Não chegou até nós estes números, que conforme disse, no release disparado à imprensa não constava contagem de espectadores, mas o semanário Folha da Região trouxe em sua edição de sábado que “Mais de 6 mil pessoas viram desfiles das escolas de samba”, bem como “Cerca de seis mil foliões foram aos bailes de carnaval no recinto”.
Este segundo título, até nem carece de comentários, porque é descarada e vergonhosamente mentiroso (não que seja culpa do jornal, mas também não dá para dizer que foi induzido seu editor a erro, dada a experiência na estrada).
Acertadamente pode se dizer que nem mil pessoas foram aos bailes de carnaval no recinto. E pode-se dizer, também, que nem chamando o reforço do público do show da sexta-feira daria este tanto de gente. Ou até daria. Mas compondo cerca de 90% ou pouco menos que isso do total de público no sambódromo do curupira.
Para comentar a quantidade de gente na Avenida Menina-Moça, nas duas noites de desfiles carnavalescos, reproduzo, antes, o critério técnico oficial usado para medir multidões.
Existe uma certa tendência dos organizadores de determinado evento em “inflar” o número de pessoas que participaram. Em um evento político, o partido que organiza sempre tende a aumentar o número de pessoas. Já o partido contra tende a diminuí-lo. Como chegar em um número satisfatório e próximo do real?
De acordo com engenheiros e estudiosos, o número de pessoas que cabem em 1 m², em um local com grande concentração de pessoas, é de no máximo 7 pessoas com estaturas medianas e com peso de 60 kg. Isso com as pessoas se espremendo umas nas outras. É mais objetivo levar em consideração um número de 3 a 4 pessoas, mas este número ainda pode variar.
Vamos considerar seis pessoas por metro quadrado, para ficarmos nos números divulgados? Um metro quadrado, seis pessoas. Dez metros quadrados, 60 pessoas. Cem metros quadrados, 600 pessoas. Mil metros quadrados, seis mil pessoas. lembrando que esta medida seria a de um campo de futebol, com as pessoas aglomeradas entre si, e ocupando um metro quadrado cada seis delas.
Agora voltemos nossos pensamentos ao local de realização dos desfiles e façamos um cálculo… Vejam a foto acima. Calculou? Fim.
(PS: disse no post anterior que era o balanço final do Carnaval. Mas não poderíamos nos calar diante desta “pós-verdade” somente hoje chegada ao nosso conhecimento)