Será o coeficiente eleitoral que ditará quem entra, quem fica e quem sai da Câmara de Vereadores. E ele é calculado sobre o número de votos válidos, divididos pelo número da cadeiras na Câmara. Supondo que os índices de nulos, brancos e abstenção fiquem na mesma proporção das eleições de 2008, ou seja, 2%, 3% e 16%, respectivamente, teremos um total de votos não-válidos na casa dos 21%.
De acordo com o Cartório Eleitoral, estão aptos a votar em 7 de outubro, 37.939 olimpienses. Tirando os 21% (o que daria 7.967 votos), sobrarão 29.972 votos válidos. Divide-se este total por dez e teremos um coeficiente de 2.997 votos por cadeira. Ou seja, a cada quase três mil votos, elege-se um vereador.
Porém, como estes índices podem subir em relação às eleições passadas, o coeficiente, para sorte dos candidatos, pode cair. Por exemplo, se bater nos 25%, o que não é nada difícil, dado o desalento em grande número de eleitores, deixarão de ser digitados na urna eletrônica 9.484, o que deduzidos do total de votates aptos, sobram 28.455 votos válidos que, divididos dez, batem nos quase 2.850 votos, entenderam?
Por isso que, com certeza, muitos pretensos edis devem estar torcendo para que mais e mais eleitores deem vazão ao seu desalento e não saia de casa para votar, numa flagrante apologia velada à anticidadania e à anticivilidade. Mas, assim, às escondiddas, que mal há, né mesmo?
Isto tudo nos remete ao perigo que um detentor do cargo na Câmara, o peemedebista José Elias de Morais, o Zé das Pedras, tem de ficar de fora, mesmo sendo muito bem votado – tendo dois mil votos, por exemplo. O partido precisará de pelo menos três mil votos para garantir sua eleição, caso seja o mais votado, de fato, dentro da legenda (em 2008 Das Pedras recebeu 976 votos). O partido não conta com a presença e a campanha, por exemplo, de Toto Ferezin (que em 2008 recebeu 2.135 votos, sendo o mais votado entre os dez).
Diante de inúmeras dificuldades, Toto desistiu da reeleição, dando a vaga ao pai, Jesus Ferezin, cujo partido, o PTN, se coligou à candidatura Helena Pereira. Pela lógica dos candidatos que estão chegando agora, caso se coligassem com uma sigla como o PMDB, acabariam por eleger “figurões”, sendo meros cabos eleitorais de quem tem mais estrutura eleitoral e mais “chão” andado, casos de Das Pedras.
Mas há uma “tragédia anunciada” a caminho: são os rumores e estatísticas não-oficiais que dão como grande possibilidade a situação fazer pelo menos sete dos 10 vereadores. Até então, as contas batiam nos seis. Mas, diante das incertezas da oposição, e do que já foi acordado na situação, estas contas começam a ser refeitas e mostrariam, na fértil imaginação político-eleitoral dos detentores do poder, sinais extremamente positivos para o grupo genista.
E se isto de fato acontecer, pode ser creditado mais à inabilidade política dos que neste momento estão à frente das conversações oposicionistas, tanto quanto à intransigência de seus pares, à vaidade intrínseca e, no caso, também, à prepotência política. E menos à extrema habilidade de articulação do prefeito Geninho. Ele e seu grupo seriam apenas os beneficiários dos percalços e incertezas que rondaram este tempo todo e ainda rondam, as cercanias oposicionistas.
Até.
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