Enquanto o prefeito reunia profissionais da imprensa olimpiense para chorar as pitangas e assim justificar a “loucura” que fez em relação ao IPTU, conforme definição de gente do meio, o blog fazia as contas e descobria que, do que o município vai arrecadar este ano com o imposto, pelo menos quase 24% vai para o pagamento dos funcionários comissionados, aqueles de livre nomeação e exoneração pelo alcaide. Se somadas prefeitura e Daemo Ambiental, este montante sobe a quase 30%.

O blog somou e descobriu também que no ano passado, com a baixa arrecadação de R$ 4 milhões, quase 45% do montante foi destinado ao pagamento desta categoria de funcionários. São nada menos que 103 comissionados no total, sendo 91 na prefeitura e 12 na Daemo Ambiental os que foram somados. Não consta desta lista os comissionados da Prodem, que também os tem.

Lembrando que falamos do cálculo mensal e até o final do ano, 12 meses contados apenas. Não estão incluídos no montante o 13º para eles todos, o que demanda mais uma folha de pagamento. E esta folha de pagamento está hoje em R$ 156.816,46, salvo pequena diferença a maior ou a menor, para a prefeitura, e em R$ 40.778,30, idem, para a Prodem, já calculados os 4.91% concedidos por Geninho (DEM) à categoria de modo geral.

Naquela tarde de segunda-feira, 17, o prefeito explicou “didaticamente” como foi efetuada a confecção da Planta Genérica de Valores-PGV que atribuiu valor aos terrenos das diversas regiões da cidade, definindo os padrões. E sobre a alíquota de 0.25% dos imóveis, “a menor de toda nossa região”, conforme disse.

Reclamou que o IPTU de Olímpia “não chega a significar 5% da arrecadação municipal”, lembrando que “cidades que não tiverem pelo menos 10% de sua arrecadação global oriunda do IPTU ficam com quase zero de potencial de investimento”. É o caso de Olímpia, que no ano passado teria que ter arrecadado pelo menos R$ 14 milhões e arrecadou R$ 4 milhões. Este ano, alcançados os 10%, seriam pelo menos R$ 16 milhões.

Só que não. Na estimativa do secretário municipal de Finanças, Cleber José Cizoto, serão por volta de R$ 7,5 milhões a R$ 8 milhões. Cem por cento a mais que em 2013. Mas, ao mesmo tempo, 100% menos que a possibilidade baseada no Orçamento-2014, que é de R$ 164.805.648,37. No ano passado, o Orçamento de R$ 146.318.450,04 ficou 12,6% abaixo do atual ou, em reais, R$ 1.848.719,83 menor.

Porém, na hora de escalar os “custos” do município que justifiquem tais aumentos, o prefeito falou em quatro novas escolas na cidade, 1.600 funcionários, sendo 560 professores, a UPA, o Centro de Acolhimento e Testagem-CTA, o Centro de Referência do Idoso-CRI, mais as Unidades Básicas de Saúde, o Acessa São Paulo, dentre outros. Porém, se esqueceu do quadro de comissionados.

E é sempre bom nos lembrarmos deles porque vão consumir, desta arrecadação, até o final do ano, R$ 1.881.794,40 – os 91 da prefeitura, e R$ 489.339,60 -os da Daemo Ambiental, ou um total, juntos, de R$ 2.371.134. Por mês, os comissionados da prefeitura estão embolsando R$ 156.816,46, e os da Daemo, R$ 40.778,30.

O menor vencimento de um comissionado da prefeitura é de R$ 1.519,30 e o maior, R$ 7.300. Na Daemo, de 2.071 e R$ 3.452.98, respectivamente.

“O IPTU é o único imposto realmente ‘imposto’ ao cidadão”, admite o prefeito. Parece que também os comissionados, de modo diferente, são os únicos realmente “impostos” ao cidadão. E, neste caso, não há “didatismo” que convença.

Até.