De forma inusitada (pois não se viu até hoje no poder público funcionários comissionados serem rebaixados de cargo em uma mesma gestão), o prefeito Fernando Augusto Cunha (PSD) reconduziu ao serviço público mais um ex-secretário de seu Governo.
Na semana passada falamos aqui de Marcos Roberto Pagliuco, que de secretário municipal da mais importante pasta, a da Saúde, foi relegado a organizador de peladas e outros jogos, como Assessor de Gabinete II, a ser lotado na Secretaria de Esportes, Lazer e Juventude, junto ao parceiro do “acordão” Fernando Roberto da Silva, vereador nomeado para comandar a pasta.
Agora, na sequência, veio outra renomeação “para baixo”: a de Gustavo Zanette, antes em posição privilegiada no Gabinete, já que era o, digamos, “primeiro homem” na hierarquia política de Cunha, como secretário de Governo.
Mas, eis que este volta também, como Assessor de Gabinete II, com vencimentos de R$ 4.964,12, menos da metade do que ganhava na outra posição.
Marcos Pagliuco foi exonerado do cargo de secretário municipal de Saúde pelo Decreto 8.037, de 26 de fevereiro de 2021, mas com validade a partir de 27 de fevereiro, após ter sido renomeado pelo Decreto 7.972, de 1º de janeiro de 2021.
Quatro dias depois, a Portaria 51.353, de 3 de março de 2021 o reconduzia ao serviço público a partir do dia 8 de março, no cargo de Assessor de Gabinete II.
E quando a poeira do estranhamento parecia haver se assentado, eis que um outro ex-secretário é reconduzido à ativa no serviço público, também como Assessor de Gabinete II.
Gustavo “Guto” Zanette havia sido exonerado no final do ano passado e não reconduzido ao cargo.
Mas, o Diário Oficial Eletrônico do dia 9 de março, trouxe a publicação da Portaria 51.370, de 9 de março de 2021, dispondo sobre a nomeação do ex-secretário de Governo, também como Assessor de Gabinete II.
Quando na função de secretários, Pagliuco, que ficou no governo dois anos e 11 meses, e Zanette, que foi secretário nos quatro anos da gestão passada, percebiam salário de R$ 10.225,82. Ou seja, agora em segundo escalão, ambos perderam metade dos valores que recebiam no primeiro escalão.
BROCANELLO ‘CAIU’
Ainda nesta seara administrativa, o governo Cunha teve mais uma exoneração nos últimos dias. Desta vez foi do Diretor de Trânsito e Transporte Coletivo da Prodem, João Brocanello Neto, por meio da Portaria 8.041, de 4 de março de 2021.
Não se sabe exatamente quais foram os motivos da “queda”, mas especulações apontam que ele próprio teria manifestado sua insatisfação com determinadas questões dentro da empresa pública.
Mas, também apontam estas especulações para uma possível retaliação ao vereador Hélio Lisse Júnior, do PSD, que seria o mentor da indicação do delegado aposentado.
Lisse, por sua vez, estaria insatisfeito com a solução encontrada por Cunha para a secretaria de Zeladoria e Meio Ambiente, para a qual, dizem estas especulações, alimentou esperanças de ser nomeado titular.
E a exoneração teria sido uma forte mensagem do alcaide ao edil, de que não está para brincadeiras.
PS: Estes três parágrafos acima mantêm-se, por enquanto, no nível das especulações políticas.
Voltando aos exonerados, estes foram substituídos por, respectivamente, Maria Cláudia Vieira Marcondes Lemos de Toledo, na Saúde; Edilson César De Nadai, que na gestão passada era secretário da Procuradoria Jurídica do Município, na Secretaria de Governo, e Fabrício Henrique Raimondo, que já é diretor-superintendente da Prodem, como Diretor de Trânsito e Transporte.