Becerra diz que ‘super-herói não é de fugir’
e que celeuma em torno do IPTU é ‘balela’
Vereador pedetista fez ironia com sua imagem e a dos colegas que
tiveram fotos publicadas na internet com ‘corpo’ de super-heróis
O vereador Alcides Becerra Canhada Júnior, do PDT, falando em seu nome em nome do seu partido, manteve sua posição favorável à nova Planta Genérica de Valores-PGV, classificando toda a celeuma surgida em torno dos resultados da aprovação do projeto como “balela” e “intriga” da oposição, no intuito de capitanear votos (talvez querendo dizer “captar”).
O vereador ainda fez ironias com as imagens postadas na internet, na qual ele e seus colegas são caracterizados como super-heróis em uma fictícia “Liga do IPTU”. Chamou a Câmara de Vereadores de “Casa de super-heróis”, dizendo que da Tribuna falava “um super-herói” e que “como super-herói não é de fugir do tema”. Leia, abaixo, a íntegra do pronunciamento de Becerra:
“Boa Noite aos membros desta Casa de super-heróis. Aqui vos fala um dos super-heróis, e como super-herói não é de fugir do tema. Já passado algum tempo da aprovação do projeto, ainda vivemos o rescaldo do efeito colateral que vai perdurar por algum tempo.
Acho que é o projeto que discute a viabilidade econômica do município. Todos cobramos os benefícios, fruto dos impostos que pagamos. Saúde, Educação, melhoria da infraestrutura, da coleta de lixo, e a vida em coletividade impõe ônus que precisam ser rateados pelos moradores da cidade.
Hoje temos diferenciação de metros quadrados. Quem está num bairro nobre paga mais, quem está num bairro popular paga menos. Sabemos que existem distorções, que foram levantadas no momento das discussões.
Os aumentos são pontuais, algumas casas tiveram reajuste maior, mas no geral o que vemos é algo impressionante. Comemoram a valorização do imóvel, mas na hora de pagar imposto todo mundo quer pagar 100 (reais). E os problemas da cidade são enormes.
Entendo este furor da oposição, porque é um momento de capitanear (sic) votos. Em cima de um projeto de muita seriedade. Quando virar atendimento médico, infraestrutura, saneamento básico, os investimentos que estão para ser liberados mediante contrapartidas, não tenho dúvida alguma que será reconhecido o feito que os vereadores desta casa fizeram. Geninho terá bala na agulha para fazer os investimentos necessários. Neste momento é obvio que a oposição posta está tentando capitanear (sic) votos.
Neste momento estamos perdendo, mas a história fará justiça com o quarteto, quinteto, sexteto, ou octeto. Esse é um compromisso nosso, não é postura política, é administrar. Minha cabeça está tranquila quanto ao projeto que estudei, que analisei e os benefícios que vai trazer, principalmente para os mais pobres, o que mais necessita. O resto é balela.”
Ruiz nega que representação
à Procuradoria seja eleitoreira
Vereador petista contestou Becerra e fez alusão ao ‘varal’
publicado na internet para achincalhar críticos do projeto
Ao subir à Tribuna da Câmara na sessão de segunda-feira passada, 24, após a fala do seu colega Becerra, Hilário Juliano Ruiz de Oliveira, do PT, rebateu as críticas feitas pelo pedetista, principalmente a de que estaria em busca de votos ao protocolar, na semana passada, representação contra o IPTUI na Procuradoria de Justiça do Estado de São Paulo.
Antes, lembrou a Becerra que, se ele e seus colegas favoráveis ao imposto majorado com a nova Planta Genérica estão na internet como “super-heróis”, ele e outros três cidadãos olimpiense estão representados como se estivessem pendurados em um varal. “Realmente alguns estão sendo tratados de super-herói, outros estão sendo pendurados no varal. É a forma das redes sociais se manifestarem”, disse o vereador no início de sua fala, cuja íntegra segue abaixo:
“Eu me considero um vereador de oposição nesta casa. Então quando ele citou a questão da oposição, quero esclarecer que as medidas que estou tomando, de forma alguma são eleitoreiras.
Quando consigo convencer companheiros a votar comigo, eu o faço. Quando não, há outros mecanismos legítimos e temos que explorá-lo. Agora, se for algo que está tudo ok, sem problemas, não contrariou princípio constitucional, não terá problema nenhum, porque a Justiça, provavelmente será feita.”
Na semana passada, o vereador Hilário Ruiz encaminhou, no dia 20 de março, representação à Procuradoria Geral de Justiça do Estado, na intenção de provocar uma Ação Direta de Inconstitucionalidade-ADI, à lei que definiu novos valores à Planta Genérica do município, elevando assim “em valores exorbitantes” o Imposto Predial e Territorial Urbano-IPTU.
Na representação, o vereador questiona as alterações dos valores venais dos imóveis localizados no perímetro urbano, consideradas a consolidação de prática totalmente abusiva e contrária ao texto constitucional, provocando significativo prejuízo aos munícipes.
A Lei Complementar nº 137, que revogou parcialmente o artigo 5ª e seu parágrafo único da Lei Complementar nº 75/2009, que alterou o Código Tributário Municipal que ao longo de sua vigência sofreu várias alterações, foi aprovada pelo voto de nove dos dez vereadores, somente Ruiz votando contrário.
‘Se pudesse ter votado,
votaria a favor”, diz Puttini
Impedido regimentalmente de votar, por ser o presidente da Casa,
e voto de minerva, Puttini se disse favorável à nova Planta Genérica
O vereador Humberto José Puttini (PTB), não pode votar na Casa de Leis. A menos que haja empate na decisão. Como presidente da Mesa Diretora, é voto de minerva. Mas, na segunda-feira, 24, engrossou o coro dos colegas favoráveis à nova Planta Genérica de Valores-PGV, praticamente lamentando não poder ter votado no projeto. Ressalvando que a Câmara não votou o IPTU mas, sim, a Planta Genérica de Valores, observou que “se pudesse ter votado, votaria” (a favor).
Puttini garantiu que o prefeito Geninho (DEM) irá usar o que for arrecadado com este IPTU em obras e outros benefícios para a população. E disse que, caso o prefeito não cumpra com esse compromisso, ele estará na Câmara “para cobrar”. Leia, abaixo, a íntegra do pronunciamento de Puttini:
“Me perguntaram se votei no projeto do IPTU, eu respondi que não votei no projeto do IPTU, votei na criação da Planta Genérica, do valor tributário necessário para o prefeito não ser penalizado por crime de responsabilidade fiscal, por renúncia de receita. Mas sou defensor do projeto, se pudesse ter votado, votaria.
Entendam que a cada 100 reais arrecadados no município vão embora para os governos do Estado e União, voltando somente 17 reais. O único imposto que de fato fica no município para investimento é o IPTU. Não podemos ser hipócritas. Existe a necessidade da administração.
O trabalho que vai realizar será um investimento imediato. Esperamos que faça. Porque se não fizer, estaremos aqui nesta Tribuna cobrando. Neste momento, a melhor forma de se resolver era fazendo isso. Não era justo o metro quadrado do Jardim Glória custar o mesmo que na Cohab. Agora cada um pagará por seu metro quadrado, de acordo com a valorização.
Foi um grande acerto nosso. Vamos sofrer agora? Vamos. Mas nós escolhemos estar aqui. Tenho certeza que o resultado disso virá. Isso demonstra mais uma vez que nossa união, nossa competência de entendermos uma necessidade, é que vai marcar o futuro do município.”
‘O valor cheio é do prefeito’, descarta Marco Coca
Vereador do PPS disse que ‘o valor que aparece não é o que foi
aprovado pela Câmara: ‘Nós aprovamos a Planta com o.25%’, disse
O vereador Marco Antonio Parolim de Carvalho, o Marcão Coca, do PPS, foi, junto com Becerra, o que mais demonstrou irritação com as críticas dos contribuintes e imprensa aos novos valores da Planta Genérica de Valores, que rendundaram em novos valores do Imposto Predial e Territorial Urbano-IPTU.
Queixou-se da caracterização de super-herói postada na página eletrônica “Olímpia da Depressão”, mas disse estar tranquilo. “Vivemos numa democracia”, discursou. Coca insistiu em que o imposto, ao contrário da percepção geral, baixou, ao invés de subir. Leia a íntegra de seu pronunciamento:
“Vivemos numa democracia, e quando vemos as figuras (de super-heróis), para mim, deixou tranquilo, o problema são as nossas famílias. Mas, minha família foi favorável a mim quanto ao voto na Planta Genérica de Valores. Tivemos tempo para estudar este projeto, fomos a algumas reuniões, conseguimos abaixar a alíquota para 0.25%.
Fui procurado por pessoas reclamando que estava caro, e após fazer a conta, apesar de subir, o IPTU era mais barato. O valor que aparece não é o que foi aprovado por nós. Nós aprovamos a planta com 0.25%. O valor cheio é do prefeito.
(o valor) Junta tudo (IPTU, taxa de coleta de lixo e taxa de combate a incêndio) e os aproveitadores querem tumultuar a cabeça dos menos favorecidos. Conversei com muitos deles, pedia para desmembrar taxa de lixo e do bombeiros, e o valor era outro. Alguns subiram, da minha casa também, e vou pagar porque acho que está com o valor venal justo.
Quem tem três, quatro casas, este está nervoso. Casa de 100, 150 mil, com valor venal de 30, 20 mil. Não acho justo. E quando me apresentaram o projeto não tive dúvidas, decidi na hora que ia votar favorável.
Não digam que Santa Ifigênia vai pagar mais caro. Pega o valor venal e faz a conta, para largar mão de ser burro. Vai chegar no que é o IPTU e aquilo que foi aprovado aqui nesta casa. Fico nervoso e dá vontade de falar coisas que vou perder a razão.
Estive conversando com o prefeito e estou muito tranquilo. A arrecadação vai ser aplicada em melhorias. E no futuro, algumas pessoas que estão nos apedrejando, vão reconhecer. Na Cecap, estive lá, recebi muitas senhoras, fizemos contas e não vi ninguém reclamar que pagou mais caro. De todas o IPTU está mais barato em relação ao ano passado.
Estou tranquilo e consciente no que votei. E num futuro bem próximo o prefeito estará aplicando a arrecadação em melhorias. No final da gestão estaremos de cabeça erguida e podendo procurar o voto de forma muito segura.”
Para Salata, vereadores ‘tem sofrido as regras do jogo sujo’
Líder do prefeito disse que se ‘solidarizava’ com os colegas criticados
por aqueles que ‘não estão acostumados ao livre debate’
O vereador Salata, do PP, líder do prefeito na Câmara de Vereadores, usou parte de seu tempo na Tribuna para, como ele mesmo definiu, prestar “solidariedade” aos vereadores que fazem parte do grupo, e que tem sofrido “as regras do jogo sujo daqueles que não estão acostumados ao livre debate”.
Criticou emissoras de rádio – com mais veemência a Rádio Difusora AM, embora sem citar nomes -, emissora que tem tecido severas críticas ao novo IPTU e à Administração Municipal. Ele disse também que emprestava solidariedade aos familiares do colega Marcelo da Branca, vereador do PSL, que teriam sofrido hostilidades no bairro onde mora, a Cohab I. Leia abaixo a íntegra de sua curta fala:
“Minha solidariedade aos vereadores que fazem parte do grupo, que tem sofrido as regras do jogo sujo daqueles que não estão acostumados ao livre debate. Já vi esse filme, sofri isso a minha vida toda como agente político. Quero deixar o meu repúdio à mentira deslavada do cinismo, do comportamento ardil, da má-fé daqueles que ficam escondidos.
Isso tem uma duração. As pessoas têm que tocar suas vidas. Temos confiança no nosso líder (prefeito) e não temos receio e nem estamos amedrontados com os cachorros loucos.”
Pastor Leonardo fala em ‘massacre’ por falta de avaliação
Para o vereador do PDT, a arrecadação com o IPTU retorna a capacidade
do prefeito investir, porque ele não tinha caixa para tanto
Asseverando que “nenhum daqueles que aprovaram este projeto são levianos, inconsequentes”, o vereador Leonardo Simões, o Pastor Leonardo, também fez questão de usar a Tribuna na noite de segunda-feira, 24, para ratificar sua posição em relação à aprovação da Planta Genérica de Valores-PGV. Segundo ele, os vereadores que votaram a favor do projeto estão sendo “massacrados” por uma questão “que não está sendo bem avaliada”. Abaixo, a íntegra do seu pronunciamento:
“Nenhum daqueles que aprovaram este projeto são levianos e inconsequentes. Estamos aqui para servir a população e quando falamos em taxa e alíquota, muitas pessoas ficam assustadas. De fato subiu a conta porque estes nove vereadores que estão na ‘liga’ do IPTU (…) – não achei muito ruim, porque fiquei com cabelo.
Mas as pessoas fazem conotação errônea daquilo que de fato estamos fazendo aqui. E a Planta Genérica de Valores corrige distorções, que ninguém foi capaz de fazer, ou por politicagem, ou por falta de competência, ou por falta de dinamismo. Este projeto tem justiça social de fato. Porque casa de até 65 metros quadrados não paga.
É a capacidade de volta do prefeito investir, porque perdeu, não tinha caixa para investir, para dar contrapartidas. Além de corrigir uma distorção, faz justiça social. Aqueles que detêm terreno que hoje minam o crescimento através da especulação na cidade, vão ter que pagar. Por isso. Muitos compram para construir, e muitos loteamentos com terreno parado, que estão por ali para mera especulação. Temos sido massacrados por uma questão que não está sendo bem avaliada.”
Até.