A maioria dos nossos edis parece ter couraça ao invés de pele sobre o corpo. Uma urna eleitoral no peito, ao invés de coração. Um emaranhado de pensamentos pró-si na mente, ao invés de massa encefálica. Enfim, nossos edis parecem não existir enquanto figuras representativas que deveriam ser, do povo desta cidade.
Agem e se comportam como se vivessem num mundo distante daquele onde gritam as injustiças, onde grassam os infortúnios.
Exemplo revelador disso está na sessão ordinária de ontem à noite (23) na Casa para onde vão após serem sufragados nas urnas mediante promessas mil. Somente três dos 10 ali assentados tiveram pelo menos a decência de se solidarizarem com a família do garoto cuja morte tem suspeitas de que seria fruto de negligência ou imperícia médica.
Um quarto vereador só se manifestou quando incitado pela reportagem de emissora de rádio, que elaborou ali uma breve enquete entre os quatro edis. Hilário Ruiz (PT), Marcelo da Branca (PSL), Paulo Poleselli (PR) e Salata (PP) falaram à enquete. Mas só os três primeiros trataram do assunto na Tribuna da Casa. Embora que se juntarmos o que cada um disse por si em um só depoimento, não renderia uma crítica consistente sequer, dada a tibieza com que trataram a questão.
Deixaram a impressão de que apenas cumpriam um dever de ofício. Mas, ainda assim, pelo menos romperam o silêncio. Embora, repito, timidamente, num momento em que, seguramente, grande parcela da opinião pública ansiava por uma postura mais dura, mais enfática. Por uma cobrança mais efetiva por soluções.
E até uma decisão colegiada no sentido de se fazer uma fiscalização oficial, e um chamamento a plenário do responsável ou responsáveis por este estado delicado do setor da Saúde local.
E, porque não, um convite para que o prefeito se explique à Casa, para que esta possa levar até seus representados diretos, de forma menos abstrata, o que se pretende fazer para, num futuro próximo, o cidadão passar a gozar da segurança de ter na cidade uma estrutura rápida, segura, especializada e confiável.
Até.
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