Este pequeno detalhe não constou dos registros oficiais em nível de assessoria de imprensa, mas o blog conta aqui. O município irá gastar com a locação do palco para os shows carnavalescos e também do aniversário da cidade, no dia 3, R$ 15 mil. E com a locação de gradil, arquibancadas e fechamento metálico para os mesmos fins, R$ 34 mil.
E vai faturar, com a locação do espaço para comercialização de bebidas e alimentos no interior do “sambódromo” do Curupira, R$ 2 mil. Noves fora, R$ 47 mil sairão dos cofres públicos. Detalhe, a locação do espaço foi feita pelo preço mínimo a Eduardo Maciel Camioto, por meio da Chamada Pública nº 01/2017.
Este contribuinte, coincidentemente ou não, é o mesmo que venceu a Carta Convite 02/2017, para a locação do palco que, inclusive, deverá permanecer naquele local para um show ainda maior, o da cantora sertaneja Marília Mendonça, dias depois dos festejos “amalucados” do carnaval e aniversário da cidade.
Ele terá liberdade para “mandar e desmandar” no interior do “sambódromo” do Curupira no que diz respeito aos espaços para comércio. Ou seja, é a ele que os ambulantes terão que recorrer caso queiram arriscar se instalar no local. Dependendo da demanda, poderá vir a ter um bom lucro.
O que resta a perguntar é: o presidente da Comissão Permanente de Licitação, Frederico Camioto Júnior, responsável pelo julgamento e homologação do vencedor, tem algum grau de parentesco com o vencedor das duas licitações? Se tiver, alguma lei impede que seja homologado vencedor? Ou não há nada que proíba esta relação?
A título de informação, a empresa em questão iniciou atividades em 22 de agosto de 2013 e tem como objeto a prestação de serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas -promotor de eventos, com capital inicial de R$ 1 mil. Tem sede na Rua Caetano Gotardi, 346, Vila Gameiro, em Olímpia.
No tocante à Carta-Convite nº 01/2017, tendo como objeto a contratação de empresa especializada na locação de arquibancada, gradil e fechamento metálico para a realização do Carnaval 2017, a empresa vencedora foi a Bandeira Eventos e Participações Eireli – ME, como já dissemos pelo valor global de R$ 34 mil.
A empresa é olimpiense e iniciou atividades em 25 de janeiro de 2007, com o objeto de Produção de espetáculos de rodeios, vaquejadas e similares; Atividades paisagísticas; Demolição de edifícios e outras estruturas; Preparação de canteiro e limpeza de terreno; Obras de fundações, além de “outras atividades”. Tem Capital inicial de R$ 200 mil e está localizada na Rua Coronel José Medeiros, 660, centro.
SEMPRE OS ÚLTIMOS,
NUNCA OS PRIMEIROS
Os funcionários públicos municipais de Olímpia, que estão na expectativa sobre o que fará o prefeito de Olímpia quanto à data-base da categoria, que é janeiro, vão ter que esperar um pouco mais. O assunto reajuste salarial só será tratado pelo Executivo a partir de abril. Mas não é certeza que ele virá, nem se caso vier, de qual será o percentual.
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Olímpia-SSPMO já tem pronta a pauta de reivindicações a serem feitas ao prefeito Cunha (PR). Entre reposição da inflação e aumento real, a entidade está pleiteando 9,24% de reajuste. Além disso, consta da pauta aumento em 30% do Auxílio Alimentação, que passaria dos R$ 115,44 para R$ 150.
No entanto, não há uma agenda prevista para a discussão do assunto com a diretoria do Sindicato pelo menos até final de março. O presidente da entidade, Jesus Buzzo, disse que o máximo que conseguiu até agora junto ao Governo Municipal foi a promessa de que o tema será discutido a partir de abril.
“Eles disseram que querem esperar para ver qual vai ser a arrecadação destes três primeiros meses”, disse Buzzo.
O presidente disse também que houve a promessa de que, independentemente do mês e data do reajuste, se houver, ele será retroativo a janeiro, a data-base da categoria. Já fazia pelo menos um mês que Buzzo buscava um contato com a Administração. Ele diz que agora tudo vai depender do que a Diretoria do Sindicato vai decidir, após reunião que iria manter com ela ontem à noite.
“Ela vai decidir se vai para assembleia ou não esta posição do governo”, adianta.
Outro compromisso assumido, segundo Buzzo, foi o de que, quando iniciarem as tratativas, representantes do Governo irão à assembleia ou reuniões prestar informações sobre como a situação financeira do município estará naquele momento, e explicar a razão da decisão que tomarem.
“Mas eles não vão poder chegar com qualquer número, querendo ‘passar mel na boca’ do Sindicato e dos funcionários”, avisa Buzzo. “Tem que ter um parâmetro. Porque, a exemplo do governo passado, dizem que não têm e depois precisam fazer complementação para gastar o dinheiro do Orçamento”, observou.
E não é sempre assim? Funcionários públicos nunca são prioridade. Os governos vêm e vão e a categoria é sempre relegada a segundo plano. Reclamam da falta de recursos. Reclamam da queda na arrecadação disso ou daquilo. Mas gastam nisso ou naquilo, valores que às vezes espantam pela desnecessidade.
Compram quinquilharias, “perfumarias”, sustentam muitas vezes estruturas perfeitamente dispensáveis. No final, juram que vão “enxugar”. Mas enxugam gelo, porque nos amigos batem à porta. E a caneta fica nervosa. O quadro incha.
E a culpa é dos que efetivamente dão o sangue anos a fio ao erário e suas ramificações. Fazer o quê?