Ele está de volta. Após uma breve interrupção por motivos de força maior, volta a circular na cidade o “Tribuna Regional”, aquele semanário que surgiu com pompas e circunstâncias na cidade tempos atrás, capitaneado pelo dono das rádios Difusora e Band FM, Fernando Martinelli, e que tinha como alvo principal, a cada edição, as “mazelas”, reais ou inventadas, do Governo Geninho (DEM).

Fruto de uma alegada “triangulação” do governo municipal – embora este negue – com o empresário, a trupe política do Palácio 9 de Julho teria acabado “herdando” também o tal semanário. Claro que por um preço bem inferior àquele pago pelo arrendamento da emissora. Dizem que pelo arrendamento teria sido pago algo em torno de R$ 300 mil e pelo “espólio” do jornal, por volta de R$ 20 mil. Dinheiro à farta, pois, que não se sabe de onde veio, nem como veio.

E o portentoso hebdomadário está na praça. Com a proposta de trazer, a cada edição, “informação com conteúdo”, conforme reza no fechamento do simplório editorial. Mas, e qual a matéria de capa do jornal que promete estar sempre “pautado nos principais acontecimentos”? O ex-prefeito Carneiro. Com direito a foto em quatro colunas do próprio caprino e uma foto menor do personagem humano em baixo, de terno e gravata. Na página dois, fotos do ex-prefeito sozinho, do “fantasma” Fernando Nascimento, e de Carneiro com Pituca, seu ex-vice.

Ainda na página dois, um relato das condenações do ex-prefeito. Este é o “principal acontecimento” da semana? Noticia velha, sem nenhum impacto, a demonstrar apenas que, sabe-lá por quais razões, o ex-prefeito Carneiro ainda é um grande incômodo para o grupo no poder. Se não for isso, então por que tripudiam sobre aquele que nenhuma possibilidade de seguir na vida política possui? Nas páginas seguintes, claro, o ôba-ôba típico de jornais-panfletos.

Esse “modus operandi” do prefeito Geninho é o mesmo que praticou quando de sua candidatura, lá pelos idos ainda de 2008, quando “encampou” um semanário – chegando a “comprá-lo” por meios estranhos – e tomou de assalto a emissora que hoje detém por arrendamento, fiel à idéia de que um político, para alcançar, ou se manter no poder, precisa estar alicerçado por veículos de comunicação: uma emissora de rádio para falar aos “grotões” da cidade, e um jornal para mandar suas mensagens aos “formadores de opinião”. Nem que para isso se gaste os tubos. Afinal, nem sempre é dinheiro do próprio bolso, mesmo.

SÓ AQUI
Impressionante cada vez mais a despreocupação do Governo Municipal com eventuais consequências daquilo que se faz ou se diz de forma oficial, para todo mundo ouvir ou ler. A edição de hoje da “Folha da Região” trás a confissão do prefeito Geninho de que as duas primeiras festas de peão da cidade deram prejuízos e foi preciso colocar dinheiro da prefeitura para tapar os rombos. E que esta festa que começa na semana que vem não corre este risco, porque será cobrado ingresso.

Mas, as duas primeiras também tiveram ingressos pagos e o resultado foi negativo, conforme o alcaide. Quem garante que desta vez não será igual? E mais: ainda que esta festa não dê prejuízos, o lucro vai para a mão de quem? E mais, ainda: quem custeou a montagem de toda estrutura no recinto e a contratação dos shows, já que é sabido, paga-se 50% do valor do cachê para garantir a presença do artista, que recebe os outros 50% antes de entrar no palco.

E como fica os prejuízos das duas primeiras edições? O dito pelo não dito? O prefeito vem a público confessar que usou dinheiro do povo para cobrir prejuízo de festas às quais o povo ainda teve que pagar para entrar, e fica por isso mesmo? Tenho um pressentimento de que houve um tempo em que isso não era tão normal assim. Que isso era crime. Agora de responsabilidade fiscal? Improbidade, no mínimo? Uma coisa é certa: normal é que não é.

Até.