Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: setembro 2022

Campanha de Garcia retrata a ‘angústia do goleiro na hora do pênalti’

O governador candidato à reeleição, Rodrigo Garcia, e sua trupe, podem bater os pés e dizerem que não, mas a candidatura do tucano para permanecer no Bandeirantes deu uma estacionada. Uma inesperada e trágica estacionada. Não é segredo para ninguém que já se dava como certo Garcia atropelar Tarcísio de Freitas, o candidato bolsonarista que nem se lembrou do nome do colégio onde votará, mas isso não aconteceu.

Também não é segredo para ninguém que essa realidade gelou as espinhelas de tantos quantos já davam como certa a disputa, a partir daqui, de Garcia contra Haddad e sua aposta no antipetismo. Mas, embora ainda venha insistindo nesta tese e arrogantemente ignorando o bolsonarista, o governador tucano sabe em seu íntimo que, para chegar a Haddad precisará antes, transpor o aparato de arame farpado que é Tarcísio.

Acreditamos que todo mundo mais próximo do círculo da campanha de Garcia sofreu um baque. A semana foi de total frieza no tocante aos atos de campanha. E contra isso o tucano precisa lutar. Então vejam que Garcia tem uma primeira barreira a transpor, que é a da contaminação pelo desânimo, de sua trupe. E esta semana já deu para sentir uma campanha mais esvaziada.

Feito isso, deve partir então para a barreira de arame farpado que é Tarcísio em seu caminho, que aliás esta semana, não bastasse a surpresa ruim do Datafolha na quinta-feira, e até mesmo do Ipespe/TV Cultura ontem de manhãzinha, que manteve Garcia no mesmo lugar, ainda surge a figura de um prefeito dos arredores da capital com artilharia pesada contra a campanha tucana.

A saber: Acusado de ligação com o PCC, o prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), usou suas redes sociais para ameaçar o governador Rodrigo Garcia. O prefeito falou em “revelar detalhes” do que o irmão do tucano, Marco Aurélio Garcia, teria feito, segundo ele, “a pedido” do chefe do Palácio dos Bandeirantes.

Em uma publicação em seu Instagram, Santos afirmou que era “parceiro” e mantinha “intenso contato” com Garcia no “palácio do governo e em outros lugares”. “Ou já se esqueceu?”, indagou. E prosseguiu: “Por que não olha para dentro de sua própria casa, como, por exemplo, para seu irmão Marco Aurélio Garcia, que deve muita explicação à polícia e ao povo paulista, ou o senhor quer que eu exponha detalhes do que ele fez ao seu pedido e ainda está fazendo nesse exato momento?”. Tirombaço.

Explica-se: O irmão do governador foi condenado por lavagem de dinheiro sob a acusação de integrar a Máfia do ISS. Denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, o grupo de fiscais da Fazenda da Prefeitura de São Paulo foi denunciado por cobrar propinas de empreiteiras.

Mas, foi Rodrigo quem começou, ao colocar em sua propaganda eleitoral a imagem do prefeito como integrante do PCC parceiro de Tarcísio, numa cena em que o candidato carioca diz: “Estamos juntos”. Mexeu num vespeiro, porque isso pode lhe render desagradáveis “ferroadas” eleitorais. Tarcísio, por sua vez, se cacifou. E bem cacifado. Do tipo: “Vem que tem”.

Mas, enfim, a pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada no início da noite de quinta-feira, dia 22, indica um cenário de estabilidade, com o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) na liderança, com 34% das intenções de voto ao governo de São Paulo, oscilando negativamente dois pontos percentuais. Empatados tecnicamente na segunda colocação, aparecem Tarcísio, com 23%, e o atual governador Garcia, com 19%.

O levantamento anterior, publicado na quinta-feira da semana passada, dia 15, já indicava Haddad à frente dos adversários, com 36%, e o mesmo cenário de empate técnico entre Freitas e Garcia, que tinham 22% e 19%, respectivamente.

Na última rodada da pesquisa, há uma semana, a briga por uma vaga no segundo turno se acirrara entre Rodrigo, que subira quatro pontos, e Tarcísio, que variara um ponto para cima na ocasião. Observem que os quatro pontos de Garcia se juntou ao longo da campanha até o dia 15. E no dia 22, estagnou. Já Tarcísio vem crescendo um pontinho outro pontinho em todos os levantamentos.

Quem tem acompanhado as postagens deste blog que trata da campanha estadual vai reconhecer que a linha traçada em todas elas está se consumando. Então, não foi por falta de aviso. Até o desenho da transferência de votos antecipamos aqui (‘Pega-pega’ entre Rodrigo e Tarcísio é a incógnita do 2º turno) e o Datafolha o repete agora.

Se não, vejamos: “No segundo turno, a pesquisa mostra um cenário mais apertado entre Haddad e Rodrigo (5 pontos) do que entre o petista e Tarcísio (11 pontos), o que tem estimulado a estratégia tucana de pregar o voto útil no governador contra o PT”, diz o Instituto.

“Haddad tem 46% contra 41% de Rodrigo (era 47% a 41%, uma diferença de 6 pontos, na última pesquisa, mas observem que Garcia não saiu do lugar). Entre Haddad e Tarcísio, o placar é de 49% a 38% a favor do petista (antes era de 54% a 36%, diferença de 18 pontos, mas observem a queda vertiginosa do petista e a subida em dois pontos do carioca; talvez o antipetismo apregoado por Garcia esteja rendendo mais para o outro que para si).

Se a segunda etapa ocorrer entre Haddad e Tarcísio, os eleitores de Rodrigo iriam para Tarcísio (45%) e Haddad (35%). Já se o segundo turno for entre Haddad e Rodrigo, os eleitores de Tarcísio declaram migrar para o tucano em sua maioria (67%) ante 11% para o petista (Vejam no post marcado acima esta mesma radiografia).

Até na espontânea Garcia amarga esquecimento. De acordo com a pesquisa, Haddad marca 21% (tinha 19%), Tarcísio 13% (era 12%) e Rodrigo mantém os 9%. Ou seja, uma campanha via TV e redes sociais ineficaz?

E agora vejam isso: Os eleitores de Haddad e Tarcísio são os mais convictos. São 67% de decididos para ambos, enquanto 32% do ex-prefeito podem mudar e 33% do ex-ministro podem mudar. Para Rodrigo, as marcas são de 59% de convictos, mas 41% podem mudar. O que neutraliza a intenção de segunda opção de voto nele, que é de 20%.

A entourage de Garcia não se manifestou nas redes sociais quanto ao Datafolha como vinha fazendo ao longo dos últimos levantamentos, e já se sabe porquê. Mas, atitude diferente teve quanto à pesquisa Ipespe/TV Cultura divulgada ontem de manhã, afirmando que “Rodrigo sobe 5 pontos e fica empatado em segundo lugar”. Aí a própria assessoria se incumbiu de distribuir o material.

Segue o texto afirmando que Rodrigo “registrou o maior crescimento entre os outros candidatos na pesquisa Ipespe/TV Cultura, que divulgou nova rodada de números nesta sexta-feira (23). O atual governador de São Paulo subiu 5 pontos, chegou a 21% e está em segundo lugar, tecnicamente empatado com Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 23%”.

Estes “5 pontos”, observem, foi angariado ao longo da campanha, a partir do dia 9 de setembro, não foi na última semana. Aliás, é bom que se diga, Garcia ficou no mesmo lugar apontado pelo Datafolha um dia antes.

Não teve como fugir dos 23 pontos de Tarcísio. Que aliás cresceu apenas dois pontos neste mesmo período, mas suficientes para jogar o governador paulista para a terceira colocação, numericamente falando.

E vejam outro dado preocupante: a situação de empate técnico entre ambos nos vários segmentos medidos pelo Ipespe, exceto apenas entre os jovens, a menor parcela do eleitorado. “Rodrigo tem desempenho melhor do que Tarcísio em alguns segmentos de voto, como a preferência entre as mulheres (20% a 17%), entre os jovens de 16 a 24 anos (20% a 11%), entre os eleitores acima de 60 anos (25% a 22%) e entre aqueles que recebem até dois salários-mínimos (18% a 14%)”.

Portanto, senhoras e senhores, é árdua a luta e íngreme a estrada a ser percorrida por Garcia nestes oito dias que faltam, contando hoje e não contando o dia do voto. A bem da verdade, não lhe falta muito em termos quantitativos. No caso dos 19%, Garcia teria garantidos 6,586 milhões de sufrágios.

No caso dos 21%, teria 7,280 milhões. Com 23%, Tarcísio detém 7,973 milhões. Então, no primeiro caso, Garcia precisa correr atrás de, no mínimo, mais 1,387 milhão de votos, enquanto no segundo caso, mais 700 mil. Em tese, certo, cálculo feito a grosso modo, somente a título de ilustração.

Bem observado, não é muita coisa para quem tem a máquina, a estrutura do estado e, segundo a campanha, “a maioria dos prefeitos dos paulistas”, além de 99,99% dos prefeitos da Região Metropolitana de São José do Rio Preto”, composta de 37 municípios e quase 700 mil votos. O problema é se esses 700 mil votos já estiverem incorporados à totalização atual de Garcia.

Advirá a debacle. Uma tragédia política sem precedentes. No nível pessoal, de grupo, partidário e de sigla, para o candidato majoritário e seu vice. Ambos estreantes e necessitados de emplacar seus nomes.

Perdendo, Garcia enterra o PSDB em São Paulo o que, por consequência, o enterrará também nacionalmente. Geninho Zuliani enterra seu estreante União Brasil, tornando-o uma sigla sem a menor representatividade no estado e, por consequência, também nacionalmente.

É muito peso nas costas de ambos que, mesmo calejados na peleja, podem vergar. Esta semana que entra veremos a quantas anda a capacidade de mobilização e convencimento da dupla. E na quinta-feira conferiremos no último Datafolha antes da votação. É só o que nos resta fazer.

‘Pega-pega’ entre Rodrigo e Tarcísio é a incógnita do 2º turno

O vento do otimismo parece soprar favoravelmente para os lados da campanha do atual governador Rodrigo Garcia, tucano que tenta a recondução ao cargo, e seu vice Geninho Zuliani, do União Brasil, a dupla “pão com pão” que parece estar “desencravando”.

Os números do Datafolha desta quinta-feira, 15, injetou adrenalina nos candidatos e seus correligionários que agora, mais do que nunca, passaram a apostar em Garcia no segundo turno, e na vitória sobre Fernando Haddad, candidato do PT, que tudo leva a crer está consolidado para a próxima fase da disputa.

Os números da pesquisa divulgado pelo JN e depois espalhado pelas redes sociais e outros canais de TV mostraram o ex-ministro e ex-prefeito petista à frente, com 36% das intenções de voto, depois o ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, com 22%, e o atual governador, Rodrigo Garcia, com 19%. Como a margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos, haveria um empate técnico no segundo lugar.

Há muito pouco indecisos, na casa dos 7%, enquanto “brancos” e “nulos” somaram 11% dos entrevistados. E o que se vê neste momento, é Garcia crescendo entre os eleitores que não são de Tarcísio nem de Haddad. Porque ambos cresceram também neste levantamento.

Tarcísio vem crescendo na sequência de apurações, como Garcia. Portanto, a prosseguir esta situação, ambos talvez cheguem às urnas em situação de empate técnico se não houver uma disparada de um ou de outro, ou a queda ou estagnação de Tarcísio.

A impressão que dá é que o governador-candidato está conseguindo convencer indecisos e os “brancos” e “nulos”. Portanto, não estaria “virando voto”. Até mesmo porque, quem é Haddad não o deixaria por Rodrigo, o mesmo dizendo dos bolsonaristas, que neste primeiro turno jamais vão abandonar o ex-ministro pelo tucano.

Mas, no cenário de segundo turno, a migração dos votos de Tarcísio para Garcia é grande. A ponto de colocar em risco a superioridade numérica de Haddad. A ponto de levar a trupe garciista a “ter certeza” que num segundo turno com o petista eles levam. A ponto de já se observar que aquilo que estaria ainda num estágio de esperança, já o suplanta e se transforma em estado de arrogância por parte de certos correligionários.

O quadro de segundo turno, mostrado pelo Datafolha, coloca Fernando Haddad com 54% contra Tarcísio de Freitas, que teria os mesmos 36% de Bolsonaro no estado, aparentemente, e contra Rodrigo Garcia, Haddad teria 47% por 41%. Apenas 6% à frente estaria Haddad. Ou quase 2,1 milhões de votos.

Observem a “dança dos votos” apurada aí. Percebe-se que o petista atrai votos de Garcia, porque vai de 36% para 54%, ou seja, ganha 18% dos votos “soltos”, uma bagatela de 6,24 milhões de sufrágios. O bolsonarista, por sua vez, ganharia 14% mais de votos, perto de 4,8 milhões. Ou seja, mais votos de Rodrigo e alguns dos demais candidatos somariam com Haddad.

Porém, a segunda hipótese, Rodrigo versus Haddad torna-se mais reveladora sobre a tendência de migração de votos. Rodrigo pularia de 19% para 41%, ganhando, portanto, 22% dos votos numa cacetada só, presumivelmente votos bolsonaristas da primeira disputa, enquanto o petista perderia 7% do total registrado contra o bolsonarista, batendo nos 47%.

Observem, pois, que Garcia ganha algo em torno de 7,63 milhões de votos e ainda chega à “arena” do segundo turno com quase 2,1 milhões de votos a menos que Haddad.

Tarefa hercúlea a ser desenvolvida pela máquina estatal, que o governador tem usado despudoradamente, na sua necessidade insana de ganhar esta contenda. E não só para preservar a hegemonia tucana entre os paulistas mas, principalmente, para não vir a ser o “coveiro” dela.

O quadro está dado. Sem senões, nem quês, nem porquês. Unicamente baseado nos últimos números do Datafolha, talvez o instituto de maior credibilidade entre políticos, imprensa e pensadores do meio, formuladores de estratégias.

Pode ser que daqui uma semana, quando outro levantamento surgir, tudo tenha mudado. Para melhor ou para pior. E este quadro de agora de nada valha.

Mas, antes de saírem por aí dizendo que Garcia já ganhou a eleição contra o primeiro colocado neste primeiro turno e o de maior intenção de votos no segundo, é preciso tirar uma pedra do caminho, e ela se chama Tarcísio de Freitas.

No momento 3% ou pouco mais de um milhão de votos à frente do governador-candidato. E, repetimos, Garcia não está tirando votos dele, nem de Haddad, à primeira vista.

E se a tendência de subida do ex-ministro de Infra-Estrutura se mantiver neste nível e a de Garcia também? Vamos ter uma corrida de “pega-pega” até o momento final, para se decidir na boca-de-urna? Esta que já foi mais efetiva antes das “amarras” impostas aos pleitos eleitorais pelo TSE?

Bom, logo mais adiante seremos testemunhas de uma espécie de “milagre da multiplicação dos votos”, ou assistiremos a um esgotamento deste crescimento. A partir de amanhã, 18 de setembro, faltarão exatos 15 dias para os eleitores digitarem os números de seus candidatos nas urnas eletrônicas.

E daqui uma semana, com novo Datafolha, teremos novas informações sobre os números da disputa paulista. Podem ser iguais, podem ser diferentes, pode haver reviravolta entre os dois segundo colocados, pode acontecer uma tragédia e Haddad despencar…

Tudo é possível. Mas, acreditamos que então já dará para saber quem a moça bonita do baile -a vitória-, escolherá para a primeira contradança.

MUDANDO DE ASSUNTO:
Arrecadação com IPVA até agora na
Estância está 12% acima de 2021

A arrecadação com o Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores, o IPVA deste ano, em relação a 2021 na Estância Turística de Olímpia, está pouco mais de 12% maior, segundo valores expressos no setor de “Repasses de Tributos a Municípios”, na página oficial da Secretaria Estadual da Fazenda, na internet.

No ano passado, com repasses de valores variáveis por 12 meses, o total da arrecadação ficou em R$ 11.084.517,11. O mês de maior volume em dinheiro foi janeiro, claro, quando o proprietário pode fazer a opção pelo pagamento à vista, rendendo aos cofres da prefeitura, R$ 4.661.879,41.

O mês de menor volume financeiro foi novembro, com apenas R$ 248.033,45, enquanto fevereiro foi o segundo mês de maior valor de repasse, R$ 1.912,566,73, e março o terceiro, com R$ 1.349.983,99. A partir de abril, todos os repasses ficaram abaixo de R$ 500 mil.

Este ano de 2022, os repasses ficaram acima de 2021 mesmo computando-se apenas oito meses até agora, não se sabendo se haverá montante a receber a partir deste mês, uma vez que na segunda semana de repasses, setembro está zerado em IPVA. Os repasses da Fazenda, incluindo o ICMS, Fundo de Exportação e “Complementos”, são feitos sempre às terças-feiras.

Computando-se então oito meses de 2022, o caixa da Estância foi recheado com R$ 12.146.818,50. Porém, na arrecadação de janeiro, no ano passado o montante ficou quase R$ 50 mil acima do deste ano, mais exatamente R$ 48.254,08. Em janeiro 2022 o repasse foi de R$ 4.613.625,33, contra os R$ 4.661.879,41 de janeiro/2021.

O mês de menor arrecadação, desta vez foi julho, com R$ 484.863,74. Fevereiro, igualmente a 2021, foi o segundo em valores, com R$ 1.641.643,89. No quadro deste ano, março, abril e maio tiveram repasses acima da casa de R$ 1 milhão.

A título de informação, computados todos os demais itens dos repasses até a segunda terça-feira deste mês, em oito meses e meio, portanto, Olímpia já recebeu mais de R$ 47 milhões em tributos remetidos como cota-parte à cidade pelo Governo do Estado. Em 2021, nos 12 meses corridos, estes repasses ficaram na casa dos R$ 56,2 milhões.

Periferia também quer a atenção dada ao lado ‘chique’ da Estância…

A pergunta do dia é: o que acontece com o prefeito Fernando Cunha que não consegue dar visibilidade ao seu trabalho enquanto gestor? Por que nas vilas ele é visto como algoz do povo mais humilde e pobre, da classe média-média e baixa?

Será que o alcaide, de fato, só tem os olhos voltados para o turismo, conforme estes segmentos sociais o acusam reiteradamente? E que sempre consideram “migalhas” uma ou outra obra que faz nas periferias da cidade?

Chegamos a pensar que Cunha já havia se reeducado politicamente, deixando de lado o personalismo, o centralismo, a arrogância “dos-que-sabem-tudo-e-os-outros-nada-sabem” mas, ledo engano, ao que parece.

Se o prefeito ainda não sabia disso, ou não havia medido isso com suas ferramentas próprias de consulta popular, há quem o faz presencialmente e apure tal quadro. Em regiões importantes da cidade. De altas densidades populacionais. E, consequentemente, eleitorais.

Acreditamos que por estes tempos eleitorais tanto se me dá o prefeito quanto a este detalhe, uma vez que os nomes a “turbinar” são de alhures e bastam por isso meras formalidades e encenações de partidarismos, para não ter as portas fechadas no amanhã seguinte.

Ainda mais com a cidade perdendo o deputado federal Geninho Zuliani (União Brasil), que embora já tivesse se bandeado para a capital da Região Metropolitana, ainda mantinha laços políticos com a administração, ainda que num esforço de tolerâncias que ambos exerciam.

Piora ainda mais o quadro futuro quando se tem à frente uma muito provável dêbacle dos “meninos dos seus olhos” Rodrigo Garcia e o ainda deputado federal. Embora não nos surpreenderá em nada se ambos não se atrelarem ao governo de turno se, claro, o vencedor for Tarcísio de Freitas.

O cara está totalmente vendido em São Paulo, não conhece um palmo além do nariz deste vasto estado e suas nuances, e a “mão-de-obra” experiente de Garcia e Zuliani bem viria a calhar (conjectura pessoal, ok?, surgida no calor da escrita).

Assim, Cunha houve por bem “liberar geral” para que mais nomes sejam agregados ao seu universo político, uma vez que ainda tem mais dois anos, três meses e vinte dias de governo e muita água para passar por debaixo da ponte do desenvolvimento urbanístico da cidade. Digo urbanístico porque, conforme as narrativas daqui e de acolá, Cunha “só pensa no turismo”.

No tocante ao “liberou geral”, significa que o alcaide abriu as porteiras para seus secretários municipais, comissionados, principalmente os indicados por vereadores, e a própria bancada na Câmara, que apoia determinado candidato a federal, indicado por Zuliani, mas para estadual cada um foi para onde lhe era mais vantajoso, porque é assim que funciona.

Os senhores verão logo abaixo o quão poderosa financeiramente é a Estância Turística de Olímpia e seus parques aquáticos e demais atrativos turísticos, que acena para uma ainda maior diversificação. Para 2023 ele terá o acréscimo de quase R$ 50 milhões em relação aos valores em vigência.

Essa dinheirama toda tem origem no “trade” turístico da cidade, embora haja a participação do próprio cidadão local nas suas contribuições via IPTU, prestação de serviços de toda espécie e comércio, este setor que ainda não vem desfrutando da pujança turística como deveria estar.

Enfim, já disse há algumas postagens atrás que Cunha não tem qualquer dificuldade para tomar conta da cidade, ou não teria que ter (Administrar a Estância não parece um ‘Lego’ de montar?). Basta organização, projetos, bom senso e um pouco mais de preocupação com os demais pontos da cidade (de novo, as narrativas periféricas) e, se tiver atendendo estas regiões no que é possível, fazer estes moradores entenderem isso de uma vez por todas.

E aí entra em ação uma coisa chamada propaganda que, diga-se de passagem, malgrados todos os esforços, tem deixado a desejar. Sempre se comemora tantas e quantas visualizações disso e daquilo nas redes sociais. Se isso é o suficiente, então por que a impressão que fica é sempre a de que as ações de Cunha não têm visibilidade nenhuma?

Em função disso, reproduzo aqui comentário entreouvido outro dia por aí: “O prefeito não dá ouvidos àqueles que vivem na periferia: comunica-se apenas com aqueles que formam o núcleo mais chique da cidade”.

EXECUTIVO ENCAMINHA À CÂMARA
ORÇAMENTO 15,6% MAIOR PARA 2023

A Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia deliberou na segunda-feira passada, em sua primeira sessão ordinária do mês de setembro, o projeto de Lei nº 5887/2022, de autoria do Executivo, que estima a receita a fixa a despesa do Município de Olímpia para o Exercício de 2023.

Para a Câmara, o valor estimado de gastos é 37,78% maior que o deste ano. O Legislativo olimpiense tem tido crescimento substancial em seus gastos. Entre 2021 e 2023 o volume de recursos para os gastos da Casa de Leis passou de 104,89%, saltando de R$ R$ 4.705.000 em 2021, para os atuais R$ 9.640.330.

A estimativa orçamentária geral para o ano que vem está 15,6% maior que a deste ano. O Orçamento Geral do Município de ­­­­­­­­­­­­­Olímpia para o exercício de 2022 estimava a Receita e fixava a Despesa em R$ 310.066.273,74. Para o ano que vem, a LOA prevê receitas e despesas na casa dos R$ 358.486.117,84. Em valores nominais, a diferença é de R$ 48.419.844,10.

Do total do Orçamento Geral do Município de Olímpia para o exercício de 2023, R$ 261.207.827,21 são do Orçamento Fiscal e R$ 97.278.290,63 são do Orçamento da Seguridade Social. Lembrando que o Instituto de Previdência do Município prevê gastar 31,7% acima da estimativa de arrecadação, que é de R$ 20.844.400, para gastos de R$ 27.462.400, ou seja, R$ 6.618.000 acima do arrecadado no período.

Sendo assim, no projeto está delineado que a Prefeitura Municipal de Olímpia estima arrecadar R$ 303.898.167,84 e gastar R$ 287.639.837,84. Já a Câmara Municipal de Olímpia, que só tem gastos, estes poderão chegar a R$ 9.640.330, enquanto a Superintendência de Água, Esgoto e Meio Ambiente de Olímpia estima arrecadar R$ 33.743.550 e gastar os mesmos R$ 33.743.550,00.

Somados aos valores do OlimpiaPrev, de R$ 20.844.400, o Orçamento total para 2023 é de R$ 358.486.117,84, cujas despesas estimadas estão em valores idênticos. A prefeitura terá uma reserva de contingência de R$ 1.500.000.

O Orçamento da Superintendência de Água e Esgoto da Estância Turística do Município de Olímpia para o Exercício de 2023 estima a Receita em R$ 33.743.550 e a Despesa em R$ 33.743.550, com uma reserva de contingência de R$ 200.000.

O Orçamento do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Olímpia para o exercício de 2023 estima a Receita em R$ 20.844.400 e fixa a Despesa em R$ 27.462.400. Ou seja, o OlimpiaPrev vai gastar ano que vem acima da arrecadação, R$ 6.618.000.

O ‘pão com pão’ vai atropelar? A trupe acredita nisso

A trupe rodriguiana está em festa. O governador e candidato à reeleição deu uma longa caminhada em direção aos oponentes que estão à frente. Os números mostrados esta semana pelas recentes pesquisas dão ânimo e faz crescer entre eles a esperança de um segundo turno básico, até mesmo contra Tarcísio de Freitas, eis que a crença da turma do governador é a de que Haddad continuará caindo até sair da disputa.

Excesso de confiança à parte, continuo a dizer que, enquanto esperam pelo inesperado, a artilharia de Garcia tem que mirar o bolsonarista, por via das dúvidas. Mas, no horário eleitoral gratuito vê-se o candidato de Dória atacar Haddad, talvez por imaginar maior fragilidade no candidato petista, apostando forte no antipetismo dos paulistas.

E também vislumbrando as dificuldades havidas para abater o bolsonarista. E o mote de que ele é “carioca” parece não estar colando porque na mesma medida em que o paulista não gosta do PT, parece que gosta de quem vem da cidade maravilhosa. Ainda que seja para governá-lo. E de nada adianta enfatizar que estão entregando o destino da “locomotiva do Brasil” para quem não conhece os trilhos a serem percorridos.

Chega a ser surreal porque se pedirem para Tarcísio sair de São Paulo e ir, por exemplo, para um município pequeno ou médio qualquer do Estado sem uso de indicadores de direção, e apontar apenas a estrada a seguir, duvidamos que tenha noção de para onde está indo.

Mas é esse cidadão sem noção de Estado que faz sombra a Garcia, aquele que já foi deputado estadual por três mandatos e deputado federal por dois mandatos seguidos, por São Paulo. Incongruência paulista, a gente vê por aqui.

Mas, Garcia e sua trupe estão firmes no propósito de que a paulistada vai ter um breve surto de racionalidade e vai esquecer a aventura de querer ter um “carioca” no comando do governo. Até porque, se isso não acontecer, tudo vira esperança: a de que Haddad não estanque uma provável tendência de queda, abrindo-lhe a vaga para o segundo turno. Onde, acreditam piamente, baterão Tarcísio.

Mas, o que diz o último Datafolha sobre a contenda em São Paulo? Que Garcia tem 15% da preferência dos eleitores, subindo, portanto, quatro pontos em 30 dias; Tarcísio tem 21% do eleitorado, subida de cinco pontos, enquanto Haddad caiu de 38 para 35, três pontos.

Bom, para almejar o segundo turno Rodrigo depende de três coisas fundamentais: ser um fenômeno do crescimento na preferência do eleitorado, tipo formar uma “onda” rodriguiana na base da empolgação, e crescimento mínimo de 0,5% ao dia, para somar 15% até o pleito; ou crescer pelo menos 5% nos próximos 29 dias que faltam para o pleito; neste caso, Tarcísio tem que parar de crescer, estacionar nos 21%, o que parece ser impossível; e por fim, que o candidato petista caia como em um profundo abismo, abrindo a vaga para ele disputar com o “carioca”.

Porque ainda que Haddad perca mais cinco pontos até o dia da eleição, ficará com 30%. Ainda que Tarcísio não cresça mais que os 21%, ainda está no páreo do segundo turno. E se Garcia crescer cinco pontos neste mesmo período, baterá nos 20% às portas da votação. Empate técnico.

Já vi eleições virarem na boca de urna. E caso chegue em situação de empate com Tarcísio, não tenham dúvidas que Rodrigo e sua trupe ganham a vaga no segundo turno. Mas, para isso acontecer, avaliem bem as condições postas acima.

Um amigo comum próximo a Garcia me disse outro dia: “O pão com pão vai atropelar”, tendo como base pesquisa divulgada pelo SBT, que encomendou o serviço junto à Sinfor, uma agência de propaganda e pesquisa com fortes laços com a administração municipal olimpiense e agora também com o Legislativo da Estância Turística.

A área de abrangência foi só São José do Rio Preto, onde Rodrigo aparece com 29,8% da preferência do eleitorado, tendo crescido praticamente seis pontos de junho para cá, portanto, em 90 dias. Mas Haddad, o segundo colocado, partiu de 18% em junho, para 22,9% agora, crescimento de praticamente 5%. E Tarcísio, o “carioca”, partiu de 15,5% em junho para o patamar atual de 20,4%, também cravando cinco pontos de crescimento.

Rodrigo vencerá em Rio Preto, o maior colégio eleitoral da Região Metropolitana, não tenham dúvidas. Mas, e o entorno? E Olímpia? Aqui não se tem uma medição divulgada publicamente. Tudo leva a crer que haverá uma vitória de Tarcísio, se ficarmos na análise superficial levando em conta o comportamento do eleitorado desta terra nos muitos pleitos havidos.

Somado a isso, há a mágoa do olimpiense com a mudança de endereço e cidade feito por Geninho Zuliani, seu vice, migrando para Rio Preto, desprezando a urbe onde foi prefeito por duas vezes.

Essa é a incógnita a ser posta em relação aos demais municípios, onde Garcia e sua trupe garantem ter a supremacia e apoio de todos os prefeitos. Este mesmo amigo disse também: “No interior é nosso”.

A crer nisso, o neotucano já ganhou. Agora só falta ganhar.

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