O pré-candidato a prefeito da Estância, Tarcísio Cândido de Aguiar, não deve ter lá fontes bem enfronhadas no caso do aeroporto de Olímpia, como diz ter. E afirmar que não conseguiu encontrar o documento que aloca R$ 1 bilhão para o Aeroporto Internacional do Norte Paulista só é mais um exemplo da falta de bons contatos do pré-candidato a prefeito. Porque este blog conseguiu localizar.

Na entrevista que concedeu a um veiculo de comunicação da cidade na sexta-feira, o sargento licenciado do Exército agiu mais como candidato do que como alguém realmente preocupado com tão estratégico assunto.

Primeiro, ele deveria estar manifestando enorme indignação pelo fato dos “seus” deputados terem votado favoráveis ao realocamento dos R$ 104 milhões de emenda parlamentar. Ao contrário, procurou justificar a ação dos parlamentares, usando como pano de fundo a tragédia do Rio Grande do Sul.

“Hoje tem zero reais para o aeroporto de Olímpia”, decretou, ignorando por completo a possibilidade contida no Plano Plurianual-PPA do Governo Federal. Perguntado sobre o Plano, disse que procurou e não achou, e que “enes” pessoas ligadas ao setor lá em Brasília também procuraram “e não encontraram”.

Até mesmo seu entrevistador, jornalista experiente, disse que não conseguiu achar, mesmo porque, “são muitas páginas”, e ele não ia ler todas. Mas observou que “apareceu um monte” de aeroportos e “nenhum” tinha um bilhão e “nenhum” era para Olímpia.

Tarcísio, porém, disse uma meia-verdade e, portanto, uma meia-mentira, quanto à outorga do aeroporto para a Infraero: “Existe uma solicitação para transferir a outorga para a Infraero, mas não existe dinheiro, e por isso pode não haver o interesse (por parte da empresa estatal)”.

E a partir daí passou a falar como pré-candidato à cadeira principal do sobrado da Rui Barbosa, criticando a intenção de outorga, alegando “possíveis prejuízos ao município”.

Aquele que no princípio festejou a alocação de recursos para o aeroporto, interpondo-se entre a conquista e o poder público -o único que pode querer ou desquerer algo em torno do tema- até se anunciando como um dos “pais” da “criança”, agora, decepcionado porque não vai mais poder projetar-se na paternidade, passou a ser um crítico dos métodos pretendidos pelo chefe do Executivo olimpiense, a quem cabe todas as prerrogativas sobre o tema.

Para o vereador pré-candidato, o anunciado R$ 1 bilhão “é extrapolado”, que não viu nada a respeito, mas não pode dizer “que não tem ou que tem”. “O fato é que ninguém está achando”, afirmou, para ao fim decretar: “Não tem mais dinheiro (para o aeroporto)”.

Sem querer ser específico, mas o sargento simplesmente ignorou as ações do ministro de Relações Institucionais do Governo Federal, quando este garantiu ao prefeito, por meio do seu interlocutor olimpiense, advogado Willian Antonio Zanolli, que o aeroporto de Olímpia “está garantido”, que “é ponto pacífico”.

Assim, a título de prestação de serviços, segue abaixo a parte “que ninguém conseguiu encontrar” do Plano Plurianual do Governo Federal, onde consta a alocação de recursos e até o método de fracionamento do dinheiro, para a partir de 2025, como disse o alcaide esta semana:

Já o pré-candidato Geninho Zuliani foi verdadeiro neste aspecto, após a viagem que fez a Brasília, para a posse do novo presidente do União Brasil, seu partido, Antônio Rueda. Em postagem de vídeo ao lado de Rueda na sua página do Facebook, Zuliani confirmou que a licitação do aeroporto vai ser feita este ano e as obras começam no ano que vem. Ele não citou o PPA, mas deu a entender que o assunto não morreu, e que Olímpia vai precisar continuar a ter força política para garantir que tudo tenha um resultado prático esperado.