Talvez a sanha do prefeito Cunha (PR) em perseguir a gestão passada, instaurando sindicâncias e mais sindicâncias para qualquer assunto que lhe desperte cismas, o que lhe deve tomar um tempo enorme, explique o que vamos narrar abaixo.
Caso contrario, seria inapetência, somente, para a função à qual foi eleito ano passado: a de prefeito. Ou, melhor, a de administrador de um município que caminhava feito locomotiva, e agora segue a ritmo de maria-fumaça.
Já havíamos antecipado aqui esta informação, não negada, mas também não admitida de forma clara e transparente pelo prefeito de turno. E agora ela se confirma. Fernando Cunha contratou, por R$ 1,8 milhão uma empresa para cuidar da gestão do município. O que joga por terra seu discurso economicista de almanaque.
A informação está contida em publicação feita no Diário Oficial Eletrônico, que como todos sabem, passou a ter um índice de leitura menor após a inovação de torna-lo visível apenas via internet.
Está lá que a Prefeitura Municipal da Estância Turística de Olímpia contratou o Instituto Áquila de Gestão, com o objetivo de prestar “Consultoria para o desenvolvimento, implantação e execução de metodologia de melhoria para planejamento e otimização da gestão pública, incluindo a revisão de processos, readequação da estrutura organizacional, eliminação de desperdícios, redução de custos, incremento de receitas por meio da adoção das melhores práticas de gestão previstas no mercado”.
Entenderam o que a empresa vai fazer? Embora o objeto pomposamente descrito, não fará nada além do que um grupo de funcionários bem treinados faria, caso lhes fossem dados cursos e especializações a um custo infinitamente menor, já que não precisaria ser ministrado por uma multinacional.
O tal contrato foi assinado no dia 22 de junho passado, tem origem na chamada inexigibilidade (sem necessidade de concorrência) nº 07/2017, tem o número 55/2017 e a assinatura de Eliane Beraldo Abreu de Souza, secretária de Administração.
Ainda que o contrato seja por 12 meses, o que o Extrato publicado não diz, o custo deste aprendizado cunhista sairia por R$ 150 mil por mês. Ou, como gostam de dizer alguns áulicos e sabujos, “uma creche”, “uma UBS” ou “um asfaltamento” para um bairro inteiro, a cada mês. Mas, cada um sabe de si e de suas prioridades.
EVANGELISMO ‘PÚBLICO’
Para quem não sabe ainda, Olímpia comemora, a cada ano, a “Semana do Evangélico”, este ano em sua quinta edição. A “Semana” não é novidade na cidade, uma vez que, como indica o texto acima, já existe há cinco anos. Mas, talvez seja novidade o leitor saber que esta “Semana” é realizada às expensas dos cofres públicos.
Como neste caso, em que a atração maior será a cantora gospel (uma apropriação indevida, pois não existe o gênero gospel no Brasil) Priscilla Alcântara, que deve ser bastante conhecida entre os praticantes do evangelismo.
A prefeitura acaba de contratar a empresa Prikota Produções Artísticas Ltda-EPP, por meio da qual viabilizará o show artístico da cantora, “para realização de evento do calendário oficial do município”, a ser realizado no dia 20 de julho. O cachê da cantora é de módicos R$ 18 mil.
Antes, no dia 18 de julho, será realizado um Culto na Câmara Municipal, como início da “Semana”, a partir das 19h30. No sábado, dia 22, o Culto de Comunhão será realizado na Casa da Cultura, também a partir das 19h30, encerrando as atividades.
Detalhe: como se trata de evento encampado pelo município, o uso da Casa de Cultura não trará ônus nenhum a seus organizadores -as igrejas evangélicas locais. Caso contrário, a fazer-se cumprir a nova lei do prefeito Cunha, estas comunidades teriam que desembolsar uma taxa diária e uma caução de 15 Unidades Fiscais do Estado de São Paulo-UFESPs, ou R$ 376,05.