Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Autor: olimpiaweb (Página 4 de 5)

Transição

Leio no jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, que o prefeito eleito de Olimpia, Geninho Zuliani, deverá anunciar, na próxima segunda-feira, dia 10, sua equipe de transição, para buscar subsidios junto à prefeitura municipal, de modo a embasar seu fluxograma de trabalho a partir de 1º de janeiro de 2009. Leio também que correligionários dele não souberam dizer se o prefeito Carneiro vai ou não aceitar a equipe zulianista na prefeitura.

Estou para apostar que não. Falo sem consultar ninguém ligado à administração carneirista. Formo minha convicção (e posso estar redondamente enganado) com base no comportamento político de Carneiro ao longo dos últimos oito anos. E talvez como medida de precaução administrativa, pois ninguém há de negar o quanto deve ser constrangedor um grupo de pessoas escarafunchando coisas às quais devotou cuidado por longos anos.

Se bem que são coisas públicas e, portanto, devem estar ao alcance do público. Não importando se este “público” é o próprio político interessado ou seus ordenados. Mas que é uma coisa danada isso, lá é. E em Olímpia não há tradição em transições.

A “moda” da transição é coisa recente, vem de pouco mais de 15 anos. Mas, em nossa querida urbe isso nunca aconteceu, embora pelo menos dois candidatos eleitos tenham tentado: José Carlos Moreira (1993/1996) e Luiz Fernando Carneiro (2001/2004-2005/2008).

O primeiro tentou a transição junto ao ex-prefeito José Rizzatti (1989/1992), hoje retornando ao poder no grupo zulianista, e o segundo (coincidências das coincidências!), também tentou instalar na prefeitura um grupo de transição, no final do segundo mandato de Rizzatti (1997/2000). Ambos não foram autorizados.

E agora, será que Carneiro terá uma postura diferente? Esperar para ver.

Uma leitura reveladora

JORNALISMO TENDENCIOSO
Quem determina a parcialidade

Por The Economist em 4/11/2008

Reproduzido do semanário The Economist (30/10/08),
título original “A biased market”; tradução de Jô Amado
 
Recentemente, Barack Obama disse a um repórter do New York Times Magazine que estava convencido que poderia ter uma vantagem de mais dois ou três por cento nas intenções de voto para a eleição presidencial norte-americana se a Fox News – uma emissora com posições mais à direita – não existisse. Sarah Palin, a candidata a vice-presidente republicana, numa declaração atrapalhada, queixou-se da “mídia liberal”, segundo ela, tendenciosa. Alegações de matérias jornalísticas parciais são comuns na política norte-americana. Mas são poucas as pessoas que param para se perguntar o que contribui para a forma pela qual as notícias são relatadas.

A predisposição pode ser encarada como um fenômeno dissimulado que tem origem ideológica. As opiniões políticas dos donos ou dos empregados irão determinar como um jornal ou uma emissora interpreta sua cobertura de uma reportagem. Mas isso não significa assumir que os leitores e espectadores valorizem a exatidão. Se assim fosse, a competição iria atingir profundamente as agências de notícias, que distorcem sistematicamente a informação (em qualquer direção). O alvoroço sobre jornalismo tendencioso nos Estados Unidos – um mercado midiático tão livre quanto qualquer outro – sugere que algo mais está ocorrendo.

A medida da postura política

A chave para se compreender por que essa predisposição prospera num mercado competitivo pode estar numa reflexão mais clara sobre o que os leitores realmente querem. Sendhil Mullainathan e Andrei Shleifer, dois economistas de Harvard, sugeriram num artigo para um jornal influente (”The Market for News”, American Economic Review, setembro de 2005), que pode ser ingênuo pensar que as pessoas se preocupam exclusivamente com a exatidão da informação. Ao invés disso, eles projetaram as conseqüências de pressupor que os leitores de jornal também gostam de ter suas convicções confirmadas pelo que lêem. Na medida em que os leitores têm convicções distintas, a projeção feita por Mullainathan-Shleifer sugere que a competitividade, ao invés de excluir o jornalismo tendencioso do mercado, incentivaria os jornais a suprir as predisposições de diferentes segmentos do público leitor.

Num documento mais recente, escrito por Matthew Gentzkow e Jesse Shapiro (”What Drives Media Slant? Evidence from U.S. Daily Newspapers”, maio de 2007), dois economistas da Faculdade de Administração da Universidade de Chicago, se propõem a testar essa proposta.

Para fazê-lo, eles precisavam, inicialmente, de uma forma de avaliar a postura política da cobertura jornalística norte-americana. A solução que encontraram foi bastante criativa. Os pesquisadores instalaram programas de computador que analisavam os debates no Congresso e identificavam frases que eram usadas de forma desproporcional por republicanos e democratas. A lista das frases mais freqüentes dos democratas incluía, por exemplo, “imposto sobre a propriedade”, enquanto, em relação ao mesmo assunto, os republicanos tendiam a usar a frase “imposto sobre a herança”.

(Isso não é apenas uma coincidência. Gentzkow e Shapiro citam um funcionário republicano anônimo que teria dito que a máquina do partido treinava os políticos a dizerem `imposto sobre a herança´ porque “`imposto sobre a propriedade´ soa como se atingisse apenas os ricos, ao passo que `imposto sobre a herança´ soa como se atingisse todo mundo”.)

Uma vez identificadas as frases “partidárias”, os pesquisadores analisaram, em seguida, a cobertura jornalística de mais de 400 jornais norte-americanos para ver a freqüência com que as frases surgiam nas matérias. Isso deu-lhes uma medida precisa da “postura política”, evidenciando até que ponto a cobertura jornalística tendia a usar frases de cunho político nesses jornais.

Maximização dos lucros

Em seguida, Gentzkow e Shapiro precisavam acessar as convicções políticas dos leitores de diferentes jornais, o que fizeram utilizando dados com a proporção de votos referente ao mercado de cada jornal que foi para o presidente Bush na eleição de 2004, assim como informações sobre a confiabilidade de pessoas em distintas partes do mercado contribuírem para entidades democratas ou republicanas. Agora, os pesquisadores tinham condições de avaliar as relações entre circulação, postura política e as opiniões políticas das pessoas.

Primeiramente, avaliaram se a circulação do jornal correspondia a uma identificação entre sua posição política e as opiniões dos leitores. Não por acaso, detectaram que um maior número de jornais “republicanos” tinha uma circulação relativamente maior em endereços postais “republicanos”. Mas os cálculos que utilizaram para avaliar até que ponto a circulação correspondia às convicções políticas permitiram-lhes fazer uma coisa mais interessante: calcular até que ponto a posição política seria mais lucrativa para que cada jornal a adotasse, levando em conta o mercado político que cobria. Depois, compararam essa postura de maximização de lucro com a posição política real da cobertura de cada jornal.

Depararam com uma coincidência impressionante entre as duas coisas. A tendência dos jornais, de uma maneira geral, era de se situar nem à esquerda, nem à direita, do nível de parcialidade política que Gentzkow e Shapiro achavam que maximizaria seus lucros. E por bons motivos comerciais: sua fórmula demonstrou que mesmo um desvio insignificante desse nível de parcialidade “ideal” prejudicaria os lucros através de uma perda de circulação substancial.

Pontos de vista distintos

Demonstrar que os jornais têm uma postura política que é economicamente racional não responde, necessariamente, à pergunta que questiona se são os donos ou a demanda que determinam a parcialidade. Aqui, os pesquisadores são ajudados pelo fato de que grandes empresas podem possuir vários jornais, muitas vezes em mercados politicamente muito distintos. Isso permitiu-lhes testar se as tendências de jornais com o mesmo dono correspondiam de maneira mais forte entre si do que aquelas de dois jornais escolhidos ao acaso. Descobriram que não era o caso: os proprietários exerciam uma influência insignificante sobre a parcialidade. A opinião política dos leitores representava cerca de um quinto do total de parcialidade avaliada, enquanto a do proprietário quase nada significava.

Nada disto é especificamente útil para quem procura a verdade nua e crua. Essas pessoas conscienciosas ainda terão que arrumar tempo para ler bastantes jornais até poderem ter um retrato não-tendencioso do mundo. Porém, na medida em que atende à demanda a partir de uma variedade de visões políticas, a competitividade permite que pontos de vista distintos sejam representados. Afinal, assim como Sarah Palin não passa seu tempo condenando a Fox News, Barack Obama dificilmente terá muito que reclamar do New York Times.

Cinco na Câmara

O prefeito eleito de Olímpia, Geninho Zuliani, disse em entrevista ao jornal “Diário da Região”, de São José do Rio Preto, que já tem cinco vereadores na Câmara MUnicipal, garantidos na sua bancada. A maioria simples que diz precisar para aprovar seus convênios.

Desnecessário dizer que isso provocou um mal-estar muito gramnde entre os eleitos pelas bancadas oposicionistas a ele. Até porque a suspeição recai sobre todos os vereadores, e isso precisa ser melhor explicado. Porque agora, toda cidade pergunta: quem serão os dois que já passaram para o lado do Geninho, antes mesmo dele tomar posse?

Nas rodas de especuladores políticos já se apostam em nomes, mas ninguém ousa dizer com certeza. Alguns fazem os cálculos das probabilidades, por eliminação. E sempre chegam aos mesmos nomes. Mas logo em seguida outros argumentos fazem com que se mude de foco e de nomes.

De qualquer forma, ficou uma situação bastante desagradável pelo que se pode perceber em contatos com alguns próceres políticos, porque agora fica a dúvida pairando no ar, e a pergunta que não quer calar: Quem seriam os dois adesistas de primeira hora?

HISTÓRIA

Em 1994, no Governo Moreira, a Mesa da Câmara estava em disputa. De um lado, a oposição. De outro, a situação, claro. Um dos vereadores situacionistas, ao falar sobre a necessidade de bsucar votos na bancada oposicionista, disse a uma coluna de jornal que seriam buscados aqueles vereadores “mais frágeis” da outra bancada.

Foi um rebuliço danado, porque os oposicionistas eram 11 e os situacionistas eram seis. Faltavam, portanto, três votos. A bancada entendeu que o termo “mais frágeis” significava aqueles “mais compráveis” ou “mais vendáveis”.

E seguiu-se uma discussão acalorada naquele final de semana, e na segunda-feira, tamanho era o mal-estar que não restou alternativa ao vereador a não ser usar da tribuna por quase dez minutos, na sessão da segunda-feira, para se desculpar pela derrapada verbal.

Detalhe: Mesmo assim, numa manobra de última hora a situação levou a Mesa. Pois é.

11ª LEGISLATURA (1993/1996)
Adorival Batista da Costa
Décio Eduardo Pereira
Edicilvio da Cunha Sobrinho
Eurides Zangirolami
Jesus Ferezin
Joel de Alencar
José Angelo Muniz
José Carlos Ferraz
Luiz Alberto Zaccarelli
Luiz Antonio Moreira Salata
Luiz Fernando Rimoli
Nilton Roberto Martinez
Osterno de Oliveira Braz
Oswaldo da Silva Melo
Primo José Álvaro Gerolim
Vicente Augusto Batista Paschoal
Wilquem Manoel Neves Filho
SUPLENTES QUE TOMARAM POSSE COMO VEREADOR:
João Batista Dias Magalhães – Valdecir José Bertocco
PRESIDENTES:
1993 – LUIZ ANTONIO MOREIRA SALATA
1994 – LUIZ ANTONIO MOREIRA SALATA
1995 – JOEL DE ALENCAR
1996 – JOEL DE ALENCAR

Geninho deputado?

Informações ainda carentes de confirmação que chegam ao post dão conta de que existiria a pretensão do prefeito eleito Geninho Zuliani vir a se candidatar ao cargo de deputado estadual daqui a dois anos (2010). Faria uma dobradinha com Rodrigo Garcia, ou outro “cacique” do Democrata da região.

Esta informação corria forte antes das eleições. Caso não conseguisse o deferimento de sua candidatura, tentaria a Assembléia Legislativa. Ou ainda antes, caso não conseguisse viabilizar sua candidatura. Ou, ainda, se perdesse as eleições.

É difícil imaginar que isso possa acontecer, mas na cabeça de um político profissional, como ele mesmo se auto-proclama, as escaladas não têm fim, e cada degrau alcançado é apenas mais um degrau a ser ultrapassado.

E nos bastidores políticos se conta que ainda antes de viabilizar sua candidatura, Zuliani teria procurado um candidato hoje eleito vereador e lhe proposto ser seu vice – quando estava tentando ainda costurar apoios, sob a condição de, daqui há dois anos, deixar a prefeitura para o vice e tentar uma cadeira na AL.

Esta pretensão de Zuliani já conhecíamos. Mas imaginávamos que, após eleito prefeito, desistiria dela, abrindo espaço para outros nomes locais ou regionais. Mas, não parece ser isso que pode acontecer.

Talvez se explique o tamanho empenho da bancada oposicionista em rejeitar as contas do prefeito Carneiro, relativas a 2004, tornando-o, pelo menos temporariamente, inelegível por oito anos. Se bem que ninguém sabe, ou ouviu falar, se Carneiro tinha pretensão de ser candidato à AL. Mas, numa passada rápida de olhos pelo quadro político local, neste aspecto somente o nome dele – em contraposilção a Zuliani – soa mais forte.

Pois é. Esperar para ver é a receita.

A Câmara

Até o momento ainda não se sabe exatamente como ficará a nossa Câmara MUnicipal a partir do dia primeiro de janeiro de 2009. O que se sabe é que a coligação do prefeito eleito levou para a Casa de Leis três vereadores apenas, um deles reeleito, Beto Puttini (os outros dois são Primo Gerolim e Lelé).

A coligação do segundo colocado elegeu cinco vereadores, três deles reeleitos, Magalhães, Bertoco e Zé das Pedras (os outros dois são Guegué e Toto Ferezin). E a coligação terceira colocada elegeu dois vereadores, Hilário Ruiz e Guto Zanetti.

Caso o prefeito fosse Pituca, a formatação da Casa seria de um jeito, com bancada de maioria natural. Mas, com Geninho, a configuração é outra. A oposição se forma com a maioria absoluta dos edis a serem empossados em 1º de janeiro.

Na verdade, em principio seriam sete vereadores. Uma maioria esmagadora. Capaz de “amarrar” o Executivo, se quiser, ou de pelo menos fazê-lo caminhar sobre tênue linha (nunca torta). Claro que a nenhum deles interessa, supomos, fazer a oposição ferrenha e burra, doentia, acirrada, cheia de mágoa e rancor.

Será esta uma oposição “clean”, propositiva, daquela que estará sempre disposta a votar com o Executivo tudo o que for de real interesse da população, e dar “pau” ou pelo menos buscar uma discussão mais aprofundada, naquelas propostas dúbias, que tragam em seu bojo interesses inconfessáveis, blá, blá, blá, blá, blá blá.

Não se sabe se será por aí o caminho a ser percorrido pela bancada, que prefiro chamar aqui de independente, para não caracterizá-los como grupo de enfrentamento. Mas não resta dúvidas de que o melhor a fazer, segundo alguns experts em relações políticas, é este grupo se tornar um bloco sólido de sete vereadores, com os quais é possível fazer a Mesa da Câmara, ficando assim com um naco de poder.

Ainda que haja uma defecção, sobrariam seis edis para formarem este bloco. Ou seja, maioria absoluta. E não somente por desejo de poder, mas, antes, e mais importante, para que a Câmara possa cumprir com sua missão precípua, que é a fiscalização das ações do Executivo. Responsabilidade primeira e a mais séria de um corpo legislativo.

Por outro ângulo de visão, não sendo assim, como seria? O prefeito Geninho tendo o poder absoluto no Legislativo e no Executivo, mandando e desmandando, com gente sua num e noutro lugar? Antes de mais nada, isso não é salutar, não é adequado e muito menos recomendável. O poder absoluto, via de regra, leva ao descaminho (Já se ouviu muito dizer por aí que se o poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente).

Aliás, o próprio Zuliani, inclusive, agora tem a oportunidade de demonstrar que, pelo menos com ele, o discurso e a prática são a mesma coisa na sua atividade de político. Pois quando foi presidente da Casa (2005/2006), propugnava que a independência entre os poderes era salutar e necessária, para o bom andamento das coisas na cidade.

E assim mantinha-se distante do Executivo – até porque houve uma dissidência quando das eleições de 2004, deixando o vereador de integrar as hostes do atual prefeito. Geninho tem, agora, a chance de provar que tal postura política não foi apenas retórica oposicionista, mas, sim, verdadeira postura política.

Até porque, uma investida de Zuliani sobre os vereadores eleitos pelas duas outras coligações há de sempre gerar suspeitas, uma vez que vereador nenhum precisaria, em tese, mudar de bancada – saindo do oposicionismo e indo para o situacionismo – pelo simples ato de fazê-lo. Se não, porque então não concorreu pela coligação do prefeito eleito? Simpatias e adesões políticas tardias sempre exalam um odor suspeito, provocam um laivo de desconfiança no eleitor.

Ao passo que este mesmo vereador, ao assumir-se como independente, pode ter melhorada ainda mais sua imagem perante o eleitor, mormente nos casos em que dele precisar para chancelar suas opiniões e decisões. E, de quebra, haveria o reforço dos colegas, haveria o bloco sólido de independentes, uma forma de se manter vivo na Câmara e na memória do eleitorado como bom representante legislativo.

Há que se lembrar que àqueles vereadores que tiveram seus mandatos marcados pela tibieza, pela indecisão, pelo ora está lá, ora está cá, ou pelo adesismo barato, ficou reservado o abandono. E quando quer, o povo sabe fazer justiça.

Lindinha!

Minha queridinha Maira Franco, jornalista, mulher inteligente, comenta meu post de ontem, sobre o cemitério. A música era do tipo new age, aquela coisa bem espiritual, suave, a boa altura e agradou o público. Quanto aos pássaros, também concordo, mas com tanta gente eles fugiram. Agora, com a calmaria necessária e maravilhoso ambiente de paz que reina por ali, devem voltar. Que tal vê-los e ouví-los?

Alô, Lelé, Lili!

O objetivo deste post não é o de briguinhas bobas e sem sentido. Até porque se formos navegar nesta seara das mentiras, as coisas podem ganhar novos contornos com o passar dos dias. Porque as que você noticia não são mentiras configuradas e sim verdades absolutas. Sobre pesquisas este blog nada tem a ver. O blog é meu, não é de ninguém. Se tiver vontade e disposição, continue lendo e postando, mas, por favor, vamos levantar o nível das discussões? Não custa nada.

respostas

Um amigo intitulado “Fui 15 mas não deu…” postou comentário no blog colocando seu ponto de vista sobre o resultado das eleições, principalmente sobre a decisão do TSE, que foi meu comentário de abertura deste blog.
Fez suas ponderações, as quais vou respeitar, claro, todos têm o sagrado direito de externar seu ponto de vista. Ele coloca números que certamente são verdadeiros. Diz que o candidato vencedor foi prejudicado pela decisão do Tribunal, há dois dias do pleito, o que lhe tirou milhares de votos.
Não considerando a vacilada da assessoria do candidato, o que lhe trouxe tantos dissabores, volto a dizer que não estou julgando o eleito mas, sim, a tibieza do TSE e seus ministros, e a postura “suspeita” de um de seus ministros, que é advogado também, como disse, “porque só com o jeton deste tribunal eu não conseguiria sobreviver, principalmente fora do período eleitoral”.
Nada além disso. Não há paixão. Apenas visão dos fatos. A vitória do candidato está aí e é cristalina. Resultado de um trabalho bem feito, de uma campanha impecável, profissional ao extremo, aliás como convém a um político profissional. Não podia ser de outra forma, se do outro lado predominou a apatia.
Tudo certo, tudo nos conformes, como se diz. Porém, não entendi o fecho do comentário, quando ele diz que “se fosse há 90 dias atrás eu não diria isso”. Por quê? É a pergunta que fica.

cadê a catraca?

Amigos, acabei de chegar do cemitério municipal de Olímpia. Sabem como é, né, Finados, dia de render homenagens aos entes queridos mortos e enterrados. Muita gente, talvez umas dez mil pessoas ou mais passarão por lá no dia de hoje e nos dias imediatamente antes de hoje, domingo.
Amigos, confesso que o que vi lá foram somente coisas positivas. Até música ambiente – uma inovação inpensável antes!
Vi muita gente chorando seus mortos, depositando flores, acendendo velas, lembrando momentos bons, felizes ou mesmo tristes passados ao lado daquele ou daqueles homenageados naquele momento.
Mas, sabem o que eu não vi lá? CATRACAS NO PORTÃO DE ENTRADA! NEM COBRANÇA DE INGRESSOS DOS POBRES OU RICOS!
Mas tive o prazer de entreouvir num grupo de familiares a seguinte constatação de um visitante: “Falaram tanto do cemitério, criticaram tanto e olha que beleza que está!”. Juro que ouvi. E não tenho dúvidas de que esta será a opinião de tantos quantos por lá passaram ou passarão.
Em resumo: as mentiras são fortalezas enquanto persistem. Mas elas acabam tombando sempre à menor brisa da verdade.
Amigos, até mais….

Curtas

Todo político é, na essência, um vendedor de ilusões. Um fazedor de cabeças. Um conquistador de homens. Se aquele que pretende chegar a um cargo público de expressão – como mandatário ou legislador – não reunir estas características, nem tente. Ainda mais se elas não vierem acrescidas de outras “qualidades” secundárias, mas nem por isso dispensáveis: a vontade, o desejo e a necessidade de chegar lá
Sim, porque a vontade derruba todos os obstáculos, o desejo dá forças ao coração e a necessidade entorpece alma e mente, quando passa a valer tudo, todos os métodos – dizem até que pisar no pescoço da mãe também vale.
Junte tudo isso e saia por aí conquistando corações e mentes, transformando mentiras em verdades. Se, ainda a isso tudo for somado o sentimento de opressão de um povo, as chances de se chegar lá são quase totais. Principalmente se o político for cara-de-pau ao extremo, e não tem pudores de se comparar a Jesus.
O povo sempre acredita.
***

Queridos amigos, acabamos de sair de uma campanha eleitoral agora. No caso de Olímpia houve uma característica jamais observada em pleitos anteriores. O candidato eleito concorreu com seu registro na Justiça Eleitoral indeferido. Disputou, como se diz, por sua conta e risco. No finam, acabou ganhando – aliás, deixou claro que caso vencesse as eleições, ninguém teria coragem de lhe tirar a cadeira de prefeito. Ou seja, jogou com o poder político sobre o poder da justiça.
No entender de alguns conhecedores de leis e eleições, o candidato vencedor foi privilegiado pela Justiça Eleitoral, na medida em que participou de um pleito onde os seus concorrentes fizeram tudo como manda a lei. E foram “punidos” por isso, porque se permitiu que alguém sem registro concorresse. E, depois de eleito, os doutos ministros do TSE “afinaram” e não cancelaram seus votos (ou seja, o candidato estava certo qanto à tibieza da nossa JE). É assim no país da impunidade. Agora, quem sabe, também se possa prestar concurso público sem a devida inscrição. Se passar em primeiro lugar, o candidato pode exigir que o cargo lhe seja atribuido, afinal, passou. Eita Brasil!!!!
***

Estes mesmos conhecedores do Direito Eleitoral dizem também terem visto na sessão de julgamento, talvez uma das mais vergonhosas falta de convicção ou coragem num ministro que, após tomada uma decisão baseado em jusrisprudência da Corte (ou seja, naquilo que não se muda na lei), voltou atrás com base apenas na opinião de um colega de Corte que sequer conhecia o processo. E o comparou a outro totalmente diferente.
Dizem estes conhecedores do Direito Eleitoral que o correto seria aquele ministro pedir vistas do processo para estudá-lo e depois sim, emitir sua decisão. Ora, como pode um ministro opinar sobre decisão jurisprudencial sem ao menos se inteirar do porque houve aquela decisão?, é o que perguntam, e todos se calam.
Estes dizem preferir acreditar que ali, naquele momento, houve uma atitude de clara tibieza do ministro que decidiu e depois desdecidiu o que tinha decidido, com uma argumentação, acrescente-se, irrefutável. Preferem acreditar nisso, a acreditar num ato de esperteza e matreirice de um ministro, este que opinou às cegas, perecendo mais preocupado com sua atividade de advogado fora da Corte que propriamente com a função de julgador – aliás, as duas funções não são incompatíveis?
Até porque, quem garante que ali não estaria a “porta da percepção” para os políticos mais, digamos, “antenados” sobre como funcionam as cabeças de certos fazedores de Justiça neste país?
***

Enfim, e assim e deu o “fechamento” das eleições 2008 por estas terras de Olímpia/sp, onde tudo é mais dificil, mesmo. Foram dias de agonia para toda uma população, independentemente de ter votado ou não para ele – aliás, este é outro detalhe: a cidade se dividiu em quatro partes distintas, em percentuais praticamente idênticos de votos no vencedor, no segundo lugar, no terceiro colocados e nas abstenções, brancos e nulos.
Conclusão: faltou candidato à altura, sobrou má vontade para o voto.
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Falô, amigos, por hora é só. Segunda-feira (ou a qualquer momento, em caráter extraordinário) tem novos posts. Bom domingo a todos.

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