Isso acabará em apenas mais um show midiático?

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ELES ESTÃO SOLTOS O Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo acatou pedido de habeas corpus para 15 pessoas presas na operação Fratelli acusadas de fraudar licitações em 77 municípios do Estado de São Paulo – a maioria no noroeste paulista. Advogados dos empresários e funcionários das empresas Demop Participações e Scamatti & Seller Ltda entraram com pedido ontem. Eles ficariam presos até a próxima sexta-feira (19).

OS EX-PRESOS Aluízio Duarte Nissida, Antônio Américo Tamarozzi, Edson Scamatti, Fernando Matavelli Junior, Gilberto da Silva, Humberto Tonani Neto, Jair Emerson da Silva, Luis Carlos Seller, Olívio Scamatti, Osmar José Cavarini, Osvaldo Ferreira, Pedro Scamatti, Valdovir Gonçalves, Luiz Henrique Perez e Maria Augusto Seller Scamatti irão responder pelos crimes de fraude em liberdade.

QUEM SOLTOU A decisão foi do desembargador Paulo Antonio Rossi, da 12ª Câmara de Direito Criminal do TJ. Os advogados alegaram problemas pessoais dos clientes, que funcionários não ocupavam mais cargos nas empresas e que nenhum dos acusados vai atrapalhar as investigações do Ministério Público se ficarem soltos.

E AGORA? Audiência com juiz da 1ª Vara Criminal de Fernandópolis, Evandro Pelarin, estava marcada para hoje, às 13h, mas foi cancelada por conta da decisão do TJ. Pelarin ouviria todos os empresários e funcionários presos na terça-feira passada e no último sábado.

VAI MESMO? Apesar da decisão, o advogado de Luís Carlos Seller – sócio dos irmãos Scamatti -, afirma que tentará convencer seu cliente a se apresentar em Fernandópolis. “Vou dizer para ele comparecer no Fórum de Fernandópolis, porque mostra que ele não tem nada a esconder e vai se apresentar sempre que for necessário”, afirmou o advogado Marco Rebehy.

VAPT-VUPT! Os 13 empresários estavam presos desde a terça-feira passada, quando a operação foi deflagrada. 10 ficaram presos na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Rio Preto. Na quarta-feira, outros três presos em São Paulo e Campos dos Jordão chegaram a Rio Preto.

ENTRANDO E SAINDO Todos foram transferidos para a Centro de Detenção Provisória (CDP). A meta era conseguir transferência para Cadeia de Votuporanga, o que foi negado pela Justiça. No sábado, mais duas pessoas foram presas em operação da Polícia Federal, mas também foram soltos.

E DAÍ? Os empresários e funcionários são acusados de fraudar licitações. O esquema funcionaria desde 2007 e os contratos firmados das empresas chegaria a R$ 1 bilhão. Para Demop vencer licitação, três empresas de “fachada”, por exemplo, apresentavam valores maiores – tudo era combinado antes – o que deixava a Demop em primeiro lugar para levar obras.

FATO PIOR O promotor do Grupo de Atuação Especializado contra o Crime Organizado (Gaeco), João Santa Terra, lamentou a decisão do TJ. “Neste momento da investigação que estávamos, de forma árdua, angariando provas imprescindíveis para a verdade dos fatos não poderia ter fato pior para a investigação do que essa decisão do TJ”, afirmou.

ENORME RISCO Para Santa Terra, “face ao poderio econômico e político da quadrilha investigada, é inequívoco, que o retorno dos investigados, para próximo das provas gera enorme risco à sua coleta”.

Até.