Há uma densa núvem de mistério rondando a saída do engenheiro Gilberto Toneli Cunha da Secretaria Municipal de Obras e Meio Ambiente. Engraçado como as desconfianças vão ganhando corpo, as especulações vão ganhando variáveis, tornando-se, ao final, verdadeiras teorias conspiratórias. De início, pelo que se ouve agora, já soara estranho o fato de Cunha não ter declinado o nome da empresa para a qual vai trabalhar na capital paulista. Com muita razão, o cidadão se perguntava ou perguntava a seu próximo: por quê? Por que não declinar o nome?
Logo em seguida, as atenções se voltaram para qual seria a real motivação de Toneli Cunha para deixar um cargo que ocupava havia nove anos, prestes a fechar uma década, em junho. A versão-chave era a de que Toneli Cunha e o prefeito Geninho (DEM) já não estavam falando a mesma língua. Que teria havido em 2010, por ocasião da realização dos Joris, os jogos dos Idosos em Olímpia, uma séria discussão entre ambos, por questões de finanças. E agora teria azedado ainda mais, com a reedição dos jogos este ano.
Consta que o secretário lembrou ao prefeito que em 2010 teve que paralisar obras para poder cuidar da estrutura para o evento. E esta versão ganha uma certa força ao se saber, do próprio prefeito, que em 2010 foram gastos cerca de R$ 1,5 milhão para recuperar espaços esportivos da cidade. E mesmo ele garantindo qie este ano não haverá gastos exorbitantes, aliás que seriam gastos irrisórios e subsidiados pelo Estado, em quase sua totalidade, Toneli Cunha não teria se dado por satisfeito.
Uma segunda teoria, é a de que o ex-deputado Fernando Augusto Cunha – que na verdade não tem parentesco com o ex-secretário -, teria dado uma “mão” para o ex-sócio de seu irmão em uma empresa de instalações elétricas, anos atrás – aliás depois fechada -, a sair fora do esquema do poder, para “evitar o pior mais tarde”. Dentro desta linha de reciocínio, houve alguém que lembrou ter sabido de certas inconfidências de Toneli Cunha, manifestando temor por algumas ações que pudessem gerar problemas mais tarde.
De repente, surge uma terceira versão: a de que a saída de Toneli Cunha das hostes genistas seria mero “jogo de cena”, com o ex-secretário voltando mais tarde, próximo às eleições, para ser o vice de Geninho na campanha à reeleição. Ninguém soube, no entanto, decifrar este enigma. O que Toneli Cunha agregaria a Geninho sendo um eventual vice em sua chapa, se nem partido político ele detém? Alguém citou o PMDB, mas ele se desfiliou do partido já faz algum tempo. Portanto…
E a quarta e última teoria dá conta de que sim, seria uma jogada entre o engenheiro e o prefeito, mas num outro sentido. E quem conspira nesta linha leva em conta a idade de Cunha, numa faixa difícil, quase impossível de se colocar em uma empresa renomada na área ambiental, conforme todos sabem. Sendo assim, a possibilidade é a de que Cunha teria ido fazer uma espécie de estágio nesta empresa em São Paulo, que seria a mesma a executar a obra de construção da estação de tratamento de esgoto às margens da SP-425. Como e por que ninguém também soube decifrar.
Como se vê, há muitas possibilidades, todas no terreno da especulação. E sabem por quê? Pelo simples fato de Toneli Cunha sair, dizer que vai para uma grande empresa ambiental em São Paulo e não revelar que empresa é esta. Custava? Porque no meio político, aquilo que não é dito, é entendido. Ou subentendido. Ou, ainda, imaginado. E cada um que imagina, imagina diferente. Por isso que, em política, se há uma verdade, ela deve ser dita. Sonegar detalhes, informações, só aguça o imaginário popular. E depois não adianta o político se queixar.
TOTO X PRIMO
Apenas para fechar o assunto Toto Ferezin x Primo Gerolim, postado aqui ontem contando os detalhes do embate entre o presidente da Casa de Leis e seu vice, vamos às datas e percentuais exatosa das gratificações concedidas aos funcionários, que foram assinadas sem qualquer questionamento por Gerolim, conforme relato do presidente, da Tribuna da Câmara, na noite de segunda-feira:
“Julho de 1999, gratificação a todos os funcionários da Câmara Municipal de Olímpia. Vereador Primo José Álvaro Gerolim assinou o Ato da Mesa; julho de 2000, gratificação integral dos salários vigentes na época. Vereador Primo José Álvaro Gerolim assinou Ato da Mesa.”
“Ano de 2005 e 2006, Ato nº 07/05, gratificação integral de salários para todos os funcionários, de 65%; Ato nº 18/05, gratificação integral de salários para todos os funcionários, de 65%; Ato nº 19/05, gratificação integral de salários para todos os funcionários, de 70%; Ato nº 23/05, gratificação integral de salários para todos os funcionários, de 100%; Ato nº 03/06, gratificação integral de salários para todos os funcionários, de 100%; Ato nº 06/06, gratificação integral de salários para todos os funcionários, de 100%.”
Já no ítem “comparações de remunerações”, o presidente Ferezin fez o seguinte relato:
“Ano de 2001 e 2002, cargo de Assessor Parlamentar e do Expediente, à época recebia salário mais adicional noturno de 33,1 %, mais responsabilidade pelo Departamento Pessoal, 25 %; ano de 2011 e 2012, cargo de Assessor Parlamentar e do Expediente, hoje recebe salário mais responsável pelo Departamento Pessoal, 15 %.”
“Portanto, 10 anos após, estamos fazendo uma economia de 43,1% na folha de pagamento da Casa de Leis, não vejo motivo para tanto diz que diz, a respeito de gratificações, uma vez que estou amparado por pareceres jurídicos desta Casa e do CEPAM.”, concluiu o presidente.
Até.
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