Blog do Orlando Costa

Verba volant, scripta manent – ANO XVI

Mês: maio 2019

NIQUINHA PRECISA RESPEITAR QUEM O ELEGEU PRESIDENTE DA CÂMARA

Não é admissível, principalmente no meio político, que alguém cuspa no prato que comeu tão logo termine “sua refeição”. Mas é exatamente isso que fez o presidente da Câmara de Vereadores, Antonio Delomodarme, o Niquinha (Avante), junto aos pares que o elevaram à condição de mandatário da Casa Legislativa.

Mal começado o ano de trabalho, teve um entrevero com o colega Luiz Antônio Moreira Salata (PP), a ponto de fazer brotar neste a rama do arrependimento por integrar o grupo de votos que alçou Niquinha à presidência.

“Eu, desgraçadamente, votei no senhor para presidente”, chegou a dizer em alto e bom som o vereador pepista em um dos bate-bocas. Pelos corredores e em conversas nas rodas políticas Salata sempre reforça seu arrependimento nem tão tardio assim.

De umas sessões para cá, Niquinha tem se estranhado com o ex-presidente da Casa, Luiz Gustavo Pimenta (PSDB), hoje 1º secretário da Mesa. E o ataca sempre menosprezando sua relação com o ex-prefeito Geninho, hoje deputado federal, de quem foi vice por oito anos.

Na desta segunda-feira, 6, por exemplo, só para ficarmos no exemplo mais recente, o presidente chegou a dizer que “o Geninho não te quis, porque você é mentiroso”, aludindo ao episódio já tratado aqui, da candidatura a prefeito em 2016. Niquinha adora fazer esta alusão.

E não é, absolutamente, verdade. Os meandros daquela campanha foram bem outros, cujos pormenores trataremos em ocasião oportuna. Mas, o que devia contar para o presidente da Casa de Leis é o resultado prático de sua eleição para a Mesa. E nesse aspecto, Pimenta foi fundamental. Porque poderia eleger quem quisesse dentro do espectro do interesse do grupo independente.

Às vezes chega a ser incompreensível até mesmo para aqueles que militam ou acompanham as coisas da política no seu dia-a-dia. O grupo ligado ao deputado Geninho, em peso, fazendo a diferença em favor de um vereador que até então só críticas teve ao hoje deputado, dada a forte ligação com o prefeito de turno.

E que ainda hoje busca nos escaninhos material de denúncia ou quem as faça, contra o seu “padrinho” de presidência. Lembremo-nos que a eleição de Niquinha para presidente passou pelo crivo do deputado. Muitos hão de se lembrar das manifestações públicas do prefeito, no sentido de que não aceitaria candidatos “com votos” de Geninho.

Mas, no final, teve que engolir, porque também não lhe era palatável os demais nomes que tinha à disposição. Eleger Niquinha, pois, ainda que “com votos” de Geninho, era o menos pior dos mundos.

Porém, o que não se esperava é este comportamento do presidente, que além de cuspir no prato que comeu, atira pedras constantemente contra aqueles que de forma direta o colocaram lá.

Niquinha foi eleito com seis votos, contando com o seu próprio, numa Câmara com dez votos disponíveis. Ou seja, se não tivesse os três “de Geninho”, sua aspiração iria por água abaixo. E bem abaixo. Porque teria, eventualmente, só o seu próprio voto. Porque qualquer outro arranjo cabalaria estes mesmos votos para outro candidato qualquer ali dentro.

Desta forma, está na hora do presidente da Câmara botar a mão na sua consciência e engolir seus arroubos de “político machão destemido e destemperado”, quando no trato com quem lhe deu este poder de mando. Deve ser eternamente grato a quem lhe possibilitou a realização de um sonho pessoal e político.

Ficar dizendo a seu 1º secretário “o Geninho não te quis” não é a melhor demonstração de gratitude. Porque Geninho também não queria o presidente. Mas Pimenta foi lá e mudou essa percepção. E mais que isso, foi lá e arrebanhou mais dois votos dos colegas de bancada -um quarto colega não quis votar nele, por razões próprias.

E lembrar-se de que então candidato, não conseguiu arrebanhar votos de outros três edis. Portanto, e para terminar, Niquinha só é presidente da Câmara graças a Pimenta, Salata e Luiz do Ovo (DEM), indiscutivelmente.

Que tal ele começar a levar isso em conta? Seria até uma questão cristã, deste que se ufana tanto em ser temente a Deus. Porque Deus é perdão. Deus é amor e gratidão. Deus é respeito e aceitação.

Gratidão e respeito, porém, são também molas propulsoras da política. Quem não é capaz de nutrir estas qualidades, não pode, por outro lado, sequer dizer que é cristão temente a Deus. E costuma não ter, também, vida longa na política.

VARIÁVEL DE SEGURANÇA VOLTA AOS NÍVEIS DE 2016

Depois de ter perdido a mão no seu primeiro ano de governo no tocante à segurança, o governo municipal conseguiu reduzi-los e, consequentemente, aumentar a sensação de segurança na Estância no ano passado.

Fernando Cunha (Sem partido) havia recebido do seu antecessor, um Índice de Exposição a Crimes Violentos, o IECV do Instituto Sou da Paz, de 8,5, que era um dos mais baixos do Estado, e o elevado para 21,6 em 2017, passando a ocupar o 75º lugar entre as cidades paulistas com mais de 50 mil habitantes sob o domínio da violência, avizinhada pela Capital, na 74ª posição.

Ou seja, em 2017 tínhamos uma Estância Turística proporcionalmente tão violenta quanto a capital. Mas, neste ano de 2018, este índice caiu, por várias circunstâncias, para 8,8 no ranking, colocando Olímpia entre as dez cidades paulistas menos violentas no Estado, subindo 70 pontos e ficando na 5ª posição entre aqueles cuja população está menos exposta à violência.

No IECV demonstrado a partir de 2014, Olímpia vinha se mantendo em patamar razoável com seus 13,5, depois 15,3 em 2015, caindo para os citados 8,5 em 2016, dando um pulo gigantesco, para 21,6 em 2017 e agora recuperando a situação deixada pelo antecessor de Cunha, com índice 8,8 no ranking.

O Ranking de Exposição a Crimes Violentos das cidades do Estado de São Paulo foi desenvolvido pelo Instituto Sou da Paz, em parceria com o jornal Estadão.

O ranking foi criado a partir do Índice de Exposição a Crimes Violentos (IECV), presente no Sou da Paz Analisa, que mede a exposição à violência dos municípios que possuem mais de 50 mil habitantes.

O índice considera crimes letais, sexuais e contra o patrimônio, e o ranking permite a comparação da vulnerabilidade da população a esses crimes – tanto entre municípios quanto ao longo dos anos.

NIQUINHA DESISTIU DE QUESTIONAR FUNERÁRIA?

(Do Planeta News)
A reportagem do Planeta News, por ser o veículo que mais rotineiramente cobre as sessões da Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia, vez ou outra recebe questionamentos sobre a postura do vereador Antonio Delomodarme, o Niquinha (Avante), quanto às cobranças que no ano passado vinha fazendo com relação à concessão dos serviços funerários pelo município, à empresa Antonieta Bonini Daud. Estes cidadãos dizem estranhar o profundo silêncio do vereador atualmente, que jurava não sossegar enquanto a situação não fosse resolvida.

O vereador, inclusive, não havia se dado por satisfeito nem com as explicações do advogado da empresa, que tem concessão até o ano de 2038. Ele chegou a chamar de “mentiras” as afirmações de João Luís Stelari. “Eu indaguei se (a empresa) cobrava algum valor para ajustar o defunto dentro do caixão, ele disse que não. Mas meu irmão pagou para isso, R$ 250”, disse o vereador após as explanações do causídico, no ano passado.

Detalhe que dá a medida do estado de espírito do vereador em relação à questão. Mas, sem nenhuma explicação plausível, Niquinha parou subitamente de falar do assunto, de cobrar do Executivo ou da própria empresa mudanças de parâmetros, o que tem intrigado cidadãos.

Recentemente o vereador foi inquirido na rede social a razão pela qual agora faz silêncio sobre o assunto, quando insinuaram que ele havia trocado as cobranças por um patrocínio da empresa ao Olímpia FC, agremiação que preside. Bastante irritado, Niquinha negou com veemência, até usando de palavras ásperas contra o perfil fake “Sabastião Santos”, no Facebook.

“Quando ele disse que só pararia de cobrar com o problema resolvido, até acreditei que finalmente tínhamos um vereador de coragem. Mas, por que ele se calou?”, perguntou um frequentador da Casa de Leis, que preferiu o anonimato. Uma fonte interna garantiu ao jornal que o atual presidente da Câmara não gosta nem de que o lembrem deste tema.

Uma de suas declarações foi essa, à época: “Vai ter que fazer uma mudança nessa concessão aqui em Olímpia. Já falei com vários advogados, e inclusive com o Jurídico desta Casa de Leis, e tem como revogar sim (o contrato), quando (os termos dele) está prejudicando o povo. E depois, não há lei que não possa ser revogada, é só todos os vereadores quererem. Não podemos ficar à mercê de uma empresa que desfruta de um serviço funeral e nada de beneficio trás para nossa cidade”.

Depois disso, Niquinha nunca mais falou sobre o assunto. E os cidadãos mais curiosos, como os que abordam a reportagem, gostariam de saber por qual motivo.

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