Acima, no título, três adjetivos que descrevem bem o que representa a “novidéia” do prefeito Geninho (DEM): o festejado “Caderno de Metas – Planejamento Estratégico 2014”. Não que o planejamento estratégico em si seja desnecessário. Muito menos caro e defasado. Ao contrário, faz jus aos novos tempos administrativos de modo geral.

Mas o “Caderno”, em si, não tem razão de existir. Está sendo distribuído à farta o material feito em capa dura 19×26, colorido, em papel cuchê. Ilustrado com cenas aleatórias – provavelmente extraídas da internet – e algumas fotos da cidade, mais especificamente de próprios municipais.

Começa por tentar contextualizar Olímpia, mas já de cara comete uma gafe imperdoável: registra que a cidade tem 50.630 habitantes, mas todos sabemos, somos 53.010 concidadãos. Traz ainda um extenso currículo do prefeito, contando sua vida política e apontando suas “obras” até o momento (não se sabe qual, porque não há indicação de data de fechamento do material redacional e consequente publicação).

Segue tratando de questões como Educação (número de alunos por escola e tipos de ensino, etc), Saúde (mortalidade infantil, consultas especializadas, exames, etc), passando pela atividade econômica em torno do turismo local (hospedagens, visitantes,etc), depois analisando financeiramente o custo da educação no município e assim segue. Fala do Planejamento Estratégico de modo global e depois separado por área de Governo, ou seja, Pasta a Pasta.

Na área da Assistência Social, a Revista publica a foto do ex-secretário Gustavo Pimenta, o que denota ter sido elaborado este Caderno, antes do imbróglio Geninho-Pimenta, que culminou com sua saída dali, para a entrada da primeira-dama (que não gosta mais de ser chamada assim, mas, sim, de secretária) Ana Cláudia Casseb Zuliani.

Quem tiver acesso ao Caderno e paciência para ler as tais metas, vai então saber, talvez, o que Pimenta não fez, para cair. E não só isso. No capítulo “Secretaria Municipal de Governo e Comunicação”, o responsável, com foto sorridente e tudo estampado no Caderno é Paulo Marcondes, outro que caiu, também talvez por não cumprir as tais metas.

Não foi diferente com “Secretaria Municipal de Obras e Engenharia”. Ali, o responsável estampado, desta vez com meio-sorriso, é Renê Alexandre Galetti. Caiu. Não cumpriu metas?

Saúde, para cuja Pasta é reservado o maior número de páginas – 14 (Educação, por exemplo, teve 11 páginas), tem uma infinidade de metas que, a julgar pela força que Silvia Elisabeth Forti Storti desfruta junto ao alcaide, deve ter cumprido grande parte ou há garantias de que cumprirá todas.

No fechamento do Caderno, a relação do secretariado, na qual constam, como titulares, além de Pimenta, Marcondes e Galetti, também Walter José Trindade, outro que caiu. E a relação dos vereadores? Ali estão, a despeito do desenrolar das coisas, Jesus Ferezin e Alcides Becerra Canhada Júnior que, todos sabemos, já não são mais vereadores.

No frigir de todos estes ovos, a pergunta que fica é: pra que serve trabalho tão mal feito? Tão displicentemente editado? E, com certeza, tão caro, basta ver sua apresentação gráfica? Não vale dizer que é obra de “colaborador” do Governo, que não cola. Porque, ainda que seja, há sempre que se perguntar: existe almoço grátis?

Até.