“Excelso e vanguardeiro folclorista, que primava pela didática e pela excelência em tudo a que se dedicava em prol da cultura brasileira, José Sant’anna, a quem chamaram de “taumaturgo”, “mago”, era, na realidade, um exemplar e devotado cristão, amigo de inúmeros amigos, querido e admirado por todos que habitam sua Capital do Folclore. Dizem – com o enfadonho sabor das frases prontas – que ninguém é insubstituível, mas José Sant’anna é.”
Filho de João Joaquim de Sant’anna e de Hypólita Theodora da Silveira Sant’anna, José Sant’anna nasceu no dia 8 de julho de 1937, em Olímpia, onde fez os cursos científico, magistério e de contabilidade, antes de tornar-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais e professor de Língua Portuguesa, disciplina esta que aposentou-se até aposentar-se no ensino de 1º e 2º graus no magistério oficial de Olímpia.
A propósito, foi durante sua atividade pedagógica, em meados da década de 50, que ele se descobriu vocacionado ao estudo do folclore brasileiro, tornando-se, desde então um atuante e denodado folclorólogo.
Nesses mesmos entrementes, ao elaborar pesquisas e exposições acerca do referido assunto, empreendidas com o auxílio de seu alunado e restritas ao âmbito escolar, o professor as transcendeu às ruas olimpienses, realizando assim, em 1965, o 1º Festival do Folclore de Olímpia, evento que é hoje detentor de alto prestígio e de nacional projeção, e que, em razão de tais méritos, ensejou o já consagrado título “Capital do Folclore” à sua cidade natal.
Era diretor do Anuário do Folclore, que acompanhava o festival, além de publicar diversos livros sobre folclore. Em 1967, apresentou anteprojeto para a Criação do Conselho Municipal de Cultura, do qual fez parte a Comissão de Folclore, cuja presidência era ocupada por Sant’anna.
Neste mesmo ano integrou a 1ª Comissão Estadual de Folclore e Artesanato do Conselho Estadual de Cultura do governo de São Paulo, voltando a pertencer a ela em mais duas ocasiões, na década de 80, e declinando de recentes convites, para mais uma vez ser-lhe membro, em virtude de muitos afazeres em Olímpia.
Em 1973, fundou o Museu de História e Folclore “Maria Olímpia”, ponto turístico de nossa cidade, e um dos mais contemplados do Brasil. Em 1977, suas instâncias junto a administração municipal redundaram na criação da Casa de Cultura “Álvaro Marreta Cassiano Ayusso”, então prefeito.
Em 1986, juntamente com o prefeito Wilson Zangirolami, laborou por uma casa própria para o Festival do Folclore: a Praça de Atividades Folclóricas, que, a exemplo da Casa de Cultura, ostentava o nome do aludido prefeito, por solicitação de Sant’anna. Ao presquisar o folclore pátrio, percorreu inúmeras cidades do Brasil, ressaltando-se que de várias delas era cidadão honorário, e, bem assim, possuinte de muitos troféus, medalhas e comendas.
Produziu dois discos intitulados “Olímpia e seu Folclore musical”, entre outros de Inezita Barroso e de artistas olimpienses, ressaltando-se, ainda, que Sant’anna é o autor da letra do Hino a Olímpia. Foi o primeiro Secretário da Educação, Cultura, Esportes, Turismo e Lazer do município. Era membro da Comissão Paulista de Folclore. Exerceu a vereança por vários mandatos em Olímpia, tendo sido, inclusive, presidente da Câmara Municipal. (Por André Nakamura)
Até.
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