Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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Anote aí você também…

Valter Trindade (à direita), o ex-da Saev, trabalha em sigilo no
Marco Regulatório proposto pelo deputado Geninho, em Brasília

Na semana passada falei aqui sobre a teoria conspiratória que corre na Estância, dando conta de que algo de “novo” pode acontecer na Daemo Ambiental.

A saída da então superintendente Tina Riscali, dizem, porque não teria concordado em ser apenas uma dirigente em stand-by, até que outro nome fosse encontrado, também é um forte indicador disso.

E como citei um jornal da região como ponto de partida para as especulações (ver aqui: Bastidores políticos e o caudaloso rio da imaginação, edição de sábado passado), reproduzo aqui na íntegra as notas que foram publicadas no dia 6 de fevereiro do ano passado, na coluna “Anote Aí”, do jornal “A Cidade”, de Votuporanga.

A foto acima é a mesma que ilustra as notas, bem como a legenda abaixo dela.

Aliança com o DEM
Durante os trabalhos de reabertura da Assembleia Legislativa, segunda-feira, dia 3, o governador João Doria (PSDB) encheu a bola do deputado federal Geninho Zuliani (DEM), de Olímpia. O agrado gerou uma especulação política.

Herói
O governador destacou que o deputado Geninho é um “herói” como relator do marco de saneamento, afirmando que o seu trabalho ficará para as gerações futuras. Para os observadores políticos, o discurso do governador mostra como o PSDB, de Doria, e o DEM, de Geninho, e do vice-governador Rodrigo Garcia, estão alinhados.

Justiça seja feita
Pouca gente sabe, mas o tal Marco Regulatório de Saneamento Básico, determinado pelo presidente Jair Bolsonaro como uma missão para o deputado Geninho Zuliani, na Câmara Federal, como modelo para o Brasil do futuro, tem a mão de um votuporanguense. Aliás, de um ex-superintendente da Saev, o Valter Trindade.

Sem alarde
O Valtinho Trindade dá uma de mineirinho. Ele trabalha em silêncio e, certamente, vai até advertir este colunista por esta notícia. Mas, acreditem, ele é a principal fonte do deputado sobre o assunto. Todo o projeto de saneamento vem sendo revisado pelo Valtinho. Ele é o homem de confiança de Geninho naquela área.

Ligação
Nunca é demais lembrar que o Valter Trindade, depois de deixar a Saev, no governo do prefeito Carlão Pignatari, foi contratado como principal assessor do prefeito de Olímpia, exatamente para solucionar o caso de água e esgoto daquele município. O prefeito de Olímpia era Geninho Zuliani.

DE VOLTA AO FRACASSO: FEFOL TERÁ DESFILE NA MENINA-MOÇA

Enquanto isso, é incerta a reconstrução do Curral na Vila Brasil, bem como o Galpão Crioulo, Gaúcho, ambos desmontados sob o argumento de que podiam desabar

A secretária municipal de Cultura, Esporte e Lazer, Tina Riscali, anuncia que irá adotar o receituário abandonado há 10 anos atrás, de fazer o desfile de encerramento do Festival do Folclore, na Avenida Menina-Moça, que nos seis anos em que lá foi realizado, caracterizou-se como um fracasso em termos de público e infraestrutura. Este ano, no dia 13 de agosto, os grupos irão desfilar a partir das 9 horas da manhã. Trata-se, naturalmente, de mais num “ponto fora da curva” do Festival, que vem se juntar à descaracterização da “Vila Brasil”, com a derrubada do Galpão Crioulo e do Curral.

O fim do desfile de encerramento do Fefol na Avenida Menina-Moça foi anunciado como a novidade do 43º Festival do Folclore, realizado em agosto de 2007. Naquele ano a Apoteose da festa voltava à Avenida Aurora Forti Neves, a partir das 8 horas da manhã de domingo, ao contrário do local anterior, onde era realizado sempre à tarde, a partir das 15 horas.

Na ocasião, os organizadores da festa informaram que a medida havia sido tomada como resultado de uma pesquisa feita junto à população e aos grupos participantes, que disseram preferir a Aurora Forti Neves. A intenção era também a de atrair um público maior e, principalmente, atender reivindicação dos grupos que pediam um tempo maior para se apresentarem, e em horário quando o sol e o calor não atrapalhassem tanto. Ou seja, tudo isso está sendo desconsiderado agora pela secretária.

PROGRAMAÇÃO

A organização do evento, este ano, concluiu a programação com um mês de antecedência

Enquanto isso, a Comissão Organizadora do 53º Festival do Folclore divulgou ontem, quinta-feira, 6 de julho, a programação completa do evento, garantindo que em sua 53ª edição o Fefol terá a participação de 51 grupos, de 13 estados brasileiros.

A relação das festividades inclui a programação do Mini-festival, Gincana, Peregrinação e apresentação nos dois palcos. Nesta edição, além do palco na arena, haverá outro, próximo à entrada principal do Recinto, denominado “Iseh Bueno de Camargo”. Uma homenagem à folclorista e professora da cidade de Pirangi, que trabalhou por mais de 20 anos e colaborou com o Festival de Olímpia. Iseh faleceu em janeiro deste ano.

OS GRUPOS
O Festival terá a participação de 51 grupos folclóricos e parafolclóricos de 13 estados brasileiros, sendo 24 de outros estados, oito do Estado de São Paulo e 19 de Olímpia. Todas as regiões do Brasil estarão presentes no evento que será realizado de 5 a 13 de agosto.

Do Rio Grande do Sul virão dois grupos inéditos – o Centro de Pesquisa e Folclore (CPF) Piá do Sul, de Santa Maria, e o Grupo de Arte e Tradição Estampa Galdéria, de Xangri-lá. O Paraná será representado pelo Grupo Parafolclórico Pôr do Sol, de Quinta do Sol.

Poucos dos grupos contratados são de folclore autêntico; maioria deles virá para o desfile somente

Do Estado de São Paulo estão confirmados grupos de oito cidades. Esses, em sua maioria, não vêm para ficar a semana toda. Chegam no segundo sábado da festa e retornam após o desfile

do domingo. São os grupos: Associação Folclórica Reisado Sergipano e Bumba Meu Boi, de Guarujá; Grupo de Fandango de Tamanco Cuitelo, de Capão Bonito; União Folclorista São Benedito do Belém, de Taubaté; Congada Terno de Sainha Irmãos Paiva, de Santo Antonio da Alegria; Grupo Moçambique de São Benedito Azul e Branco, de Guaratinguetá; Grupo Samba Lenço, de Mauá; Congada Três Colinas, de Franca; e Grupo Folclórico e Religioso Moçambique de São Benedito, de Lorena.

Há grupos que, embora não sejam folclóricos, fazem o chamado aproveitamento do fato (como o Aruanda, retratado acima); outros apenas o espetacularizam

Da Estância Turística de Olímpia, três parafoclóricos e 16 folclóricos, incluindo as companhias de Folia de Reis, estarão no palco do Fefol: Godap (Grupo Olimpiense de Danças Parafolcóricas), Frutos da Terra e Associação Cultural Anástasis; Grupo Folclórico de Danças Afro Brasileira e Capoeira, Cia de Reis Lapinha de Belém, Cia de Reis Os Filhos de Maria, Cia de Reis Magos do Oriente, Cia de Reis Fernandes, Os Catireiros de Olímpia – Grupo de Nossa Senhora, Terno de Moçambique de São Benedito, Grupo Dança de São Gonçalo, Cia de Santos Reis Os Visitantes de Belém, Cia de Reis Caminho de Belém, Cia de Reis Os Viajantes de Belém, Terno de Congada Chapéu de Fitas, Guarda de Moçambique Pé de Coroa Nossa Senhora do Rosário, Cia de Reis Estrela da Guia, Cia de Reis Mensageiros da Paz e Cia de Reis Estrela Guia do Oriente.

Ainda da região Sudeste, o Fefol terá quatro grupos de Minas Gerais – Terno de Moçambique Diamante, de São Sebastião do Paraíso; Grupo Folclórico Aruanda, de Belo Horizonte; FITAS – Grupo de Tradições Folclóricas, de Montes Claros, e Grêmio Cultural e Social Arraiá de São Matheus, de Belo Horizonte. E um do Espírito Santo – Reis de Boi Mestre Nilo Barbosa, de Conceição da Barra.

Do Centro-Oeste do País, Goiás será representado por duas agremiações, Grupo Folclórico Brasil Central, de Anápolis, e Catupé Cacunda Nossa Senhora das Mercês, de Catalão.

O Nordeste terá grande participação no Festival de Olímpia. Do Ceará, da capital Fortaleza, virão o Grupo Tradição Folclóricas Raízes Nordestina, a Associação Cultural Maracatu Az de Ouro e o Grupo Parafolclórico Terra da Luz. A Paraíba também marcará presença com o inédito Balé Folclórico SISAIS, de Pocinhos, e os já conhecidos do público, Reisado Zé de Moura, de Poço de José de Moura, e Tradições Populares Acauã da Serra, de Campina Grande. Da Paraíba para o Pernambuco, presença confirmada do inédito Grupo de Expressão Popular Flor e Barro, de Caruaru.

A cultura potiguar será destaque em Olímpia também, com mais uma participação inédita, desta vez da Orquestra Sanfônica Trupé do Sertão, de Major Sales, e Caboclos de Rei de Congo do Mestre Bebé, da mesma cidade, que volta a Olímpia pela terceira vez.

Do Estado do Maranhão outra estreia no Fefol – o Bumba Meu Boi Brilho da Ilha. E fechando a região Nordeste o Grupo Flor da Serra, de Chã-Preta, do Estado de Alagoas.

Do Norte, destaque para o Estado do Pará, que terá três agremiações: o Grupo Parafoclórico Frutos do Pará, de Belém; a Cia de Dança Folclórica Trilhas da Amazônia, também de Belém, e o Grupo de Tradições Culturais Xuatê de Carajás, da cidade de Parauapebas.

A ‘VILA BRASIL’ RETOMARÁ SEU LUGAR DE DESTAQUE NO FEFOL?

Os vereadores Antonio Delomodarme, o Niquinha, e Helio Lisse Júnior, trataram na sessão da Câmara de segunda-feira passada, 3 de julho, entre outras coisas, do “desmonte” da Vila Brasil no Recinto do Folclore, solicitando à secretária Tina Riscali que restitua a ela o Galpão Crioulo e o Curral, ambos derrubados, sob a alegação de má conservação e perigo a terceiros.

Sem estes dois componentes, a Vila Brasil – cujo objetivo é resgatar as memórias do “Brasil caboclo”, tão afeitas ao Festival do Folclore – fica descaracterizada naquilo que representou ao longo dos últimos 10 anos, pelo menos.

É para lá que vão, nas noites de festa, aqueles que gostam de uma boa música raiz, um tocar de viola, um cantar acaipirado. Também aqueles que buscam um sabor da memória com suas comidas comuns no passado remoto e até o cafezinho feito à moda antiga, no fogão a lenha.

Os vereadores, como a totalidade daqueles que amam o Festival, não estão conformados com esta medida de força da secretária, que simplesmente desconsidera o legado, descaracteriza uma memória, em desfavor às culturas popular e folclórica.

Portanto, vem em boa hora a cobrança dos vereadores que, por extensão, é também da Câmara Municipal, exceto por um ou outro sabujo, entre eles aquele responsável pela nomeação de Tina Riscali. Os vereadores acreditam que ainda há tempo de reconstituir a Vila Brasil. Só não sabem se há boa vontade, disposição e, acima de tudo, propensão ao respeito às coisas “sagradas” do Festival.

Enquanto isso, a Comissão Organizadora do 53º Festival do Folclore de Olímpia, a ser realizado de 5 a 13 de agosto, na Praça de Atividades Folclóricas e Turísticas “Professor José Sant´anna”, já anunciou a contratação de nove grupos parafolclóricos das regiões Norte, Nordeste e Sul.

O problema, talvez, seja a falta de diversidade, o que poderá ocasionar um festival de redundâncias. Norte e Nordeste vêm com sete grupos, porém três do Pará e três do Ceará, respectivamente.

Das regiões Norte e Nordeste do país, diferente só o grupo da Paraíba, o Acauã da Serra, de universitários paraibanos. Estão confirmados, também, dois grupos gaúchos que, em síntese, acabam sendo iguais em tudo.

De nada adianta dizer que virão dois grupos gaúchos “inéditos”, porque não existe ineditismo em grupos daquela região, pois são iguais em suas manifestações, com pequenas diferenças em trejeitos e indumentárias, no que diz respeito, no entanto, às cores.

Quanto ao Norte e Nordeste, há ali, possibilidades de se encontrar inúmeras manifestações folclóricas, com certeza até muitas que o olimpiense não conhece, mas a Comissão optou por trazer grupos que, em síntese, acabam sempre apresentando variações de um mesmo tema.

Não adianta propagar a “diversidade” de Norte e Nordeste, se ela não está contemplada no rol de grupos que de lá virão.

QUEM TEM MEDO DA REGULARIZAÇÃO DE ASSENTAMENTOS ILEGAIS?

Há um provérbio judaico que pede: “Cuidado com o que desejas, pois poderás ser atendido”, que cabe muito bem no que vamos relatar neste espaço, agora. Tal provérbio cai como uma luva (neste caso uma expressão popular) no assunto regularização fundiária urbana de assentamentos ilegais consolidados no município.

Traduzindo, trata-se, nada mais, nada menos, que regularizar as casas de veraneio espalhadas pela zona rural da cidade, bem como as pousadas que por lá também surgiram em profusão nos últimos tempos, e até os loteamentos. O uso do provérbio acima se deu em virtude de que são os proprietários destas áreas que há muito tempo vêm pedindo que esta situação seja resolvida.

E que, a partir do momento em que conseguirem o que pedem, poderão, não se arrependerem, termo muito forte para ser usado, mas pelo menos começarem a sentir as “emoções” da sanha arrecadatória dos governos, eis que o IPTU, a taxa de lixo, a conta de água, a taxa de esgoto e a conta de luz, entre outros infortúnios, começarão a chegar a cada período de tempo. Junto com outras exigências que por certo serão elencadas futuramente.

No governo passado deu-se início aos estudos neste sentido, uma comissão foi formada no final de 2014, alguns passos foram dados. Na eleição passada, o tema foi objeto de discussão e promessas, com um dos candidatos até encaminhando impressos aos proprietários se comprometendo a atacar o problema de vez.

Na Câmara, os vereadores estão empenhados nesta questão. Na sessão do dia 12 passado aprovaram o projeto de Lei 5.214/2017, do Executivo, que dispõe sobre a questão, no caso alterando a composição anterior da Comissão Municipal de Regularização Fundiária, “órgão autônomo e independente, sem vinculação a qualquer outro órgão ou agente público da Estrutura Municipal”, conforme definido no artigo 10 da Referida Lei, ora modificada.

Este PL resultou na Lei 4.251, de 14 de junho de 2017, publicado à página 3 da Imprensa Oficial do Município-IOM, edição de sábado passado, 17.

E a nova Lei também modifica o parágrafo único do artigo 11 da Lei 3.888, de dezembro de 2014, que diz agora competir ao Secretário Municipal de Gestão e Planejamento, “instaurar e coordenar os procedimentos de regularização fundiária urbana e, ainda, presidir a Comissão Municipal de Regularização Fundiária”.

“Sentimos todos os setores do Executivo envolvidos com esta questão, que precisa ser resolvida, porque o município está deixando de arrecadar quantia expressiva. O objetivo é buscar uma solução também para os loteamentos e tornar aquelas propriedades em núcleos urbanos. Há até cobranças neste sentido”, disse, por exemplo, o vereador Hélio Lisse Júnior, do PSD.

Já prevendo a “chiadeira” a posteriori, a Câmara quer a realização de audiência pública em torno do assunto, para que todos os proprietários, ou pelo menos os mais interessados, debatam e conheçam a fundo os detalhes de como vai ficar nova a situação.

Há uma estimativa não oficial dando conta de que pelo menos três mil propriedades, incluindo loteamentos, não estariam recolhendo impostos e taxas devidos.

A partir da regularização, todos deixarão de ser clandestinos e esse é o ponto em que os donos se apegam para até “correr o risco” de ter que desembolsar altas quantias em impostos. Mas, pelo menos, terão a compensação de serem donos legítimos de suas propriedades. Com todos os fatores “inconvenientes” que advirão por certo.

SOBRE O IPTU
Sugerimos ontem de manhã aqui que o prefeito Cunha (PR) poderia convocar uma coletiva para antecipar os dados sobre os estudos feitos com vistas à redução do IPTU na cidade. No final da tarde recebemos o seguinte e-mail-convite:

“COLETIVA DE IMPRENSA
O Prefeito da Estância Turística de Olímpia, Fernando Cunha, tem a honra de convidá-lo para uma coletiva de imprensa no Plenário da Câmara de Vereadores (Praça João Fossalussa, 867 – Centro), na quinta-feira (22), às 9h30.

Na oportunidade, será apresentado o projeto de revisão do Código Tributário do Município que refletirá em uma redução do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a partir do próximo ano.”

Eis o momento em que o cidadão deve participar, dar sua opinião e fazer a crítica necessária, se necessidade houver. Parafraseando aquela frase-clichê de párocos de igrejas católicas antes de consumar casamentos, se alguém se opuser à nova tabela do IPTU, deverá falar neste momento propício, ou calar-se para sempre.

SOBRE A UNIESP
Anteontem publicamos aqui texto relatando o “imbróglio” causado pelo proprietário da UNIESP S/A, que fez críticas duras à ex-proprietária da Faer, atual secretária de Esporte, Cultura e Lazer do município, Tina Riscali, devido a questões relacionadas com a negociação e ocupação do prédio da faculdade olimpiense por aquela instituição, que agora anuncia a construção de prédio próprio.

O blog apenas procurou mostrar ao público que há coisas e situações inerentes a uma cidade, que são intrínsecas a ela, e que não se pode aceitar que aqueles que chegam e, aliás, são bem acolhidos, munam-se de pedras e porretes para atacar quem aqui está, quem aqui tem história, quem, por meio de seus sobrenomes, de suas tradições e serviços, acrescentam história ao município.

Portanto, o blog apenas cumpriu sua obrigação de zelo. O reconhecimento ao nosso trabalho sempre vem em forma de acessos, leitura e principalmente pela credibilidade depositada no que é narrado aqui.

No caso citado, houve o reconhecimento explícito da família Riscali, expresso no texto de e-mail recebido pelo administrador do blog, na noite de ontem:

Olá, Orlando, boa noite.

Sua reportagem no blog relatou com extrema sabedoria/perspicácia toda a situação envolvendo minha família e a UNIESP.  Agradeço imensamente a consideração.
Abraços,
Maria Laura

 

É ‘DEVAGAR, DEVAGARINHO’ QUE SE CHEGA, SENHOR PINTO DA COSTA

“A Tina fica o quanto quiser”. Assim se manifestou o prefeito Fernando Cunha agora pela manhã quanto ao ataque sofrido por sua secretária de Cultura, Esporte e Lazer. E não se poderia esperar outro posicionamento do alcaide.

Se Tina Riscali cair doravante, ou se caísse agora, teria que ser por motivos outros, que os há em abundância, e não pelas palavras de certa forma grosseiras do cidadão que chega agora a Olímpia ancorado na base financeira que diz possuir.

Assim como o prefeito diz respeitar e conhecer bem a família Riscali, todos os olimpienses também conhecem. E quantos conhecem o senhor José Fernando Pinto da Costa? A não ser pelo nome e pelos entreveros registrados frente à Uniesp-Faer desde fins de 2012, quando assumiu os destinos da faculdade olimpiense?

O prefeito se exime, inclusive, de responsabilidade sobre a fala do proprietário da Uniesp S/A, que naturalmente se esqueceu do protocolo social de que não se fala mal de alguém dentro de sua própria casa.

No que faz muito bem o prefeito, porque pegou muito mal a postura do empresário que pretende explorar o filão educacional dentro da pujante Olímpia.

Só que está chegando agora, e como tal, deve chegar devagarinho, respeitando os valores intrínsecos aqui existentes. E os valores familiares de sobrenomes tradicionais é um deles. Talvez o mais importante para uma cidade do porte da nossa Capital Nacional do Folclore.

Não é segredo que este blog tem lá suas divergências em relação a atitudes e decisões de Tina Riscali enquanto secretária. Portanto, não se trata, aqui, de qualquer atitude de defesa da ocupante da Pasta. Mas, trata-se de uma atitude de zelo pelo nome familiar que tantas contribuições deram à cidade, inclusive na área educacional.

Por outro lado, é bom que novos empreendedores cheguem à cidade. Tragam dividendos. Investimentos. Gerem empregos. E, no caso presente, melhor ainda quando vêm para enriquecer seu povo de conhecimento e cultura.

Mas, nada impede que cheguem mansos, que aglutinem pessoas de boa vontade no seu entorno, e não apenas venham respaldados politicamente, e pensem que isso basta.

Afinal de contas, passado o tempo ele próprio irá se integrar à sociedade local, de uma forma ou de outra. Sua imagem, por isso, terá que estar associada a boas atitudes, gestos equânimes, boa conduta e fino trato. Se chega “chutando a porta” pode não colher boa receptividade.

O marido, Aloisio Riscali, em face das palavras de Costa publicou em sua rede social: “Todo mundo em Olímpia conhece a minha família. Quem acompanhou a entrevista do dono da Uniesp viu o que fizeram com o nome da minha família com aval de políticos. Eles devem muitos aluguéis para a gente. Meu nome vai para o CADIM na segunda-feira, e a dívida de IPTU está em R$ 70 mil que não pagam”.

A população olimpiense conhece esta estória do princípio ao fim. Da ação movida pela família Riscali em 2015, cujo resultado na Justiça foi obtido agora em 2017, coisa de 30 dias atrás, que Costa diz ter contestado, e mais, disse que não deve nada à família.

Que até tentou comprar a faculdade dos Riscali pela “bagatela” de R$ 5 milhões, que iria pagar à vista, mas desistiu por questões de assinatura de contrato.

Isso tudo, com certeza, deverá ficar para trás. O próprio prefeito Cunha disse hoje que vai procurar o empresário, ter uma conversa com ele, porque, enquanto prefeito, “não avalizou nada do que ele disse”. Falou que vai “pedir que não misture as coisas”, enfatizando que tratou-se de “opinião de uma pessoa”. Oxalá assim seja.

Porque seja Riscali, sejam Cunha, Silva, Souza, Pereira, Santos, Costa -por que não?, são todos sobrenomes dignos de respeito, para não dizer que se pretende enfatizar aqui sobrenome “de gente rica”, como se diz, e mais que isso, se for de olimpiense que dentro de sua própria casa vem ser atacado por “estrangeiros”, devemos todos nós nos indignarmos.

Porque, como em toda família, nós, os filhos, pais, irmãos, primos, etc., até podemos falar mal de nossos ente-queridos, critica-los, com base nisso ou naquilo. Mas aquele que adentra nossa porta, e de nossa “família” não é, primeiro pede licença, depois respeita quem ali está, lembrando-se, sempre, que “se não for para falar de bem, não abra a boca para falar mal de ninguém. Cale-se”.

HISTÓRICO
a Faculdade Ernesto Riscali-Faer deixou de estar sob o comando da família Riscali no final de 2012. Desde o dia 1º de novembro daquele ano a escola passou a pertencer à União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privada (UNIESP).

Sem dizer o valor da transação à época (seriam os R$ 5 milhões propalados por Fernando Costa?), a então diretora acadêmica Tina Riscali justificou a venda dizendo: “Dentre outros motivos havia a necessidade de expansão e de implantar novos cursos e o ensino à distância.”. Ela frisara, também, que a venda nada teve a ver com questões financeiras: “A faculdade não deve nada, não tem problema financeiro nenhum”, asseverou.

Passados estes mais de quatro anos e meio, entremeados por choques de interesses de ambas as partes, agonia de alunos em função disso, etc., chegamos no momento em que a UNIESP anuncia a construção de campus universitário em Olímpia, anúncio este feito pelo seu presidente e reitor da Universidade Brasil, Fernando Costa.

Ele prometeu investimento inicial de aproximadamente R$ 5 milhões, com primeira etapa de obras pronta até dezembro deste ano, visando abrigar os alunos que atualmente estudam no prédio da antiga Faer. E, frisou, com total apoio do prefeito Cunha (PR), que não negou a declaração, ao contrário, publicou texto em sua página no Facebook, dando as boas vindas ao empresário educacional.

“Depois de muitas negociações, recebemos na tarde de hoje uma excelente notícia na área educacional! O presidente da Universidade Brasil e Uniesp, Fernando Costa, esteve em nossa cidade e anunciou em primeira mão a instalação de um campus universitário em Olímpia. A área a ser construída está localizada próxima ao Parque Aquático Hot Beach e em frente à Condumax. Os investimentos, em uma primeira etapa, ficarão acima de R$ 5 milhões. O campus da nova Faculdade de Olímpia deverá ter cursos nas áreas de Saúde, Engenharia, Agronegócio e Turismo, além de licenciaturas”.

Consta que a área de 20 mil metros quadrados que foi adquirida pela Uniesp S/A, pertencia ao produtor rural Augusto Zanotti, e está localizada na via de acesso Wilquem Manoel Neves, perto do Hot Beach e nas proximidades do prometido Outlet Garden Olímpia.

QUEM É
O engenheiro José Fernando Pinto da Costa é natural de Vera Cruz, pequena cidade do interior paulista, que quando criança mudou-se com a família para Dracena. Assim que concluiu o Curso de Engenharia Civil pela UNESP de Ilha Solteira, deu início à sua vida profissional.

Após se aposentar pela CESP (o prefeito diz ser “tremenda coincidência” encontra-lo agora, após 20 anos, quando trabalhava sob sua direção naquele órgão estatal) decidiu buscar novos caminhos.

A UNIESP nasce em 1999, quando a pedra fundamental da Faculdade de Presidente Epitácio é lançada. Com o Governo Federal, foi a primeira Instituição a aderir ao ProUni. Lidou e lida, hoje, com mais de 90 mil alunos de 110 faculdades em 10 estados e 2 Centros Universitários.

No final do ano passado, agregou à instituição a Universidade Camilo Castelo Branco, a Unicastelo, agora Universidade Brasil, por meio da Portaria 628, de 14 de outubro de 2016, do Ministério da Educação. Tratava-se, a Unicastelo, de uma universidade particular com sede em São Paulo, com história que remonta ao ano de 1968, tornando-se Universidade em 1989, por meio da Portaria 374, do Ministério da Educação.

A Unicastelo tem sede no campus São Paulo (bairro Itaquera) e campi em Fernandópolis, Descalvado e Sertãozinho.

‘MERCADO LIVRE’ E CHAMADA PÚBLICA AINDA NÃO GARANTEM BOM FEFOL

 

Vamos devagar com o andor, que o santo é de barro. Não vamos com muita sede ao pote.

Nada melhor que um provérbio português encampado pelo povo no Brasil, e outro de origem desconhecida, mas da mesma forma de uso cotidiano ainda hoje, para ilustrarem as primeiras medidas práticas tomadas pela administração municipal em torno do 53º Festival do Folclore, que começa em 5 de agosto, e se estende até 13 daquele mês.

Uma das medidas dá conta de que a Comissão Organizadora decidiu por liberar a marca da bebida a ser comercializada pelos barraqueiros dentro da Praça de Atividades Folclóricas e Turísticas “Professor José Sant´Anna”. O objetivo, diz o texto oficial, “é incentivar e apoiar os comerciantes e dar oportunidade ao público, que poderá pesquisar os melhores preços”.

Embora com muitas restrições ao fato de que todos estão comemorando o fato, como se a bebida fosse a razão de ser do Festival, não se pode furtar a ver a medida como positiva. Aquele “engessamento” de marca e formato de distribuição da bebida no interior do Recinto não era bom para ninguém.

Impedia os comerciantes de praticarem a livre iniciativa, e os consumidores, de exercerem o direito à livre escolha, privilegiando à frente o menor preço. Para que a iniciativa seja coroada de êxito, agora, basta que tais mudanças acabem com o chororô de todos os anos dos barraqueiros, que sempre punham à frente de suas reclamações a sistemática comercial no interior do recinto vigente até então.

A partir desta edição da festa, os barraqueiros poderão comercializar a marca que preferirem e adquirir a bebida do fornecedor que para eles for mais viável. Além disso, há um tabelamento, outra novidade: a unidade poderá ser vendida ao preço máximo de R$ 4,50 a cerveja, R$ 3,50 o refrigerante e R$ 2 a água.

BARRACAS POR LICITAÇÃO
Ao mesmo tempo, a Prefeitura da Estância Turística de Olímpia abriu licitação para o comércio de barracas no Recinto, por meio da Chamada Pública nº 03/2017, publicada na Imprensa Oficial do Município-IOM no dia 3 de junho, de autorização onerosa de uso de espaço público com o objetivo de exploração comercial.

Embora a secretária de Cultura, Esportes e Lazer, Tina Riscali, diga que os interessados terão a mesma oportunidade ao “disputar com transparência os locais na Praça de Atividades Folclóricas”, a vantagem fica só nisso, na “transparência”. Porque igualdade na disputa pelo espaço não é a inteira verdade, já que disputarão aqueles que tiverem condições financeiras imediatas, sejam pessoas físicas ou jurídicas.

Estão sendo disponibilizadas para licitação as barracas grandes, médias e as pequenas, além dos espaços demarcados para montagem de trailers, foodtrucks e similares.

As barracas de alvenaria serão destinadas à gastronomia. O critério de julgamento será o de maior oferta por metro quadrado, dando-se a classificação pela ordem decrescente das propostas apresentadas para cada lote.

Os valores mínimos por metro quadrado dos espaços citados acima são: Para o Lote 1, R$ 60 por metro quadrado; para o Lote 2, R$ 50 por metro quadrado; Lote 3, R$ 30; Lote 4, R$ 7 por metro quadrado. O critério de julgamento será o de maior oferta por metro quadrado, dando-se a classificação pela ordem decrescente das propostas apresentadas para cada lote.

Assim, os valores a serem pagos a título de lance mínimo partem por exemplo, de R$ 722,40, para uma barraca em alvenaria medindo 12,04 metros quadrados, para comércio de bebidas como caipirinha e batidas, etc. São pelo menos quatro a cinco barracas com estas medidas, no Lote I.

Outra barraca em alvenaria medindo 22,90 metros quadrados, terá lance mínimo de R$ 1.374. Também exclusiva para bebidas em geral. Outra, para lanches, medindo 23,66 metros quadrados, pode ser alugada partindo de um lance inicial de R$ 1.419,60. E há, ainda, aquela outra barraca para “lanche completo”, medindo 53,30 metros quadrados, com lance mínimo de R$ 3.198.

As barracas para artesanato em geral têm lance inicial de R$ 768,50 a R$ 373, conforme a área -15,37m2 ou 7,46m2. Áreas demarcadas têm lances de R$ 840, para um espaço de 28 metros quadrados, ou R$ 960, para um espaço de 32 metros quadrados. Por fim, resta a barraca restaurante e comidas típicas, com 547,83 metros quadrados, com lance mínimo de R$ 3.834,81.

Estes são exemplos de preços pinçados do Edital da Chamada Pública, cujo detalhamento encontra-se no site da prefeitura, no Portal da Transparência.

Como dito acima, são duas medidas que vêm dar uma “sacudida” numa estrutura “pétrea”, com vistas a facilitar, de certa forma, a comercialização dos espaços comerciais, embora ainda mantenha seu caráter restritivo, ao contrário do que pregam, e a chamar de volta o público que, dados os altos custos da frequência com consumo naquele logradouro, tornavam proibitiva a sua presença por mais vezes na semana.

Mas ainda não é tudo. Resta saber que tratamento será dado ao que mais interessa, do ponto de vista do evento mais que cinquentenário: seu conteúdo.

VILA BRASIL ‘SUCESSO NO FEFOL’, MESMO?

 

“Vila Brasil é mais uma vez atração confirmada para a 53ª edição do Festival do Folclore de Olímpia. O espaço, no entanto, passará por adequações devido a problemas estruturais identificados por engenheiros da Prefeitura. Duas edificações de madeira, que são o curral do caipira e a casa de taipa, estão sendo desmontadas nesta semana por estarem comprometidas e sendo consumida por cupins.”

Assim começa texto encaminhado por e-mail pela assessoria de imprensa do governo municipal, tratando da questão relacionada àquele espaço no Recinto do Folclore, que nos últimos anos tornou-se atração à parte. Mas, embora a promessa, nada indica que continuará mesmo a ser “o sucesso” do Festival. Se não, vejamos:

“No caso do curral, os pilares de madeira estão fora do prumo, em aproximadamente 25 centímetros. Em vistoria técnica, realizada pela secretaria de Obras, Engenharia e Infraestrutura, foi constatado que os pilares de madeira (pé direito) que promovem a sustentação da estrutura para cobertura do barracão, utilizado para eventos durante os festivais do Folclore, encontram-se fora do prumo devido à movimentação do solo. ‘Provocando com isso a desestabilização do conjunto, com risco iminente de ruína’, diz o laudo emitido no dia 29 de maio.”, é a segunda parte do texto. E aí vem:

‘Portanto, opinamos pela demolição cuidadosa e a guarda dos elementos estruturais para que sejam reaproveitados em outra oportunidade’, acrescenta o documento. Certo, mas que “outra oportunidade” que não essa, do Festival? Talvez em um juninão, para alimentar a fogueira? E veja, abaixo, qual foi a solução “pensada” pela secretária:

‘(..) Tina Riscali explica que as duas edificações serão instaladas novamente assim que a secretaria de Obras fizer os ajustes necessários. Por enquanto, serão colocadas duas tendas’. Oi? “Duas tendas”? Aproveitem e coloquem duas videntes para quem sabe antecipar a sorte do Festival.

‘A secretaria de Obras, Engenharia e Infraestrutura nos entregou um laudo que aponta todos esses problemas estruturais nas duas edificações. E nos orientou, de imediato, a desmontarmos as duas edificações, para não colocarmos a segurança dos frequentadores do local em risco’, explica Tina Riscali.

Tratam-se de duas “edificações” em madeira. Se o município não dispõe de uma equipe composta de três ou quatro marceneiros para colocar aquelas “edificações” de madeira em pé num prazo de dois meses, no mínimo, então, que administração é essa? Se uma secretária não tem poder de mando para exigir que aquelas “edificações” sejam colocadas em condições plenas de uso neste tempo, então, que secretária é essa? “Duas tendas”? É risível, para dizer o mínimo.

‘A secretária ressalta ainda que, dessa forma, a Vila Brasil vai continuar funcionando para agregar cultura às atrações do festival, no Recinto de Exposições e Praça de Atividades Folclóricas e Turísticas ‘Professor José Sant´anna.’

“O curral do caipira foi inaugurado em 2014”. E destruído em 2017. “A estrutura de madeira foi doada por um empresário olimpiense”. Que agora, se quiser, pode toma-la de volta. A Vila não será mais aquela conforme foi concebida. Pena.

O FIFOL QUE NÃO TEVE, O FEFOL SOB RISCOS E A UTI MÓVEL PARADA

Para começo de conversa, não foi realizado este ano o Festival Internacional do Folclore. Sequer uma satisfação para a sua não realização foi dada. Não que isso tenha importância cultural tamanha que a cidade não possa prescindir dele, mas é um indicativo do pouco caso desta administração com as coisas, digamos, voltadas ao populacho, à patuleia, ao andar de baixo ou outro adjetivo qualquer como queiram e, neste caso, o Fifol se encaixa porque nos últimos três anos foi realizado em praça pública.

Tratava-se do reavivamento desta festa, iniciada lá atrás, depois esquecida por sua inviabilidade estrutural e formato (ingressos eram cobrados no Recinto do Folclore). Aliás, frisa-se que o Fifol voltou em 2014 por iniciativa da gestora do Tuti Resort, à frente Caia Piton que, depois acabou defenestrado da organização, e passou a ser gerido por outro grupo, com apoio da prefeitura.

Presume-se que o Fifol tenha sucumbido à sua própria dispersão de mentes realizadoras, e também pela inépcia administrativa dos tempos que correm por estas plagas.

Mas, se a cidade e seu povo perdem pouco aí, muito perderão caso as propostas para o 53º Festival do Folclore, a ser realizado neste agosto-2017, vinguem. A bem da verdade, não há propostas oficiais ainda, o que se sabe é o que circula à boca pequena, aqui e ali, e estes “cochichos” não trazem boas novas.

A começar pela possibilidade de desativação da chamada “Vila Brasil”, ao invés de sua recuperação no que tem de deteriorada. Aquele setor do Recinto da festa tornou-se, ao longo dos últimos anos, um dos mais requisitados por quem vai ao Fefol, dadas suas características de uma autêntica vila caipira, com sua igrejinha, seu coreto, suas casas do caipira e do caboclo, seu barracão gaúcho e seu curral.

Outros elementos poderiam ser ali acrescentados com um pouco mais de boa vontade e clarividência sobre o significado de tão singela homenagem ao Brasil do passado, mormente sua região rural, sua cultura caipira, sua aura nostálgica.

Os cafés da manhã, com o líquido coado à moda de nossos avós ali eram um detalhe. A cachacinha de tonel, o bolo de milho, a pamonha, os caldos, enfim, ali estava o Brasil nascente. De encher os olhos e afagar as almas.

Oxalá uma luz desça do infinito e ilumine cabeças por trás do evento, principalmente a da secretária Tina Riscali, tão cheia de idéias “revolucionárias” que é capaz ainda de reviver um momento triste, bem triste, do Festival olimpiense, que é levar o desfile de encerramento, de novo, para a Avenida Menina-Moça, aquela mesma que abrigou o mais ridículo, para dizer o mínimo, dos carnavais da cidade.

NÃO, MAS SÓ QUE SIM
O semanário Planeta News publicou em sua edição de sábado passado, 20, matéria com o seguinte título: “Governo nega desativação do SAMU”, levado por informações que davam conta de que o serviço tinha sido trocado por ambulâncias de uma empresa privada, cujos sócios seriam um médico da rede municipal e o vice-prefeito Fábio Martinez.

Por meio de sua assessoria de Imprensa, Fernando Cunha negou ter desativado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência-SAMU e contratado a tal empresa de ambulâncias. Diz o jornal que ao receber a informação, a redação encaminhou ao Executivo um questionário contendo pedidos de respostas a indagações neste sentido, e respondido com as negativas oficiais.

Sobre a possibilidade da contratação da empresa de ambulâncias para substituir o SAMU, o governo respondeu que “as Ambulâncias Comuns, tidas como Ambulâncias Brancas, continuam trabalhando normalmente no serviço de remoção, dentro da UPA. Não há nenhum tipo de terceirização deste serviço”.

O governo também negou a sociedade de Martinez e o médico da rede de Saúde, com um curto “não confere”. Mas, deixou em aberto a questão, ao dizer que, embora não tivesse havido nenhum processo licitatório neste sentido, “quando realizado, a licitação pode atender qualquer uma das seguintes modalidades, de acordo com a necessidade: dispensa de licitação, inexigibilidade, convite, tomada de preço, pregão, ou pregão por registro de preço”.

Aí é que entramos, então, no outro lado, que é o mesmo lado, da questão. Diríamos que o jornal estava com a arma certa, com a munição adequada, com um atirador experiente que, no entanto, teria atirado no pássaro errado.

O alvo teria que ser, conforme informações complementares surgidas depois, a interrupção, pela prefeitura, da Unidade de Suporte Avançado (USA), mais conhecida por UTI Móvel. Esta paralisação deve perdurar até o final do mês, segundo o governo, “para análise da viabilidade da continuação do serviço realizado diretamente pelo município de Olímpia, uma vez que o serviço é de alto custo”.

Mas que, segundo as esquinas & cafés, seria para dar tempo de se realizar, conforme não negado acima, modalidade licitatória explicitada abaixo, que venha viabilizar a contratação de empresa prestadora deste tipo de serviço.

E, como o leitor já está esperando, sim, esta empresa seria aquela que, supostamente, estaria suprindo o SAMU que, como se viu, continua na ativa. Daí o tiro no pássaro errado. Entenderam?

Diz ainda o governo que “o serviço terceirizado de Suporte Avançado custa em média 50% a menos do que manter a USA pelo município, que requer mensalmente um gasto de R$ 106 mil. Durante este período, está em fase de cotação um pedido do serviço terceirizado que, posteriormente, será licitado, provavelmente por pregão ou registro de preço”. Ou seja, um serviço de R$ 53 mil mensais, ou R$ 636 mil anuais.

E mais: “Neste tempo de interrupção, se algum paciente necessitar do serviço da Unidade de Suporte Avançado, a secretaria de Saúde já manteve contato com as empresas da cidade que prestam esse tipo de atendimento especializado e contratará o serviço terceirizado por compra direta, garantindo, assim, a manutenção do atendimento para a população.”

“A secretaria da Saúde já manteve contato com as empresas da cidade”. Quantas empresas neste setor Olímpia possuiria, então? Confesso que nunca ouvira falar de nenhuma, até este momento. Esta mesma empresa que, por certo, deverá concorrer, então, consigo mesma? Esta mesma que tem o vice e o médico como sócios?

Para quem não sabe, Olímpia possui o veículo UTI Móvel desde outubro de 2013, que entrou em operação três anos depois, no dia 15 de dezembro de 2016, sabe-se lá por quais razões, a nota não explica, cabendo à nova gestão arcar com os custos da reativação.

Bom, aí ficam as perguntas. Se entrou em operação no final de 2016, ou quinze dias antes de Cunha assumir a cadeira principal da Praça Rui Barbosa, 54, como saber que o custo de seu funcionamento atinge aquele montante? E como saber, ainda, se é inviável mantê-lo em atividade? A UTI móvel teria, então, um custo fixo? Ou esse valor é determinado conforme o uso?

A empresa que o assumir terá este rendimento independentemente de ser acionada ou de quantas vezes for acionada? São estas dúvidas que ficam no ar. Aguardemos as respostas.

CARNAVAL? ONDE? O BALANÇO FINAL

Diz-se que o jornalismo é o exercício do caráter. Especialmente no jornalismo opinativo e na linha editorial dos jornais, o caráter é ponto central. Constrói-se o caráter de cada publicação analisando seu apego aos fatos, sua generosidade ou dureza de julgamento, sua capacidade de mediação ou parcialidade gritante. E, principalmente, sua credibilidade, o respeito com que trata a informação. (Luiz Nassif)

A Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer faz um balanço do que foi, na visão oficial, o lamentável carnaval 2017 em Olímpia. Pelo menos não extrapolou na avaliação e deixou nas entrelinhas que a festa não foi aquelas coisas. Observem:

A tradição dos desfiles de escolas de samba é preservada em Olímpia e atrai milhares de olimpienses e turistas à avenida durante o Carnaval. E neste ano, na Avenida Menina Moça, novo ‘sambódromo’ da cidade, não foi diferente. Foram duas noites de apresentações, sem chuva, com muita alegria, segurança e conforto. As agremiações mostraram cores, brilho e samba no pé.

Observem a linha fina entre o que foi e o que poderia ter sido o festejo de Momo na Estância Turística. O texto ainda recorreu a dirigentes de escolas de samba para se afirmar como fato.

Exemplo foi o diretor geral da Unidos da Cohab, Luiz Carlos Roberto, que definiu o Carnaval 2017 como “excelente” e classificou a Avenida Menina-Moça como “o verdadeiro sambódromo de Olímpia”.

Puxa, e por que demoramos tanto para descobrir isso? Foi preciso que Roberto se tornasse um adulto em bairro às portas do novo fenômeno estrutural carnavalesco para que sacássemos o óbvio? Tanto tempo assim?

E não foi só. Roberto disse que “a avenida estava linda, o público compareceu e superou nossas expetativas”. Posso perguntar qual era, então, o nível da expectativa do senhor Roberto? Porque, por mais que tentem nos empurrar goela abaixo, nem a avenida “estava linda”, nem “o público compareceu”. Pode ser que as expectativas do senhor Roberto é que estavam minimizadas. Ou embevecidas.

O tamanho do público estava tão diminuto que, observem, nem a própria secretaria teve coragem de conta-lo. Fala em “milhares”, mas talvez alcançasse um milhar, somando as duas noites de desfiles. Na realidade, foi um fracasso de público, em todos os sentidos.

Mais abaixo, no tocante à escola de Samba “Vem Comigo”, o texto beira ao exagero ao frisar que “os batuqueiros levantaram os foliões nas arquibancadas”. A começar que a maioria deles já estava levantada, uma vez que as arquibancadas eram desconfortáveis e pouco favoráveis à visão geral do local.

Mas sobrou elogios de outra presidente. Sueli Filomena Campos disse que foi “um dos melhores carnavais para a escola”. Não sei baseada em que ela fez tal afirmativa. Já vimos esta mesma escola fazer carnavais bem melhores.

“Levar o Carnaval para a avenida foi uma decisão acertada da Secretaria”, prosseguiu na bajulação. Para ela, o percurso foi bom e facilitou a passagem das escolas. Como aquilo pode ser melhor do que as ruas centrais, por exemplo, onde desfilou ano passado? “Nossa escola aprovou o novo sambódromo”, completou. Então ‘ta.

O texto ainda frisa que a secretária Tina Riscali “cedeu transporte para os componentes da Vem Comigo nas duas noites de desfile”. Ué, antes da Tina era diferente? Eles desciam como? Voando?

Estranhamente, não há nenhuma avaliação de qualquer dirigente da Samba Sem. Ao que parece, a escola, ou bloco, como eles preferem ser chamados, pareceu estar dividida quanto à novidade,  embora houvesse integrante rasgando desbragados elogios à mudança.

Aí, chegamos a um ponto que nos pareceu um tanto quanto ato de provocação, pois inocência não pode ser.

A secretária agradeceu o trabalho de divulgação da assessoria de imprensa da Prefeitura e a presença de três emissoras de televisão de São José do Rio Preto, quais sejam, TV Tem, Record e SBT, que acompanharam o evento e destacaram a tradição dos desfiles no carnaval de Olímpia.

Não vou aqui descer a detalhes sobre tal interesse das emissoras de TV quanto ao carnaval “revolucionário” de Olímpia, para não empanar o “brilho” dos organizadores. Até porque, para bom observador, é possível perceber que a última coisa que fizeram no entorno do carnaval local foi jornalismo.

E vamos cobrar aqui o “esquecimento” dos meios de informação locais, que também estavam lá, embora cobertura jornalística -quando é jornalística- não se deve agradecer jamais. Haja vista que os veículos teriam ido pelo interesse público dos fatos.

Bom, aí chega a vez dos bailes. Dois apenas, afinal o povo precisa estar descansado, porque no caso dos não-municipais, a segunda e a quarta-feira foram, como se diz, “dias de branco”.

“Marchinhas, samba, pop e axé animaram o Carnaval de Olímpia”. Animaram? Não foi o que se viu. A primeira noite, no sábado, gatos pingados decepcionaram até mesmo os músicos e cantores no palco, que tocaram e cantaram “como que pra ninguém”, como diz a canção do bom baiano.

O texto diz candidamente que “na primeira noite da festa de momo (sic), muitas famílias olimpienses e turistas prestigiaram os shows”. Estas “muitas famílias”, dizem, eram garotos despretensiosos e sem muita opção pois, menores em sua maioria, não puderam arredar pé da cidade. Diz o texto ainda que “por conta da chuva, os foliões se concentraram na arquibancada coberta do Recinto e também nas barracas”.

Que belo baile carnavalesco esse que foliões ficam a mais de 200 metros dos tocadores?

Bom, aí na segunda banda, presume-se, o povo desceu, porque o “misto de rock e axé incendiou o Recinto e levantou os foliões na arquibancada”. Repararam? O rock e o axé teriam feito isso. Carnaval? Onde?

Daí a reportagem encontrou um turista. Jurandir Silveira de Jesus, 52 anos, que mora na Praia Grande. Estava em Olímpia pela segunda vez, passou o dia no Thermas com a família –esposa, dois filhos, mãe e sogra– e à noite foi ao Recinto brincar o Carnaval. O texto não especifica em que contexto ele “brincou”.

“Esse lugar é lindo. Enorme. Uma bela estrutura. Estamos adorando. É um Carnaval bonito e tranquilo para trazer a família”, disse o turista. Claro que era. Não tinha aglomeração como na praia onde mora. Ou, mais exatamente, estava vazio.

De Olímpia, Silmara de Jesus dos Santos, moradora na Cohab III, levou os netos para curtir a folia e gostou do que viu. “As bandas arrasaram. Gostei muito dos shows. Temos de valorizar nossos talentos”, disse. Perceberam que ela gostou muito “dos shows”? Carnaval? Oi?

Aí a secretária Maria Justina Boitar Riscali, a Tina, psicanalisou: “Toda mudança gera curiosidade, gera crítica, expectativa. O que nos motivou a realizarmos o Carnaval no Recinto foram três fatores principais: conforto, custo-benefício e segurança. E, acredito, sim, que isso foi cumprido”.

Bom, no tocante a conforto, há controvérsias sobre se aquelas arquibancadas deram conta deste quesito. Parece que não, pois viu-se muitos espectadores abandonando-as à passagem das escolas. Custo, outra dúvida, porque muito da “estrutura” (leia-se arquibancadas e coberturas em geral) não seria necessário se a festa tivesse sido na praça. E benefício, para quem?

No mais, seguem-se esforços hercúleos para passar ao público que a festa foi o que efetivamente não foi. Elogios fartos na Câmara de Vereadores, dizem, mas seriam atitudes bajuladoras; elogios de diretores de escolas, dizem, mas seriam manifestações de subserviência carnavalesca.

Faltou a secretária dar um xeque-mate em quem desacreditou da mudança: ouvir os presentes, tirar dali um percentual de “aprovo” e “não aprovo”, “deve continuar aqui”, “não deve continuar aqui”. Enfim, faltou a secretária ouvir a parte mais interessada e para a qual tudo foi feito: o povo.

ALEA JACTA EST

A sorte está lançada, como diria o bom latim. Na manhã de ontem a secretária de Cultura, Esportes e Lazer, Tina Riscali, recebeu a imprensa na Casa de Cultura para falar sobre o Carnaval-2017 e a comemoração do “desaniversário” de 114 anos da Estância Turística de Olímpia.

Cordata e simpática no trato com a imprensa, começou por explanar as razões pelas quais decidiu-se pela realização das duas festas no Recinto do Folclore, que para ela é “lindo”, um espaço único em toda região para realização específica de festas e shows. O trinômio “custo, conforto e segurança”, não necessariamente nesta ordem, foi bastante evidenciado por ela.

Que se gabou de estar gastando em torno de R$ 300 mil com os dois eventos, enquanto ano passado se gastou em torno de R$ 500 mil. Embora o show do ano passado tenha sido do cantor Daniel e este ano, de Maria Cecília e Rodolfo, dupla já em fase estacionária.

É claro que trata-se de um orçamento prévio a ser anunciado à imprensa, ávida por números tal qual romanos por cristãos na arena dos leões. Por que, repetimos, ou se fará um carnaval de rua “chinfrim”, cheio de carências e desorganizado, ou se fará algo para ficar na memória do povo. Se for assim, haja estrutura.

A secretária está otimista, acha que será um Carnaval “lindo”, como nunca se viu antes. Diz que atenderá todas as expectativas das escolas e o apreço visual dos populares. Põe fé que os turistas virão às pencas, ao contrário deste blog, que acredita que nem tanto assim, ou nada.

Os bailes -e aí há nova mudança: o folião terá somente duas noites (sábado e segunda-feira), não mais as quatro tradicionais. E as crianças continuam com as duas matinês (ufa!).

Para o conforto, haverá arquibancada, embora não se saiba com que dimensão. Para a segurança, ainda se formatará o modelo. Mas o cercadinho estará lá, como sempre. Tina demonstrou temor nenhum de que a sua festa não alcançará os objetivos propostos. Ou é confiança naquilo que está fazendo ou mera constatação de que, “saia do jeito que sair, estará de bom tamanho”.

Tina garante que não é uma experiência. Que nos próximos quatro anos quer aperfeiçoar esta nova ideia, porque sente que os turistas vão gostar.

No que diz respeito ao “desaniversário” de 114 anos de Olímpia, o prefeito Fernando Cunha conseguiu engendrar um verdadeiro “samba-do-crioulo-doido”. Mudou o feriado para dia 1º, fará um ato cívico na praça logo cedo na quinta-feira, dia 2, data oficial mas que não será feriado, e realizará o show de comemoração na sexta-feira, dia 3.

Ou seja, aniquilou qualquer referência de tradição, enquanto preservou o ponto facultativo de segunda-feira e transformou o “meio-ponto” da quarta em “ponto inteiro”. Quando bastava elimina-los, que diferença pública nenhuma faria, e os serviços não sofreriam descontinuidade com expedientes na segunda, quarta e sexta. No formato cunhista os municipais vão trabalhar quinta e sexta-feira somente.

Pelo menos vai se economizar energia elétrica, água, copos plásticos e papeis de todos os tipos e modelos, e para todos os fins. Só não sabemos o que o cidadão, que paga por isso, pensa.

De qualquer forma, foi uma reviravolta estrondosa tudo isso, para quem está ainda “gatinhando” nas coisas da administração. Ou sabem o que estão fazendo -e isso nós sabemos que é coisa bem delicada-, ou são dados a aventuras-mil, pouco se importando com os resultados. Espera-se, de fato, que não seja mera experimentação.

Porque das mínimas coisas tradicionais de Olímpia ainda do gosto popular, o carnaval de rua é o mais concorrido. Em menor escala, mas não sem a importância devida, vem depois o Festival do Folclore. Mas este é outro assunto que, esperamos, não nos promova grandes surpresas, não nos leve a momentos de fortes emoções negativas, porque estas só são aceitáveis quando das apresentações em palanque.

LÁ VEM ELES!
Muito bem, depois de um “batismo de fogo” que foram as duas sessões extraordinárias no mês passado, a Câmara de Vereadores e seus 10 bravos guerreiros passarão a atuar de forma efetiva a partir da próxima segunda-feira, às 19 horas.

Aguardemos os desdobramentos. Este espaço estará sempre aberto às considerações. Este escriba estará sempre atento para narrar os acontecimentos -ou os “desacontecimentos”, porque a Estância, nos dias que correm, parece seguir em sentido reverso, pródiga em descontinuidades.

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