Sábado passado, 11, postei aqui um “insight” político que tive, apenas para registro, e à guisa de “termômetro” do momento que a cidade vive neste aspecto, sem esperar pela repercussão que teve, e as discussões que suscitou. O assunto ganhou as ruas e, quando é assim, novas peculiaridades vão sendo acrescentadas aqui e ali. Algumas transformando, outras tentando desqualificar a idéia e, outras, até, taxando a tese de antidemocrática. Para estes últimos, a democracia, portanto, comportaria apenas o divisionismo.
Mas, interessante notar que o tema, na forma como foi abordado, ganhou corpo na cidade de sábado para cá. E nos bastidores do Governo houve ti-ti-tis. No seio do funcionalismo público, um certo “frisson”. E nos meios políticos, uma nuvem de dúvidas perspassou a cabeça de muitos. O cidadão comum, quando confrontado com o tema, ou assentia, ou se negava a crer nesta possibilidade, ou negava-a terminantemente. Outros a aceitavam de pronto. Até com um certo entusiasmo.
Em meio a estas variações sobre o mesmo tema, houve quem raciocinasse de maneira ainda mais profunda, indo buscar as razões para um entendimento amplo nas possibilidades políticas futuras, caso o prefeito Geninho (DEM) consiga sua reeleição. Seria dar a ele e ao grupo que ao seu lado ficaria, mesmo em minoria, sobrevida política, mais que isso, até, a consagração política definitiva (neste caso estamos avaliando a possibilidade do vice, Pimenta, estar fora, mas disputando a cadeira da 9 de Julho com mais um candidato além de Geninho).
Até os mais inocentes dos observadores políticos sabe que a “máquina administrativa” sempre garante 30% a 35% para quem a detém, sob quaisquer circunstâncias. Neste caso, é deste patamar que o atual alcaide partiria. E numa partilha a três, caberia a ele exatamente o que precisa em volume de votos, para permanecer no comando do município. Neste quadro avaliado agora, ele teria o secretário Beto Puttini, de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer, como seu vice. Eleito, tomo mundo sabe que Geninho quer buscar uma cadeira na Assembléia Legislativa.
E com a “máquina” na mão, isso não lhe será de todo impossível. O blog até arrisca dizer que ele se elegeria. Caberia ao vice, então, assumir o cargo. E, como também é sabido, para quem assume mandato na metade, está facultado o direito à reeleição. Então, imaginemos que Puttini ficou dois anos, candidatou-se em 2016 e chegou lá. Repetirá a dose em 2020, e também chegará lá. Ou seja, dois, mais quatro e mais quatro, dão 10 anos. Se somados aos seis de Geninho, 16 anos do grupo no poder.
Ainda que haja, lá na frente, algumas defecções, estará caracterizada uma hegemonia política de onde menos se esperava que viesse. Nesse meio tempo Geninho estaria alçando seus vôos por aí, sempre no ‘índex’ da política estadual e, quiçá, federal.
O outro lado da moeda: a oposição esquece os protagonismos, as diferenças e democraticamente se une, e consensualmente vai à luta. Sim, porque democracia também é pressuposto de consenso. Acho até mais legítimo encarar como mais democrático o consenso que o dissenso. Neste caso, então, dois candidatos apenas, duas forças antagônicas na disputa. A situação, sem dúvidas, ficaria ruim para péssima para o alcaide e suas pretensões, não há que duvidar. Já que, teoricamente, contra ele estaria a força política maior da cidade trabalhando num universo de 65% a 70% dos votos. Um rolo compressor!
Neste panorama visto do blog, Geninho teria então sua carreira política abortada – e não se pode duvidar que, para sempre -, e Puttini não assumiria coisa nenhuma, portanto não aspiraria 10 anos de poder. E passa-se adiante o bastão da (des)continuidade político-administrativa de nossa querida Capital Nacional do Folclore.
Concluindo, as eleições de 2012 terão a característica de provocar suicídios políticos. Apertará fatidicamente a corda no pescoço aquele ajuntamento que for mais soberbo, individualista e cheio de “estrelas”.
Até.
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