Leio no Diário da Região, de Rio Preto, que o prefeito eleito Geninho Zuliani, embora diga que não interferirá na corrida à Mesa da Câmara, tem seu preferido para o cargo de presidente: Beto Puttini (PTB). E nas rodas de tricoteiros, se ouve que, nos bastidores, tem dado o maior apoio para que ele saia à cata dos votos necessários – precisa de, no mínimo, mais três para se garantir.
Porém – e sempre há um porém-, Geninho pode ter que fazer uma espécie de “Escolha de Sofia”, no correr dos dias. É que o também eleito por sua coligação Primo Gerolim (DEM), tem pretensões ao cargo. E, no seu caso, a prevalecer a tese de que vale o critério da idade num desempate, precisaria de mais dois votos para se garantir.
Explicando, para quem ainda não sabe: a coligação “Renovação Já”, de Geninho Zuliani, elegeu três vereadores somente – além dos dois citados, o candidato Lelé (DEM). A coligação “Integração”, de Dr. Pituca, elegeu cinco dos 10 edis e a “União pela Moralidade e Justiça”, de Walter Gonzalis, outros dois. Portanto, ambos dependem de votos das coligações adversárias.
Uma tarefa difícil? Nem tanto. Não obstante o poder de sedução política de Geninho Zuliani, há também, agregado a ele, o Poder alcançado no voto. E como não é dificil termos no grupo eleito pelas outras coligações sempre aquele que prefere a delícia de ser situacionista que a dor do oposicionismo, tudo é possível.
Mas, por outro lado, existe também a possibilidade da formação de um bloco sólido e independente na Câmara. Que poderia ser formado por no mínimo seis dos vereadores das duas outras bancadas. E a possibilidade não é tão remota. Bastando apenas a acomodação de alguns pontos de vista em relação à administração daquela Casa de Leis. Mas, também deste lado há dois candidados, em princípio: Hilário Ruiz (PT) e João Magalhães (PMDB).
Não se sabe quais outros integrantes do grupo poderia pleitear o cargo, seé que os há. Mas, na Mesa, tranquilamente há quem queira os três cargos remanescentes – vice-presidente, 1º e 2º secretários. Aí seria só uma questão de ajustes, dizem os tricoteiros enfronhados nos grupos. O mesmo vale para o situacionismo, mas com a agravante de que os “afagos” teriam que ser mais, digamos, generosos.
Não se iludam, caros amigos. Nesses últimos dias, só o silêncio ruge aos nossos ouvidos. Porque a movimentação é intensa. E secreta – pelo menos se tenta que assim seja. Mas, ao menor rumor de uma negociação política, uma conversa, um encontro, há sempre um tricoteiro a perscrutar. E há sempre aqueles que o privilegia. Afinal, as “quentinhas” da Corte dão prestigio político a quem as traz primeiro. Pois é.
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Enquanto isso, parece que o prefeiuto eleito esfriou um pouco os ânimos em relação à transição de Governo. Pelo menos não se ouviu falar mais nisso nas últimas horas. Sequer um responsável ou uma equipe foi anunciada. Como de resto também não foi apresentado ao público nenhum assessor de primeiro escalão. Nem de segundo. Nem de terceiro.
Sabe-se que neste âmbito as especulações são grandes. E o próprio Zuliani já disse, ao jornal rio-pretense, que são meras “especulações”. Nomes surgem a todo instante, mas as confirmações não vêem. É sabido que, para os escalões menores, há gente saindo pelo “ladrão”. E cada um já imaginando para onde vai e o que vai fazer. Fruto das promessas de campanha.
Mas, o responsável por desanuviar este horizonte de esperanças e querências nada diz, nada faz, nada adianta ao público. E assim segue a vida política na cidade. A passos de formiga e sem vontade.
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