Em convenção mergulhada no mais absoluto silêncio, no dia 13 de março passado, o vice-prefeito Gustavo Pimenta, foi reeleito presidente do Diretório Municipal do Partido da Social Democracia Brasileira, o PSDB. Ele não teve concorrentes e, por isso, foi aclamado presidente por mais um biênio. O presidente reeleito chega humilde às portas das eleições. Mas, ao mesmo tempo, deixa-as abertas para qualquer eventualidade, pelo que deixa antever na entrevista concedida ao semanário Gazeta Regional, o único veículo a noticiar o fato.
Pimenta tem como seu vice, na Diretoria Executiva do partido, o jovem estudante e aprendiz político João Vitor Ferraz; como secretário, Ademir Antonio de Freitas, hoje secretário-adjunto na Educação; como tesoureiro, Roque Gil Neto, hoje diretor de um dos setores da Administração Municipal, e como vogais, Luiz Fernando Maricato e Gustavo Trindade Rizzatti, este filho do ex-prefeito e hoje secretário municipal de Agricultura, José Fernando Rizzatti. O PSDB tem no total, 32 membros e 11 suplentes, além do Conselho de Ética e Disciplina, Conselho Fiscal e Delegados, que representarão o diretório municipal na convenção estadual.
E não mais que isso, que os partidos políticos na cidade padecem de um mal crônico: a falta de filiados militantes, ou de simples filiados. Não raro, os partidos políticos são sua diretoria e ninguém mais. Mas, este é assunto para outra ocasião. “A realização das convenções municipais é (…) o momento de adesão de novas lideranças, bem como de traçar estratégias que o partido pretende adotar quanto à eleição de 2012”, disse Pimenta ao jornal. Mas, ele não diz quais serão, exatamente, estas estratégias.
“Olímpia tem um papel fundamental no PSDB, é uma tradição que não pode deixar acabar, com isso, necessita de renovação e ambições políticas para engrandecer ainda mais o nome da cidade”, diz. Mas, o que será que ele quer dizer com “ambições políticas”?
Procura-se melhores esclarecimentos nas falas do vice-prefeito e o máximo que se consegue é que, em ralação ao futuro político, “o vice-prefeito ressalta que ‘não adianta você ter um bom nome, entendo que é mais importante ter um bom grupo político e ter o respeito desse grupo, além, é claro, do apoio da família e dos amigos mais próximos'”. Voilà!, passou bem perto. E não é só isso: “Meu futuro político também não será decidido sozinho, quando necessário certamente ouvirei e decidirei junto com as pessoas mais importantes da minha vida”, acrescentou o vice.
Percebam, então, que há “um futuro político”. E que ele entende ser necessário ter “um bom grupo político, e ter o respeito deste grupo”. Isso ele tem, pode-se apostar. Também, diz ser necessário “o apoio da família e dos amigos mais próximos”. Isso também tem, pode-se apostar. Agora, o que Pimenta não cosiderou é se uma eventual situação adversa, lá na frente, também poderá influir na sua decisão de buscar “um futuro político”. E esta situação parece estar anunciada, com a pretensa – e tão comentada nos bastidores -, intenção do alcaide de trocar seu vice.
Assim estaria criado o cenário perfeito para Pimenta seguir o seu caminho, com as bênçãos do PSDB, seus próceres – “o bom grupo político” -, da família, que por certo terá, e dos amigos. Até porque não é crível que figuras tão exponenciais da política olimpiense vão se dobrar aos interesses políticos do alcaide ainda que, uma vez defenestrando Pimenta, mantenha o grupo em seu raio de poder. E nunca é demais lembrar que a base de sustentação política de Geninho (DEM), hoje, é o PSDB e seus membros. Sem eles, forma-se um instransponível abismo sob seus pés, já que com o DEM – que hoje é ele e seu diretório, e o PTB, que hoje é Beto Puttini e seu diretório, seu governo não para de pé. Nem sua recandidatura ganha robustez.
Portanto, o futuro político de Pimenta só depende dele e do seu PSDB. Depende do que ele e seu grupo verdadeiramente querem para a cidade e seu povo. E de saber se a condição de partido-reboque lhes é confortável. Porque, originariamente, os tucanos são animais muito inteligentes, curiosos e sempre alerta a tudo. Podem viver muito bem em cativeiro – só não se sabe se também no “cativeiro político” -, porém devem ser tomadas algumas medidas para que eles tenham uma vida boa e durem uns 20 anos, que é até onde chega sua expectativa de vida.
Mas, seja que caminho for tomado, os tucanos precisam se certificar, o mais cedo possível, de qual será o próximo passo a ser dado pelo alcaide. Para não serem pegos de surpresa. Porque tucanos são animais que ainda não estão em extinção, mas é preciso ficar de olho, pois muitos são caçados por causa de suas penas e por causa de seu bico que servem como adornos e decoração. E é esta, exatamente, a diferenciação que o grupo precisa ter em mente: somos força, ou adorno? Apenas “decoramos” o Governo Geninho, emprestando-lhe a credibilidade política e eleitoral que naturalmente lhe falta, o somos peças-chave no Governo? Eis as questões.
O diretório municipal do PSDB foi criado em 5 de agosto de 1.988. Antes desse período, funcionava como provisória, segundo conta o presidente reeleito. Em virtude das eleições municipais de 15 de novembro daquele ano, de acordo com ele, criou-se o diretório municipal. O partido em Olímpia nasceu com o Nacional, em 25 de junho de 1988, já que no dia de sua fundação, em Brasília, Olímpia estava sendo representada por José Carlos Ferraz, Carlos Severino Paschoaleti, Sílvio Roberto Bibi Mathias Neto e Mauro Pimenta. Carlito Paschoaleti e Bibi foram os candidatos a prefeito e vice do partido, em 1988.
Até.
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