Os decantadores da Estação de Tratamento de Água-ETA da Daemo Ambiental, estão comprometidos não é de hoje. E não ter encarado este problema como prioridade pela gestão Geninho Zuliani (DEM) soa no mínimo a negligência.

Dar-se preferência a gastos de mais de um milhão de reais para construção de novo e confortável prédio, ao invés de investir em melhorias no sistema da captação, tratamento e distribuição de água para os munícipes, soa no mínimo como irresponsabilidade.

Há cinco anos atrás, portanto no início da primeira gestão do prefeito, foi feita uma reforma na ETA propagada aos quatro ventos pelo então diretor, Valter José Trindade. Teriam sido investidos ali cerca de R$ 400 mil, segundo o diretor.

De acordo com ele, a obra consistiu na impermeabilização dos decantadores e na limpeza das caixas d’água, “serviço que não era realizado há mais de 10 anos”, ele pontuava. A se dar crédito ao então diretor, naquela ocasião foi refeita toda a impermeabilização dos decantadores da ETA, o que consistiu em refazer todo o revestimento dos compartimentos, “fazer todo o reboco de novo e impermeabilizar com material próprio para resistir”, detalhou.

Para o serviço ficar completo, também teriam sido feitas reformas nos três reservatórios de água, como limpeza, pintura e impermeabilização. Todo esse serviço “tem que fazer anualmente e pelas informações que temos, a última que foi feita foi há 10 anos”, criticou à época Trindade.

E a pergunta é: onde estão todos os serviços feitos, então? E por que a Superintendência não seguiu o receituário cobrado por Trindade a outros administradores?

Muita gente sabe que o sistema de abastecimento de água na malha antiga tem problemas. A ETA tem quase sessenta anos, a rede atual foi implantada em meados dos anos 50, as adutoras têm a mesma idade. É natural que um sistema assim necessite de manutenção constante e atenção ao elevado nível de vazamentos.

Em época passada, inclusive, houve sério problema de infiltração num dos decantadores, cuja recuperação foi demorada e cara. Os reservatórios da ETA retratam arquiteturas diferentes das épocas de construção. Tudo antigo. Porém, ao que tudo indica, a receita passada por Valter Trindade não foi seguida porque agora, cerca de cinco anos depois, eis que surge um problema de grande monta, impondo à cidade e seuys consumidores, a sombra de um “apagão” hídrico.

Olímpia corre o risco de ficar sem água por dias seguidos dentro de alguns dias, por causa de reparos necessários em um dos decantadores da Estação de Tratamento de Água-ETA, que terá que ser desativado temporariamente. O diretor-presidente da autarquia, Antonio Jorge Motta, não confirmou nem negou o corte no fornecimento da água, nem que região alcançaria, ou mesmo se haverá necessidade do corte.

Mas sem esvaziar o decantador com problemas, não se poderá fazer o serviço. E um só decantador não é suficiente para tratar a água que vai para toda a malha nova – leia-se região central da cidade. Sendo assim…

Explica o diretor: “O sistema de tratamento de água da ETA é composta por dois decantadores, redutores de velocidade, filtros, sistemas canalizadores e reservação. Um dos decantadores, chamado de número 2, apresentou vazamentos generalizados, impossibilitando o funcionamento. Isso sobrecarregou todo o sistema da Estação de Tratamento de Água, colocando em risco, inclusive, a estabilidade da estrutura como um todo, por encontrar-se em desequilíbrio.

O desequilíbrio ocorre porque toda a estrutura é amparada em fundações diretas (radier) e, uma parte dela está com água em sua plenitude, enquanto a outra está com aproximadamente 1/3 da capacidade.

São poucas as empresas que tratam de tal impermeabilização e o tempo hábil para que se torne efetiva sua recuperação é bastante curto. Estuda-se a possibilidade de impermeabilizar a estrutura por inteiro, ainda que se comece pela área mais afetada, qual seja, o decantador 2. Esperamos poder executar o serviço com resina de poliuretano, sendo um dos produtos tecnicamente mais respeitados no mercado, utilizado pela SABESP, Industrias Saint Gobain, dentre outras.

O orçamento oficial ainda não nos foi apresentado, mas já recebemos a visita do representante /distribuidor do produto, bem como aguardamos a visita técnica de um dos aplicadores do produto, credenciado pelo distribuidor. Após, teremos o custo apresentado, e esperamos, apreensivos, possa ser suportado pela Autarquia, com recursos próprios.

Os serviços, caso contratados, deverão ser iniciados imediatamente, motivado pelos riscos óbvios, o que dificulta a situação, porque não se encontram muitos aplicadores no mercado e, mesmo quando interessados, dependem de logística, disponibilidade de equipe, etc.

Não foi eleito ao acaso, mas sim, por orientação técnica do projetista da ETA-Cachoeirinha, que lá o prescreveu como sendo o mais apropriado e como sendo o de maior garantia. Sendo especialista no assunto, respeitamos, portanto, sua prescrição, ainda que extraída de outra obra, mas com as mesmas características técnicas.

Quanto à falta de água, ainda não foi estimado o tempo que poderá ocorrer, ou se ocorrerá, efetivamente. Após concluídas as reuniões técnicas com todos os envolvidos, a DAEMO terá condições de avaliar o tempo de serviço e informa-lo à população, de forma ampla e segura, antecipadamente ao transtorno, caso possa ocorrer.”

Até.