O prefeito Geninho (DEM) e seus próximos estão comemorando com fogos e o que mais de direito a liberação de duas verbas vultosas para Olímpia, oriundas dos governos Federal e Estadual. São R$ 33,3 milhões, quantia jamais recebida pelo município em sua história. Sem dúvidas, é motivo de júbilo para ele, que terá um fim de semana, digamos, “positivo”, depois de tantos acontecimentos ruins, que o haviam deixado em baixa. 
O Governo Federal destinou R$ 13,3 milhões a fundo perdido, sem contrapartida, ou seja, não precisa pagar, nem tirar dinheiro dos cofres municipais para completar orçamento, que servirá para a conclusão das obras de implantação da Estação de Tratamento de Água-ETA, fazendo uso de uma estrutura iniciada e depois abandonada há cerca de 17 anos, quando era prefeito da cidade José Carlos Moreira (1993-1996), a “ETA seca”. Vai tirar água do Cachoeirinha. Servirá, também, à construção de reservatórios de água, estação elevatória e redes de distribuição, são mais de seis quilômetros de emissários.

Pelo menos desta vez o prefeito faz justiça a seu benfeitor: “Devo muito ao deputado Devanir Ribeiro (PT), meu amigo, que nos incluiu no PAC”, disse ele ao Diário da Região. Neste mesmo lote vieram outros R$ 20 milhões para a implantação da lagoa de tratamento de esgoto às margens e do outro lado da rodovia Assis Chateaubriand. São duas obras estratégias deste Governo. A lagoa de esgoto vem se arrastando há vários anos sem que uma solução fosse dada. Houve problemas quanto à localização e com falta de recursos – rusgas políticas à parte. Já a captação de água do Cachoerinha foi invenção do diretor do Daemo, Walter José Trindade, que vê como solução definitiva para o abastecimento de água da cidade. Oxalá tenha plena razão e convicção disso.

É muito dinheiro para ser manejado, e aí entra o sempre grave e renitente problema deste Governo Municipal: a incapacidade de gestão. Geninho parece não ter problema em conseguir recursos. Mas Geninho tem todos os problemas quando se trata de bem gerir tais recursos recebidos. Haja vista tudo o que já recebeu, e o pouco que fez com o recebido. Vez ou outra a gente lê, vê ou ouve aqui e ali, por meio dos veículos-adesivos de “informação” ou apaniguados de última hora, que Geninho foi o prefeito que mais conseguiu verbas para Olímpia. Não há um registro em valores de outras gestões, mas a somatória destas duas últimas liberações é imbatível.

Porém, o que não se ouve, não se lê ou não se vê é a avaliação fria e crítica desta nuance positiva do prefeito enquanto agente político. Muito se comenta sobre o dinheiro que vem, mas pouco se cobra sobre o uso deste dinheiro. Há um problema crônico de gerenciamento nesta administração, malgrado todos os “técnicos e especialistas” trazidos de fora para auxiliar nos trabalhos. Nada anda, nada deslancha, tudo fica pela metade ou demora além do previsto para ficar pronto.

E quando se tratam de verbas públicas, o tempo é inimigo, porque quanto mais uma obra demora, mais cara ela fica. Vide Unidade de Pronto Atendimento, a UPA, cujo prazo de conclusão era final do ano de 2009. E já estamos na metade de 2011. E assim se dá com várias outras “frentes”. Agora, ele tem nas mãos mais uma poderosíssima ferramenta de trabalho, que são recursos à farta. E deve desenvolver duas obras bastante visíveis. Visibilidade esta que estará aí para o bem ou para o mal.

Necessitado que está de fatos positivos no seu entorno, visando viabilizar sua recandidatura à cadeira da 9 de Julho, Geninho não pode errar. É claro que ele deve agilizar ao máximo o início dos trabalhos, pelo menos, porque nada mais confortável do que buscar recondução ao cargo que detém com duas vistosas obras sendo realizadas, máquinas para lá e para cá, caminhões e muita propaganda. Assim, repito, o alcaide não pode errar. Agora ele não pode, de maneira nehuma, errar. Estas verbas podem ser a sua redenção, ou o seu calvário.

É só encará-las com os pés no chão, sem delirios de grandeza, ou movido pela gana de tocar todos os instrumentos ao mesmo tempo. O momento atual pede apenas e tão somente, capacidade de gerenciamento. Exatamente o que sempre faltou a este Governo. Mas é bom que Geninho saiba que ele não terá outra chance.

Até.