Talvez estejamos vivendo um momento dos mais críticos nestes tempos pré-natalinos, causado por um trabalho ainda no seu início, de colocação de enfeites na Praça da Matriz.
Nunca na história desta terra com papai-noel oficial e tudo se viu tamanha balburdia pública por causa de simples enfeites para alegrar os olhos dos incautos cidadãos.
Nunca na história desta terra um enfeite de Natal na praça recebeu tantas e tão ferozes críticas, ironias e opiniões, algumas arrazoadas, outras descabidas, por causa de um item inicial.
É claro que aqueles papais-noeis estilizados já instalados em redor de algumas palmeiras não deixam de surpreender quem quer que seja, pelo seu pouco, até então, efeito decorativo de uma praça, com um tema tão caro a todos, o Natal.
Bom, aí vão dizer o seguinte: “o povo é ingrato, é isso, é aquilo, nem sabe o que vai se fazer ali, não conhece a decoração completa e fica criticando”, como já alguns tipos nas redes sociais andaram vociferando.
Sim, concordo com a reação daqueles que estão envolvidos no projeto, muita gente, como faz crer agentes da administração municipal. Mas, convenhamos, que ao povo não cabe a condescendência imediatista, se ele não recebeu toda informação necessária do poder público, acerca daquilo que se pretende.
Não restam dúvidas de que a proposta para este Natal foca muito no artístico, e foge totalmente às características de luzes e guirlandas como itens principais, aquilo que todo mundo está careca de ver.
Quer nos parecer que a proposta, agora, é mais ousada, mais “autoral” até, porque parece ser proposta de artista plástico local.
Porém, não pode, como quer agora de forma açodada os agentes do governo, tirar do povo o direito à crítica, à cobrança, e à manifestação pública de sua opinião, por aquilo que viu, não gostou, ou se surpreendeu, pelas característica iniciais apresentadas.
Reza a norma que ao poder público e a quem de direito dentro dele, cabe sempre se antecipar ao público, ter a sensibilidade de captar possíveis reações diante de determinadas propostas inéditas.
Para evitar que tenha que correr atrás da opinião pública quando o caldo já entornou, como está se dando, o governo Cunha deveria ter tornado pública a proposta de decoração, distribuído maquetes digitais, provocar uma entrevista com o idealizador, enfim, preparar as pessoas para o que viria.
Não foram realizadas coletivas para tratar das questões natalinas e de final de ano? Por que não uma para apresentação do projeto de decoração, já que se pretende algo inusitado, diferente, uma proposta mais, digamos, pós-moderna?
Sabemos como são as pessoas quando se tratam de questões que tocam-nas a fundo, como é o Natal, basicamente. Diante disso, não era difícil imaginar reações como a que estamos assistindo.
Erra quem critica sem noção da obra toda? Não, absolutamente. Porque o que lhe fora mostrado, num primeiro momento, “assustou”. Crianças têm se indignado, acreditem!
Entendemos que errou muito mais, e de forma cabal, aqueles responsáveis por fazer desta inovação um “bom presente” para o cidadão. Enfim, faltou comunicação.
Agora, resta a eles, de fato, mostrarem que estaremos diante de algo jamais visto, algo para muito além de simples luzinhas piscando, ou guirlandas balouçando ao vento, embora estas, ao que parece, estarão lá, mas numa outra concepção, é o que prometem.
Oxalá fiquemos todos “iluminados” e extasiados com a surpresa natalina prometida. Se não, o legado final do primeiro ano de Cunha serão lágrimas.
Talvez até o Santa Claus nativo e talvez único tradicional numa cidade, chore. Aí é só colocar a lápide, por antecipação.