Estamos ainda no acender das luzes de 2015, portanto praticamente há um ano e dez meses das próximas eleições, mas o silêncio em torno do tema diz tudo. É um silêncio, na verdade, ensurdecedor. O que transpira é muito pouco ou quase nada. Por vezes, somente aquilo que um ou outro quer que transpire. Mas a realidade é que os chamados “bastidores profundos” estão fervilhando.

Nos “bastidores rasos” sabe-se que os nomes em voga para o pleito de 2016 são os de Beto Puttini (PTB), atual secretário de Turismo, e Gustavo Pimenta (PSDB), atual vice-prefeito. Estes, na esfera genista que, dizem outros mais (ou menos) informados, estaria em busca de uma terceira via, na qual poder se agarrar numa eventualidade.

Fora destes dois nomes, no entanto, o prefeito teria que “fabricar” um candidato, busca-lo fora do âmbito político, talvez no meio empresarial urbano ou rural. É que com o que tem em mãos, o ideal seria uma junção de forças, mas seriam como água e óleo no que tange aos próprios interesses. O dilema é que um teria grande aceitação, outro teria “boa” rejeição. Um teria perfil administrativo, outro não demonstraria força de vontade de chegar lá (e nós já vimos este filme antes). E quando se sugere que “se acheguem”, o que sai seriam faíscas. É o que dizem nos “bastidores rasos”.

Nos “bastidores profundos”, no entanto, o que chega até a superfície são parcas coisas, talvez nenhuma na qual possa se fiar, como a que dá conta de que o alcaide estaria à caça de uma terceira via para não ter que sofrer o desgaste de ter que se decidir entre as duas vertentes de um mesmo grupo. Dizem que, descartando os dois, o estrago seria bem menor. Escolhendo um deles, não se sabe qual seria o dano colateral.

Alguns observadores perguntam se no caso de uma “escolha de sofia” do prefeito, vai pesar a lealdade, o companheirismo e os compromissos do passado, ou o amparo nos momentos difíceis, o anteparo nos bombardeios? Sendo assim, o dilema persiste, pois de ambos Geninho (DEM) recebeu tudo isso.

Puttini, quando selou apoio ao então desacreditado candidato a prefeito, nos idos de 2008, quando ninguém mais queria se aproximar – Beto deu a cara à tapa. Além disso, segurou a “onda” no primeiro ano na Câmara, como seu líder. Pimenta não foi diferente, quando aceitou ser o vice, num momento em que, campanha às portas, e Geninho de porta em porta em busca de uma base de apoio. Consultados alguns nomes possíveis – muitas negativas -, a guarida veio do ninho dos tucanos.

Mas, a princípio, o vice parece não estar lá de muitos amores com o alcaide. Vide episódios relacionados às eleições, quando encampou candidato concorrente ao mesmo cargo que o do prefeito – trabalhou para Bruno Covas a Federal quando todos sabem que Garcia era o Federal do alcaide. A coisa já começou a azedar por aí. Depois veio o episódio da troca na Secretaria de Assistência Social – saiu Pimenta, entrou a primeira-dama Ana Cláudia.

E, se não bastasse isso, Pimenta saiu por aí queixando-se de que estavam “desconstruindo” sua imagem na periferia da cidade, junto ao público que mais proximidade tinha, e o que lhe garantiria hoje a boa aceitação eleitoral que teria sido atestada. Portanto, uma reaproximação em termos eleitorais vai depender de ambas as partes demonstrarem boa vontade e, acima de tudo, de Pimenta assumir a responsabilidade que lhe cabe, ou seja, a de fazer valer a força dos tucanos na cidade, sendo seu representante com reais chances de chegar à cadeira principal da Praça Rui  Barbosa.

E quanto a Puttini, sua tarefa seria a de reverter sua situação perante o público eleitor, tornando-se de alguma forma mais palatável, para tentar convencer o alcaide de que é um bom nome e que este seria o seu bom momento. De bem com o alcaide, “ganhou” uma Secretaria ao deixar a Mesa da Câmara e tem tido toda visibilidade possível – na medida a render frutos futuros?

Interessante observar que, enquanto Pimenta só depende dele para vir a ser o nome oficial – (embora não se descarte a possibilidade de vir a se-lo mesmo fora da oficialidade)- apenas mudando seu jeito de ser político, adquirindo gana, garra e “t..” pela política, em suma, tornando-se um ‘animal’ político, a Puttini falta a cereja do bolo, ou seja, o voto. Dado negativo crucial num momento de decisão.

É muito difícil, dentro deste quadro, o prefeito acenar com outro nome. Embora não seja impossível – e Geninho já se mostrou mestre nas impossibilidades. Até porque, qualquer nome que venha do nada terá o mesmo problema de Puttini. Com o peso maior de ainda ter que tornar-se conhecido política e depois aceito eleitoralmente.

A candidatura dos sonhos do burgomestre parece ser, então, um e outro como prefeito e vice? Talvez, mas tem o secretário Bertoco. Parece que, a dar crédito ao que vaza dos “bastidores profundos”, seria o vice imbatível. Com qualquer quadro. Mas este é outro assunto.

PS: sobre as alternativas que não passam pelo Gabinete falo depois.

Até.