Olímpia terá em 2025, uma Câmara de Vereadores de centro-direita pra chamar de sua. A cidade nunca votou à esquerda, ou do centro à esquerda. Sempre pendeu à direita, e até mesmo à direita funesta de político ligado à Ditadura Militar, tendo Paulo Maluf como seu maior expoente. A hoje Estância Turística já foi curral malufista, malulista (de Jorge Malully, quem lembra?) e tantas outras figuras nefastas.

Os arroubos que tinha mais à esquerda eram protagonizados pelo saudoso Décio Eduardo Pereira, então aferrado ao MDB, quando este era essencialmente esquerdista, mas com forte ligação com Orestes Quércia, senador da República, depois governador de São Paulo. Era bem votado por aqui o Quércia, mas nunca na proporção dos votos dados à direita.

Ok., também não vamos ser injustos. Figuras ligadas à centro-esquerda já foram sim, bem votadas em Olímpia, mas num momento em que a opção de votos era Lula. Exemplos de Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin, em disputa pelo Palácio do Planalto ou governo de São Paulo, num nível em que a opção era a esquerda do PT. Mas não havia ligação político-afetiva nenhuma com estes, diferentemente como existia na era Maluf, por exemplo.

Agora mesmo, nestas eleições, surgiu uma criatura alheia ao pensamento corrente, aliada do nefasto Bolsonaro, apregoando que a passagem dele por aqui seria a pedra de toque para que o eleitor manifestasse seus pendores extremistas de direita. Foi o ápice a que a cidade podia chegar, e espera-se que não tenha passado de um arroubo do fascismo que felizmente, pelo menos por hora, não frutificou.

Assim, embora venhamos a ter uma Câmara de centro-direita, coalhada de populismo, com certeza não veremos manifestações, discursos, gestos e propostas “fora da caixinha”, ou seja, não é preciso temer o Legislativo que teremos no que diz respeito às posturas e atitudes ideológicas.

Até porque estes 13 vereadores atuarão a reboque do Executivo, já que dos 13, nada menos que 11 se elegeram dentro do grupo que o cercava. E os dois fora do círculo concêntrico com certeza não oferecerão resistência, até porque seria inócua e, convenhamos, contra os interesses mais imediato deles.

A Câmara de Vereadores, em 2025, será formada por quatro vereadores do União Brasil (Zé Kokão, Beto Puttini, Edna Marques e Gustavo Pimenta) mesmo partido do prefeito eleito; três do Progressistas (Flávio Olmos, Luciano Ferreira e Lucimara do Povão); um do PSD (Fernandinho); um do PDT (sargento Barrera), um do Podemos (Charles Amaral Ferreira), um do Republicanos (Marcelo da Branca) e dois do MDB (Marcão Coca e Salata).

De todos estes vereadores eleitos, o único caso de identidade partidária que se pode citar é o de Edna Marques, que se elegeu em 2020 pela sigla, nela permaneceu e por ela se reelegeu. Os demais todos migraram de uma sigla a outra.

Pimenta, por exemplo, era PSDB até ontem. Salata nunca nutriu qualquer afinidade com a linha política do MDB, sempre atuando à direita do espectro político olimpiense.

Embora hoje o MDB (que já foi PMDB exatamente para permitir entrar no barco figuras antes abomináveis do cenário político brasileiro), há tempos abandonou a bandeira de centro-esquerda, tornando-se um partido sem identidade, tal e qual todos os demais a serem representados na Casa de Leis a partir de 2025.

Em sentido contrário há que se observar Barreira, que de uma hora para outra se tornou socialista de rosa vermelha nas mãos (O símbolo do partido reflete sua ideologia. Trata-se da “mão segurando a rosa”, representando a social-democracia [a rosa é o socialismo e a mão, os valores humanistas e democráticos], símbolo da Internacional Socialista, da qual o partido faz parte). O partido em questão é o PDT.

ABSTENÇÃO CAIU, MAS
QUASE 10 MIL NÃO VOTARAM
Se no último pleito municipal vivido pelos olimpienses, em 2020, nada menos que 15.181 eleitores não escolheram um candidato a prefeito, destra vez foram 9.758 os olimpienses que se abstiveram do voto. Há quatro anos isso representou 35,37% do total de eleitores aptos a votar, e desta vez o percentual foi de 30,5%, 4.87% menor o não comparecimento às urnas.

Dos 41.681 eleitores aptos a votar na Estância Turística de Olímpia, 31.923 saíram de casa para fazê-lo. Destes, 93,66%, ou 29.299 escolheram um nome. Nenhum voto foi anulado, enquanto outros 600 estão anulados sub-judice. 828 eleitores, ou 2,59% dos presentes, votaram nulo, enquanto 1.196 , ou 3,75% votaram em Branco.

A título de curiosidade, em 2020 o prefeito reeleito Fernando Augusto Cunha, no PSD, recebeu 59,33% dos votos válidos, ou 16.460 votos no total. No domingo, Geninho foi eleito com 52,34% dos votos válidos, ou 15.592 votos. A diferença percentual entre ambos ficou em 6.99% e, numericamente, esta diferença foi de 868 votos a menos para Geninho.

Em termos de segunda colocação, a diferença percentual entre Flávio Augusto Olmos, naquela eleição, e Luiz Alberto Zaccarelli, agora, foi menor, de 3,99% apenas, ou 493 votos. Na segunda posição em 2020, Olmos, então no Partido Progressista, obteve 34,10% dos votos, ou 9.461 no total. Zaccarelli, por sua vez, recebeu domingo 30,11% do total de votos válidos, ou 8.968 votos.

Em 2020, os votos em branco totalizaram 1.245, ou 4,09% do total. Desta vez eles foram 1.196, ou 3,75% do total. Já os votos nulos alcançaram 1.480, ou 4,86% há quatro anos, e 828 no domingo, percentual de 2,59% na comparação com os válidos. Por fim, os votos válidos chegaram a 27.741, ou 91,06% dos eleitores aptos em 2020, e agora alcançaram 29.299, ou 93,66%.