Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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‘Pega-pega’ entre Rodrigo e Tarcísio é a incógnita do 2º turno

O vento do otimismo parece soprar favoravelmente para os lados da campanha do atual governador Rodrigo Garcia, tucano que tenta a recondução ao cargo, e seu vice Geninho Zuliani, do União Brasil, a dupla “pão com pão” que parece estar “desencravando”.

Os números do Datafolha desta quinta-feira, 15, injetou adrenalina nos candidatos e seus correligionários que agora, mais do que nunca, passaram a apostar em Garcia no segundo turno, e na vitória sobre Fernando Haddad, candidato do PT, que tudo leva a crer está consolidado para a próxima fase da disputa.

Os números da pesquisa divulgado pelo JN e depois espalhado pelas redes sociais e outros canais de TV mostraram o ex-ministro e ex-prefeito petista à frente, com 36% das intenções de voto, depois o ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, com 22%, e o atual governador, Rodrigo Garcia, com 19%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, haveria um empate técnico no segundo lugar.

Há muito pouco indecisos, na casa dos 7%, enquanto “brancos” e “nulos” somaram 11% dos entrevistados. E o que se vê neste momento, é Garcia crescendo entre os eleitores que não são de Tarcísio nem de Haddad. Porque ambos cresceram também neste levantamento.

Tarcísio vem crescendo na sequência de apurações, como Garcia. Portanto, a prosseguir esta situação, ambos talvez cheguem às urnas em situação de empate técnico se não houver uma disparada de um ou de outro, ou a queda ou estagnação de Tarcísio.

A impressão que dá é que o governador-candidato está conseguindo convencer indecisos e os “brancos” e “nulos”. Portanto, não estaria “virando voto”. Até mesmo porque, quem é Haddad não o deixaria por Rodrigo, o mesmo dizendo dos bolsonaristas, que neste primeiro turno jamais vão abandonar o ex-ministro pelo tucano.

Mas, no cenário de segundo turno, a migração dos votos de Tarcísio para Garcia é grande. A ponto de colocar em risco a superioridade numérica de Haddad. A ponto de levar a trupe garciista a “ter certeza” que num segundo turno com o petista eles levam. A ponto de já se observar que aquilo que estaria ainda num estágio de esperança, já o suplanta e se transforma em estado de arrogância por parte de certos correligionários.

O quadro de segundo turno, mostrado pelo Datafolha, coloca Fernando Haddad com 54% contra Tarcísio de Freitas, que teria os mesmos 36% de Bolsonaro no estado, aparentemente, e contra Rodrigo Garcia, Haddad teria 47% por 41%. Apenas 6% à frente estaria Haddad. Ou quase 2,1 milhões de votos.

Observem a “dança dos votos” apurada aí. Percebe-se que o petista atrai votos de Garcia, porque vai de 36% para 54%, ou seja, ganha 18% dos votos “soltos”, uma bagatela de 6,24 milhões de sufrágios. O bolsonarista, por sua vez, ganharia 14% mais de votos, perto de 4,8 milhões. Ou seja, mais votos de Rodrigo e alguns dos demais candidatos somariam com Haddad.

Porém, a segunda hipótese, Rodrigo versus Haddad torna-se mais reveladora sobre a tendência de migração de votos. Rodrigo pularia de 19% para 41%, ganhando, portanto, 22% dos votos numa cacetada só, presumivelmente votos bolsonaristas da primeira disputa, enquanto o petista perderia 7% do total registrado contra o bolsonarista, batendo nos 47%.

Observem, pois, que Garcia ganha algo em torno de 7,63 milhões de votos e ainda chega à “arena” do segundo turno com quase 2,1 milhões de votos a menos que Haddad.

Tarefa hercúlea a ser desenvolvida pela máquina estatal, que o governador tem usado despudoradamente, na sua necessidade insana de ganhar esta contenda. E não só para preservar a hegemonia tucana entre os paulistas mas, principalmente, para não vir a ser o “coveiro” dela.

O quadro está dado. Sem senões, nem quês, nem porquês. Unicamente baseado nos últimos números do Datafolha, talvez o instituto de maior credibilidade entre políticos, imprensa e pensadores do meio, formuladores de estratégias.

Pode ser que daqui uma semana, quando outro levantamento surgir, tudo tenha mudado. Para melhor ou para pior. E este quadro de agora de nada valha.

Mas, antes de saírem por aí dizendo que Garcia já ganhou a eleição contra o primeiro colocado neste primeiro turno e o de maior intenção de votos no segundo, é preciso tirar uma pedra do caminho, e ela se chama Tarcísio de Freitas.

No momento 3% ou pouco mais de um milhão de votos à frente do governador-candidato. E, repetimos, Garcia não está tirando votos dele, nem de Haddad, à primeira vista.

E se a tendência de subida do ex-ministro de Infra-Estrutura se mantiver neste nível e a de Garcia também? Vamos ter uma corrida de “pega-pega” até o momento final, para se decidir na boca-de-urna? Esta que já foi mais efetiva antes das “amarras” impostas aos pleitos eleitorais pelo TSE?

Bom, logo mais adiante seremos testemunhas de uma espécie de “milagre da multiplicação dos votos”, ou assistiremos a um esgotamento deste crescimento. A partir de amanhã, 18 de setembro, faltarão exatos 15 dias para os eleitores digitarem os números de seus candidatos nas urnas eletrônicas.

E daqui uma semana, com novo Datafolha, teremos novas informações sobre os números da disputa paulista. Podem ser iguais, podem ser diferentes, pode haver reviravolta entre os dois segundo colocados, pode acontecer uma tragédia e Haddad despencar…

Tudo é possível. Mas, acreditamos que então já dará para saber quem a moça bonita do baile -a vitória-, escolherá para a primeira contradança.

MUDANDO DE ASSUNTO:
Arrecadação com IPVA até agora na
Estância está 12% acima de 2021

A arrecadação com o Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores, o IPVA deste ano, em relação a 2021 na Estância Turística de Olímpia, está pouco mais de 12% maior, segundo valores expressos no setor de “Repasses de Tributos a Municípios”, na página oficial da Secretaria Estadual da Fazenda, na internet.

No ano passado, com repasses de valores variáveis por 12 meses, o total da arrecadação ficou em R$ 11.084.517,11. O mês de maior volume em dinheiro foi janeiro, claro, quando o proprietário pode fazer a opção pelo pagamento à vista, rendendo aos cofres da prefeitura, R$ 4.661.879,41.

O mês de menor volume financeiro foi novembro, com apenas R$ 248.033,45, enquanto fevereiro foi o segundo mês de maior valor de repasse, R$ 1.912,566,73, e março o terceiro, com R$ 1.349.983,99. A partir de abril, todos os repasses ficaram abaixo de R$ 500 mil.

Este ano de 2022, os repasses ficaram acima de 2021 mesmo computando-se apenas oito meses até agora, não se sabendo se haverá montante a receber a partir deste mês, uma vez que na segunda semana de repasses, setembro está zerado em IPVA. Os repasses da Fazenda, incluindo o ICMS, Fundo de Exportação e “Complementos”, são feitos sempre às terças-feiras.

Computando-se então oito meses de 2022, o caixa da Estância foi recheado com R$ 12.146.818,50. Porém, na arrecadação de janeiro, no ano passado o montante ficou quase R$ 50 mil acima do deste ano, mais exatamente R$ 48.254,08. Em janeiro 2022 o repasse foi de R$ 4.613.625,33, contra os R$ 4.661.879,41 de janeiro/2021.

O mês de menor arrecadação, desta vez foi julho, com R$ 484.863,74. Fevereiro, igualmente a 2021, foi o segundo em valores, com R$ 1.641.643,89. No quadro deste ano, março, abril e maio tiveram repasses acima da casa de R$ 1 milhão.

A título de informação, computados todos os demais itens dos repasses até a segunda terça-feira deste mês, em oito meses e meio, portanto, Olímpia já recebeu mais de R$ 47 milhões em tributos remetidos como cota-parte à cidade pelo Governo do Estado. Em 2021, nos 12 meses corridos, estes repasses ficaram na casa dos R$ 56,2 milhões.

O ‘pão com pão’ vai atropelar? A trupe acredita nisso

A trupe rodriguiana está em festa. O governador e candidato à reeleição deu uma longa caminhada em direção aos oponentes que estão à frente. Os números mostrados esta semana pelas recentes pesquisas dão ânimo e faz crescer entre eles a esperança de um segundo turno básico, até mesmo contra Tarcísio de Freitas, eis que a crença da turma do governador é a de que Haddad continuará caindo até sair da disputa.

Excesso de confiança à parte, continuo a dizer que, enquanto esperam pelo inesperado, a artilharia de Garcia tem que mirar o bolsonarista, por via das dúvidas. Mas, no horário eleitoral gratuito vê-se o candidato de Dória atacar Haddad, talvez por imaginar maior fragilidade no candidato petista, apostando forte no antipetismo dos paulistas.

E também vislumbrando as dificuldades havidas para abater o bolsonarista. E o mote de que ele é “carioca” parece não estar colando porque na mesma medida em que o paulista não gosta do PT, parece que gosta de quem vem da cidade maravilhosa. Ainda que seja para governá-lo. E de nada adianta enfatizar que estão entregando o destino da “locomotiva do Brasil” para quem não conhece os trilhos a serem percorridos.

Chega a ser surreal porque se pedirem para Tarcísio sair de São Paulo e ir, por exemplo, para um município pequeno ou médio qualquer do Estado sem uso de indicadores de direção, e apontar apenas a estrada a seguir, duvidamos que tenha noção de para onde está indo.

Mas é esse cidadão sem noção de Estado que faz sombra a Garcia, aquele que já foi deputado estadual por três mandatos e deputado federal por dois mandatos seguidos, por São Paulo. Incongruência paulista, a gente vê por aqui.

Mas, Garcia e sua trupe estão firmes no propósito de que a paulistada vai ter um breve surto de racionalidade e vai esquecer a aventura de querer ter um “carioca” no comando do governo. Até porque, se isso não acontecer, tudo vira esperança: a de que Haddad não estanque uma provável tendência de queda, abrindo-lhe a vaga para o segundo turno. Onde, acreditam piamente, baterão Tarcísio.

Mas, o que diz o último Datafolha sobre a contenda em São Paulo? Que Garcia tem 15% da preferência dos eleitores, subindo, portanto, quatro pontos em 30 dias; Tarcísio tem 21% do eleitorado, subida de cinco pontos, enquanto Haddad caiu de 38 para 35, três pontos.

Bom, para almejar o segundo turno Rodrigo depende de três coisas fundamentais: ser um fenômeno do crescimento na preferência do eleitorado, tipo formar uma “onda” rodriguiana na base da empolgação, e crescimento mínimo de 0,5% ao dia, para somar 15% até o pleito; ou crescer pelo menos 5% nos próximos 29 dias que faltam para o pleito; neste caso, Tarcísio tem que parar de crescer, estacionar nos 21%, o que parece ser impossível; e por fim, que o candidato petista caia como em um profundo abismo, abrindo a vaga para ele disputar com o “carioca”.

Porque ainda que Haddad perca mais cinco pontos até o dia da eleição, ficará com 30%. Ainda que Tarcísio não cresça mais que os 21%, ainda está no páreo do segundo turno. E se Garcia crescer cinco pontos neste mesmo período, baterá nos 20% às portas da votação. Empate técnico.

Já vi eleições virarem na boca de urna. E caso chegue em situação de empate com Tarcísio, não tenham dúvidas que Rodrigo e sua trupe ganham a vaga no segundo turno. Mas, para isso acontecer, avaliem bem as condições postas acima.

Um amigo comum próximo a Garcia me disse outro dia: “O pão com pão vai atropelar”, tendo como base pesquisa divulgada pelo SBT, que encomendou o serviço junto à Sinfor, uma agência de propaganda e pesquisa com fortes laços com a administração municipal olimpiense e agora também com o Legislativo da Estância Turística.

A área de abrangência foi só São José do Rio Preto, onde Rodrigo aparece com 29,8% da preferência do eleitorado, tendo crescido praticamente seis pontos de junho para cá, portanto, em 90 dias. Mas Haddad, o segundo colocado, partiu de 18% em junho, para 22,9% agora, crescimento de praticamente 5%. E Tarcísio, o “carioca”, partiu de 15,5% em junho para o patamar atual de 20,4%, também cravando cinco pontos de crescimento.

Rodrigo vencerá em Rio Preto, o maior colégio eleitoral da Região Metropolitana, não tenham dúvidas. Mas, e o entorno? E Olímpia? Aqui não se tem uma medição divulgada publicamente. Tudo leva a crer que haverá uma vitória de Tarcísio, se ficarmos na análise superficial levando em conta o comportamento do eleitorado desta terra nos muitos pleitos havidos.

Somado a isso, há a mágoa do olimpiense com a mudança de endereço e cidade feito por Geninho Zuliani, seu vice, migrando para Rio Preto, desprezando a urbe onde foi prefeito por duas vezes.

Essa é a incógnita a ser posta em relação aos demais municípios, onde Garcia e sua trupe garantem ter a supremacia e apoio de todos os prefeitos. Este mesmo amigo disse também: “No interior é nosso”.

A crer nisso, o neotucano já ganhou. Agora só falta ganhar.

No ‘curral eleitoral’ de prefeitos Garcia está bem, mas, cadê seus eleitores?

Em termos de apoio entre a prefeitaiada da Região Metropolitana de São José do Rio Preto, o governador candidato à reeleição pelo PSDB, Rodrigo Garcia, “é o bicho”, como se diz. Estes são os cabos eleitorais sempre cobiçados por postulantes aos governos estadual e federal. E seriam, em tese, os donos de mais de 750 mil votos que a região comporta.

E desta vez, como pontua reportagem do jornal “Diário da Região”, de Rio Preto, esta trupe de gestores foi colocada à prova na corrida ao Palácio dos Bandeirantes.

Porém, quando o comando da campanha de Garcia “enche a boca” para falar que o tucano conta com apoio da maioria esmagadora dos prefeitos paulistas, cria um contrassenso: porque ao mesmo tempo, este mesmo comando manifesta a preocupação com o fato dele ser “pouco conhecido” neste mesmo estado, a ponto de estar, neste início de campanha eleitoral via TV e rádio, fazendo sua apresentações, no estilho “olá, sou Rodrigo Garcia”.

Não é segredo para ninguém que Garcia gastou os tubos na pré-campanha, liberando dinheiro a torto e a direito para a prefeitaiada. Porém, até o momento ainda não se pode sentir o peso deste apoio na posição do governador na corrida pelos votos.

Porque, com apenas um apoio de prefeito, no caso a “entusiasmada” prefeita de Potirendaba, Gi Franzotti, do PTB, que também defende a reeleição de Jair Bolsonaro, do PL, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, está na segunda posição, e Fernando Haddad, do PT, que tem apoio zero de prefeitos deste mesma vasta região, está disparado na frente.

Então, será que é algo para se comemorar, ou para se preocupar? Última pesquisa Datafolha divulgada no dia 18 de agosto mostra o ex-prefeito Fernando Haddad com 38% das intenções de voto, seguido pelo ex-ministro Tarcísio Gomes de Freitas com 16%, e o governador candidato à reeleição com 11%.

Este resultado já abarca a repercussão e o trabalho de apoio maciço dos prefeitos ou tudo vai começar agora? Os prefeitos ainda não se empenharam na campanha, não arregaçaram as mangas, ou se empenharam e se empenham, mas precisam trabalhar mais efetivamente se querem a reeleição do chefe-em-turno?

Porque já disse aqui e repito. No momento, o adversário de Garcia é Tarcísio. Ele precisa galgar o degrau que o levará ao segundo turno. A menos que Haddad dê sinais de fraqueza, de definhamento na preferência do eleitor, assim facilitando uma artilharia mais pesada, possibilitando ir ao segundo turno com Tarcísio, Garcia tem endereço certo para seus ataques.

Há outras pesquisas que a assessoria do candidato distribui nas redes sociais para seguidores e incautos, onde o governador é colocado em situação de empate, e com 20% das intenções de votos, por exemplo, mas com certeza esta trupe reconhece que o Datafolha é o que inspira maior confiança.

E terá uma nova rodada na semana que vem, com o Horário Eleitoral já bombando. E faltando 32 dias para o eleitor digitar os números de sua preferência nas revolucionárias urnas eletrônicas. Se a situação não tiver mudado nada em favor de Garcia, ou se mudada, Tarcísio apresentar uma melhora, mantendo o distanciamento, e Haddad der sinais de consolidação, haverá tempo para uma disparada?

Talvez uma das maiores dificuldades de Garcia no PSDB até então hegemônico no Estado, seja a falta de “aderência” ao tucanato. Ou seja, o governador não conseguiu introjetar em si o espirito tucano, os trejeitos, a mensagem que fale direto ao coração tucano de modo geral. Ainda é tido como “um estranho no ninho”. Talvez até mesmo como um “usurpador” desta simbologia. E sabemos que não é fácil esta tarefa da conquista de tão diversificada fauna.

Mas, talvez Garcia tenha já abocanhado os “tucanos possíveis” e agora precise “caçar” em outras paragens onde tucanos não habitam. E aí que estaria o nó górdio da questão. Ou ainda faltem tucanos a conquistar e estes poderão fazer a diferença em seu favor (uma hipótese).

Lembrando que fazemos aqui um retrato do momento, do visto até aqui. Amanhã será outro dia, e os outros amanhãs, dias seguidos de trabalho. Garcia não é bobo. Seu vice, Geninho (União Brasil), o mais improvável dos políticos de nossa região (numa remissão ao passado nada remoto), de ascensão meteórica, muito menos. Ambos se entendem perfeitamente, e ambos sabem como jogar nos campos do interior.

E a bola está em jogo. O campeonato é curto, na verdade um torneio onde o adversário mais ferrenho de Garcia e Geninho está posto, jogando o jogo de seu treinador, o presidente Jair Bolsonaro. Lembrando que Garcia não tem um treinador de peso na área reservada, a “puxar” a equipe. Todos os caciques tucanos o abandonaram.

E ele atualmente representa o mais demista dos tucanos em plena campanha. Ou seria o mais uniãobrasilista dos tucanos. Aí está. Pode ser apenas uma questão de falta de identidade. Fazendo o tucanato-raiz manter um pé atrás. Veremos no correr dos dias…

Garcia e Geninho: a busca por um happy end eleitoral

O PSDB está na iminência de uma tragédia em São Paulo?
Que cuidados Geninho Zuliani precisa tomar?

A semana começou com duas tristes noticias em torno do grupo político de Geninho Zuliani (União Brasil) e Rodrigo Garcia (PSDB). Embora suas peregrinações incessantes por várias regiões do Estado, visando tornar Garcia mais conhecido, os resultados não têm sido lá muito animadores.

Isto porque, dentro do próprio grupo as coisas andam fervendo de um modo negativo. Começa com o União Brasil, elemento forte no apoio a Garcia, que está à deriva no cenário político paulista e nacional. Está feito “cachorro que caiu da mudança”, sem saber para onde ir.

De momento abandonou a fracassada “Terceira Via”, deu um pé em João Dória (PSDB) e pretende lançar a candidatura a presidente do seu presidente nacional, deputado Luciano Bivar (PE), conforme anunciado no início da noite de quarta-feira passada, dia 4.

Em vídeo divulgado online, Bivar disse que o partido esperou até o último momento por uma coligação com outros partidos. O próprio Bivar é o nome definido pela legenda até agora.

E Dória? As conversas iniciais eram de que o grupo fecharia com ele. Mas, o candidato-playboyzinho foi defenestrado do grupo, ainda que disfarçadamente, está “cristianizado” e fingindo que está tudo bem. PSDB e União também fingem que está tudo bem. E Bivar é só fogo de palha.

Essa desintegração atrapalha bastante a caminhada de Rodrigo Garcia, que embora seu périplo por aqui e acolá, fazendo uma espécie de “governo itinerante”, não venha passando de cinco a oito por cento nas diferentes pesquisas que são anunciadas.

Está feito um “Silvio Santos” nas noites de domingo: distribuindo dinheiro à farta a prefeitos e entidades, principalmente aquelas que militam em torno da saúde. As emendas parlamentares estão jorrando em apoio aos seus candidatos a deputados estaduais e federais. Uma verdadeira festa com dinheiro público.

Um exemplo foi o seu périplo pela Região Metropolitana de São José do Rio Preto, na segunda-feira, dia 2 de maio, quando abriu um um “pacote de bondades” de R$ 535 milhões. Juntou mais de uma centena de prefeitos e vereadores e falou para cerca de mil pessoas. Garcia depende muito desta região, seu berço natal e político. Se a RM de Rio Preto falhar com ele, já era. Vexame na certa. Fim da carreira política(?).

O candidato à reeleição, ao que parece, conta também com Olímpia nesta empreitada. Se não, não teria partido de seu “pacote”, nada menos que R$ 176 milhões para a anunciada duplicação da Rodovia Assis Chateaubriand, entre Olímpia e Guapiaçu, um trecho de 33 quilômetros.

O anúncio foi feito com bastante euforia pelo Fernando Augusto Cunha (PSD), em vídeo gravado no Trevão da cidade e espalhado por suas redes sociais e pelas redes do município. O edital sai em junho, e “Olímpia ganhará quatro novas entradas, com trevos em desníveis. Será uma duplicação sem pedágio”, enfatizou Cunha, que nas eleições de 2018 deu apoio incondicional a Márcio França (PSB), contra Dória e Rodrigo de vice, e contra também, se lembram?, Geninho Zuliani.

Cunha “conseguiu” um bom resultado, 24,11%, ou 5.720 votos para França no primeiro turno, número que quase dobrou no segundo turno, pulando para 43,78% do total de votantes válidos, ou 11.203 votos. E neste meio tempo, aproveitava para apoiar outros candidatos a federal, indiretamente, “contratando” vereadores para trabalhar por pelo menos dois ou três candidatos. Tudo para “derrubar” Geninho. Mas, hoje isso não vem ao caso. Rusgas aparadas e, atualmente, Cunha e Geninho são “amigassos”.

Voltemos a Garcia, que atualmente é o terceiro maior índice de rejeição entre os candidatos ao governo de São Paulo, com 43,1% de indicações “não votaria nele de jeito nenhum” entre os eleitores entrevistados. Aqueles que marcam “certeza” de voto no tucano somam apenas 1,6%, apontam pesquisas. Esta é da Paraná Pesquisas. Ou seja, Garcia precisa correr muito para, pelo menos, não deixar um bolsonarista carioca ocupar a cadeira do Bandeirantes.

Ou, na pior das hipóteses, não deixar o “estrangeiro” ocupar a terceira ou segunda colocação entre os candidatos ao cargo. Porque vai ficar feio demais. E será o enterro definitivo do PSDB em São Paulo. E o estigma recairá sobre si. Pois teria bastado um ex-demista para a derrocada dos hegemônicos tucanos em São Paulo. Com amigo assim, quem precisa de inimigo?

E, assim, chegamos ao “braço estendido” da tragédia que se anuncia: Geninho Zuliani (União Brasil), aquele que já foi olimpiense um dia e hoje adotou São José do Rio Preto como sua terra do coração. Chegou por aquelas plagas com pompa e circunstância, mas já amarga uma terrível derrota política.

Esta semana teve uma notícia indigesta. O prefeito Edinho Araújo (MDB) decidiu que seu filho, Edinho, será o seu candidato a deputado federal. Em dobradinha com o também “queridinho” do deputado e, por extensão, de certa parcela de olimpienses, Itamar Borges, o “Bigodinho”. Ou seja, Rio Preto está fechada e Geninho vai ter que “dar murro em ponta de faca” para não ter uma votação decepcionante.

Bom, Rio Preto tinha, segundo o último boletim de votação, 328.658 eleitores aptos a votarem. Nestas eleições, deve bater aí nos 340 mil? É voto a não acabar mais. Se bobear, Edinho Filho sai eleito da própria Rio Preto. Esperança que Geninho alimentava. Mesmo assim, Geninho deverá abocanhar um bocado destes votos, mas não tanto quanto imaginava ser possível.

E o apadrinhamento de Edinho era fundamental em seus planos. O que aconteceu nestes bastidores, ninguém, dos pobres mortais, sabe. Tem cheiro de traição no ar? Tem.

Mas, não se sabe se havia qualquer acordo prévio entre eles, embora não seja possível imaginar que Zuliani tenha se mudado de mala e cuia para Rio Preto “do nada”, sem que houvesse uma forte motivação eleitoral para tanto. O deputado não é um néscio em política, e muito menos em eleições.

Só vai ter que correr um pouco mais. Talvez por isso esteja afastado da Câmara já há um mês, conforme revelou esta semana o colega Cléber Luis, da Rádio Difusora que, ao conferir como Geninho teria votado em determinado projeto polêmico, descobriu que fazia um mês que ele não comparece na Câmara Federal.

Conversando com o deputado, soube que ele está de licença médica, com problemas de circulação sangüínea, sem poder viajar de avião. Mas, tem mantido a circulação política a mil por hora, participando da jornada eleitoral. Talvez viajar de carro não lhe traga transtornos circulares.

Enfim, ainda falta muita água para encher esta piscina. Aguardemos os próximos capítulos, na expectativa de que o roteiro pessimista elaborado até aqui, mude para um mais suave, com final feliz. Ou, pelo menos, não tão trágico como se anuncia.

implosão do DEM deverá abalar ninho tucano local

O presidente do Diretório Municipal do PSDB de Olímpia, Gustavo Pimenta, está na miúda. Por hora está degustando o sabor de ter suas duas contas – de 2017 e 2018 – no Legislativo olimpiense aprovadas. Com isso, seu vínculo com aquela Casa de Leis fica zerado.

Porém, se está livre desta dor de cabeça temporária, ao que tudo indica, agora terá uma mais permanente. Ainda não se sabe em que medida a filiação do vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia, ao PSDB, na tarde de ontem, irá sacudir o ninho tucano na Estância Turística.

Na verdade, nem Pimenta também o sabe com segurança. E imagino que muito menos os demais integrantes do Diretório Municipal.

Mas ao mudar do DEM para o PSDB Garcia já causou estrago nas hostes do partido, uma vez que jogou para escanteio o cacique Geraldo Alckmin, quatro vezes governador do Estado.

O “Picolé de Xuxu” jamais esperou uma rateira deste tamanho, pois já arregaçava as mangas para voltar à principal cadeira do Bandeirantes.

Não sendo possível, já sonda outros partidos para migrar. A vaga é de Garcia, por imposição de Dória, improvável nova liderança tucana (daí conclui-se quão anódinos são os cabeças da tucanagem).

E o “terremoto” tucano não cessa por aí. Porque está chegando, também, Rodrigo Maia. Este demista, no entanto, está deixando o partido e migrando para o PSDB, devido às rusgas havidas quando da eleição da Mesa da Câmara, momento em que se sentiu traído pelo miúdo da Bahia, que não apoiou seu candidato para o cargo, Baleia Rossi, do MDB de São Paulo.

Ontem, sexta-feira, Rodrigo Maia decidiu formalizar seu pedido de saída do DEM. Mas, antes disso, já tinha a decisão da cacicada demista, de expulsá-lo do partido, com risco iminente de perder o cargo.

Já o nosso representante na Câmara Federal, deputado Geninho Zuliani, histórico cacique demista em Olímpia, partido pelo qual se elegeu vereador, prefeito por duas vezes e agora congressista, ainda não se manifestou quanto ao assunto.

A grande imprensa especula que ele não sairá do DEM. Ele mesmo teria dito isso. Mas, se sair e também migrar para o PSDB, aí a porca torce o rabo. Difícil imaginar Zuliani sem Rodrigo Garcia ao lado.

Com Rodrigo Maia brigado com as lideranças do DEM, Garcia abrigado no PSDB, é certo que Geninho perderia muito de sua representatividade na Câmara, pois deixaria de ser uma peça de peso no partido, que então estaria em mãos de desafetos do seu grupo político.

O PSDB, neste caso, seria o caminho natural de Zuliani? Sim, com grande probabilidade. Sem os “rodrigos” no DEM, a quem Zuliani se reportaria em nível de São Paulo e Brasília, que perdem seus dois principais articuladores?

Pode até ser que nada aconteça agora, que o deputado decida “cozinhar” os tucanos locais um pouco e, habilidoso como é politicamente, abrir caminhos para sua chegada num futuro próximo.

Mas, também é de se esperar que isso seja feito de outra forma, por abalo sísmico, pelo cisma em meio aos tucanos que têm o PSDB como feudo na cidade.

Aqui, para se ter uma ideia, Pimenta sustenta a imagem da renovação partidária. Ele, que detém a presidência da sigla por “herança paterna”.

O quadro tucano na cidade é formado por uma fração da “velha guarda” política, muitos dos quais apartados da militância e até mesmo da atividade política em si, há muitos anos delegada ao atual presidente, que pouco agregou ao partido.

O PSDB, fundado em Olímpia nos idos de 1988, já participando das eleições daquele ano, tanto para o Legislativo quanto para o Executivo, elegeu um vereador enquanto o candidato majoritário ocupou as últimas colocações.

Aliás, o PSDB nunca elegeu prefeito em Olímpia, ao longo de sua história, mas teve um vice, o próprio Pimenta, por duas gestões, exatamente com o atual deputado federal Geninho Zuliani, em 2009-2012/2013-2016.

Elegeu vereadores nas eleições de 88, 92 , 96, 2000, e depois só em 2012 elegeu outro vereador, culminando com a eleição de Pimenta em 2016. E agora, nas eleições de 2020, elege sua primeira vereadora. No total, seis edis em 28 anos de existência na Estância, salvo engano ou omissões.

Há que se respeitar o silêncio que virá. Mas há que se entendê-lo como aquele que precede a tempestade? O tempo dirá.

Vice-governador de SP deixa DEM para se filiar ao PSDB — Foto: Rodrigo Rodrigues/G1

Foto: Rodrigo Rodrigues/G1 – Lideranças históricas do PSDB Paulista como os ex-governadores Geraldo Alckmin e José Serra, e o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, não estiveram presentes no evento. A ausência deles expõe o racha dentro do partido, que enfrenta mais uma disputa eleitoral interna.

O ‘rebuliço’ tucano pode sacudir estruturas locais?

Até onde o rebuliço a ser provocado no PSDB paulista por causa de eventual acordo para Rodrigo Garcia ser o candidato ao governo paulista pela sigla pode sacudir as bases tucanas em Olímpia?

E até que ponto seria possível o próprio DEM perder seu representante-mor na cidade, o deputado federal Geninho Zuliani? E o prefeito Fernando Augusto Cunha, hoje no PSD, embarcaria na “frota” tucana? Como ficaria Gustavo Pimenta, histórico tucano da Estância?

São perguntas que emergem da movimentação anunciada pelo jornal O Estado de S. Paulo esta semana. Articulação que já de cara, em nível estadual faria uma vítima: Geraldo Alckmin.

O vice-governador de São Paulo recebeu apoio do grupo ligado ao prefeito Bruno Covas, neto de um dos fundadores da sigla, Mário Covas, em uma articulação que isolou o ex-governador Geraldo Alckmin no partido.

Potencial candidato à Presidência da República no ano que vem, o governador João Dória também apoia o nome de seu vice. A filiação de Garcia ao PSDB está marcada para 25 de junho.

Isso mudaria totalmente a configuração partidária paulista. Mas o que poderia ter levado Garcia a pensar em mudar de partido, uma vez que o DEM faz parte de sua história política e agora poderia vir a ter um governador?

A única explicação estaria nas desavenças havidas lá atrás, quando da eleição para a Mesa da Câmara, e o próprio Rodrigo Maia, cacique demista, ameaçou deixar a sigla, alegando ter sido traído pelo presidente nacional do DEM, ACM Neto, e se filiar ao PSDB.

E como ficaria o deputado federal Geninho Zuliani numa situação dessa? Ele, cujo berço político foi o DEM, e pelo qual já foi prefeito duas vezes e pelo qual hoje ocupa uma cadeira na Câmara?

Se mudar, a quem entregaria a direção partidária demista na cidade? Cadê uma liderança para tal?

Assumindo o deputado sua parte tucana, como ficaria a situação em relação ao atual detentor do partido na cidade, o ex-vereador, ex-presidente da Câmara e, antes, seu vice-prefeito por duas gestões?

É sabido que desde a última eleição, para sermos mais breves, Gustavo Pimenta e Zuliani não tomam café na mesma mesa. Por conta do não-apoio à candidatura a prefeito do tucano, que não recebeu o apoio esperado do deputado.

Pode até ser que nessa virada da mexida ambos “costurem” a peça esgarçada de suas relações?

Difícil dizer, até porque o limite da confiança mútua dificilmente irá se recompor em simples “costuras” políticas. Embora os interesses eleitorais…

Daí como fica a história do PSDB em Olímpia? Pimenta detém a sigla, pode-se dizer, por herança paterna, haja vista que o pai, Mauro Pimenta, é tucano das primeiras horas do partido, desde os idos de 88, ano de sua fundação.

Assim como Zuliani seria o detentor do DEM na cidade há pelo menos uns vinte anos. Nele fez carreira política. Daí ser difícil imaginar vê-lo deixar a sigla e ainda por cima sacudir a “irmandade” tucana local.

Pelo sim, pelo não e por via das dúvidas, certas aragens vindas do ninho indicam que já há tucano armado até os dentes na trincheira. Talvez tenhamos uma batalha épica.

E quanto ao prefeito Fernando Augusto Cunha? Hoje filiado ao PSD de Hilário Ruiz, já não vive mais em brancas nuvens com os próceres da sigla em nível local.

O partido hoje só detém um cargo de primeiro escalão no governo municipal, ocupado pelo vereador Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho que, digamos, nem reza mais tanto pela cartilha do seu mentor político, Hilário Ruiz.

Além disso, defenestrou o secretário da Saúde, Marcos Pagliuco, que foi a peça-chave do “acordão” partidário feito lá atrás, dispensa esta que até hoje permanece sem explicações satisfatórias e sob um manto de silêncio de Ruiz.

Entraria Cunha também no embate imaginário pela bandeira dos tucanos, vindo a ser a tentação política do partido, que “herdaria” uma prefeitura em um município pujante como Olímpia?

O PSDB tem caciques importantes. Conta com a simpatia inexplicável do povo paulista. Mas tais caciques são conservadores, o tucanato é uma espécie de confraria. Garcia passaria, antes, por um pente fino, neste caso.

Mas, o tucanato também contém um mar de interesses políticos imediatos, que ninguém é de ferro, e muita, muita vaidade.

Daí darem um pontapé no ex-governador Alckmin, que já não detém liderança nenhuma, para abrigar o amigão de última hora de Dória, que sonha com o Palácio do Planalto, é três palitos.

E Olímpia, entre dois flancos, se verá sacudida por este embate nos próximos meses? E até em que nível esse debate se dará?

Expectativa a ser abraçada agora pelas rodas políticas da cidade que, espera-se, estejam todos seus participantes, de máscaras contra a covid-19, quando debaterem o caloroso tema.

Olímpia, sempre à direita

A morte de Major Olímpio, na quinta-feira passada, trouxe à tona uma realidade histórico-eleitoral da Estância Turística de Olímpia: o voto sempre à direita.

A começar pelos prefeitos que ao longo da história governaram nossa urbe, até as formações do nosso Legislativo, que em seus 73 anos de existência, só elegeu um vereador até então tido como esquerda, Hilário Juliano Ruiz de Oliveira, então PT, que posteriormente alinhou-se, digamos, ao centro (PSD).

Nas votações para a presidência, governadores, Senado, Câmara Federal e Assembleia Legislativa, então, sempre a mancha direitista prevaleceu. Nunca um candidato de esquerda ganhou eleições em Olímpia para presidente ou governador, por exemplo.

E os candidatos a cargos proporcionais à direita do espectro político, sempre tiveram a preferência do eleitorado local, ainda que, por exemplo, tenhamos candidatos próprios de esquerda a cargos majoritários em nível local, ou proporcional em nível estadual -deputado federal ou estadual.

Nestes casos, o nome local esquerdista sempre amarga uma segunda posição, quando muito.

Sérgio Olimpio Gomes, o Major Olimpio, é a prova mais recente de como o olimpiense idolatra personas direitistas e, se apresentar vieses linha-dura, ao que parece, melhor ainda.

Este político falecido, natural de Presidente Venceslau e que nunca havia posto os pés nesta terra de São João Batista, conseguiu o feito extraordinário nas eleições de 2018, obtendo 30,36% dos votos válidos da cidade, ou seja, 12.380 votos, para o Senado.

Naquela eleição, seu oponente mais capacitado para a senadoria e, de longe, o mais conhecido dos olimpienses, era Eduardo Suplicy, do PT, que ficou na quinta colocação em Olímpia, com apenas 3.454 votos.

Major Olímpio torna-se, também, o fenômeno histórico das votações em Olímpia, uma vez que, antes dele, somente o hoje vice-governador Rodrigo Garcia havia conseguido o feito até então julgado extraordinário, nas eleições de 2010.

Na disputa por uma cadeira na Câmara Federal, arrebanhou 11.064 votos dos locais, tendo um cabo eleitoral que era o prefeito da cidade, Geninho Zuliani (DEM), hoje deputado federal.

Para Major Olímpio, que se saiba, nenhum político de peso ou liderança política alavancou sua candidatura na cidade.

A propósito deste tema, outras duas votações para o Senado ilustram bem: Mara Gabrilli, do PSDB, recebeu 22,42% de votos, ou 9.141, e Maurren Maggi, do PSB, partido que se esconde sob a carapaça de socialista, mas passa longe da esquerda, teve 10,82% dos votos, ou 4.413.

Até Tripoli (ouviu falar?) esteve à frente de Suplicy na Estância. Também tucano, partido sem nenhuma identificação com corrente nenhuma, ele teve em Olímpia 8,87% dos votos para o Senado, ou seja, 3.615.

O que explica isso? A presença majoritária das mulheres no eleitorado olimpiense, onde elas eram 51,93% (21.402) do eleitorado, contra 47,94% (19.709) dos homens?

Ou a explicação não está no gênero mas, sim, na faixa etária, sabendo-se que o contingente eleitoral acima de 50 anos em Olímpia era em 2018, de 16.365. O maior agrupamento entre todas as demais faixas etárias.

Mas, tínhamos aí, também, 17.479 eleitores dentro da faixa entre 30 até 16 anos.

Falou mais alto, pois, o conservadorismo arraigado do olimpiense “tradicional”, ou a fanfarronice inconsequente da juventude?

Há quem aposte no “voto de manada”, tão somente, impulsionado pelo fenômeno Jair Bolsonaro.

Esta última hipótese talvez nos faça ver que o olimpiense vota sem distinção na direita, seja homem, seja mulher, seja a faixa dos mais velhos, a intermediária ou a da juventude fanfarrona.

Olímpia é assim mesmo e pronto.

Anote aí você também…

Valter Trindade (à direita), o ex-da Saev, trabalha em sigilo no
Marco Regulatório proposto pelo deputado Geninho, em Brasília

Na semana passada falei aqui sobre a teoria conspiratória que corre na Estância, dando conta de que algo de “novo” pode acontecer na Daemo Ambiental.

A saída da então superintendente Tina Riscali, dizem, porque não teria concordado em ser apenas uma dirigente em stand-by, até que outro nome fosse encontrado, também é um forte indicador disso.

E como citei um jornal da região como ponto de partida para as especulações (ver aqui: Bastidores políticos e o caudaloso rio da imaginação, edição de sábado passado), reproduzo aqui na íntegra as notas que foram publicadas no dia 6 de fevereiro do ano passado, na coluna “Anote Aí”, do jornal “A Cidade”, de Votuporanga.

A foto acima é a mesma que ilustra as notas, bem como a legenda abaixo dela.

Aliança com o DEM
Durante os trabalhos de reabertura da Assembleia Legislativa, segunda-feira, dia 3, o governador João Doria (PSDB) encheu a bola do deputado federal Geninho Zuliani (DEM), de Olímpia. O agrado gerou uma especulação política.

Herói
O governador destacou que o deputado Geninho é um “herói” como relator do marco de saneamento, afirmando que o seu trabalho ficará para as gerações futuras. Para os observadores políticos, o discurso do governador mostra como o PSDB, de Doria, e o DEM, de Geninho, e do vice-governador Rodrigo Garcia, estão alinhados.

Justiça seja feita
Pouca gente sabe, mas o tal Marco Regulatório de Saneamento Básico, determinado pelo presidente Jair Bolsonaro como uma missão para o deputado Geninho Zuliani, na Câmara Federal, como modelo para o Brasil do futuro, tem a mão de um votuporanguense. Aliás, de um ex-superintendente da Saev, o Valter Trindade.

Sem alarde
O Valtinho Trindade dá uma de mineirinho. Ele trabalha em silêncio e, certamente, vai até advertir este colunista por esta notícia. Mas, acreditem, ele é a principal fonte do deputado sobre o assunto. Todo o projeto de saneamento vem sendo revisado pelo Valtinho. Ele é o homem de confiança de Geninho naquela área.

Ligação
Nunca é demais lembrar que o Valter Trindade, depois de deixar a Saev, no governo do prefeito Carlão Pignatari, foi contratado como principal assessor do prefeito de Olímpia, exatamente para solucionar o caso de água e esgoto daquele município. O prefeito de Olímpia era Geninho Zuliani.

Geninho, um político comum

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários. Miséria política, é o nome disso.

Artimanha com vistas a um futuro que talvez só ele e sua cúpula vislumbrem para Olímpia, subserviência aos “caciques” do partido, ou mera covardia política?

Como o nobre leitor classificaria a decisão do deputado federal Geninho Zuliani de deixar seus parceiros locais a ver navios, esperançosos que estavam de seguir caminhos próprios, de mãos dadas com um candidato majoritário que fosse do agrado de todos?

A artimanha caberia aí porque com a sua virada de mesa, o deputado desarrumou toda a oposição ao atual prefeito, além de pavimentar seu caminho com as facilidades eleitorais que ele tanto necessitava.

A subserviência viria como segunda possibilidade, uma vez que Cunha prefeito da Estância é resultado de uma “arrumação” do mentor político do deputado, Rodrigo Garcia, que agora desejaria tê-lo por mais quatro anos à frente do Executivo local, a fim, então, de levar a cabo a “artimanha” do amanhã.

A mais triste das possibilidades também pode ser verdadeira. Geninho apenas teria se acovardado diante de seu grupo e de seu principal oponente, já que teria que demonstrar suprema força política e de arregimentação.

E, lembremo-nos de que quase não consegue formar sequer uma chapa com condições de disputar cadeiras à Câmara de Vereadores. Precisou, em grande parte, contar com a boa vontade de amigos e correligionários.

Miséria política, é o nome disso.

Triste tal situação, para quem acaba de galgar dois degraus acima da seara política da província. Chegou lá e para muitos, seria a sacramentação como “ducis ingenium“. Mas, enganou-se quem assim raciocinou.

Geninho agora demonstra ser, isso sim, um político comum. Daqueles de muita sorte. Com capacidade infinita de conquistar votos, mas em nível local, haja vista sua penosa escalada ao Congresso.

(O que agora pode se inverter: terá facilidades lá fora (?), mas dificuldades aqui dentro. Seu protegido de turno foi vítima desta mesma tragédia. Perdeu sua reeleição à Assembleia paulista aqui na província)

Todos os que se dignaram a sair candidatos à Câmara de Vereadores pelo Democratas estão profundamente constrangidos. Não têm um nome à principal cadeira da Praça Rui Barbosa para chamarem de seu.

No fim das contas sobram quatro candidatos a prefeito na cidade, 129 candidatos a vereadores, dos quais talvez nenhum saia eleito das hostes do deputado.

Vergonha democrática. Ou seria do Democratas e seu, até então, principal personagem em nível local?

AS CARPIDEIRAS CHORAM O ANTI-MARKETING DE DÓRIA

O Diário Oficial do Estado trouxe na sexta-feira da semana passada, dia 1º de fevereiro, mais um corte de recursos que seriam destinados à Estância Turística de Olímpia. Desta vez, a área afetada foi a Saúde do município, principalmente a Santa Casa.

Por meio de uma resolução, o Governo do Estado de São Paulo determinou o cancelamento de aproximadamente R$ 1 milhão em convênios, sendo R$ 918 mil para investimentos em um tomógrafo no hospital e R$ 100 mil para custeio da Secretaria de Saúde. Foram 250 convênios com diversos municípios paulistas até agora.

Inicio este artigo destacando o último corte de verba feito pelo governador João Agripino da Costa Dória Jr., mais conhecido como João Dória, para a posteriori tentar acalmar as carpideiras do atual governo, que ficam “batendo bumbo” nas redes sociais a cada evento deste gênero.

De nossa parte, acreditamos ser tudo isso nada mais que um anti-marketing político do governo paulista, afeito que é às manchetes jornalísticas e certamente uma criação de imagem de governo criterioso na distribuição de recursos.

Dória vê “viés político’ em todos os convênios que ora cancela, no que não deixa de ter certa razão, uma vez que todos foram assinados no “apagar das luzes” do governo Márcio Luiz França Gomes, como forma de agradecimento pelo trabalho político-eleitoral desenvolvido por estes chefes de executivos.

(No caso de Olímpia foi infrutífero porque o então candidato Dória (PSDB) venceu no segundo turno das eleições com mais de 3,1 mil votos à frente de Márcio França (PSB). O ex-prefeito da capital recebeu em Olímpia 14.384 votos, contra 11.203 de seu oponente -neste caso, vê-se que por osmose. Dória recebeu no segundo turno, mais de 5,6 mil votos acima daqueles recebidos no primeiro. No dia 7 de outubro, Dória havia recebido 8.761 votos, e França, 5.720 votos. É só um detalhe).

Porém, o raciocínio lógico em tudo isso é que assim que “equacionar” os cofres do estado, Dória começará o processo de “acariciamento” dos descontentes, quando então as “vivandeiras” das redes sociais vão passar a maior vergonha alheia, tendo que aplaudir aquele que criticaram, no intuito, mais especificamente, de fomentar animosidades entre o prefeito, o deputado federal Geninho Zuliani, o vice, Rodrigo Garcia, e o próprio governador, além de deixa-los mal perante a opinião pública.

Como se o prefeito desta Estância tivesse escopo político para sustentar esta contenda. Não tem. Porque não tem aliados fora do círculo politico local. Sequer regionalmente é destaque. Cunha é um político local, e como tal deverá correr, sim, a “canequinha” pelos corredores dos Bandeirantes, sem o menor pudor. E detalhe: com Zuliani a tiracolo.

Meias ações, temores, excesso de prurido político não deverão ocupar nenhum espaço caso o alcaide queira impor sua personalidade político-administrativa a tantos olimpienses, que ainda o vêm, dois anos depois de assumir a cadeira principal da Praça Rui Barbosa, 54, como um agente fraco e sem iniciativa.

Dória vai voltar, não só a Olímpia, mas a todos os municípios que hoje choram suas verbas. E todos vão aplaudi-lo por sua “generosidade”. Aí já será o marketing. Não é difícil de entender…

ANÚNCIOS SEM PROVISÃO DE FUNDOS
Por outro lado, as carpideiras de Cunha choram o leite que sequer derramou. Choram verbas que sequer estavam alocadas, mas somente previstas dentro dos convênios extemporâneos de França.

Por exemplos, o de R$ 5 milhões para a duplicação da Rodovia Wilquem Manoel Neves até a Assis Chateau­briand, e o de R$ 3,9 milhões para a cobertura e remodelação do Recinto do Folclore, que alegam ser “verba destinada por lei pelo município ser Estância Turística”.

Recurso do DADE, portanto. Mas, convenhamos que gastar quase R$ 4 milhões do DADE para uma cobertura desnecessária do Recinto, quando tantas outras coisas são necessárias ali, é uma excentricidade.

Em ambos os casos a choradeira não se justifica, porque ambas as obras foram anunciadas, e a da Wilquem Neves iniciada, sem qualquer previsão de recebimento de recursos do Estado. Sequer assinatura de convênio havia.

Detalhe que no tocante à cobertura do Recinto, o anúncio da obra foi feito em agosto de 2017, ainda no governo Alckmin. E de lá para cá nada se fez para viabiliza-la.

Mais grave ainda, no caso da Wilquem Neves, Cunha fez licitação, contratou empresa e deu início às obras. Ou seja, a um custo aí a ser apurado, que ficou por conta dos cofres da Estância.

Dizem as carpideiras que “a cidade já contabiliza mais de R$ 10 milhões de recursos perdidos que seriam repassados pelo Governo do Estado”.

Como se pode perder o que não se tem? Convênios, ao que se saiba, são intenções. E por parte de Olímpia, pelo menos que se saiba, não foi cancelada nenhuma verba já alocada, chancelada. Sós os convênios de última hora de França.

“Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que os contratos e convênios, assim como questões orçamentárias, foram respeitadas e feitas dentro da legalidade”. Não há verba “tomada” da cidade. É exagero esta nota.

“A gestão reitera que buscará diálogo com o governador e a Casa Civil para garantir os recursos do município”. Alvíssaras! A única frase sensata oriunda deste governo municipal neste “imbróglio” todo.

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