Por mais que se tenha de ser condescendente com a situação, é inadmissível aceitar que uma cidade como Olímpia não encontre meios de colocar suas crianças em uma creche.

A atitude de conformismo manifestada pelos responsáveis pelo setor na cidade é pior ainda, pois não sinaliza solução a curto prazo, como está a exigir o problema.

A Secretaria Municipal de Educação vem de admitir que simplesmente não há vagas suficientes para abrigar tantas crianças quanto necessário. Esta semana, para garantir que o filho seja atendido no bairro onde mora, mães posaram em frente a creches por garantia.

“Não haverá vaga para todo mundo, porque não conseguimos atender toda demanda”, disse de público a secretária municipal de Educação, Eliana Bertoncelo Monteiro.

Segundo ela, nada menos que 300 crianças estarão fora daquelas instituições ano que vem. Vejam bem, a gestora diz uma coisa dessas com a maior candura, como se não soubesse o transtorno que isso vai representar para as mães que trabalham ou que, por um motivo ou outro, não podem ficar “fulltime” com a criança em casa.

E o pior é que, a solução para o problema, só com novas creches. Por enquanto, há projetos para se construir uma no Morada Verde, outra no Santa Ifigênia, outra ainda na área remanescente do Banespol para atender os Residencial e Conjunto Habitacional “Harmonia” (Minha Casa, Minha Vida, ambos), e mais outra sem localização definida, porque depende de terreno sem declive, conforme exige o Governo Federal.

Mas todas, segundo a secretária, ainda em estágio inicial de viabilização. Para se ter uma ideia, a creche cujo projeto está mais adiantado de todas é a do Maranata, que deve ficar pronta, se tudo correr bem, para o ano letivo de…2015.

A secretária sabe, e não esconde de ninguém que, quando estas novas creches chegarem não serão mais 300 os “sem-creche” mas, sim, pelo menos o dobro. E outros 300 ficarão de fora, e assim sucessivamente.

Mas, vão dizer os mais afoitos: “Não há muito o que se fazer, a cidade cresce, as famílias crescem…”.

Verdade. E pelo que estamos vendo, só não cresce a eficiência do poder público em prover esta cidade crescente, onde as famílias também crescem, de infraestrutura em educação e atendimento, sem falar nas outras deficiências.

O lado bom, pelo menos, é que, segundo Eliana Monteiro, “o município não tem problema de falta de vagas no Ensino Fundamental (1º ano), de frequência obrigatória, onde a demanda é atendida totalmente”. E que também não há problema de vagas no Ensino Infantil.

Mas nada do que possamos nos ufanar.

Até.