Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: outubro 2024

Vereadores da Estância assumem em 2025 recebendo 109,40% de aumento salarial

Edis novos e velhos edis vão ganhar quase R$ 12,5 mil
por mês; custo mensal bruto será que quase R$ 1,5 milhão

Os 13 vereadores que vão assumir seus mandatos a partir de janeiro do ano que vem na Estância, terão vencimentos brutos de R$ 12.495,28, valor que corresponde a 40% do que ganha um deputado estadual, conforme lei aprovada pela atual bancada de edis, no começo de fevereiro de 2021, numa decisão polêmica que mobilizou a opinião pública.

O tema aumento de salários e cadeiras na Câmara foi tratado no Projeto de Lei de Emenda à Lei Orgânica nº 40/2021, de autoria da Maioria Absoluta dos Membros da Câmara, que dispunha sobre alteração de dispositivos da Lei Orgânica da Estância Turística de Olímpia. Porém, as mudanças previstas só passarão a vigorar a partir de janeiro 2025.

No tocante aos vencimentos, cada vereador perceberá, na próxima legislatura, 40% do que ganha um deputado estadual, hoje em R$ 31.238,19, que por sua vez representa 75% dos vencimentos de um deputado federal, que ganha R$ 41.650,92.

Portanto, cada vereador terá seu salário aumentado para R$ 12.495,28. Isto representará um reajuste da ordem de 109,40% sobre os vencimentos atuais, uma vez que cada edil ganha tinha, em fevereiro, quando da aprovação do projeto, salário bruto de R$ 5.967.

Importante frisar que este valor está sendo calculado sobre o que ganha hoje o deputado estadual. Pode haver mudanças até o final de 2026, quando termina esta legislatura estadual e começa a outra, de 2027. Aí muda a ordem de grandeza.

Este reajuste e os eventuais próximos que virão, serão fixados por Lei mediante autoria da Mesa Diretora ou da Comissão de Finanças e Orçamento, diz o projeto.

Este mesmo projeto de Emenda à Lei Orgânica tratava do aumento no número de cadeiras no Legislativo, que saiu das dez atuais, indo para 13 a partir de 2025, ou seja, variação de 30%. Lembrando que a Casa Legislativa olimpiense poderia ter até 15 cadeiras.

Caçambas ‘estacionadas’ no meio fio
pagarão R$ 20 por dia à Zona Azul

Desde a última sexta-feira, dia 11de outubro, quem alugar uma caçamba para coletar os dejetos de sua construção ou reforma, se o equipamento for instalado em espaço da Zona Azul, o responsável terá que pagar a tarifa de R$ 20 por dia, de segunda a sexta-feira, e de R$ 10 aos sábados.

Isso ficou estabelecido conforme o Decreto nº 9.297, de 10 de outubro de 2024, que dispõe sobre alteração e inserção de dispositivos no Decreto nº 8.513, de 15 de agosto de 2022, que regulamenta o Sistema de Estacionamento Rotativo Pago, em vias e logradouros públicos da Estância Turística de Olímpia.

Esta nova regulamentação encarece ainda mais o uso obrigatório de caçambas em obras na região central da cidade, naqueles trechos abrangidos pela Zona Azul, em R$ 110 por semana de uso. Frisando que o uso da caçamba é obrigatório se a obra gerar resíduos de construção.

O decreto não diz, no entanto, de quem é a obrigação de pagar, se de quem contrata o serviço ou de quem aluga a caçamba mas, de uma forma ou de outra, o gasto adicional acabará incidindo no bolso do contratante, com certeza, por meio do acréscimo das tarifas no valor final do aluguel.

A íntegra do Decreto é a seguinte: “Fernando Augusto Cunha, Prefeito Municipal da Estância Turística de Olímpia, Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, D E C R E T A: Artigo 1º – Fica acrescido parágrafo 15, no artigo 4º do Decreto nº 8.513, de 15 de agosto de 2022, com a seguinte redação:

Artigo 4.º (…): § 15. Fica fixada a tarifa básica por colocação de caçamba estacionária para coleta de resíduos de construção civil de R$ 20 por dia, de segunda a sexta-feira, e R$ 10 por dia, aos sábados, ficando isentos de pagamento aos domingos e feriados, sendo necessária a autorização prévia emitida pela Secretaria Municipal de Segurança, Trânsito e Mobilidade Urbana da Estância Turística de Olímpia”.

Depois, no Artigo 2º, reza o texto que “O ANEXO ÚNICO do Decreto nº 8.513, de 15 de agosto de 2022, que trata das Áreas Designadas para Implantação do Estacionamento Rotativo Eletrônico Pago, passa a vigorar conforme ANEXO ÚNICO deste Decreto. Artigo 3º – Este decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Registre e publique. Prefeitura Municipal da Estância Turística de Olímpia, em 10 de outubro de 2024”.

A título de informação, é definido como Área Azul a seguinte área de abrangência: Rua Conselheiro Antônio Prado, entre Av. Waldemar Lopes Ferraz e Rua Floriano Peixoto; Rua Antônio Olímpio, entre Av. Waldemar Lopes Ferraz e Rua Floriano Peixoto; Rua São João, entre Av. Waldemar Lopes Ferraz e Rua Floriano Peixoto; Rua Cel. Francisco Nogueira, entre Av. Waldemar Lopes Ferraz e Rua Floriano Peixoto; Rua Joaquim Miguel dos Santos, entre Av. Waldemar Lopes Ferraz e Rua Floriano Peixoto; Rua General Osório, entre as ruas Américo Brasiliense e Bernardino de Campos; Av Deputado Waldemar Lopes Ferraz, entre as ruas Síria e General Osório; Rua Américo Brasiliense, entre as ruas Síria e General Osório; Rua Nove de Julho, entre a rua Síria e Av. Aurora Forti Neves; Rua David de Oliveira, entre a rua Síria e Av. Aurora Forti Neves; Rua Bernardino de Campos, entre as ruas Síria e General Osório.

Por outro lado, é definido como Área Azul de Tempo Ampliado a seguinte área de abrangência: Rua Conselheiro Antônio Prado, entre as ruas Benjamin Constant e Floriano Peixoto; Rua Marechal Deodoro, entre Rua Síria e Rua Conselheiro Antônio Prado; Rua Floriano Peixoto, entre Rua Síria e Rua Conselheiro Antônio Prado.

A última pesquisa eleitoral e um dilema

Como elucidar este dilema?

Estamos diante de um equívoco de dados, ou de um fenômeno eleitoral? Voltando a atenção hoje, para a última pesquisa de intenção de votos encomendada pela campanha do candidato eleito a prefeito Geninho Zuliani (União), ficamos surpresos com os quadros que ela mostra.

O primeiro deles, é da não fidelidade dos percentuais finais coletados em 22 de setembro, com 800 eleitores olimpienses, pela agência Sinfor. A tabulação e o resultado foram divulgados no dia 3 de outubro, a quinta-feira anterior ao dia da votação. Do dia 22 até dia 6, se passaram exatamente 15 dias.

O segundo quadro vislumbrado é a distância percentual apontada pela pesquisa, e o resultado final alcançado pelo candidato Luiz Alberto Zaccarelli (PSD). Aliás, as distâncias também dos outros dois candidatos, Tarcísio Cândido de Aguiar (PL) e Márcio José Ramos (PT), embora nestes dois casos, a margem de erro deva ser considerada.

Bom, acontece que a Sinfor cravou na última pesquisa divulgada pelo SBT regional, que Geninho, seu contratante, fecharia o embate com 58% (assim, fechado!) dos votos, contra 16,2% de Luiz Alberto Zaccarelli, 13,2% de Tarcísio Aguiar e 4% (assim, fechado!) de Márcio José Ramos. Em termos numéricos, a diferença de Geninho para Zaccarelli, segundo a Sinfor, seria de 36,14%. Mas ficou em 22,23% e estava caindo.

Ok., passou batido, votação feita, votos contados e nada do que a Sinfor registrou aconteceu considerando apenas os dois candidatos em vantagem. Em todos os percentuais havia uma distância acima da margem de erro de 3,5% para mais ou para menos, que foi a margem divulgada pela agência.

Dos 58% de Geninho, foram apurados 52,34%. Dos 16,2% de Zaccarelli, foram apurados 30,11%; dos 13,2% de Tarcísio, foram apurados 15,30% e dos 4% de Márcio Ramos, foram apurados 2,25%.

Para não sermos encarados como maldosos, diríamos que os percentuais finais de Aguiar e Ramos estavam dentro da margem de erro, pois o primeiro oscilou para cima 2,1% e o segundo oscilou para baixo 1,75%.

Porém, quanto aos dois candidatos melhor posicionados, o erro foi grosseiro, porque ambos ficaram bem distantes da margem de erro. Geninho, 5,66% para baixo da contagem da Sinfor, e Zaccarelli 13,91% para cima.

Ou encontram uma justificativa para isso ou vamos aceitar a tese de que o candidato indicado por Fernando Cunha foi um fenômeno extraordinário, mais que dobrando sua intenção de votos num espaço de 15 dias (22 de setembro a 6 de outubro). Salvo melhor juízo, o candidato teria crescido 0.9273333333 na intenção de voto por dia. Arredondando, quase 1% ao dia.

Ou a intenção ali foi a de “puxar” o candidato, ou houve erro crasso na formatação ou na coleta dos dados, ou Zaccarelli é o mais novo fenômeno eleitoral dos últimos anos. Nesse ritmo, e numa suposição de que tivéssemos mais 15 dias de campanha, Zaccarelli teria subido, então, mais 13% ou 14%, podendo chegar aos 45% contra os 52,34% de Geninho. Claro, não contando que este crescimento fosse baseado numa eventual “sangria” de votos do candidato vencedor.

A coisa fica pior ainda quando se tem a “evolução” dos dados, desde praticamente o começo do ano, primeira pesquisa alardeada pelo candidato via SBT: 50,2%, 53,5% e 58%. A medição do meio bateria melhor, e sem erro, com o resultado oficial, no caso de Geninho: 52,34%.

Zaccarelli, 12,5%, 14,5% e 16,2%. Todos os percentuais estão muito longe da margem de erro na comparação com o resultado final de 30,11%. Mais exatamente, 13,91% de erro.

Os números de Tarcísio Aguiar foram 8%, 12,5% e 13,2%. Aqui, há que se considerar a margem de erro, porque a diferença foi de apenas 2,1%.

Por último, Márcio José Ramos, com os índices de 2,7%, 3,8% e 4%. Na contagem oficial, 2,25%, ou 1,75% abaixo da amostragem. Aqui também há que se considerar a margem de erro.

Mas, então o que aconteceu nas outras duas compilações ou, mais severamente, o que terá acontecido na tabulação dos números de Zaccarelli? A favor da agência, pode-se dizer que há sempre um movimento de reta final, uma certa ebulição, por um motivo ou por outro, por parte do eleitor, o que “derrubaria”, eventualmente, qualquer prognóstico.

Teria sido esse o caso? Então essa movimentação de eleitores teria ocorrido nos últimos 15 dias das eleições, nos quais Geninho teria começado a perder votos e Zaccarelli a ganhar? Ou marca o período em que mais efetivamente o prefeito Fernando Cunha entrou na campanha de Zaccarelli? Ou alguém entornou o caldo no meio da prosa?

Quem tem a resposta para esse dilema?

DOIS NOVOS, CINCO VOLTANDO E
CINCO REELEITOS, EIS O LEGISLATIVO!
O retrato final das eleições para o Legislativo na Estância Turística de Olímpia aponta poucas novidades em termos de nomes e personagens eleitos para a Legislatura 2025/2028 à Câmara Municipal da Estância, uma vez que só dois eleitos domingo nunca foram vereadores, enquanto outros cinco estão retornando após uma ou mais legislatura afastados da função e, dos dez atuais edis, somente cinco foram reeleitos.

Renato Barrera Sobrinho, agora um neo-socialista, foi reeleito pelo PDT com 722 votos; Edna Marques, reeleita com 652 votos pelo União Brasil, Fernando Roberto da Silva, com 939 votos, pelo PSD, José Roberto Pimenta, o Zé Kokão, com 974 votos pelo União e Marcelo da Branca, com 739 votos pelo Republicanos, são os edis que se manterão nos cargos na próxima legislatura.

Flávio Olmos, o mais votado entre os eleitos, com seus 1.422 votos, candidato do Partido Progressista, Gustavo Pimenta, com 625 votos, também pelo União Brasil, Beto Puttini, com seus 806 votos, outro do União Brasil, Marcão Coca, com 526 votos, pelo MDB, e Salata, também pelo MDB, com exatos 500 votos, são os ex-vereadores que retornam à Casa de Leis, depois de tempos afastados, sendo que Salata e Beto Puttini são os que ficaram longe da Câmara por mais de uma legislatura.

Por fim, os novatos em legislaturas Lucimara do Povão, a grande surpresa, destas eleições, com seus 769 votos, pelo Progressistas, Luciano Ferreira, com seus 816 votos também pelo Progressistas e Charles Amaral Ferreira, outra grande surpresa, com 691 votos vão atuar como edis pela primeira vez, embora Luciano Ferreira já tenha atuado por um brevíssimo período enquanto suplente.

Nova Câmara de Vereadores, uma ‘colcha de retalhos’ de conveniências partidárias

Olímpia terá em 2025, uma Câmara de Vereadores de centro-direita pra chamar de sua. A cidade nunca votou à esquerda, ou do centro à esquerda. Sempre pendeu à direita, e até mesmo à direita funesta de político ligado à Ditadura Militar, tendo Paulo Maluf como seu maior expoente. A hoje Estância Turística já foi curral malufista, malulista (de Jorge Malully, quem lembra?) e tantas outras figuras nefastas.

Os arroubos que tinha mais à esquerda eram protagonizados pelo saudoso Décio Eduardo Pereira, então aferrado ao MDB, quando este era essencialmente esquerdista, mas com forte ligação com Orestes Quércia, senador da República, depois governador de São Paulo. Era bem votado por aqui o Quércia, mas nunca na proporção dos votos dados à direita.

Ok., também não vamos ser injustos. Figuras ligadas à centro-esquerda já foram sim, bem votadas em Olímpia, mas num momento em que a opção de votos era Lula. Exemplos de Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin, em disputa pelo Palácio do Planalto ou governo de São Paulo, num nível em que a opção era a esquerda do PT. Mas não havia ligação político-afetiva nenhuma com estes, diferentemente como existia na era Maluf, por exemplo.

Agora mesmo, nestas eleições, surgiu uma criatura alheia ao pensamento corrente, aliada do nefasto Bolsonaro, apregoando que a passagem dele por aqui seria a pedra de toque para que o eleitor manifestasse seus pendores extremistas de direita. Foi o ápice a que a cidade podia chegar, e espera-se que não tenha passado de um arroubo do fascismo que felizmente, pelo menos por hora, não frutificou.

Assim, embora venhamos a ter uma Câmara de centro-direita, coalhada de populismo, com certeza não veremos manifestações, discursos, gestos e propostas “fora da caixinha”, ou seja, não é preciso temer o Legislativo que teremos no que diz respeito às posturas e atitudes ideológicas.

Até porque estes 13 vereadores atuarão a reboque do Executivo, já que dos 13, nada menos que 11 se elegeram dentro do grupo que o cercava. E os dois fora do círculo concêntrico com certeza não oferecerão resistência, até porque seria inócua e, convenhamos, contra os interesses mais imediato deles.

A Câmara de Vereadores, em 2025, será formada por quatro vereadores do União Brasil (Zé Kokão, Beto Puttini, Edna Marques e Gustavo Pimenta) mesmo partido do prefeito eleito; três do Progressistas (Flávio Olmos, Luciano Ferreira e Lucimara do Povão); um do PSD (Fernandinho); um do PDT (sargento Barrera), um do Podemos (Charles Amaral Ferreira), um do Republicanos (Marcelo da Branca) e dois do MDB (Marcão Coca e Salata).

De todos estes vereadores eleitos, o único caso de identidade partidária que se pode citar é o de Edna Marques, que se elegeu em 2020 pela sigla, nela permaneceu e por ela se reelegeu. Os demais todos migraram de uma sigla a outra.

Pimenta, por exemplo, era PSDB até ontem. Salata nunca nutriu qualquer afinidade com a linha política do MDB, sempre atuando à direita do espectro político olimpiense.

Embora hoje o MDB (que já foi PMDB exatamente para permitir entrar no barco figuras antes abomináveis do cenário político brasileiro), há tempos abandonou a bandeira de centro-esquerda, tornando-se um partido sem identidade, tal e qual todos os demais a serem representados na Casa de Leis a partir de 2025.

Em sentido contrário há que se observar Barreira, que de uma hora para outra se tornou socialista de rosa vermelha nas mãos (O símbolo do partido reflete sua ideologia. Trata-se da “mão segurando a rosa”, representando a social-democracia [a rosa é o socialismo e a mão, os valores humanistas e democráticos], símbolo da Internacional Socialista, da qual o partido faz parte). O partido em questão é o PDT.

ABSTENÇÃO CAIU, MAS
QUASE 10 MIL NÃO VOTARAM
Se no último pleito municipal vivido pelos olimpienses, em 2020, nada menos que 15.181 eleitores não escolheram um candidato a prefeito, destra vez foram 9.758 os olimpienses que se abstiveram do voto. Há quatro anos isso representou 35,37% do total de eleitores aptos a votar, e desta vez o percentual foi de 30,5%, 4.87% menor o não comparecimento às urnas.

Dos 41.681 eleitores aptos a votar na Estância Turística de Olímpia, 31.923 saíram de casa para fazê-lo. Destes, 93,66%, ou 29.299 escolheram um nome. Nenhum voto foi anulado, enquanto outros 600 estão anulados sub-judice. 828 eleitores, ou 2,59% dos presentes, votaram nulo, enquanto 1.196 , ou 3,75% votaram em Branco.

A título de curiosidade, em 2020 o prefeito reeleito Fernando Augusto Cunha, no PSD, recebeu 59,33% dos votos válidos, ou 16.460 votos no total. No domingo, Geninho foi eleito com 52,34% dos votos válidos, ou 15.592 votos. A diferença percentual entre ambos ficou em 6.99% e, numericamente, esta diferença foi de 868 votos a menos para Geninho.

Em termos de segunda colocação, a diferença percentual entre Flávio Augusto Olmos, naquela eleição, e Luiz Alberto Zaccarelli, agora, foi menor, de 3,99% apenas, ou 493 votos. Na segunda posição em 2020, Olmos, então no Partido Progressista, obteve 34,10% dos votos, ou 9.461 no total. Zaccarelli, por sua vez, recebeu domingo 30,11% do total de votos válidos, ou 8.968 votos.

Em 2020, os votos em branco totalizaram 1.245, ou 4,09% do total. Desta vez eles foram 1.196, ou 3,75% do total. Já os votos nulos alcançaram 1.480, ou 4,86% há quatro anos, e 828 no domingo, percentual de 2,59% na comparação com os válidos. Por fim, os votos válidos chegaram a 27.741, ou 91,06% dos eleitores aptos em 2020, e agora alcançaram 29.299, ou 93,66%.

Considerações sobre a não eleição do sucessor (ou: a maldição do outro)

A maldição da não-eleição do sucessor atacou novamente. E Cunha foi o quarto prefeito olimpiense a ser alcançado por ela. Os dois últimos prefeitos que conseguiram fazer seus sucessores em Olímpia foram Álvaro Marreta Cassiano Ayusso, o Marreta (1977/1982), e Wilson Zangirolami (1983/1988). Marreta fez Wilson, Wilson fez José Fernando Rizzatti (1989/1992). E nunca mais.

Ainda longe dos tempos da reeleição, José Rizzatti não conseguiu fazer seu sucessor, no caso, o então vereador Antônio Martins Correia, o Sargento Correia, que tinha como vice José Sant’anna, nas eleições de 1992. Perdeu o pleito, com seus parceiros, para José Carlos Moreira.

Quatro anos depois, Moreira, sem credibilidade política ou administrativa e, pior ainda, sem um grupo político consistente, negociou algumas questões políticas com o grupo rizzattista e este voltou ao poder, como candidato forte único. Eram os idos de 1997/2000.

Naquele ano, o primeiro do século 21, José Rizzatti vacilou, dizem que enfiou nos fundos do bolso das calças uma pesquisa que o colocava em ampla vantagem sobre seu adversário, o médico Luiz Fernando Carneiro, e “foi pescar”. No melhor estilo “o adversário que lute”. E o adversário lutou. Lutou tanto que venceu as eleições por contagem mínima, mas venceu. De virada.

Ou seja, tragédia maior das tragédias, Rizzatti não conseguiu se reeleger em 2000. O primeiro e único prefeito a cometer esta proeza. Carneiro então ficou à frente da administração por duas gestões e…. não conseguiu emplacar seu sucessor, no caso o médico José Augusto Zambom Delemanha, o Dr. Pituca, nas eleições de 2008.

Nelas, saiu-se vencedor Eugênio José Zuliani, a candidatura de si mesmo mais bem sucedida da história desta cidade. Em 2012, reelegeu-se. Em 2016, situação pitoresca viveu a campanha eleitoral, uma vez que uma das candidaturas -a de Fernando Cunha, teria sido arquitetada pelo próprio Geninho e seu mentor político de então, Rodrigo Garcia, que convenceram o então ex-deputado estadual a vir para Olímpia se candidatar.

Nesse meio tempo, o então vereador e ex-presidente da Câmara de vereadores, Humberto José Puttini, também arquitetava sua própria candidatura, pois julgava-se, por direito e gratidão, candidato da vez de Geninho Zuliani. Gratidão porque quando Geninho lançou-se candidato a prefeito, encontrou muita resistência das bases políticas da cidade em apoia-lo.

Beto Puttini, então presidente do diretório municipal do PTB, veio em seu socorro, anunciado o apoio irrestrito do partido à sua candidatura. isso conferiu uma certa musculatura às andanças de Zuliani, que pode, baseado no PTB e no prestígio político de Puttini, costurar outros apoios, até conseguir, às vésperas do encerramento dos registros de candidaturas, emplacar Gustavo Pimenta como seu vice.

Pois bem, passados oito anos, em alguns dos quais Puttini ocupou a secretaria de Turismo e Cultura, eis que este apresenta a Geninho a fatura onde expressava o custo do apoio irrestrito à sua candidatura, lá atrás, e o apoio emprestado à base do governo, sendo um de seus secretários.

Mas, e agora, como acomodar as duas situações -a de dar amparo a Cunha e ao mesmo tempo não frustrar Puttini? Zuliani optou pelo meio-termo. Deixou Cunha correr na sua própria trilha alocando alguns de seus assessores para dar guarida a ele, e encenou apoio a Puttini, mas sem vestir a camisa como era de se esperar.

Sendo assim, embora Puttini fosse o candidato com trânsito livre na prefeitura, não dá para cravar que foi “o” candidato de Geninho. Assim como não dá para cravar nem sim, nem não, se caso Cunha não tivesse no páreo, Geninho tivesse em Beto seu sucessor. O teria elegido? Ou seria vítima também da maldição do sucessor? Portanto, não dá para incluir, nem tirar, Geninho da lista maldita. Você, leitor, é quem decide.

Bom, passada esta saia justa, Cunha vence, e bem, as eleições de 2016, se reelege, e melhor ainda, em 2020, mas não consegue emplacar seu sucessor em 2024, que perde o pleito exatamente para Zuliani, seu “padrinho” lá atrás, seu algoz oito anos depois.

NASCE UM LÍDER?
Exceto por algum motivo muito forte, Geninho não irá à reeleição. Talvez até tenha o próprio Luiz Alberto Zaccarelli como concorrente, por que não? Trata-se da última possível liderança política surgida nos últimos tempos na cidade, única capaz de fazer frente, e não fazer feio, a Zuliani daqui quatro anos, imaginamos.

Isso caso o próprio Cunha não encare este desafio, embora seu foco no momento venha sendo a Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas política é exatamente o momento de cada um. Muda como nuvem, parafraseando certo decano, já falecido.

Geninho só se garante numa reeleição se nestes primeiros quatro anos de governo mostrar ao eleitorado que já alcançou a maturidade política. Lembrando que o povo já se acostumou com um modelo de gestão vivido nos últimos oitos anos. Qualquer solavanco nesta locomotiva, ou qualquer ameaça de tirá-la dos trilhos em que segue, pode custar-lhe o futuro na política local.

A menos que sua ânsia de governar Olímpia seja menor do que sua ânsia em projetar-se em nível de Brasil, voltando a ocupar uma cadeira no Congresso, daqui dois anos. E o cargo de prefeito dá bem para reprojetá-lo estadual e regionalmente. Neste caso estará faltando com a palavra empenhada ao público eleitor. Mas, quem liga?

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