O prefeito Geninho (DEM) decidiu ir para a contra-ofensiva esta semana, e partiu do princípio: “enquadrando” seu secretariado e vereadores da base governista. Da seguinte forma: botou todos mundo em um micro-ônibus escolar e rodou pela cidade durante quatro horas, parando aqui e ali para explanar sobre esta ou aquela obra. No total, foram anunciados investimentos de R$ 99,4 milhões – dos quais R$ 60 milhões com o “Minha Casa, Minha Vida”, empreendimento privado, que nada tem a ver com o rol de obras apresentado aos seus subordinados, inclusive coleguinhas da imprensa.

No que o prefeito batizou de ‘City Tour’ – e a população de ‘comitiva esperança’ -foram feitas visitas aos bairros distantes, às UBS lotadas de pacientes à espera de atendimento, ao “Minha Casa, Minha Vida’, com o fito de mostrar a eles que sim, tudo está caminhando normal, as obras não pararam e, pelo texto do semanário “Gazeta Regional”, da assessora Andresa Maieiros, só faltou o prefeito dizer que os pedreiros estavam “felizes” por estarem trabalhando ali, de tão piegas sua declaração.

É, sem dúvida, inusitado tal fato. Prefeito nenhum fez isso antes. Vereadores como Lelé (DEM), Zé Elias Morais (PMDB), Guto Zanette (PSB), Salata (PP) e Toto Ferezin (PMDB) também estiveram a bordo do pequeno veículo. Lembrando que Toto é o presidente da Casa de Leis. Assessoria de imprensa, fotógrafo e filmador oficiais também a bordo. A versão oficial: mostrar o que está sendo investido com dinheiro público, as dificuldades e os resultados.

Objetivo real: encontrar eco nos veículos de imprensa locais que não rezam categoricamente em sua cartilha, que fazem a crítica dos desvarios, que tanto incomoda o alcaide. Ele quer dos secretários uma maior participação e ação frente às críticas, ou seja, Geninho busca uma “blindagem” básica, pois, segundo os comentários surgidos após o ‘city tour’, se queixava de estar “apanhando muito” da imprensa ultimamente. Mas, não é só isso. O prefeito sabe que sua imagem não é das melhores frente à opinião pública, por uma série da fatores.

E sabe, também, que precisa reverter isso urgentemente. Porque as eleições batem à porta e ele busca, desesperadamente, a reeleição. Para não ver seu projeto político cair por terra. Se não se reeleger, o prefeito terá que buscar outro rumo para sua vida, quem sabe o de eterno assessor de Rodrigo Garcia, agora deputado federal. Se se reeleger, vai buscar uma cadeira na Assembléia Legislativa em dois anos após tomar posse. Animal político que é, Geninho sabe que hoje, dadas as circunstâncias, isso não está garantido. E com certeza suspira aliviado por faltarem, ainda, pouco mais de 21 meses para o pleito.

Mas é este tempo, um tempo que agora começa a ser contado para trás, cada dia que passa é um dia a menos na agenda para mudar tal panorama. Por isso, a “brigada” de secretários foi levada a esta “sabatina” obreirista, bem como vereadores de sua base na Câmara, que terão a missão de lá, enaltecer seus feitos, não criar empecilhos legislativos e muito menos de ordem legal, para que as coisas possam fluir da maneira que melhor convém ao prefeito. Agora só falta Geninho combinar isso com o povo.

FACA NOS DENTES
Se por um lado o prefeito usa a forma, digamos, ‘acadêmica’, para buscar o revertério em uma situação que não é nada confortável para ele, por outro libera seus “cães de aluguel” para, em seu nome, destratar e desrespeitar pessoas e famílias tradicionais da cidade, gente humuilde e honesta, que muita contribuição deu a esta urbe, exatamente ao contrário dos escrivinhadores do Gabinete, “chupins” do erário por excelência.

O ataque ferino e doentiamente maldoso está contido naquele depósito de excremento mental chamado “Metendo o Bedelho”, do semanário “Gazeta Regional”, da jornalista Andresa Maieiros, assessora de imprensa da prefeitura.

Mexer com família e familiares é coisa muito complicada, delicada, até porque, nem sempre quem rebusca passados, tem o seu ilibado a ponto de botar o dedo em riste na cara de alguém. Tipo ter telhado de vidro e ficar atirando pedra no telhado alheio. E muitas vezes até, não se tratam apenas de desvios de conduta, mas moral, ético, e de honestidade. É muito perigoso isso. Portanto, se o prefeito quer “limpar” sua imagem hoje um tanto quanto amarfanhada, riscada, detroçada frente à opinião pública, deve começar “faxinar” o seu quintal, depurar eticamente o grupo que o cerca.

Porque defendê-lo, forçar junto à opinião pública uma imagem de tocador de obras, de prefeito empreendedor, é uma coisa. Esquecer-se desta ação básica para atacar famílias honradas em seu nome, com o fito de rebater críticas, diga-se de pasagem, fundamentadas, infelizmente para ele, é outra totalmente diferente. É baixo nível puro. E perpetrado em nome de um mandatário do município.

Deve ser a tal herança sórdida dos tempos em que a política na cidade era feita nos subterrâneos, talvez em meio aos excrementos. Mas, uma alerta do blog: Tudo que começa mal (vide panfletos contra adversários), acaba mal um dia. A lei da ação e reação, o carma: “Para toda ação existe uma reação de força equivalente em sentido contrário”.

Até.