As figuras mudam, mas tudo fica igual na Casa de Leis. Pelo menos no que diz respeito ao situacionismo. Nada menos que quatro edis eleitos legitimamente pelo voto direto deixam a Câmara de Vereadores e outros quatro assumem as cadeiras. Dois por substituição a outros dois colegas que assumiram secretarias municipais, e outros dois por conta de condenação por improbidade administrativa e consequente cassação de mandatos. Caso fossem repesentantes das lides oposicionistas, já era o caso do prefeito Geninho (DEM) botar as barbas de molho, como se diz.
Mas, neste “molho” Legislativo somente alguns ‘ingredientes” foram trocados, sem que o “sabor” seja alterado significativamente. Dos quatro novos edis substitutos, somente um poderia ser considerado não integrante das hostes genistas – Marquinhos Santos (PSC). Cristina Reale e Paulo Polisele, suplentes do PR, são suplentes dentro da coligação genista e têm a coordenação político-partidária de Dirceu Bertoco, vereador eleito do partido mas que assumiu a Secretaria de Agricultura, Comércio e Indústria. Portanto, nenhum trabalho darão às demandas do Executivo.
Marcão do Gazeta, do PSDB, que chega agora graças à cassação do mandato de Alcides Becerra Canhada Júnior (PDT), condenado por improbidade e com notificação da Justiça para que a presidência da Câmara casse seu madato, embora tendo como mentor de sua escalada política o vice-prefeito Gustavo Pimenta, também tucano, não se furtará em acompanhar a linha situacionista, a menos que haja forte ruptura entre seu mentor e o Governo Municipal, o que não é crível num primeiro momento.
E Marquinhos Santos, que vem a ocupar a vaga de Jesus Ferezin, outro condenado por improbidade no mesmo processo que Becerra, talvez seja o único dos que chegaram depois que pode não rezar inteiramente a bíblia situacionista, mas a provar em que medida. Assim, mudam-se quatro figuras mas a Casa de Leis não perde seu viés governista: na pior das hipóteses, seis votos a três, sempre. Quando não unanimidade, ou sete a dois, oito a um.
Porém, caso a situação fosse outra, ou seja, se de sete eleitos na “guarnição” genista quatro se tornassem oposição, era o momento do prefeito colocar em campo seu “time” de experts ou ele mesmo ir à frente para desbastar arestas políticas que teria que enfrentar a partir de então, já que passaria a ter maioria frágil de cinco votos a quatro. Numa votação de dois terços, por exemplo, a coisa se complicaria enormemente. Embora com a atual configuração, esta modalidade de votação ainda possa se complicar.
Dois terços da Casa representam sete vereadores. Mas, como em votações de dois terços o voto do presidente é necessário, devido geralmente ao formato das proposiçôes que precisam ser votadas assim, isso aliviaria um pouco a situação. Porém, na maioria absoluta, que é quando se necessita da maioria dos votos dos 10 vereadores, aí se poderia complicar, o que não acontece na atual formação.
Portanto, nada ali mudou com as mudanças de nomes, na chamada correlação de forças entre os dois poderes. Em síntese, o prefeito continua com as duas mãos sobre o Legislativo. E estas mãos, sabe-se, poderão pesar, e muito, caso haja algum caso de “desgarramento” político. Mas, não será preciso o uso da força. Os edis ali sabem muito bem a quem estão servindo. E o quanto, talvez, devem a seu mentor.
Até.
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