A “Operação Frateli”, desencadeada pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Procuradoria Geral da República, queiram ou não nosso dirigente municipal, prefeito Geninho (DEM), e seus asseclas, no mínimo deixará uma sequela profunda no “corpo” administrativo olimpiense. Além do que, um inevitável clima de desconfiança e/ou quase certeza de que haveria maus feitos no tocante ao gerenciamento da coisa pública, junto à opinião pública.
Porque, mesmo considerando que lá na frente as investigações sobre os documentos apreendidos nas cinco horas de devassa feita pelo promotor federal na papelada do Palácio 9 de Julho, bem como nos discos rígidos dos computadores apreendidos nada revelem, ou que ainda a cidade de Votuporanga seja considerada o “ninho’ das falcatruas, como classificou o Procurador da República, há um comprometimento moral e financeiro do Governo Municipal com a rede.
Para se ter uma idéia, somente neste ano que corre, ainda no seu quarto mês, as empresas dos irmãos Scamatti têm firmados com Olímpia nada menos que R$ 10,29 milhões em obras. São R$ 4,5 milhões para obras de infra-estrutura no Jardim Centenário, e outros R$ 6,11 milhões para a primeira fase de obras da ETA “seca” – a do término da “caixa” de concreto abandonada ali desde a gestão José Carlos Moreira (1993-1996).
Devemos colocar nesta conta, ainda, o contrato de R$ 8 milhões assinado com a Demop na gestão passada, bem como as obras de mais de R$ 1 milhão na Floriano Peixoto (galerias pluviais), obras menores generosamente contratadas pela Daemo Ambiental, os produtos vendidos indiretamente ao município pela Noromix, que é a principal abastecedora das obras municipais, e a coleta de lixo, feita pela MultiAmbiental, da rede dos Scamatti.
Se quisermos, ainda podemos colocar o “batalhão” de “estrangeiros” vindos do “ninho” das fraudes para prestar serviços à Administração Municipal, os quais, bem pagos, também podem entrar no rol do montante dispendido à rede ora investigada, uma vez que, seguramente, integram o esquema político do deputado Rodrigo Garcia e agora, sabe-se, também de Itamar Borges, flagrado pela PF em gracejos telefônicos com um dos irmãos Scamatti.
Portanto, Olímpia poderia ser considerada uma “sucursal” de Votuporanga, com a qual manteria uma relação de, no mínimo, promiscuidade política. E um “porto seguro” para as operações fraudulentas do grupo Scamatti, com o qual nosso Executivo manteria uma relação de, no mínimo, benesses financeiras e licitatoriais, conforme o caminho seguido pelos federais.
. Como diz a voz corrente nas ruas nos últimos dias: “A Polícia Federal não erra endereços, nem o Gaeco faz visitas de cortesia”. Haja vista a operação desencadeada num dos bairros da cidade, na madrugada de terça-feira, no mesmo momento em que o promotor federal lacrava a prefeitura e impedia funcionários de entrar ou de sair no prédio. Carros pretos, homens de coletes pretos, metralhadoras em punho pararam e chocaram o referido bairro.
O endereço? De um personagem olimpiense envolvido no “imbróglio”, só que não pela ramificação olimpiense mas, sim, pela cajobiense. Teria sido tirado da cama e levado direto para a PF, em Rio Preto, bem como seus computadores. Quem viu disse ser parecido com “uma cena de filme americano”. Este acontecimento paralelo foi visto por poucos e é do conhecimento de poucos.
. O fato é: Não foi uma operação “de rotina” do Gaeco em Olímpia, como quer fazer crer a Administração Municipal, nem tampouco “uma visita” do representante do órgão à prefeitura, como tentam difundir os “meios” ligados ao Governo municipal. Muito menos uma operação “corriqueira” da PF no caso da ação no bairro central da cidade. Caso fossem, nestes 110 anos de Olímpia teríamos lembrança de outras ações “rotineiras”, de outras “visitas” do Gaeco e de mais “ações corriqueiras” da PF.
. Aliás, a bem da verdade, não nos lembramos de quando, nestes tempos todos, tivemos a oportunidade de ver a PF agindo por aqui.
. Fica a mácula, portanto. Fica a marca deste Governo. Independentemente do resultado das perícias técnicas que estão sendo feitas em toda papelada e computadores apreendidos por aqui.
EM TEMPO: A Polícia Federal acaba de prender M.A.S.S., de 48 anos, sócia e esposa de O.S., de 48 anos, segundo divulgação da polícia. Também foi preso um funciionario da empresa, cujo nome não foi relevado. Ele era responsável pelo Departamento de Informatica do grupo Scamatti e estaria destruindo provas. (Colaboração de Cleber Luis)
Até.
PS: Obrigado aos nobres leitores e amigos que tiveram paciência para esperar e àqueles que nos cobravam incessantemente nas ruas sobre a atividade desde blog. Estamos de volta. de cara nova. Espero que gostem. Boa Leitura.