Bastante controversa esta necessidade de adotar medidas drásticas visando conter a pandemia de coronavírus em Olímpia, como de resto em todo Estado.
Nos Facebook’s dos locais pululam as opiniões diversas, a favor e contra, por exemplo, o fechamento do comércio. Pululam as expressões de desconsolo quando ouvem dizer que os clubes fecharão suas portas por tempo indeterminado.
Mães lamentam o adiamento por tempo indeterminado da volta às aulas presenciais. Donos de restaurantes, lanchonetes e bares se queixam.
A juventude e até os mais velhinhos reclamam o tolhimento parcial de suas liberdades de irem e virem a qualquer tempo, a qualquer lugar.
Ou seja, há muito mais reclamações que reconhecimento da parcela de culpa que cada um de nós tem sobre a situação.
Pior ainda, é a falta de entendimento quanto à situação em que a Estância Turística está mergulhada, uma vez que não há mais dúvidas de que estamos mergulhados numa segunda onda de Covid-19.
Vivemos momento extremamente crítico em relação à incidência da doença, pois até ontem, dia 22 de janeiro, já tinham sido confirmados 632 casos da doença, sendo 27 novos infectados no dia de ontem.
Isso faz de janeiro de 2021, o segundo mês em registros de doentes durante toda a pandemia, já que agora só agosto de 2020 tem registro de maior número de doentes que janeiro.
O índice per capta de infestação, aliás, está em 28.3 pessoas infectadas por dia na Estância. Agosto, em 30 dias, com seus 1.183 casos, bateu na média diária de 39.4 infectados.
Nessa toada, no final de janeiro chegaremos bem perto deste número, que é representativo do pico da pandemia em Olímpia, quando tudo estava fechado, como agora estará.
E não é só isso. A Santa Casa de Misericórdia de Olímpia está com seus leitos de UTI esgotados, com 10 pacientes, todos positivos para Covid-19, sendo oito de Olímpia, um de Cajobi e um de Altair.
Além disso, há nos leitos de Enfermaria, três pacientes, dois positivos para covid, um de Olímpia e um de Severínia, mais um com suspeita, de Olímpia.
Não há como ser condescendente com a parcela que reclama. Da mesma forma que não há como condená-la por reclamar. Estamos vivendo uma situação típica do provérbio “em casa onde falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”.
Somos fantoches dos poderes constituídos nesta situação de pandemia, sofremos medidas de exceção, mas importante frisar que não há lógica em querermos viver normalmente, numa situação que não é normal.
Atos radicais e palavras de protesto contra tal e qual medida são aceitáveis dentro de uma democracia, mas não são plausíveis dentro de uma estrutura anômala. A ordem natural das coisas está naturalmente anormal.
Este mês de janeiro já tivemos oito mortos em decorrência da COVID-19. No ano passado, 79 olimpienses deixaram forçadamente o convívio de seus entes-queridos, e estes foram privados do convívio das pessoas amadas.
E não há como atribuir tal ocorrência a “obra” ou “desejo” de Deus. Cada um de nós tem um pouco de responsabilidade sobre ela. e este “nós” recebam na forma de gênero, não na comportamental.
Porque aí há que se fazer distinções, pois nem todo mundo, felizmente, tem ignorado os perigos que representam atitudes de menosprezo à ação do vírus, menosprezo às normativas das autoridades médicas e sanitárias, sobretudo, menosprezo pela própria vida e, pior, à vida alheia.
PS: A partir da segunda-feira, 25, a prática de comércio considerado não essencial como lojas, restaurantes, bares, lanchonetes, entre outros, estão permitidos somente serviço de entrega (Delivery) ou sistema Drive-Thru (retirada).
Ainda de acordo com o decreto municipal, as demais atividades não mencionadas terão o funcionamento suspenso, como é o caso de academias, salões de beleza, parques, estabelecimentos de eventos culturais, entre outros.
Os meios de hospedagem do município poderão operar com ocupação de 50%, sendo que as atividades internas de lazer e alimentação devem seguir as regras de seus respectivos setores.
Vale ressaltar ainda que continuam proibidos o consumo de bebidas alcoólicas em espaços públicos, a realização de festas e atividades que gerem aglomeração, além do aluguel de imóveis para eventos festivos.
Porém, não está proibida a realização de atividades religiosas. As igrejas podem funcionar seguindo as regras de cada fase, com horário reduzido, protocolos sanitários padrões, uso obrigatório de máscaras, distanciamento social mínimo de 1,5 metro, e limite máximo da ocupação de assentos para evitar aglomerações.
O mesmo decreto municipal traz ainda que o retorno às aulas presenciais nas escolas particulares e públicas fica suspenso por prazo indeterminado, até nova reavaliação, permitindo apenas as atividades virtuais/remotas.
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