da SP-425, a revitalização de trecho de mais de 300 metros da Aurora Forti Neves e uma estação de captação e tratamento de água. Uma obra menor, de pequeno porte, contra inundação, no Jardim São Benedito. E uma escola semipronta no Morada Verde.

Adivinhem qual delas Cunha priorizou e já está em pleno andamento? Se respondeu nenhuma, acertou em cheio. Agora, respondam: de qual delas ele tem reclamado mais ter havido problemas na sua primeira etapa de construção? De todas é a resposta certa. Cada uma com uma dificuldade diferente, aponta o alcaide. E todas paradas já por mais de 100 dias.

Entendemos que compete a um administrador, administrar. Ou, conforme o pai dos burros, gerir, intender, controlar, tutelar, servir, superintender, gerenciar, reger, governar, dirigir, comandar, conduzir.

A Administração (no português brasileiro) ou Gestão (do português europeu) é a ciência social que estuda e sistematiza as práticas usadas para administrar. O termo "administração" significa direção, gerência. Ou seja, é o ato de administrar ou gerenciar negócios, pessoas ou recursos, com o objetivo de alcançar metas definidas. (Wikipédia)

E o que está faltando ao novo governo é tudo isso, no momento. Ou, se estiver abraçando o que vem narrado acima, Cunha o faz bem secretamente, por que de público só se ouve lamentações e se vê atos desconcertantes do ponto de vista marquetológico.

Mas, voltando à saga desconstrutivista adotada por Cunha mediante prepostos midiáticos, há que se explicar por que tamanha fixação no ex. Em que isso vai ajudar o atual prefeito a melhorar sua imagem perante a opinião pública? Em que isso vai ajudar Cunha a imprimir no imaginário popular a imagem de um político realizador, dinâmico, daqueles que chegam e resolvem, por mais difíceis que sejam as situações?

Ele próprio reconhece que recebeu uma prefeitura “redonda”, com dinheiro em caixa e dívidas, todas, “pagáveis”, precatórios quase solúveis e obras pela metade, ou quase concluídas, que sejam, bastando a Cunha arregaçar as mangas e completa-las. Alegar dificuldades, “defeitos”, problemas mil é apenas confessar inapetência para o cargo ou síndrome de indecisão.

Quando da campanha eleitoral, muito se ouvia por aí que o prefeito seria a pessoa mais indicada para dirigir Olímpia dentre os candidatos apresentados, por ter sido deputado estadual e, portanto, ter experiência administrativa. Só se esqueceram estes que assim argumentavam, que deputado não administra nada. Às vezes nem a própria equipe de trabalho, como se viu.

Portanto, seria muito salutar para todos, que Cunha e seus meios de disseminação de noticias anti-Geninho desapegassem de vez do passado administrativo da cidade. Quebrassem este retrovisor passadista e mirassem o que há pela frente. Olímpia não pode parar, lembram-se disso?

Esqueçam Geninho. O seu lugar na história está reservado. Para o bem ou para o mal. Mas deixem que a história o julgue. Que a Justiça faça sua parte, se for o caso. É hora de começar fazer a “Olímpia melhor para todos” prometida.

OS PARCEIROS ENCALACRADOS
Notícias que foram alentos para estas almas atormentadas pelo “fantasma” Geninho Zuliani surgiram na semana passada, e dizem respeito a dois parceiros do ex-prefeito, Marco Aurélio Garcia, o Lelo, e seu irmão deputado federal e secretário da Habitação de Alckmin, Rodrigo Garcia. O primeiro, condenado a 10 anos de prisão dentro da chamada “Máfia do ISS”, episódio ocorrido dentro da prefeitura de São Paulo, desvendado pelo ex-prefeito Haddad. Sua condenação foi por lavagem de dinheiro.

Quanto ao deputado, cujo semanário que não desapega observa que “é o mentor político do ex-prefeito de Olímpia”, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, relator da Lava Jato, determinou abertura de inquérito contra ele. O semanário que não desapega dá o histórico: Garcia, com o apoio de Geninho foi o candidato ma­is votado em Olímpia nas eleições de 2010 (11.064 votos) e 2014 (9.305). Segundo delação premiada, Garcia teria recebido R$ 200 mil da Odebrecht Infraestrutura.

Claro que essas notícias não deixariam de figurar em manchetes escandalosas, com o intuito de atingir o ex-alcaide direta ou indiretamente. Não se quer dizer aqui que Geninho tenha que ser santificado, posto num altar, de santo que seria. Nem se está advogando causa nenhuma, que por suas atitudes político-administrativas há que responder caso algum ilícito venha a ser comprovado.

Mas o que cansa e causa “urticária” é a falta de “modéstia” de um governante em lançar a outrem a sua própria incapacidade de enxergar à frente, o futuro por fazer, as urgências de uma cidade pulsante que, parece, foi “amarrada”.

Um governo vacilante quanto o que se insinua o atual decepciona a tantos quantos votaram nele e muito mais aqueles que não votaram, mas por força da realidade passaram a depositar nele as esperanças de, pelo menos, dar continuidade ao ritmo imprimido por aquele que critica tanto.

POR QUE CUNHA NÃO DIZ LOGO: ‘A SANTA CASA É NOSSA’?

A diretoria provisória da Santa Casa, e o provedor Perroni (segundo da esquerda para a direita)

O prefeito Cunha e os representantes do hospital, assessores, presidente da Câmara, Pimenta, e o vice-prefeito Fábio Martinez (de costas)

Leio na imprensa eletrônica local que o prefeito Fernando Cunha recebeu, na tarde de ontem, terça-feira, dia 4, a nova diretoria da Santa Casa de Misericórdia de Olímpia. E que o encontro foi realizado na sala de reuniões do Gabinete Executivo.

Diz o texto oficial, emanado da assessoria do alcaide: “O objetivo da visita dos novos gestores foi de apresentar a diretoria ao prefeito para aproximar a relação entre o Executivo e a entidade a (em?) favor do único hospital da cidade.”

Segue o texto: “Durante o encontro, a diretoria expôs que pretende fazer uma gestão mais transparente e colaborativa, abrindo as portas da instituição para a população (PS; nunca tiveram fechadas, pelo que saibamos).”

E mais: “Na ocasião, o prefeito se colocou à disposição da instituição, cuja diretoria irá elaborar um raio-x do hospital e um plano de despesas. ‘A saúde é uma necessidade fundamental para qualquer cidadão. Sabemos que são muitas prioridades, mas estamos empenhados em também ajudar o hospital’“, teria dito Fernando Cunha.

Tudo muito bem ensaiado, mas cheira a ópera-bufa. O prefeito insiste neste personagem “isentão” com relação à Santa Casa, mas sabe-se, nas rodas, que não é bem assim, nem nunca foi. O ex-prefeito Geninho, por exemplo, foi mais sincero neste aspecto. Foi lá, tomou e pronto.

Cunha não. Cunha fica fazendo de conta que as coisas estão acontecendo naquele hospital, à sua revelia, que ele apenas acompanha de longe, como observador de uma entidade que leva uns trocados do Erário.

Mas a história é bem outra. Para longe do teatro mal interpretado por seus atores, o prefeito Cunha teve tudo a ver com o que aconteceu nestes últimos dias no entorno da Santa Casa. A começar pela renúncia intempestiva de Mário Montini, seu provedor, e sua diretoria, bem como a de alguns associados.

Contar aqui o que se passou nos momentos que se seguiram à renúncia, seria trair confidentes, embora não tivesse havido o compromisso de não publicar. Mas o que se pode dizer é que, malgrada a boa vontade intrínseca ou não dos voluntários, o prefeito Cunha passou por maus bocados. É o caso de se dizer que ele “suou frio” naqueles momentos, com direito a explosão colérica e tudo o mais.

Portanto, por mais que Cunha queira posar de observador nestas andanças hospitalescas, ele é o grande mentor de tudo o que aconteceu, e grande tutor de tudo que ainda vai acontecer por lá.

Se não, vejamos nas palavras do próprio chefe do Executivo: “Nossa intenção nunca foi tirar diretoria já que lá é autônomo. A diretoria que está lá não concordou com isso (valor do repasse, aquela “briga” inicial), aí inclusive eles estariam renunciando esta semana (ele disse isso uma semana atrás, a renúncia foi na quinta-feira) e a semana que vem, se isso se confirmar (sim, se confirmou) queremos uma nova diretoria na Santa Casa (observaram bem o “queremos”?). Deverá ser uma diretoria transitória, provisória, por cerca de 45 dias. Aí sim, ter uma série de associações novas  na Santa Casa e eleger uma diretoria definitiva daqui uns 45 dias, né?”

Quem, após dizer em público tais coisas, pode depois posar como alheio ao que está ocorrendo lá? Essa situação de apoderamento político da Santa Casa não é de agora, nem Cunha seu inventor. Mas ele poderia, pelo menos, demonstrar respeito ao cidadão, não insistindo em achar que todo mundo é bobão. Que todo mundo ignora o que está de fato acontecendo naquele hospital.

Enfim, que as coisas lá nunca vão se suceder sem que antes ele próprio tenha conhecimento. E que ele próprio dê o “ok” ou não. E la nave vá.

A DIRETORIA
A propósito, os nomes que compõem a diretoria provisória da Santa Casa são: provedor, Gustavo Mathias Perroni; gerente geral, Lillyane Albergaria Prado Novo; tesoureiro, Silvio Roberto Pelegrini, e 1º secretário, José Roberto Barossi. Além disso, o novo Conselho Fiscal foi formado com Alair Faria Oliveira, Lígia Faria de Lima Velho e Flávio Roberto Bachega.

ENQUANTO ISSO…
O vereador João Magalhães (PMDB) iniciou cruzada contra o posto de atendimento da Unimed na Santa Casa. Aquele posto ocupa espaço construído para ser o pronto socorro do hospital que, com a chegada da UPA, teria ficado sem função prática.

A Unimed fez uma proposta, a diretoria da Santa Casa aceitou e eles estão lá, já há quase quatro anos. Mas, agora que surge a ideia da instalação de um PS ao lado do hospital, o melhor a fazer é utilizar aquele espaço, ao que parece, que é bastante adequado e dotado de uma estrutura condizente com as necessidades.

Magalhães, por certo, segue roteiro traçado pelo Governo de turno, visando criar um clima no qual a instituição, de caráter privado, comece a se “coçar” e decida por si deixar o local. Ou virá nova intervenção “branca” por aí. Afinal, tem dinheiro público naquele espaço. A ver.

 

‘SAÚDE OPERACIONAL’ É O QUE A SAÚDE PRECISA

O setor da Saúde em Olímpia peca na base de tudo: falta de informação, de comunicação e de intersecção entre os setores. Isso não é novo para tantos quantos são useiros e vezeiros do Sistema em Olímpia, alguns já habituados à rotina do ir e vir, outros sempre se atrapalhando quando precisam dos serviços burocráticos em saúde.

Falta informação ao próprio funcionário, que muitas das vezes dá a impressão de não saber o que exatamente está fazendo ali (e aí não há crítica ao próprio, mas ao sistema como um todo). Se disse acima que isso não é novo, digo agora que a atual administração pode imprimir um foco mais incisivo sobre o tema.

A começar por modernizar o sistema de atendimento. É anacrônico, com máquinas, aliás, fora de uso há tempos. No que diz respeito à relação paciente/funcionário, há muito o que fazer. Porém, nada que cursos de especialização, palestras focadas, orientações técnicas não possam resolver.

Ainda há sempre um clima de beligerância no ar, uma expectativa que a qualquer momento, um dos lados do balcão vai explodir. O paciente, em sua razão, pois está doente ou tem alguém da família necessitando de atenção médica. O mínimo que lhe devem é atendimento educado, atencioso, carinhoso até, que carinho e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

O funcionário, às vezes mal chegado à função, às vezes mal preparado para tal e às vezes eivado de má vontade pura e simples, vive de entrechoques com este ou aquele, às vezes se sai bem pela conduta apropriada no atendimento. Mas, via de regra, atendimento carente de uma ou outra informação.

Por exemplo, um paciente se consulta com um profissional médico. Recebe um pedido de exame ou RX. Sai da sala sem saber exatamente o que tem que fazer em seguida. Porque o próprio médico não o informa corretamente. Apenas “passa a bola” pra frente. “Isso aqui você faz em tal lugar, isso em tal lugar”.

Aí vai o paciente a estes tais lugares e lá é informado de que, antes, precisa passar em tal outro lugar para preencher a papelada. E lá se foram uma, duas horas da manhã do trabalhador, quando não mais. Neste caso, uma orientação do tipo “passe pelo balcão tal antes de ir embora”. E lá o paciente é informado para onde deve ir ou o que deve fazer.

Ou, melhor ainda, neste mesmo balcão já se providencia o preenchimento da papelada. Quanto este simples gesto economiza em tempo e  burocracia? Nas UBS’s, por exemplo, por que já não se faz o agendamento definitivo, com data e horário para atendimento pelo médico tal? Evitando que o paciente receba ali um papel, mas tenha ainda que percorrer a “babel” burocrática?

Também ajudaria bastante o sistema de senhas com chamada via tela de led, como nos centros mais avançados em atendimento em Saúde. Seja  no “Postão” (aliás, este é um capítulo à parte), seja na UPA ou qualquer das Unidades Básicas de Saúde. Diminuiria, já de cara, a gritaria, que não se houve mais em nenhum centro.

Acreditamos ser isto o básico, mas já traria uma melhora considerável ao setor, mais conforto ao cidadão, menos desgastes físico e emocional para quem já está debilitado ou abalado emocionalmente por um ente querido.

Como já se disse antes, não dá para dizer se o sistema de atendimento em saúde propriamente dito em Olímpia melhorou ou está igual. Não dá para dizer se o sistema burocrático melhorou ou está igual. Mas dá para dizer, seguramente, que estão ruins ainda. Que há um longo caminho a ser percorrido, e que por isso deve ser começado a trilhar o mais rápido possível.

E modernizar é a chave.

E neste aspecto, comecem-se pelo básico do básico. Definitivamente, o Centro de Saúde, ou “Postão” para os íntimos, não tem a mínima condição estrutural para abrigar uma Secretaria de Saúde e seus “penduricalhos”. O prédio é sujo, mal conservado, acanhado, mal ventilado (o que o banheiro fede!, dizem), enfim, impróprio.

Claro, os asseclas cunhistas vão dizer: “Ora, por que ele não diz que estes problemas foram nossa herança?” Respondemos: pelo simples fato de que, o que passou, passou, e que se este governo quer ser o “novo”, conforme discursos de campanha, e ainda priorizar a saúde, como prometeram à farta, estas são singelas sugestões deste blog.

(Vejam que nem mexemos na questão dos médicos em si, porque esta é uma situação de “guerrilha” interna difícil de solucionar, mas espera-se algo novo aí também)

Já que não é porque é assim, que tem que ser assim. Ou: Mesmo que sempre tenha sido assim, não precisa ser assim para sempre.

Porém, dada a dificuldade aparente deste governo em caminhar para a frente, tenho a impressão que preferirão negacear o sugerido, como de alguém que não sabe o que está dizendo a respeito. Não conhece os meandros. Talvez. Mas boa vontade não faltou em colaborar.

MAIS SANTA CASA: AGORA, A CISMA COM O PS DA UNIMED

A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia foi a bola da vez na sessão de ontem da Câmara de Vereadores. Mais exatamente, o Pronto Socorro anexo àquele hospital, que desde 2013 vem sendo explorado pela Unimed.

Com a ida do atendimento de urgência e emergência para a Unidade de Pronto Atendimento-UPA, aquele setor ficou sem uso e a solução que a diretoria encontrou foi a concessão mediante remuneração à empresa.

Agora, exatos quatro anos depois, como consequência do imbróglio havido na semana passada, os ocupantes da Casa de Leis decidiram voltar seus olhos para 0 PS 24 Horas adulto e infantil.

Não se sabe se a concessão foi feita com vantagens para o hospital, mas fato é que à época das negociações, esta mesma Câmara nada disse, não se opôs, embora considerando que o grupo ocupante daquelas cadeiras era outro, em sua maioria.

Somente um vereador veio da gestão passada, quando foi suplente e outros dois eleitos deixaram a cadeira para ocupar secretarias. De qualquer forma, um deles ainda, assumiu tempos depois. E o terceiro fez vistas grossas.

O local, informava a empresa quando da instalação, tinha capacidade para realizar mais de 1.500 atendimentos por mês exclusivamente a clientes Unimed e particulares. A instalação possui 300 m2 de área, divididos em 14 salas, e contaria com cerca de 40 profissionais especializados como médicos, enfermeiros, plantonistas, administrativo, vigilância 24 horas, entre outros, dando suporte aos mais de 20 mil clientes da região de Olímpia.

Em caso de necessidade, exames laboratoriais e raio-x também são feitos em parceria com o hospital. Se fez bem à municipalidade não se sabe. A ideia era a de que ajudasse a aliviar a UPA, tirando dela clientes da Unimed que não tinham a quem recorrer nas urgências e emergências.

Exatamente um ano antes, um balanço divulgado pelo hospital dava a ideia de que o Pronto Socorro havia atendido, em 2012, “uma Olímpia e meia”, superando a casa dos 76 mil pacientes.

Estes são os números que na UPA foram superados em muito. São muito mais que 70 mil pacientes/ano atendidos hoje pela Unidade. Com a ideia da instalação do PS de volta à Santa Casa, será pelo menos um terço deste contingente que passará a ser atendido lá. Desafogando a UPA. Mas será a solução? Este resultado será, de fato, alcançado? E o custo-benefício, compensará?

Há cinco anos atrás, em 2012, último ano em funcionamento, o PS do hospital, para sermos exatos, atendeu 5.850 pacientes por mês, 195 por dia, sendo 80% pelo SUS. Isso deu 70.200 pacientes no ano.

Turistas, por exemplo, foram 550 por mês, ou 18 por dia. Somados, chegaram a 6.600, fazendo superar “uma Olímpia e meia” em 1.800 atendimentos.

Ou seja, aquele hospital vivia uma “situação de guerra” com tantos atendimentos. E é esta mesma situação, salvo os casos endereçados à UPA, que a Santa Casa vai voltar a viver. Mas, para isso, precisa se resolver, primeiro, o problema do PS da Unimed. Daí a preocupação dos senhores edís com o tema, passados quatro anos.

Agora que o hospital virou vidraça novamente, todos naquela Casa, ao que parece, se sentem livres para apedrejar o nosocômio, já que têm, inclusive, a anuência do Chefe do Executivo.

Criticam a forma como a parceria com a Unimed foi feita, ameaçam com uma “devassa”, lembram que a atual diretoria é “obra” do ex-prefeito Geninho (o qual não conseguem esquecer), e que o prefeito de turno precisa ter alguém de sua confiança ali.

Mesmo que isso contrarie o discurso contido no insidioso texto divulgado na semana passada pela assessoria de Cunha (PR). Trecho esse que segue abaixo:

Cabe lembrar que a Santa Casa é de direito privado e de caráter filantrópico, realizando também atendimentos particulares e de convênios de saúde, cuja arrecadação deve ser administrada pela direção do hospital, sendo que a prefeitura não tem conhecimento e nem qualquer gerência nos gastos e na administração da instituição. (Grifos nossos)

O mandatário de turno precisa afinar seu discurso com a Casa de Leis. Pelo menos, que dê seus textos para que eles leiam antes de subirem à Tribuna.

QUEM GANHOU COM O EMBATE SANTA CASA-GOVERNO? PORQUE O CIDADÃO PERDEU

No final das contas, quem ganhou alguma coisa com o embate da semana passada entre prefeitura e Santa Casa de Misericórdia de Olímpia? Se vitoriosos há estes se mantêm sob o manto de suas mais mesquinhas intenções. Agora, é seguro dizer que perdedores houve. E estes são os que pagam a esta gente para que cuidem de seu bem estar, de sua saúde, enfim, de sua vida.

Ao contrário, estes foram bombardeados pela máquina do governo e seus falseamentos da realidade. Uma “queda-de-braço” desnecessária, a revelar o quanto de vaidade cabe num processo político-administrativo. E a vaidade, já dizia Machado de Assis, “é um princípio de corrupção” da alma.

E se considerarmos que vaidade é a qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória, teremos, ipsis literis, o que ocorreu em Olímpia nos últimos dias.

A novidade do sábado foi um comunicado emitido pela assessoria do prefeito Cunha (PR), dando por acabada a cizânia, uma vez que o provedor do hospital, Mário Francisco Montini, voltou atrás em sua decisão e resolveu aceitar os termos impostos pelo Executivo municipal. Diz a íntegra do texto:

“A Prefeitura da Estância Turística de Olímpia, por meio da secretaria de Saúde, informa que a provedoria da Santa Casa de Misericórdia do município encaminhou ofício, no início da tarde deste sábado (11), revogando os efeitos da contranotificação enviada à secretaria municipal de Saúde, na quinta-feira (9), bem como aceitando o valor proposto de R$ 105 mil, a título de subvenção.

Com isso, o atendimento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) que, desde ontem está sendo realizado pela Santa Casa de Barretos, foi imediatamente normalizado e, portanto, os pacientes voltaram a ser encaminhados para o hospital local. O contrato para o repasse do SUS à instituição, por meio da Prefeitura, deve ser assinado na próxima segunda-feira.”

Tão curto o texto e mesmo assim encerra uma imprecisão, aparentemente de forma proposital. Ao que consta, o atendimento SUS estava sendo feito em Barretos por determinação do próprio governo municipal, com a finalidade pura e simples de por antecipação tirar o atendimento SUS do hospital, assim desobrigando o município a fazer o repasse daquele órgão federal à entidade local.

Haja vista que a Santa Casa só atende em casos de urgência e internação. O primeiro atendimento em urgência, ou nas emergências, quem faz é a UPA. Se estavam mandando os atendimentos SUS para Barretos, então eram os casos de internação.

As urgências, difícil imaginar, porque o governo é crítico deste tipo de atendimento até mesmo pela Unidade de Pronto Atendimento, razão pela qual quer um PS na Santa Casa.

Por que então mandaria estes pacientes para Barretos? Se risco há de morte no trânsito entre UPA e Santa Casa, muito mais entre Olímpia e Barretos. Seria trocar cinco a dez minutos, por 40 a 50. Total incongruência, pois.

Por outro lado, as consequências de se manter este embate pelas partes seriam sentidas fortemente pela população. A começar pelos próprios funcionários da Santa Casa, uns perdendo o emprego, outros ficando sem receber. Outra parte, as famílias, que teriam seus doentes longe de si. E para quê? Sustentar vaidades, como já se disse.

De outra parte, é sabido que Cunha exige a renúncia da atual diretoria da Santa Casa, ou ao menos de seu provedor, numa atitude eivada de interesses políticos. No lugar de Montini, aguardem, será colocado algum apaniguado de turno (o qual poderíamos até nominar aqui, mas vamos aguardar). Sempre foi assim, mas esperava-se que esta prática tivesse fim neste novo governo. Ledo engano.

Seria interessante que a secretária de Saúde informasse ao público agora se os valores a serem repassados são suficientes para manutenção do hospital. Se a Santa casa estava se negando também a interagir com  a UPA e com a própria secretaria buscando melhoras nos atendimentos. E qual é o projeto de futuro que o governo municipal tem para a Santa Casa. Estão devendo isso à população.

No momento, mais importante que tudo é que a paz volta a reinar na cidade, claro que no âmbito público, porque os bastidores vão continuar “fervendo”, mas o prefeito, a nosso ver, continua devendo um pedido de desculpas ao seus eleitores, pelo menos, que foram abalados emocionalmente com a “performance” redatorial-terrorista -inédita por estas plagas, diga-se- de alguma mente obscura incrustada no governo, se não a mando do próprio.

EIS O QUE FEZ O NOVO GOVERNO EM 30 DIAS (E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES)

Como comentamos na manhã de ontem a respeito dos 30 primeiros dias do atual governo municipal, o terço primeiro dos malfadados “100 primeiros dias”, fazendo considerações externas a respeito, nada mais justo que usemos este espaço, agora, para relatar o lado oficial, em material encaminhado pela assessoria de imprensa do senhor alcaide (não sem fazermos os adendos que julgamos necessários), sob o título que segue abaixo:

“Limpeza, economia e reestruturação
marcam primeiro mês de governo” (Será que “marcam”?)
Vamos lá: “Passado o dia 31 de janeiro de 2017, que marca o fim do primeiro mês do novo governo, a Prefeitura da Estância Turística de Olímpia divulga um balanço das principais ações realizadas no período.

Desde a posse, em 1º de janeiro, a ordem foi de economia aos cofres públicos, tendo como medidas, já anunciadas, a redução de cargos comissionados, fusão de secretarias e extinção de cargos de diretores e chefes de setor.

(Consta que essa decisão está causando profundas rupturas no Governo).

Outra iniciativa adotada também nesse sentido foi a Comissão criada para reavaliar e renegociar contratos em vigor, que prevê redução de até 15% nos valores cobrados, sem ônus à qualidade de produtos e serviços. As secretarias também estão reorganizando os espaços de trabalho com a intenção de evitar o pagamento de alugueis.

(Se alcançarem os objetivos propostos, duas boas medidas).

Também em relação a comissões, foi instituída uma comissão para rever os valores da planta genérica do município, que é base do cálculo do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A intenção é tornar as taxas cobradas mais justas. O impacto deve ser notado já no próximo ano.

(Já dissemos aqui, aliás: ou Cunha derruba a planta genérica, ou a planta genérica derruba Cunha. A questão é saber como ele fará isso. Aguardemos).

Além da economia, outra ação intensificada no município foi a de limpeza. Um mutirão passou – e ainda está passando – por diversos bairros, limpando praças, avenidas, escolas e espaços públicos. A UPA – Unidade de Pronto Atendimento – e o SAMU também receberam atenção especial, com uma faxina minuciosa em toda a estrutura. A limpeza também chegou aos distritos de Ribeiro dos Santos e Baguaçu com serviço de capina, poda, limpeza de ruas e recolhimento de galhos e entulhos.

(É a chamada faxina necessária. Todo mundo que chega a uma “casa nova” quer deixa-la brilhando. Oxalá essa ação seja uma constante e não mero factoide. A ver)

Ainda falando sobre os distritos, a segurança foi reforçada para tranquilizar a população. Duas viaturas, uma para cada distrito, estão intensificando o policiamento nos locais, por meio da atividade delegada da Polícia Militar.

(A ver os resultados)

Neste primeiro mês, alguns serviços e ações também estão passando por reestruturação para melhor atender à população. Esse é o caso da Ouvidoria da Saúde, que foi reativada no início do ano para checar reclamações e solicitações dos cidadãos referentes à área. (Se resultar em soluções, menos mal)

O mesmo foi feito com o Plantão Social, responsável por proporcionar auxílio e instrução aos moradores que apresentam situação de vulnerabilidade. Nos dois serviços, os objetivos são o acolhimento e, principalmente, fornecer respostas à população.

(Ação desnecessária e desconfortável para quem era atendido nos CRAS, setores sociais próximos às casas de quem necessita dos serviços. Pela nova estruturação, eles têm que se deslocar até o centro da cidade. Cheira mais a ação polítiqueira que de serviço social)

Ainda sobre reestruturação, a Feira Livre está estudando junto à Prefeitura a ampliação com novos feirantes e novos dias, oferecendo uma melhor estrutura aos comerciantes e frequentadores.

(Na verdade, a feira livre é o grande desafio do secretário de Turismo e Desenvolvimento Econômico, como responsável maior pelo Setor de Agricultura. Se deixa-la morrer -e é o que está acontecendo, sua imagem como gestor pode ter o mesmo destino)

Os Jogos de Verão também passaram por mudanças, a começar pelo local de realização que, este ano, foi no Ginásio de Esportes, com arquibancadas e tendas para os torcedores. Uma competição que incentiva o esporte na comunidade.

(Também não tínhamos muita simpatia pelos jogos de verão no Recinto. Mas houve controvérsias)

Na saúde, setor de maior exigência da população, um mutirão foi desenvolvido para emitir laudos de exames de Raios-X que estavam atrasados. Mais de 300 exames foram disponibilizados à população. No combate à proliferação de doenças, foi intensificada a prevenção da Febre Amarela e da Dengue, ambas sem casos registrados no município este ano. Para a Febre Amarela, a principal orientação é a vacinação, que está sendo aplicada em horário especial para atender os munícipes

(Neste setor, o que se anuncia acima é muito, muito pouco. Quase nada. E não se nota maior agilidade na solução de problemas mais prementes, como o atendimento ao público, que continua sofrível, a falta de preparo dos funcionários e a redução destes e dos horários de atendimento; serviço burocrático ruim e falta de intercomunicabilidade entre setores, o que agilizaria soluções. Nestes aspectos, o governo continua na estaca zero)

Outra grande solicitação da população está recebendo atenção neste começo de ano. A vicinal Natal Breda, que liga Olímpia a Tabapuã, passa por manutenção asfáltica com o serviço de tapa buracos. No começo de janeiro, o prefeito Fernando Cunha esteve no escritório regional do DER (Departamento de Estradas de Rodagem), em Barretos, iniciando as primeiras tratativas para solucionar o problema da rodovia.

(A torcida continua. Porque estes buracos vão voltar!)

Também em tratativa com órgãos estaduais está a situação da ETE – Estação de Tratamento de Esgoto. Técnicos e engenheiros do DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo – estiveram na Estância Turística de Olímpia, este mês, para discutir o assunto e retomar as obras.

(Aguardemos)

Visitas também estão sendo realizadas pela equipe gestora do município para verificar o funcionamento de serviços da prefeitura e o andamento de obras que precisam ser concluídas.

Este é o caso, por exemplo, da creche do bairro Morada Verde, que deve ser concluída para uso da população. Nesta semana, outra visita de bastante importância foi realizada pelo prefeito, que acompanhou o retorno das aulas da rede municipal de ensino.

A oportunidade foi importante para aproximar a gestão dos servidores e identificar as principais necessidades para a melhoria do ensino e da estrutura oferecida aos alunos.

(Já falamos aqui sobre estas “visitinhas” que em nada acrescentam. Podem ser feitas pelos secretários e assessores diretos, enquanto o prefeito trata de coisas maiores)

‘As ações elencadas demonstram uma parte do trabalho que já foi desenvolvido no primeiro mês do ano. Sabemos que este é apenas o começo, período de arrumar a casa, mas nossa equipe da Prefeitura está empenhada para dar continuidade em todos os serviços que estão dando certo e propor novos programas e ações para melhorar cada vez mais a qualidade de vida da população’, declarou Fernando Cunha”.

(A casa estava arrumada. Quem desarrumou foi exatamente o novo prefeito e sua sanha de “desmontes” a granel. Com isso, tudo parou. Há relatos de que em determinados setores, funcionários ficam a fitar o vazio, a olhar uns para as caras dos outros, sem saberem o que fazer. Consta que ainda não há diretriz de trabalho em vários destes setores. Desmontou-se o que estava funcionando e há dificuldades para implementar uma nova sistemática. Dizem ter sido erro crasso do novo governo ter mexido na “casa” que recebeu sem antes avaliar os resultados e as necessidades de mudanças ou não)

MOMENTO DE DECISÃO: PS NA SANTA CASA, OU UPA MINI-HOSPITAL?

Diante de comentário postado na página social Facebook, a pergunta que surge é: como ficará a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, nesta nova gestão, e com a “nova” ideia de implantar lá um Pronto Socorro?

Já tratamos aqui do hospital, logo após entrevista à imprensa concedida por Fernando Cunha (PR), jurando aos quatro ventos que a Santa Casa “agora vai”.

Mas, partindo do pressuposto básico de que o alcaide, juntamente com seu vice, mais o pai deste, maturam a ideia de um PS nas suas imediações, há controvérsias sobre se o hospital “vai” mesmo. Ou, pode até ir, mas talvez não por um caminho almejado por todos os olimpienses.

Hoje a Santa Casa recebe elogios de tantos quantos ali são internados ou atendidos. Sua estrutura interna mudou, e bastante, para melhor. Seu corpo de enfermagem nem de longe lembra aqueles tempos sombrios que aquele hospital viveu.

Quem ali se interna, vai sempre com o espirito armado, esperando alguma surpresa desagradável. Mas, as surpresas sempre acabam sendo boas, mesmo para aqueles que não têm a sorte de ficar em um quarto privado ou dividido em dois a, no máximo, três pessoas. Surpreendem-se, no entanto, aqueles que ficam na enfermaria, que deixou de ser a antessala do “inferno”.

Questões outras, como a viabilidade econômica do hospital, que todos sabemos, é precária, não estão sendo discutidas aqui. Falemos da estrutura de atendimento-internação que evoluiu bastante.

Haja vista que não se ouve mais tantas reclamações como se via tempos atrás, aquele clima de guerra, de enfrentamento não mais existem por lá. Que milagres seus diretores operaram? Nenhum.

Essa nova imagem hospitalar que a Santa Casa desfruta foi forjada após a saída dali dos atendimentos de urgência e emergência. Do corre-corre com acidentados, dos desfalques médicos e instrumentais, da falta de pessoal qualificado e “humanizado” ao ponto certo. Temos que a tranquilidade na tomada de decisões foi primordial para que mudanças estruturais profundas pudessem ser feitas.

E o que possibilitou isso? Não restam dúvidas, o anteparo fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento-UPA, construída de impulso pelo então prefeito Geninho (DEM), louvada à época de sua inauguração exatamente por quem hoje a acha inadequada, embora não no todo, o médico Nilton Roberto Martinez.

É ele o principal idealizador de um projeto que instalaria na Santa Casa um Pronto Socorro, para receber os casos de urgência e emergência, que Martinez-pai entende ser mais seguro para quem está nesta situação.

Ele deve ter lá suas razões, como profissional renomado e respeitado que é, e o que é este blog para contesta-lo.

Porém, sugerir cautela e um maior cuidado com a ideia nos faculta a condição de cidadão-usuário e também observador do cotidiano urbano. Quem viveu o filme de terror que foram aqueles tempos, parecido um longa-metragem saído das entranhas mentais de um Stephen King, vai entender o que estamos tentando dizer.

A menos que seja um projeto inquestionavelmente inovador, que não abale as estruturas alcançadas a duras penas por aquele hospital, será válido.

Do contrário, que se promova na UPA muito mais ações do que simplesmente eliminar suas teias de aranha do teto e musgos nas paredes, para que ela seja um anteparo ainda melhor e mais eficiente para o hospital.

Por que, por exemplo, ao invés de levar um provável desassossego àquele nosocômio, não se trabalhar a ideia de fazer da UPA um mini-hospital? E olha que ela já está bem perto disso.

E, ao mesmo tempo, gastar as energias (e os $$) que dispuserem, para dotar a Santa Casa dos equipamentos que faltam, como UTI e Hemodiálise?

Contudo, porém, não nos acanharemos a vir aqui, daqui um tempo, reconhecer que nossas projeções estavam erradas, que o PS na Santa Casa foi o grande achado, etc e tal. Mas nos deem, de momento, o direito à mais profunda desconfiança quanto a isso.

O MOVIMENTO COMEÇOU…

Só a fim de fazer justiça com o próprio Blog reproduzo abaixo dois releases encaminhados pela Assessoria de Imprensa do prefeito Fernando Cunha (PR), dando conta de que há mutirões pela cidade fazendo limpeza de ruas, terrenos e próprios públicos.

A publicação se faz necessária a fim de que nossos leitores não sejam induzidos a interpretações erradas baseados no que aqui vai publicado. E como na postagem de ontem à tarde havíamos ressaltado que o início da gestão Cunha estava muito silencioso, tais informações, com certeza, têm o condão de dizer o contrário. Menos mal.

Vamos a elas:

A Prefeitura da Estância Turística de Olímpia, por meio da Secretaria de Obras, Engenharia e Infraestrutura, e a Prodem – Progresso e Desenvolvimento Municipal estão realizando podas e capina de ruas, avenidas, praças e canteiros. A ação teve início na última semana e já passou por diversos bairros da cidade.

Hoje, dia 12 de janeiro, os funcionários da Secretaria de Obras estão executando a roçada no prolongamento da Avenida Aurora Forti Neves (ciclovia – sentido Thermas dos Laranjais). Já a Prodem, está realizando a roçada no bairro Quinta das Aroeiras.

Durante toda a semana, vários locais receberam as equipes como: Praça da Cohab IV, Avenida Constitucionalista de 32, Ginásio de Esportes, Recinto do Folclore, Tiro de Guerra, Avenida Govenador Ademar Pereira de Barros, Estádio Teresa Breda, além de todas as praças das Cohabs I e II. E o serviço não para. Todos os locais, públicos, com mato alto serão roçados em breve.

. A Secretaria de Saúde da Estância Turística de Olímpia iniciou, nesta quinta-feira, um mutirão de limpeza da Unidade de Pronto Atendimento – UPA e das dependências do SAMU. A ação conta com a parceria de funcionários das secretarias de Educação e Administração.

Ao todo, são 10 auxiliares de serviços diversos espalhados por cada sala da UPA efetuando a limpeza de ventiladores, de equipamentos e das salas. Segundo a diretora da UPA, Yara Ribeiro e Silva Moreira, estruturalmente, os banheiros e a recepção são os locais com mais sujeira, além dos ventiladores que estão em situação precária.

“Encontramos uma estrutura muito suja, e como forma de iniciarmos os trabalhos e promover melhorias imediatas à população, decidimos fazer uma limpeza estrutural tanto na UPA quanto no SAMU. Esse é apenas o começo de muitas ações que precisam ser feitas no prédio”, ressalta a diretora.

A unidade atende diariamente de 150 a 200 pacientes. Além disso, também recebe cerca de 40 mil habitantes de cidades vizinhas e uma média de 300 turistas por mês.

SANTA CASA, DE NOVO, A ‘BOLA DA VEZ’!

Política cá, política lá, e a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia nada de encontrar o seu caminho de solidez. Ela é sempre a “bola da vez”, mas acaba sempre sendo a “bola reserva”.

Com este novo Governo municipal, parece que não será diferente. O prefeito Fernando Cunha (PR) vive a manifestar preocupações com seu estado precário de agora e sempre. E promete acabar com isso.

Sua medida drástica para enfrentar o problema? Instalar ali nos seus arredores, um Pronto Socorro. Acha necessário. Entende que a UPA está muito longe do hospital e isso compromete o socorro a vítimas urgentes. Não criminaliza a UPA, no entanto. Acha fácil, aliás, equacioná-la.

“O que falta lá é um trabalho de gestão, com isso vai melhorar a qualidade do atendimento, tem  que atender melhor as pessoas”, disse. Bom, então está fácil (e a gente aqui, quebrando a cabeça, hein?).

Acusou o ex-prefeito Geninho de agir politicamente em relação ao hospital (no que não está inteiramente errado, mas corre o risco de cair na mesma tentação), ao construir a UPA do outro lado da cidade.

“O governo anterior investiu mais na UPA para ficar menos dependente politicamente da Santa Casa”, analisou. Mas o governo anterior também agiu politicamente para colocar lá gente de sua confiança.

Talvez este “agir politicamente” de Cunha refira-se à administração Helena de Sousa Pereira, que havia sido sua parceira (de Geninho) de campanha eleitoral. E hoje os que lá estão? Nas rodas dizem que estão prestes a cair. Seria o “agir politicamente” de Cunha?

Para quem a Santa Casa não foi incorporada como um elemento da política de Saúde do município? “Pode ter sido um acerto de ordem política”, insiste Cunha, em seu descontentamento. “Do ponto de vista da oferta de Saúde foi muito ruim”, complementa.

Em síntese: Cunha disse que vai “enfrentar”, que vai “ajudar” o hospital. Não deixou claro se vai aumentar o repasse (de onde viria o dinheiro?). Arrisca dizer que a economia que pretende fazer iria parte para o único hospital de Olímpia.

Um PS ao lado facilitaria resolver estas questões ou apenas tumultuaria um ambiente que hoje, para o bem e para o mal, vive situação de total calmaria? Quem se lembra do que era aquilo antes da UPA sabe muito bem do que estou falando.

Cunha garante resolver outras questões, como a falta da UTI, do centro de hemodiálise e, mais importante que tudo, então, a falta de dinheiro crônica da qual a Santa Casa padece.

Só faltou ele dizer – e isso ninguém lhe perguntou – se sua ideia é municipalizar a Santa Casa de Misericórdia. Porque o nível de envolvimento a que se propõe, temos a impressão de que só será possível por meio de alguma espécie de municipalização. E aí, haja economia para sustentar aquele nosocômio.

Com a palavra, Lucineia Santos, “a gestora”, e Fábio Martinez, “o especialista em Saúde”, conforme definição de Cunha.

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