Amigos do blog, esta semana mantive importante entrevista com o secretário municipal de Governo do prefeito Geninho (DEM), Paulo Marcondes, o “Paulinho da UVESP”, onde muito do que se fala por aí e ninguém podia comprovar, foi trazido à tona. E, claro, negado pelo escudeiro do alcaide. Já fazia alguns dias que os bastidores estavam “fervendo” com rumores até mesmo de quase vias de fato dentro do Gabinete do prefeito. Também davam conta estes comentários de que o município estaria “quebrado”, com uma dívida impagável de R$ 22 milhões. Que os funcionários municipais estavam sob o risco iminente de não receberem seus vencimentos, brevemente.
O blog tinha todas estas conversas registradas, mas aguardava oportunidade mais segura para divulgá-las. Porque uma coisa é especulação política, que mal nenhum trás a ninguém, a não ser aos próprios políticos. Outra coisa é especular sobre temas que diretamente diz respeito a praticamente uma cidade inteira, porque uma prefeitura “quebrada” é a pior das realidaddes para um município. Funcionários sem receber – mais de mil e 500 – seria o caos. Com a “quebra” dos cofres, muitas outras consequências viriam, até mesmo o desemprego neste ou naquele setor. Muito grave. Apreensivo, aguardamos mais detalhes e ao longo dos dias perguntávamos aqui e ali.
A lenha na fervura foi quando a Imprensa Oficial do Município-IOM, trouxe publicado em sua página 5, na edição de sábado passado, 14, o Decreto 4.783, de 12 de agosto, exonerando a tesoureira comissionada da prefeitura, Guiomar Midori Sato. Aí as coisas começaram a ganhar foros de verdade, ainda que as especulações permanecessem como o alimento principal do ‘frisson’. Os mais afoitos não tinham dúvidas: havia uma grave crise intestina no Governo Municipal. Ela envolveria membros do primeiro escalão e cifras altíssimas, bem como, também, propalavam, havia uma grave crise política anunciada.
Mas, na manhã de quarta-feira tivemos, finalmente, a oportunidade de conversar de público, com o secretário Marcondes, que não perdeu tempo em tentar por um fim a estas especulações. Segundo ele, não houve briga, nem há crise alguma. E a tesoureira Midori foi quem resolveu sair da prefeitura. “Oficialmente ela foi exonerada, mas que fique claro que foi uma saída espontânea”, enfatizou o secretário. Segundo ele, por sugestão do Tribunal de Contas, que pede funcionário de carreira em cargo de tesoureiro – embora haja certa controvérsia, porque o funcionário guindado à função é de carreira, mas a ocupa como comissionado, nomeado para o cargo (Aliás, “atropelando” muitos outros de carreira, ou não?).
Mas, se é assim, por que se instalou uma comissão processante contra ela, internamente? O secretário não foi muito claro ao responder. Mas, pelo menos também não negou que houvesse esta CP. Só procurou enfatizar que ela tinha um relacionamento tranquilo com o secretário Cleber Cizoto, de Finanças, seu superior. O secretário negou, também, que tal CP teria sido instalada por causa de pagamento de empenhos antes do prazo de vencimento e na frente de outros vencidos há mais tempo.
Nesse ponto: Diz a lenda que por determinação de superiores, Midori teria feito pagamento de dois empenhos, em valores não revelados, a um empresário-amigo de altos escalões da prefeitura, em detrimento de prestadores de serviços e fornecedores. Ou seja, ela teria sido obrigada a privilegiar um só cidadão, com dois pagamentos ao mesmo tempo. E não se tratariam de merrecas. Claro que na conversa com o secretário, o nome não foi citado, até por precaução. Mas a pessoa em questão não é um desconhecido. Falando, todo mundo saberia de quem se trata, caso pudesse ser confirmado o tal boato.
“A determinação dos pagamentos é passível de apontamentos do Tribunal e Contas, então não adianta ser amigo, porque se você faz os pagamentos, você está deixando isso para ser apontado no Tribunal. Não tem (favorecimento), não procede”, garantiu Paulinho. E, o dado mais forte das conversas que pululavam pela cidade: a prefeitura está ou não devendo R$ 22 milhões à praça? E de onde teriam tirado este valor exato? De qualquer forma, tal especulação (?) foi classificada por Paulinho como “folclore do mal”. E a briga no Gabinete? Não foi briga, foram discussões mais exacerbadas, deixa antever o secretário.
A briga envolveria o vice-prefeito Gustavo Pimenta (PSDB) e alguém não identificado. Uma corrente diz ser o próprio prefeito, outra que seria o Procurador Jurídico, Edílson De Nadai. Para Paulinho, foram apenas “discussões de trabalho, nada para o lado pessoal”. E sobre os R$ 22 milhões? “Isso é uma questão ‘folclórica'”, respondeu rápido. Até porque, ele diz, caso fosse verdade, “eu pensaria em desfazer toda a minha estrutura pessoal aqui em Olímpia, pegaria o ‘chapeuzinho’ e voltaria para casa” – a propósito, ele veio de Bom Jesus dos Perdões. Agora, se for verdade negada, a turma estará certa, porque ele mesmo reconhece, “uma dívida desta jamais se paga”.
“Informação vazia e maldosa” que gera instabilidade no servidor, ele contesta. “Nós nunca estivemos tão tranqüilos administrativamente, e todos os salários vão ser pagos”, é a garantia dada por ele, porque “a prefeitura não deve mais que R$ 800 mil naquele prazo normal de 30 dias de pagamento”.
Pois é.
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