Mudança de planos à vista? Ao que consta, o ex-prefeito Geninho (DEM) está reordenando seus projetos políticos futuros para buscar uma cadeira na Câmara Federal. A princípio, dizem que o ex-alcaide teria a Assembléia Legislativa paulista como “plano B”.

Porém, para poder viabilizar seu projeto, será necessário que seu grande mentor político, Rodrigo Garcia, confirme-se como vice numa eventual chapa com Dória candidato a governador de São Paulo (candidatura que muito provavelmente se dará) ou, em caso negativo, a uma vaga no Senado.

Em qualquer destas duas hipóteses em relação a Garcia, o caminho ficará aberto para o olimpiense, atual coordenador do Programa “Cidade Legal”, dentro da Secretaria Estadual da Habitação, cujo secretário é exatamente Garcia.

Não parece provável, pois, que Geninho volte a cogitar ser novamente prefeito de Olímpia a partir de 2021, em caso de malogro deste atual governo, resultado de um, digamos, mal-entendido político histórico para a cidade. Nos bastidores, os comentários sobre essas possibilidades (de malogro e candidatura) têm crescido.

(Observando que a expectativa de malogro ainda não se desfez, ao contrário, vai ganhando força à medida que o tempo passa. Lá se vão os primeiros 100 dias, e o governo Cunha, ao que parece, sairá deles como tragédia).

Mas, voltando ao assunto-tema, Geninho deve ter convicção de que tem bases políticas em várias regiões do Estado, o que lhe garantiria uma boa soma de votos, contando que Olímpia não se furtaria a dar-lhe uma soma considerável, talvez aí pela casa dos 20 mil.

E a busca por estes votos será árdua, sem dúvidas, considerando que o deputado federal menos votado em 2014, Sinval Malheiros, do PV, eleito, foi sufragado por pouco mais de 59,3 mil eleitores. Mas estes menos votados são geralmente de partidos nanicos, favorecidos pela força de suas coligações.

Geninho é do DEM, partido pelo qual o deputado federal menos votado, Alexandre Leite, teve 109.708 votos. O mais votado pela legenda foi exatamente Rodrigo Garcia, com seus 336.151 votos, dos quais quase 10 mil foram de Olímpia. Quantos, do total de Garcia, podem ser transferidos para Geninho, para somar-se aos que ele próprio já deteria?

E mais: em Olímpia, como as coisas se darão? O prefeito Cunha estará em condições plenas de emprestar apoio a Geninho? Ou, indo mais longe, Cunha estará em condições de emprestar apoio a qualquer outro candidato em se tratando de Olímpia?

Porque aí por fora ele deve até ter lá seus redutos, afinal passou uma vida inteira ocupando cargos e funções em estatais estaduais ou regionais, e claro, como é praxe no meio, deve ter lá seus, digamos, “devedores de obrigações”. Então, levando Geninho ou outro qualquer, pode arrebanhar alguns ou muitos votos.

E consta que a intenção primeira da candidatura Cunha a prefeito de Olímpia era exatamente essa, retribuir com o apoio e o empenho à candidatura do ex-prefeito.

Mas, com os percalços havidos, esse projeto ficou em suspenso, na dependência do que o futuro determinar -ou, quem sabe, do que o “mestre” Garcia ordenar (afinal, teria sido ele o “inventor” da candidatura Cunha).

No mais, seria interessante Cunha estar bem em 2018, no coração dos olimpienses e, claro, emprestar seu apoio a Geninho na cidade, fazendo talvez duplicar sua votação.

E assim também em nível regional e estadual. Mas, tudo vai depender dos ânimos entre ambos. Ou das infalíveis conveniências políticas de momento.

Porém, muito antes de tudo isso, vai depender da atuação administrativa de Cunha, o que fará dele um bom ou um indesejável “cabo eleitoral”. E pelo que temos visto, o prefeito de turno vai ter que “correr muito” para estar mais forte ou equiparado a Geninho eleitoralmente em 2018.

(PS: Voltaremos ao assunto)

CARREIRA
Só a título de curiosidade, leiam, abaixo,
o histórico político do ex-prefeito:

Aos 18 anos, em 1994, filiou-se ao PMDB, com o intuito de se candidatar a vereador nas eleições seguintes.

Nas eleições de 1996, com 20 anos, Geninho deu indícios a população de que seria um jovem e bom político trabalhando em prol do município. Conquistou 438 votos, sendo um dos vereadores mais votados de seu partido, ficando na 1° suplência da coligação.

Em 1998 elegeu-se presidente da União dos Estudantes Universitários de Olímpia e ainda coordenou as campanhas dos então desconhecidos na cidade Rodrigo Garcia para deputado estadual e Gilberto Kassab para deputado federal, conquistando 1.191 e 1.442 votos, respectivamente.

Em 1999, aos 23 anos, assumiu uma cadeira na Câmara Municipal de Olímpia durante alguns dias, em substituição ao vereador Nego de Melo, que estava de licença para tratamento de saúde.

Em 2000, pelo PFL, atual DEM, foi eleito vereador de Olímpia, sendo o 7° vereador mais votado com 704 votos, elegendo mais 4 vereadores de sua coligação.

No ano de 2002, coordenou novamente a campanha de reeleição dos deputados Gilberto Kassab e Rodrigo Garcia, dobrando as votações obtidas em 1998, atingindo 2822 e 2554 votos respectivamente para deputado federal e estadual.

Como vereador, de 2001 a 2004, apresentou vários projetos de lei em favor dos jovens estudantes, como o que autoriza a concessão de descontos para o transporte de alunos do curso de 2º grau e também assegura a estudantes o direito ao pagamento de meia entrada.

Foi eleito 1° secretário da Câmara Municipal de Olímpia para o biênio de 2003 a 2004.

Em 2004, foi eleito vereador para assumir seu 2° mandato na Câmara, sendo o 2° vereador mais votado naquela eleição, conquistando a expressiva votação de 1014 votos.

Ao assumir seu mandato de vereador em 2005, foi eleito presidente da Câmara Municipal para o biênio de 2005 a 2006.

Em 2008, aos 32 anos, se tornou o prefeito mais jovem a assumir o comando da cidade, sendo eleito com 9894 votos. Em 2012, foi reeleito com a votação recorde de 20.281 votos válidos.

Em 2010, coordenou regionalmente a campanha do Deputado Federal Rodrigo Garcia, que obteve em Olimpia mais de 11 mil votos.

Em 2014, coordenou regionalmente a campanha do deputado federal Rodrigo Garcia, que obteve em Olímpia 9.395 votos.