Tem algo de errado nos cálculos feitos pela Câmara Municipal para corrigir os vencimentos dos senhores vereadores. Os índices passados a este blogueiro pelo vereador petista Hilário Ruiz, dão conta de que a somatória final seria resultado dos índices praticados pelo Executivo Municipal quando da concessão de reajustes ao funcionalismo, ao longo dos últimos quatro anos. Por esta somatória, o resultado seria de um reajuste à base de 26.41% – 7% em 2009; 4% em 2010; 8.41% em 2011, e 7% em 2012.

Acontece, porém, que entre o valor atual dos vencimentos – R$ 3.380 -, e o novo valor a vigorar a partir de 2013 – R$ 4.363 -, há uma diferença de quase 29.1%. Ou seja, indice cerca de 10% acima da inflação do período. Portanto, não se trata de uma mera reposição. Tratar-se-ia, isto sim, além da reposição propriamente dita, de um aumento real. Aprovado em regime de urgência, por seis votos a três – Magalhães (PMDB), Guegué (PRB) e Zé das Pedras (PMDB), foram votos contrários.

Agora, interessante saber que este projeto aprovado (PL 4.472/2012) foi elaborado por consenso entre os edis favoráveis ao reajuste, em substituição a outro que havia sido encaminhado à Câmara pelo prefeito Geninho (DEM), atrelando o reajuste dos vereadores ao dos secretários municipais. Pela proposta do prefeito, cada edil passaria a ganhar, a partir de 2013, R$ 5.900. E cada secretário municipal, R$ 7.900. No primeiro caso, aumento de mais de 74.5% e, no segundo caso, em torno de 58%.

Diante destes valores, os vereadores resolveram então, por consenso, extirpar do projeto o reajuste dos secretários, e reduzir para margens mais realistas seus próprios reajustes, divulgados como em torno de 26.41%, mas que, na realidade, ultrapassa os 29.1%. Coisas da matemática.

A reação veio dos contrários. “O projeto entrou na pauta sem o conhecimento de alguns vereadores. Todo mundo foi pego de surpresa. Ficamos sabendo na sessão”, afirmou a vereadora Priscila Foresti, a Guegué. Para João Magalhães, a votação do aumento do salário jamais poderia ocorrer após a eleição de outubro. “Tinha de ter sido antes do processo eleitoral. Agora fica a questão do vereador que quer legislar em causa própria”.

José Elias Moraes, o Zé das Pedras”, disse que o aumento foi arquitetado sem o conhecimento da população. “Foi um abuso. O aumento ocorre no momento em que a Santa Casa de Olímpia passa por dificuldades. Estou indignado”, afirmou Moraes. Estas declarações foram dadas ao Diário da Região, edição de hoje. O jornal tentou falar com o presidente da Casa, Toto Ferezin (PMDB), mas seu celular estava desligado. “Vamos recorrer ao Ministério Público”, ameaçou Moraes.

PS: Consta que este imbróglio todo em torno da Santa Casa seria um “tour-de-force” imposto pelo provedor Mário Francisco Montini ao prefeito Geninho (DEM). Uma “queda-de-braço” visando chamar o alcaide às falas. Mas, enquanto Geninho não voltar de Las Vegas, a coisa não se resolverá. Aguardemos.

Até.