O médico cardiologista José Carlos Ferraz, diretor-clínico da Unidade de Pronto Atendimento-UPA de Olímpia, defendeu com muita ênfase os serviços prestados pela Unidade e sua estrutura, classificando-os como “ótimos”. Porém, já faz um bom tempo que o aparelho de Raio-X está quebrado, o que tem gerado reclamações dos usuários.

Para o diretor, o trabalho executado pelos médicos plantonistas pode ser qualificado como “confiável”. No geral, diz ele, “o serviço prestado pela UPA é muito bom, e a estrutura é ótima”. A Unidade possui um pediatra e dois clínicos 24 horas, informa.

“O porte (da UPA) era para ter só um clínico, mas, às vezes, um paciente mais grave precisa ser transportado para cidades da região, ou para a Santa Casa, ou mesmo para fazer um exame, e o médico precisa acompanhar. Por isso temos dois, e mesmo assim, ainda acaba precisando de mais um. Aí venho colaborar”, relata.

Sobre as reclamações quanto à demora no atendimento, responde que “teoricamente, a estrutura da UPA é para atender urgências e emergências, casos mais graves. Mas, pessoas com doenças crônicas procuram a UPA, às vezes para pegar uma receita de um medicamento que está tomando. Aí aumenta a demanda”.

Outro detalhe diz respeito à prioridade. “Os casos mais graves são atendidos primeiro”, observa. “Às vezes a pessoa não se conforma em esperar uma hora ou mais, mas não vê que pode ter chegado alguém com necessidade de ser atendido primeiro.”

“Então, aquelas pessoas que chegam aqui sem urgência e que até nem deveriam estar sendo atendidas aqui, e sim nos postinhos que temos nos bairros, não se conformam e reclamam”, diz, fazendo um paralelo com o atendimento feito em seu próprio consultório particular. “Às vezes o cliente me procura no consultório e chega à uma da tarde e só é atendido às seis da tarde, e não reclama”, compara.

Sobre a desconfiança dos pacientes em relação aos serviços médicos prestados pela UPA, Ferraz diz que “comparando com outras cidades do porte de Olímpia, acho que temos um bom atendimento. Nossa dificuldade é quando o paciente precisa de terapia intensiva”, explica.

De acordo com o médico, a terapia intensiva está deficitária em toda região – Rio Preto, Catanduva e Barretos. “Recentemente tivemos que mandar um queimado para São Paulo (ele se refere a uma vítima de incêndio no Abrigo São José), quando deveria ser atendido aqui em Catanduva, mais próxima, mas também estava deficitária.”

Quanto à estrutura para atendimento na UPA, a unidade local possui atendimentos em semi-UTI (uma sala dotada de aparelhos de urgência), pediatria, com salas individuais infantis e também salas individuais para adultos em observação, exames em ultrassonografia – “Com o mais moderno aparelho de Olímpia” -, mas com um aparelho de Raio-X quebrado há muito tempo.

Segundo Ferraz, “ele necessita de concerto (com profissional) que não temos na cidade. Mas já providenciamos para que o aparelho seja reparado, e enquanto isso o paciente é conduzido com as ambulâncias para a Santa Casa e depois voltam. É uma deficiência temporária”, afirma.

Apesar das muitas queixas quanto aos resultados de exames neste aparelho, ele garante que ele “é confiável”, porque “é o mesmo que existe na Santa Casa e na clínica particular de radiologia”.

Mas, Ferraz admite que “o resultado pode não ser bem interpretado”, às vezes, pelo médico encarregado. “Mas o equipamento é muito bom, isso eu garanto. Não é porque é do SUS que é pior do que da clínica particular”, enfatiza.

Sobre os médicos, diz que “são confiáveis”. “Em todos os locais que tem regime de plantão de pronto atendimento, há um giro muito grande de profissionais. E quando ele se propõe a vir, temos que confiar que tenha capacidade para o atendimento. Não da para fazermos uma entrevista com todo plantonista assim que ele vem. Infelizmente alguns não correspondem às nossas expectativas. Mas no momento estamos com um time muito bom”, finalizou.

Até.