O semanário Tribuna(l) Regional, que consta pertencer ao grupo do prefeito Geninho (DEM), com suspeitas de estar sendo elaborado por funcionários pagos com dinheiro público, esta semana se arvorou em defensor do alcaide contra matéria publicada em outro semanário, o Planeta News, dando conta do descontentamento provocado entre grupos políticos na microrregião de Olímpia, pela ingerência do alcaide olimpiense nas campanhas eleitorais em curso naquelas cidades.
Sob o título “Democracia É:”, aquele jornal que, consta, seria subsidiado também com recursos públicos, entre outras coisas classificou como “democrática” tal atitude. A matéria do Planeta tem o seguinte teor:
“Ingerência na região gera críticas a Geninho
Prefeito de Olímpia é criticado por estar tentando
influenciar campanhas na microrregiãoA ingerência do prefeito Geninho (DEM) em campanhas eleitorais municipais em pelo menos dois municípios da microrregião gerou críticas a ele esta semana. O prefeito, que está em campanha pela reeleição em Olímpia, segundo informou um morador de Guaraci, esteve naquela cidade fazendo carreata em favor do candidato Jorge Luiz Levi, do DEM, ex-prefeito que tenta voltar à cadeira de governante.
Outra crítica foi feita por correligionários políticos de Severinia, onde até ‘santinho’ com Geninho abraçado ao candidato Nill (PSDC) foi distribuído. Um morador de Guaraci, provavelmente correligionário do atual prefeito, Renato Azeda de Aguiar (PPS), procurou a Rádio Menina-AM, via telefone, para tecer críticas ao prefeito olimpiense. ‘Guaraci não é curral do senhor Geninho’, disse, entre outras críticas. ‘Diga a ele para cuidar da cidade dele, ele é prefeito de Olímpia, o prefeito aqui é outro’, complementou.
‘Vê se isso tem condições, meu amigo. Até aqui ele quer por o bedelho dele’, criticou o vereador Ulysses Terceiro, da cidade de Severinia, correligionário do ex-prefeito Isidro João Camacho, candidato ao cargo novamente.
Após a publicação deste texto, no final da semana passada, soube-se, no início desta semana, que o prefeito Geninho está, também, se imiscuindo nas eleições municipais de Cajobi, onde aparece em voz no programa eleitoral gratuito, apoiando o candidato a prefeito “Italiano”. Diz, entre outras coisas que, elegendo “Italiano”, o povo cajobiense teria, com seu apoio, “as portas abertas em São Paulo e Brasília”.
Bom, como é próprio do semanário genista interpretar o que lê conforme seu raio de interesse político, é claro que o escrivinhador do texto veio “com duas pedras” para cima do Planeta. Fez uma longa dissertação sobre o que seria Democracia, para depois dizer que o que Geninho fez está “por conta da participação democrática em carreatas promovidas pelo Democratas e partidos coligados, levadas a efeito em municípios vizinhos que compõem a comarca”.
“Personalidades das mais diferentes área da atividade econômica, política e administrativa fazem, aqui e ali, suas palestras solidarizando-se com os partidos a que são filiados e ou, coligados. Não há impedimento ou proibição (…)”, prossegue mais abaixo, para fechar com a seguinte provocação:
“Os que têm saudade dos ‘coronéis’ precisam atualizar seus conceitos ou então mudar sua residência para onde ainda prevaleça a força. Lá, não prevalece somente a força. O ítem que ocupa o primeiro lugar é a desgraçada da ignorância”, vocifera o autor, fechando com a seguinte frase: “Que Deus nos livre dessa gente! Viva a Liberdade! Viva a Igualdade! Viva a Fraternidade! Viva a Democracia!”
Ou seja, o jornal dá uma pretensa aula de democracia na abertura do texto, para depois, ao final, manifestar seu autoritarismo de “coronél”, conclamando aqueles que ousam contestar, discutir, debater no âmbito político a condução das coisas na cidade, a “mudar sua residência”, como se aqui mandassem, bando de forasteiros que tomaram de assalto o poder na cidade, estes sim, não-legítimos cidadãos nativos.
E, depois, se esqueceram do básico, que se chama contexto jornalístico. Ou seja, o Planeta apenas havia reproduzido o descontentamento dos grupos oposicionistas àqueles aos quais Geninho vem manifestando apoios. Portanto, se crítica há a fazer, seria a quem se posicionou contrário a essas manifestações, e criticou-as. E, terceiro, não se trata apenas de palestras de solidariedade, ou “carreatadas partidárias”.
Trata-se, sim, de ingerência, com direito a “santinho” junto com candidato a prefeito e vice, ou gravação de pedido de voto em horário eleitoral gratuito. E toda ingerência, seja de que espécie for, afronta a democracia.
Até.
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