Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

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NIQUINHA DESISTIU DE QUESTIONAR FUNERÁRIA?

(Do Planeta News)
A reportagem do Planeta News, por ser o veículo que mais rotineiramente cobre as sessões da Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia, vez ou outra recebe questionamentos sobre a postura do vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (Avante), quanto às cobranças que no ano passado vinha fazendo com relação à concessão dos serviços funerários pelo município, à empresa Antonieta Bonini Daud. Estes cidadãos dizem estranhar o profundo silêncio do vereador atualmente, que jurava não sossegar enquanto a situação não fosse resolvida.

O vereador, inclusive, não havia se dado por satisfeito nem com as explicações do advogado da empresa, que tem concessão até o ano de 2038. Ele chegou a chamar de “mentiras” as afirmações de João Luís Stelari. “Eu indaguei se (a empresa) cobrava algum valor para ajustar o defunto dentro do caixão, ele disse que não. Mas meu irmão pagou para isso, R$ 250”, disse o vereador após as explanações do causídico, no ano passado.

Detalhe que dá a medida do estado de espírito do vereador em relação à questão. Mas, sem nenhuma explicação plausível, Niquinha parou subitamente de falar do assunto, de cobrar do Executivo ou da própria empresa mudanças de parâmetros, o que tem intrigado cidadãos.

Recentemente o vereador foi inquirido na rede social a razão pela qual agora faz silêncio sobre o assunto, quando insinuaram que ele havia trocado as cobranças por um patrocínio da empresa ao Olímpia FC, agremiação que preside. Bastante irritado, Niquinha negou com veemência, até usando de palavras ásperas contra o perfil fake “Sabastião Santos”, no Facebook.

“Quando ele disse que só pararia de cobrar com o problema resolvido, até acreditei que finalmente tínhamos um vereador de coragem. Mas, por que ele se calou?”, perguntou um frequentador da Casa de Leis, que preferiu o anonimato. Uma fonte interna garantiu ao jornal que o atual presidente da Câmara não gosta nem de que o lembrem deste tema.

Uma de suas declarações foi essa, à época: “Vai ter que fazer uma mudança nessa concessão aqui em Olímpia. Já falei com vários advogados, e inclusive com o Jurídico desta Casa de Leis, e tem como revogar sim (o contrato), quando (os termos dele) está prejudicando o povo. E depois, não há lei que não possa ser revogada, é só todos os vereadores quererem. Não podemos ficar à mercê de uma empresa que desfruta de um serviço funeral e nada de beneficio trás para nossa cidade”.

Depois disso, Niquinha nunca mais falou sobre o assunto. E os cidadãos mais curiosos, como os que abordam a reportagem, gostariam de saber por qual motivo.

CUNHA NÃO SE INCOMODA COM A OPOSIÇÃO PORQUE ELA NÃO EXISTE!

O prefeito Cunha (PR) vem de anunciar, por meio de entrevista exclusiva concedida ao semanário Planeta News, que a oposição não o incomoda, e que não vai, em outras palavras, perder tempo com ela. Mas, se bem observado, o prefeito está dizendo não se incomodar com algo que não existe. Olhe para sua direita, olhe para sua esquerda. Agora olhe para cima e para baixo. Encontrou a oposição ao governo municipal?

A reportagem do jornal informa que esteve no Gabinete a convite do próprio prefeito, para receber informações “sobre o momento atual e os passos da administração no sentido de viabilizar obras com possibilidade de início em curto prazo”.

“Em poucas palavras, o chefe do Executivo falou sobre seu relacionamento com o Legislativo, referindo-se, ‘en passant’, ao posicionamento da oposição”, diz outro trecho do trabalho jornalístico. Sobre seu relacionamento com os integrantes da Casa de Leis, disse:

Se eu pudesse resumir diria que trabalhei para resgatar a dignidade do mandato dos vereadores. Eles são independentes, mas a maioria trabalha pela cidade, sem nenhuma conotação pessoal. Todos têm liberdade de atuação, sem qualquer compromisso comigo nem troca de favores para votar projetos. Tem sido da maior qualidade a relação entre a Prefeitura e a Câmara Municipal.

Não está totalmente errado o alcaide ao fazer esta análise. Sim, ele conta com uma Câmara dócil a seus interesses e proposituras, postura observada até em quem se elegeu sob a pecha de oposicionista ou por partido tido como de oposição. Cunha não tem tido dificuldade alguma para aprovar projetos ou obter o quer que seja que dependa dos nobres edis. Exceto por um desde o início, exceto agora por dois.

Uma única voz se erguia até então, pelo menos para questionar sobre detalhes dúbios de projetos e por apresentar outros, polêmicos, sempre rechaçados pela bancada cunhista. Mas, Flávio Olmos (DEM) nunca se furtou a aprovar projetos que sejam do real interesse coletivo.

Agora voltou Salata (PP), como se diz, com “sangue nos olhos”, devido ao episódio que todos já conhecem. Vai ser uma voz dissonante? Sem sombra de dúvidas que vai. Mas, até onde poderá chegar? E outra certeza é a de que não se furtará, também, a aprovar projetos de real interesse público, porém não sem antes proporcionar desgastes à base governista.

E, por enquanto, só isso.

À pergunta sobre se a oposição incomoda, Cunha assim respondeu:

A oposição tem sido desprovida de fatos relevantes. Então, ela não me incomoda e não vou ficar respondendo a cada ato porque eles tentam criar fatos do tipo ‘está economizando na merenda’. Não, na merenda estamos eliminando desperdício (…).  Aí criam factoides e crises onde não existem. Nós estamos fazendo economia onde havia desperdício, onde é necessário estamos alocando recursos que a cidade precisa. Só ficarei incomodado com oposição que venha prejudicar a cidade. Serei o primeiro a denunciar se isso ocorrer.

Bom, difícil detectar aqui a que oposição o prefeito se refere. Fazer críticas à nova sistemática da merenda não são poucos os que estão fazendo. Mas ele não pode carimbar em pais de crianças da rede municipal de ensino a pecha de “oposição”, pois que são cidadãos pagadores de impostos, estes mesmos impostos que pagam a merenda que em certas situações, estes pais veem sonegada a seus filhos.

Se estiver se referindo à Câmara, a situação é a que retratamos acima. Refere-se o prefeito, à imprensa local? Mas qual? Se até “audiência” ele concedeu ao editor do semanário já citado, e tem as portas abertas nos “modernosos” meios de comunicação locais, para entrevistas ao vivo, onde fala o que quer, e do jeito que quer?

Onde conseguiu a alquimia de transformar um outro semanário, outrora leão que rugia, hoje gatinho que mia? E do seu editor processou um baba-ovo inimaginável?

Pode até ser possível que este estado de coisas seja a chamada “lua-de-mel” de que goza todo mandatário de turno nos primórdios de sua gestão. Amanhã o quadro pode mudar, embora não se vislumbre esta possibilidade. Mas, como política é como a nuvem…

Por ora, Cunha falar em oposição é mimimi. Mas talvez tenha apenas respondido à pergunta que lhe fora feita. Porque vislumbrar sanhas oposicionistas ao seu governo é surreal. Independentemente do milagre que eventualmente tenha operado.

Mas, se vislumbra faíscas de oposição aqui e ali, espera-se que ele, pelo menos, a ouça mais que a seus apaniguados. Porque, no final das contas, “não existe ninguém mais situacionista do que um oposicionista racional”, reza a filosofia.

Os primeiros vão dizer, sempre, que está tudo lindo, para garantir seu pão de cada dia. A “oposição” dirá sempre que há senões. Quando não erros crassos ou decisões equivocadas.

Enfim, oposição? Cunha precisa de uma para governar!

MUNICÍPIO VAI TOMBAR PRÉDIO DESCARACTERIZADO

Capela anexa ao prédio, vendo-se à frente início de corrimão de rampa “inserida” na arquitetura para dar acesso a outro anexo ‘fake

Pois é. E este não é o único caso de descaracterização de prédios que contêm pedaços da história de nossa cidade. Mas, vamos tratar especificamente deste, no caso o prédio “histórico” da Beneficência Portuguesa, que é o que importa no momento.

Aquele imóvel, da Sociedade de Beneficência Portuguesa, na Praça Altino Arantes, que deve em breve passar por um processo de tombamento, já aprovado pelo Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico-Comdephact, já não guarda em seu interior toda a história que teria para mostrar.

Segundo publicação do jornal Planeta News, o Poder Público local minguou e acabou desmontando o hospital para servir de sede da Secretaria Municipal de Saúde. Diz o jornal:

“Andando por seus corredores e dependências, depara-se, por exemplo, com restos de um aparelho de Raio X, de partes do que foi um centro cirúrgico, abandonados pelo descaso de duas décadas de uso indevido do imóvel, conforme classificou recentemente pessoa ligada à Sociedade (…)”.

E prossegue: “Sabe-se, conforme já informado pelo Planeta News, que o Município obteve o imóvel em comodato, mais precisamente em 30 de outubro de 1990, tendo como finalidade específica a utilização das dependências exclusivamente para as atividades médico-hospitalares, não podendo ser desvirtuadas para outras finalidades, como de fato aconteceu.”

“O comodato foi feito pelo prazo de vinte anos, sendo entregues, na oportunidade, todos os equipamentos, bens móveis e imóveis pertencentes à Sociedade, sendo claro que hoje, todo danificado pelo uso indevido pelo Município, não tem nenhum destes equipamentos ou bens móveis, como de fato desmontaram e sumiram com o centro cirúrgico e outros importantes equipamentos que deveriam ter ficado como incorporados ao patrimônio da Sociedade”, denuncia o jornal.

Neste dia 24 de março, uma nova diretoria deverá ser eleita, com a renúncia da atual, tendo à frente o advogado Mário Francisco Montini, como presidente. E o que se cobra dos responsáveis vindouros, conforme a matéria do jornal, é “cuidar e recuperar os bens do hospital, pois é um patrimônio público, do povo olimpiense, que foi apropriado indevidamente pelo Município de Olímpia que, hoje, a ‘toque de caixa’, demonstra estar preocupado com a preservação do nosso Patrimônio Histórico”.

Porque ao contrário da realidade, diz um interlocutor da diretoria ao jornal, “já se supõe estar o prédio tombado, como se tombamento fosse mero ato ditatorial que se consolida por decreto”.

MONTINI RENUNCIARÁ À TARDE
A renúncia do presidente da Sociedade de Beneficência Portuguesa de Olímpia será nesta sexta-feira, dia 24, às 17h30 em primeira convocação e presença de 1/5 dos associados, ou às 18 horas, com a presença de qualquer número de associados.

Uma Assembleia geral ordinária e extraordinária foi convocada, conforme publicação na Imprensa Oficial do Município-IOM, edição de sábado passado, 18 de março. A convocação, no entanto, tem data do dia 15, quarta-feira.

Na ocasião, será feita a apresentação da situação econômica, fiscal e jurídica da instituição e apresentação de chapa para eleição de nova diretoria, votação e posse dos eleitos, na Assembleia ordinária; e a Assembleia Geral Extraordinária se destinará à renúncia de sócios, à frente seu presidente, advogado Mário Francisco Montini.

O encontro será na própria sede da SBP, na Praça Altino Arantes, e terão direito a voto os associados efetivos constantes do livro próprio da instituição e que comparecerem à votação.

 

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