O conjunto habitacional “Village Morada Verde”, implantado em Olímpia dentro do programa “Minha Casa, Minha Vida”, do Governo Federal, tem, teoricamente, 60 imóveis “sobrando”. Isso pôde ser apurado com a simples contagem do número de casas construídas em cada uma das 25 quadras – partindo de 15 a até 48 imóveis. Isso deve explicar a razão pela qual na lista de compradores tem o nome da ex-proprietária da área em 62 imóveis conforme apurado anteriormente, ou “apenas” 60, conforme o apurado agora.

E pelo projeto original, divulgado tanto pelo prefeito Geninho (DEM) quanto pela CAIXA, bem como corroborado pela Pacaembu Construtora, naquela área deveriam constar 786 moradias. De início, o prefeito até chegou a anunciar “800 a 840” casas ali, talvez já imaginando situação como a que agora se observa, mas a contagem oficial, constante de documento encaminhado à Câmara de Vereadores, fixou em 786 os imóveis a serem construídos. Portanto, uma conta também simples mostra a diferença a maior em número de habitações de exatamente 60.

(O projeto de Lei 4.263, de 30 de julho, chegou à Câmara Municipal à última hora com pedido de inclusão na pauta em regime de urgência. Ele autoriza a prestação de caução do município à CEF, da ordem de R$ 2,1 milhões, dos quais R$ 1,2 milhão da prefeitura, e R$ 900 mil da Daemo Ambiental. Esta caução foi exigência do banco e da Cetesb, como garantia de que a lagoa de esgoto será tirada da região das casas)

Esta informação complementar apurada pelo blog vem confrontar, então, as assertivas da Assessoria de Imprensa e Marketing da Superintendência da Caixa Econômica Federal-CEF, em São José do Rio Preto, que negou qualquer possibilidade de uma só pessoa possuir no empreendimento mais de um imóvel. Márcia Ishi Viana de Castro, responsável pelo setor, disse que essa situação “é inviável” dentro deste formato do programa. Mesmo porque, segundo ela, “todos os imóveis já estão registrados em cartório, e cada um em nome de uma pessoa”.

Talvez ela não disponha desta informação, de que o número de casas do conjunto ultrapassa o número oficializado em 60 imóveis, conforme disse ao blog na segunda-feira: “Nós não temos esta informação, nem denúncia formalizada sobre isso. Nem tenho conhecimento desta lista”, disse Márcia de Castro, se referindo à lista de nomes de mutuários, onde consta o de Idalina Delefrante de Carvalho, como sendo dona das 60 casas (o blog havia anunciado 62, que pode ser o número real).

A assessora ainda garantiu que cada uma das 786 moradias vai contemplar uma família, ou seja, estarão lá 786 famílias, o que agora não restam dúvidas de que estarão. “O trabalho é feito de forma muito profissional e cuidadosa, e a listagem das casas não é para conhecimento público”, observou Márcia. Talvez ela mesma, então, pode não ter tido acesso à lista oficial e não-pública, para se certificar da situação.

A assessora foi perguntada se poderia ter ocorrido o caso de negociação entre as partes, por exemplo com a proprietária do terreno negociando lotes com o fim de baratear a compra da área pelo município, quando foi taxativa: “Não existe negociação paralela, no particular, internamente”, enfatizando que “não há a menor possibilidade de isso estar acontecendo (ter 60 casas em nome de uma só pessoa)”.

Na lista em questão, Idalina Delefrante de Carvalho seria dona, por exemplo, de uma quadra inteira, a quadra 2, com 33 casas. Depois, teria outras duas casas na quadra 3. E mais oito casas na quadra 6. Na quadra seguinte, a 7, há outros 4 imóveis que estariam em seu nome, que vão se somar a mais 3 na quadra oito, além de outros 12 na quadra 16. Por esta contagem, seriam 62 imóveis.

A LIGAÇÃO
O prefeito Geninho (DEM) disse recentemente, segundo a Folha da Região, que o telefone flagrado instalado em seu apartamento havia sido transferido para lá para que ele pudesse ter o sistema Speedy que dá acesso à internet, à sua disposição.

Disse ainda que às vezes necessita fazer alguma autenticação ou mesmo assinatura digital com mais urgência e por isso tem de utilizar o sistema para acessar as coisas da Prefeitura de Olímpia através da Internet.

E disse mais: que “apenas a linha está instalada para conexão via internet” e que “não há nenhum aparelho no local”. Muito bem, a menos que alguém consiga atender a uma ligação telefônica de uma outra maneira que não seja por meio de um aparelho instalado, então estaremos diante de mais uma das muitas maravilhas da tecnologia, porque no caso do prefeito alguém atendeu do outro lado. Se não, vejamos:

gravacao

Até.