O que aconteceu na manhã/tarde deste domingo, 14, no Tereza Breda, é inexplicável. Teorias futebolísticas, avaliações extra-campo, conclusões filosóficas não serão suficientes para aclarar o resultado que se abateu sobre o Alviceleste diante de seu mais fantástico público dos últimos tempos.
Este Olímpia 0 (2) x (4) 1 Nacional, vai ficar entalado na garganta não só dos quase 5,5 mil torcedores presentes nas arquibancadas do TB, mas da cidade inteira. Foi um daqueles momentos de total convergência emocional em torno de um só objetivo: a subida do Galo para a A2. Sonho interrompido por uma agremiação que já havia sentido o “peso” dentro de casa, de uma equipe que fizera tudo certo até ali.
O Olímpia FC errou quando não podia errar. Assim, fica para trás também as emoções de uma nova partida no TB, que seria contra o Inter, esta para decidir quem seria o campeão da A3 com acesso já garantido. Seria, este sim, o “jogo da festa”. Que agora ficará restrito à capital e à distante Limeira, já que nosso co-irmão, o Monte Azul, também foi derrotado e está fora.
Muitas teorias ainda vão surgir nas próximas horas e dias. Muitas “visões” do jogo e do resultado ainda vão pulular nos meios de informação locais e quiçá, regionais. Mas, na prática, quando se trata de futebol é a emoção que conta para quem está do outro lado, apenas torcendo, esperando pelo melhor, a coroação de um trabalho sem reparos de todos os envolvidos com o time. Viu-se dedicação total, interação total.
Até mesmo dos olimpienses que, surpreendentemente, se tornaram torcedores de uma hora para outra. Aquilo que se viu ontem no TB entra para a história como o dia em que, tradicionalmente “espectadores”, a massa alviceleste ali concentrada, torceu, o tempo todo, agitou-se, cantou, gritou, como nunca antes fora visto. Pena o resultado. Merecíamos a coroação pelo que foi apresentado ao longo da temporada.
Mas, como se diz no meio, “futebol é jogado, lambari é pescado”. Que o bom trabalho continue.
DA CONDENAÇÃO E SOLTURA
DO EX-VEREADOR MARCO SANTOS
Não sei vocês, mas achei chocante a chamada de capa garrafal da edição de sábado passado do semanário Folha da Região. Trata-se da notícia de que o juiz de Olímpia, Eduardo Luiz de Abreu Costa, condenou o ex-vereador (*)Marco Antônio dos Santos, pelos crimes de corrupção e concussão que resultaram nas penas de dois anos, oito meses e 20 dias de reclusão e dois anos, nove meses e 18 dias de reclusão, respectivamente. No total, cinco anos, cinco meses e 38 dias.
Bom, primeiro o jornal joga este petardo com a escandalosa manchete ilustrada com uma foto indecifrável, que só prestando muita atenção para talvez distinguir a cena, coisa que uma simples legenda resolveria.
Feito isso, com o leitor já em choque dado o contexto de maldade contido ali, o editor então conta a novidade que deveria estar pelo menos incutida no título principal, a fim de fazer jus à situação fática, afinal: “(…) Mas, que, no entanto, por se tratar de um julgamento em primeira instância, o ex-vereador tem direito a recorrer em liberdade”.
Julgo que houve tremenda má-fé do editor que, ao que parece, faz jornalismo catártico. Tudo bem que a notícia é, sim, de interesse geral, haja vista a expectativa pública em torno da situação do vereador, o primeiro na história política de Olímpia a ser punido por ações condenáveis quando no cargo, quais sejam, a corrupção passiva, a concussão, o crime continuado e o concurso material, conforme descreve a matéria, com base na decisão do magistrado, datada do dia 11 passado.
Santos foi condenado ainda a indenizar a parte ofendida, considerando os prejuízos sofridos, no valor mínimo de R$ 6,66 mil, fora as medidas cautelares.
É preciso sempre ter um cuidado enorme quando se trata de temas assim, pois facilmente o leitor é levado a pensar que está-se fazendo a defesa de uma das partes, para a qual não temos procuração nem intenção, velada que seja. Outro perigo é o leitor julgar que se está imbuído de algum sentimento pouco nobre, ou meramente buscando a repercussão com a crítica adversa. Nada disso.
Trata-se apenas de um cuidado que se deve ter com o enviesamento da informação. E um breviário do que entendemos seja um jornalismo pelo menos justo, do ponto de vista do leitor, mais que daquele que exerce a profissão por descaminhos.
Em nada a manchete perderia força se nela estivesse explícita a condição da condenação do vereador -que responderia e já estava em liberdade àquela altura, e uma simples e explicativa legenda, para não transmitir ao leitor do jornal que recebe seu exemplar em casa que, ao invés de estar sendo, de certa forma, “beneficiado” pela Justiça, o ex-vereador estava sob tortura (considerando a liberdade, neste caso, “o poder de agir, segundo a própria determinação, dentro dos limites impostos por normas definidas”).
“Tudo aquilo que o jornalista escreve, deve partir de uma noção de relevância: o que o público considera importante, o que a população precisa saber. (…) esse deve ser um dos pontos de maior atenção, (…) porque os veículos jornalísticos carregam, em si, a ‘missão’ de informar corretamente e levar, ao público, aquilo a que ele não tem acesso completo.” (Trecho de “Ética Jornalística”, extraído da Wikipédia)
*Marco Santos foi preso em flagrante no dia 6 de setembro de 2016, durante operação do Ministério Público e da Polícia Militar de Olímpia, acusado de exigir parte do salário de uma assessora, que deverá ser indenizada em R$ 6,6 mil, de acordo com a sentença. De acordo com assessora Brenda Martins Pavani, o ex-vereador lhe ofereceu o emprego para ela receber oficialmente R$ 2,6 mil, desde que devolvesse R$ 1,6 mil. “Nos meses de maio e junho de 2016, entregou, para o acusado (Santos), diretamente, parte dos vencimentos (R$ 1.665,00), conforme previamente acordado, e, indagada por este magistrado, sabia da ilicitude”, escreveu o juiz na sua decisão.
EXEMPLO ANTERIOR
No caso citado acima, tratamos da falta de legenda explicativa na foto de Santos na capa e na página interna do jornal, e nos ocorreu que outro semanário, o Planeta News, recebeu críticas veementes de um vereador da Câmara de Olímpia, que se insurgiu contra uma foto em que aparecia ao lado da hoje secretária municipal de Cultura, Esportes e Lazer, Tina Riscali, numa situação em que não havia datação, local e evento em questão.
Até agora ainda não ficou clara a razão da queixa do vereador, embora o detalhe da legenda fosse significante, mas a imagem em si é autoexplicativa. Das Pedras é onipresente em todos os eventos da cidade, até batismo de cachorro.
Não há um acontecimento oficial ou que eventualmente renda politicamente, que ele não está lá, sempre postado estrategicamente para ser “clicado”. Isso, quando ele próprio não pede para algum incauto fotógrafo fazê-lo, estando ele em pose, digamos, oficial.
No caso da foto criticada, o que o incomodou, decerto, foi o assunto tratado, qual seja, o “imbróglio” entre a faculdade locatária do imóvel onde antes funcionara a Faer, e esta, enquanto proprietária do imóvel.
Porque a foto, em si, talvez Das Pedras não se lembre, retrata um daqueles momentos que ele tanto prezava estar ao lado da então mantenedora da Faer, hoje secretária: o anúncio de um novo curso chegando à faculdade.
Mas, agora, com notícia adversa, estar ao lado dela, ao que parece, “mancharia” sua imagem pública. Mas, um jornal não tem a obrigação de saber o que vai no íntimo de cada político que surge em suas páginas. Ainda que seja em uma posição secundária e, às vezes, como foi o caso, sem importância nenhuma.
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