Amigos do blog, felizmente conseguimos ontem no final da tarde uma solução paliativa – e bota paliativa nisso! – para o problema do nosso clube. Uma solução temporária, de 30 dias, para que os poços jorrem nas piscinas a tão decantada água quente.
Mas, não quer dizer esta liminar concedida pela 6ª Vara de Justiça Federal de São Paulo, que está tudo nos ‘conformes’. Pelo contrário, começa agora, talvez, o maior embate jurídico da história do Thermas. Sem contar que esta liminar pode ser derrubada pela Procuradoria Geral da União. E esta é a mais tênue das possibilidades de enfrentamento.
As piscinas quentes ainda não estão funcionando. O poços estão deslacrados desde o início da semana, iam ficar asssim por sete dias, no aguardo do resultado dos exames da água solicitados pelo DNPM.
Mas, para jogar a água nas piscinas é preciso esperar, primeiro, o DNPM se manifestar por escrito, para que sua argumentação possa ser juntada ao processo. Feito isso, começam a contar os 30 dias concedidos ao clube para uso dos poços.
As perguntas são: quando irá se manifestar o senhor Enzo Nico Júnior? Se conformará ele com a decisão da Justiça? Concordando e não recorrendo, ou recorrendo e a liminar sendo mantida, quando vencer os 30 dias, como ficará a situação?
Difícil prever se nos 30 dias haverá tempo suficiente para que o processo de legalização do uso das águas quentes seja concluído. Muito provavelmente, não estará concluído. A menos que as forças políticas, neste momento, falem mais alto.
E como já se disse, não no sentido de tornar legal o que está ilegal, num passe de mágica, mas apenas atuando no sentido de agilizar a máquina burocrática. Correndo mais celeremente com a papelada. E será a papelada, notem bem, o fator decisivo nesta questão.
Ou seja, quanto mais munido de documentos o clube tiver, mais facilidades terá para a agilização do processo no Departamento Nacional de Proteção Mineral. Torce-se, portanto, para que a diretoria do clube, como um todo, tenha sido diligente e cuidadosa neste aspecto. Senão…
Outro ponto importante a ressaltar neste acontecimento traumático para o município e os munícipes de modo geral, é quanto à necessidade urgente de se criar na cidade uma alternativa econômica ao Thermas dos Laranjais. Nossos administradores precisam pensar isso com toda a atenção devida.
Olímpia já viveu o ‘ciclo de ouro” do café – fomos um dos maiores produtores do Estado, quiçá do país. Depois vivemos o ciclo da laranja, de novo em posição de destaque no cenário paulista. Hoje, nosso destaque em nível estadual e nacional é o Thermas. Vivemos, agora, o ciclo das águas.
E aí reside o maior perigo. Centralizar todo o potencial de desenvolvimento econômico da cidade nas costas do clube é temerário e não aconselhável. Tenham em mente que o café e a laranja dependiam muito mais das flutuações de mercado e do melhor cuidado no trato com as plantas, ações geradas pela mão do homem.
E no caso do clube, seu maior produto de uso e consumo é a água subterrânea e profunda. Portanto, um bem natural. E a natureza, sabemos todos, é caprichosa. E a água, um bem finito. Num belo dia podem negacear conosco, recusando-se a regurgitar o tão precioso – e quente – líquido, aos borbotões, como ocorre hoje.
E aí, como ficaremos? Lamentando, como ainda o fazemos quanto ao café e à laranja? Vendo a cidade mais uma vez se estagnar por falta de opção econômica? Lembrem-se, uma boa idéia, um projeto bem implantado leva pelo menos cerca de 20 anos para maturar. Vide o próprio Thermas.
Por isso é preciso que o prefeito de turno não pense sua administração somente em função do clube, projetando sempre tendo o empreendimento como foco central. Claro que, também, não deve agir negligenciando este gigante do lazer, esta mola propulsora da economia local.
Mas, pensar única e tão somente voltado para o clube e o que o cerca não é um bom papel de governante, eis que ele está lá, ungido ao cargo de adminsitrador da urbe, para encontrar soluções que resolvam problemas. E necessariamente, para pensar o amanhã.
Queremos crer que o que se sucedeu com o Thermas dos Laranjais, agora, possa ser transformado num sinal de alerta a tantos quantos querem um futuro para esta cidade. Da lacração destes dois poços pelo DNPM, espera-se que restem, mais adiante, importantes aprendizados com a lição recebida.
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