Amigos, impressiona ver o tamanho da falta de honestidade demonstrada por dois veículos de comunicação da cidade para com seus leitores. “Folha da Região” e “Gazeta Regional” deram neste sábado o mais esclarecedor exemplo do anti-jornalismo.
O primeiro, talvez movido por razões passionais ou pessoais, sequer deu uma nota sobre a coalizão partidária formada na cidade esta semana, visando, entre outras propostas, o equilíbrio político entre os poderes, tão salutar quanto necessário.
Mas, a editoria do jornal parece não ter tido o menor interesse em pelo menos buscar as razões mais recôndidas nesta junção partidária, o que seria o mais natural, já que em seu editorial manifestou a fúria típica dos inconformados, manteve a postura de quem não sabe e não quer saber se é bom, se é verdadeiro ou não.
Enfim, fez um jornalismo tacanho, tosco, raivoso, embora vazio de propósito e crítica – ao mesmo tempo em que esculacha com as coisas que diz imutáveis na cidade repete, ele mesmo, igual discurso de antanho, até com as mesmas palavras, quando mais fácil seria buscar a luz onde ela se faz: na fonte.
Já o segundo periódico se furtou de falar mais abertamente sobre a coalizão, tentou escondê-la numa coluna de notas políticas, tão mal escrita quanto mal editada. Revelou pouca vontade de noticiar o fato. Como seu concorrente dos sábados, optou por ignorar o que não lhe convém.
Que o Gazeta Regional tem lá suas preferências não é segredo para ninguém. É um jornal francamente alinhado com o grupo que vai assumir o poder executivo a partir do ano que vem. Por isso toda semana o destaque são os factóides do futuro prefeito. De maneira bastante generosa, tais factóides encontram naquelas páginas total e integral guarida.
E o resto não é noticia. Não é informação. Lembrar esta gente que existem manuais de boa conduta jornalística espalhados por aí não é necessário. Eles sabem de cor e salteado. As maquinações jornalísticas são urdidas e forjadas no próprio bojo de suas redações.
E não vale dizer que os outros dois semanários – Tablóide da Nova Paulista e Planeta News – deram a informação por tais e quais ligações. Seria pueril demais. Até porque, pelo menos o Planeta trouxe esta e demais informações, inclusive sobre o secretariado de Zuliani. Aliás, sobre a secretária de Educação, porque até agora só ela deu o ar da graça.
Outras três nomeações dadas em destaque pelos periódicos do sábado, não têm o condão de primeiro escalão, portanto, estas sim, não tinham necessidade de generosos espaços. Mas, valeram mais as indicações para uma assessoria jurídica, coordenadoria do Fefol e assessoria de Gabinete que a formação de uma coalizão política unindo quatro partidos e seis vereadores, num Legislativo de dez edis.
Onde está o fato político? O fato jornalístico? Ainda que se publicasse com reservas, em tom crítico e questionador, a publicação deveria ter acontecido em maior escala. Exatamente pelo peso natural do acontecimento. Que mexe com toda estrutura política dos anos futuros.
E mexe também com a estruturação do próprio governo Geninho Zuliani que, todos sabem, se tivesse também a Câmara na mão teria um formato, e sem ela, terá outro. Com ela na mão, a população olimpiense estaria a mercê de uma administração totalitária e absoluta. Sem ela, terá uma administração sob eterna vigilância. E aí pode pelo menos dormir sossegada.
Portanto, caros amigos, é perfeitamente compreensível o comportamento dos dois periódicos. A Folha não gosta de ver, na política local, pedra sobre pedra, tem ojeriza às coisas bem costuradas, porque não pode tergiversar, servir-se da sua própria jactância e das idiossincrasias de políticos dúbios para formatar suas manchetes.
O Gazeta Regional serve a um senhor, na esperança de que este o venha servir depois. E, portanto, mais vale um factóide insosso, que falar de uma segunda força política, que vem trazer o equilíbrio no jogo de poder local, mudando todas as peças num tabuleiro em que seu amo e senhor parecia tê-las todas nas mãos.
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