Parece que há um senso comum em derredor do prefeito Cunha (PR) de que tudo o que se escreve aqui, ou noutro espaço jornalístico no qual fazemos a nossa parte, estaria a seguir um roteiro pré-estabelecido visando abocanhar um cargo junto à administração municipal.
Não foram poucas as pessoas, até agora, que nos confidenciaram a existência de tal pensamento junto às esferas do poder.
Estas inauditas formas de pensar estão entranhadas no folclorário político brasileiro, mormente nas pequenas urbes, mormente nas currutelas do Brasil profundo. Só um governo pequeno, feito por gente pequena, rodeado de gente pequena pode alimentar tal pensamento, pode dar vida e tacanha visão de mundo.
Conheço o prefeito Fernando Cunha desde priscas eras. Desde quando, anos atrás, ensaiou ser candidato a prefeito de Olímpia, tendo seu nome lançado pelo então ex-sogro, Décio Eduardo Pereira, eminente representante partidário e grande ativista político de tempos imemoriais para tantos, mas tão vivos para este que vos escreve, dada a grande admiração que sempre nutrimos pela inteligência e capacidade intelectual de Pereira.
Depois desta quase candidatura (não me ocorre agora a razão pela desistência), passados uns anos veio a candidatura a deputado estadual, a qual apoiamos por meio de um veículo jornalístico, por entendermos, à época, que um nome de Olímpia na Assembleia Legislativa era deveras importante.
Lembrando que muitos dos que estão hoje ao seu lado foram frontalmente contra sua candidatura, fizeram campanha contra usando de todos os meios possíveis, principalmente os jornalísticos, para que ele não se elegesse, e voltaram à carga na reeleição, que acabou não vingando.
Depois, mesmo mudando de veículos, ainda continuamos a apoia-lo enquanto deputado, sem ser seu funcionário, assessor ou o que fosse. E, muito menos, recebendo “por fora”, como era a praxe no meio político de então. Talvez Cunha nem saiba disso. E pouco se me dá.
Nessa questão de querer ou não trabalhar para Cunha, como imaginam essas pobres mentes, e que por isso, tenho “batido nele” todo o tempo, basta apenas dizer que sei do meu potencial profissional, de minha capacidade laborativa, e de que maneira poderia servir este ou aquele interessado em contar com este cabedal de conhecimento profissional.
Jamais iria usar de expediente tão baixo para forçar este ou aquele a me empregar. Até porque seria uma situação extremamente constrangedora e demonstrativa da pouca força de caráter, não minha, mas de quem assim o fizesse, para que não mais “apanhe” em nossa mídia. Raciocínio tacanho. Simplista. Pequeno. Ridículo. Reducionista.
A menos que seja esta uma forma indireta de dizer “olha, que tal?”. Aquela máxima popular do “quem desdenha quem comprar”, sabem? Mas é tão pobre esse tipo de pensamento.
Haja vista que o que fazemos aqui é a oposição saudável ao excelentíssimo alcaide. O que fazemos aqui é apontar as falhas, os erros, cobrar acertos e até apontar caminhos. Se Cunha me contratar, quem vai fazer isso? Quem vai estar do lado do povo, quem vai explicar o Governo Municipal para as massas?
Não, caros “illuminatis”. Primeiro, não estou “batendo” no Cunha porque não estou “batendo” no Cunha. Segundo, o que chama de “bater” eu chamo de jornalismo independente, “desencoleirado”. Terceiro, se quisesse um emprego de Cunha, iria pedir diretamente, conforme a possibilidade de oferecer a ele o que ele não tem hoje.
Porque agir da forma como alardeiam que ajo para conseguir um cargo, seria uma atitude por demais covarde, antiprofissional, antiética e fora dos meus padrões.
Sendo assim, enfiem vossa viola no saco, para não dizer coisa mais bruta, que não vai rolar. Usem o tempo perdido com essas urdiduras, ajudando-o a melhorar sua performance, como fazemos à distância.
Tendo êxito nesta tarefa, automaticamente ele deixará de ser alvo de críticas e merecerá, não elogios, que jornalista não está aí para elogiar político -a menos que seja seu subordinado – mas pelo menos avaliações positivas de seus atos e decisões.
A culpa não é nossa de vossas sofrências, horda de áulicos!