Amigos do blog, este título acima bem poderia ser: ‘O que move Toto Ferezin?’ Mas, decidi simplificar, pontuando os números referentes ao total de votos que recebeu nas eleições do ano passado, para a Cãmara Municipal.
Toto foi, portanto, o vereador mais votado, entrando para a história das disputas eleitorais na cidade, já que passou a figurar entre os três candidatos à Câmara que mais votos receberam nas últimas décadas. Um feito. Talvez, antes, uma acachapante demonstração pública de confiança.
Mas, o próprio político de primeira viagem, caminha celeremente e com determinação para decepcionar seus 2.135 votantes, adontando a postura legislativa que vem adotando nas últimas sessões. O tal do ‘dize-me com quem andas que te direi quem és’, está aí, pululando aos olhos dos incrédulos eleitores.
Não se sabe, realmente, o que tem movido Toto Ferezin. Mas sua súbita adesão a certos conceitos e decisões administrativas do prefeito Geninho (DEM) começam a incomodar e a virar conversas nas rodas de tricoteiros. Mormente a divulgação de que será ‘cabo eleitoral’ em Olímpia, do candidato ao Senado Orestes Quércia, ex-manda-chuva do seu partido, o PMDB.
Quércia, a persona ‘maldita’ dentro do partido. O mesmo Quércia que provocou uma ruptura tão grande no PMDB, que fez nascer o PSDB. Figuras de proa do partido – do naipe de um Fernando Henrique Cardoso e Mário Covas – o deixaram para montar o ninho tucano.
O mesmo Quércia que ‘quebrou’ o Banespa para eleger Fleury, seu então desconhecido pupilo – afinal, era preciso manter o tapete no lugar, já que havia muita sujeira sob ele. O mesmo Quércia que comprou equipamentos superfaturados de Israel. O mesmo Quércia que…Tá bom de exemplos, né?
Pois é esta figura política tão bem ‘apanhada’ no cenário nacional que Toto Ferezin quer trazer para Olímpia a tiracolo. E sabem porquê? Porque simplesmente o prefeito Geninho lhe deu esta missão. Para atender um pedido (ordem?) feito ao prefeito por outro colega de cargo, este na Capital, Gilberto Kassab, de resto seu ‘padrinho’ político.
E tome foto no jornal. De um lado, Toto Ferezin; no meio, ele, Quércia; e na outra ponta, Geninho, o prefeito. A foto é bastante emblemática da situação que tentamos narrar aqui. Só não ouso dizer que as companhias não seriam recomendadas por nenhum pai zeloso, porque de repente nem saberia de que lado começar.
Até onde esta ‘parceria’ Toto-Quércia-Geninho é boa para o vereador? Toto foi eleito pela coligação de oposição a Geninho. Coligação cujo PMDB foi majoritário. Sua eleição se deu juntamente com outros quatro vereadores da coligação, sendo mais dois do PMDB.
Eleitos os cinco, formaram uma coalizão para a Câmara, fazendo a Mesa com ele mesmo na vice-presidência, e os cargos de direito. Esta coalizão tem o firme propósito de seguir unida até 2010, quando em dezembro se elege a nova Mesa. A presidência e os demais cargos, em forma de rodízio, continuariam com eles.
Houve até mesmo um acordo tácito no sentido de que não haveria ‘cabrestamento’ de votos. Ou seja, cada um votaria de acordo com sua consciência, vontade e pensamento. Mas, dados os projetos nos quais Toto tem votado, fica a nítida impressão de que ele, na verdade, estaria sendo ‘monitorado’ pelo Executivo.
E aí residiria a decepção crescente de seu eleitorado. Ou mesmo de não-eleitores que viam nele uma promessa política. Já que é jovem, estava entrando agora nesta seara e tinha (será que ainda não os tem?) bons propósitos.
Portanto, é preciso talvez que o próprio Toto Ferezin explique o que lhe move. Pelo menos seus eleitores merecem saber.
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