O avesso do avesso. A história se repete, agora de forma contrária. Aliás, parece ser praxe tais movimentações. Quem detem o poder sempre acaba tendo mais força de aglutinação, facilidade de convencimento para formar parceiros de luta numa contenda eleitoral.
Haja vista o que se sucedeu com o prefeito Geninho (DEM), quando candidato em 2008, e o que está se sucededo agora. Do outro lado, há que se observar como as coisas caminharam pelos lados do poder e como estão caminhando agora, com os egressos dele. O avesso do avesso, pois.
Enquanto o grupo genista já está formado, consolidado, quando já se sabe ser ele o candidato majoritário e seu vice o mesmo, bem como já se sabe ter ele formada a sua trupe de candidatos a vereador, com a junção de onze partidos, pelo menos, pelos lados da oposição a coisa ainda está meio que travada, com muitas conversas e poucas decisões concretas, além de alguns factóides. Há muitos interesses em jogo, como se sabe, e nestas horas estes são sempre colocados sobre a mesa.
O problema maior, ao que consta, está nas coligações. Tanto de um lado, quanto do outro. E apesar da aparente situação de tranquilidade, não acreditem que tudo vai a mil maravilhas pelos lados do grupo genista. A coisa anda pegando por lá, há muitas desavenças entre os pares, muito trança-moleque, como se diz, caras fechadas e até quase vias de fato. A pendenga toda giraria em torno de nomes, não-nomes, tira, põe, deixa ficar, preferências etc.
Consta que Geninho já “elegeu” seu candidato preferencial, que seria Beto Puttini (PTB). O alcaide estaria fazendo questão de sua reeleição e para tanto já teria colocado todo seu secretariado para formar a força-tarefa em favor do ex-secretário, hoje de volta à Câmara ocupando o lugar que é seu e no qual estava Salata (PP), hoje ocupando o lugar de Primo Gerolim (DEM), que está licenciado, não é candidato à reeleição e apoia o ex-vereador e presidente da Casa de Leis, Alcides Becerra Canhada Júnior. Perceberam aí, o nó górdio?
Consta até que Geninho estaria “invadindo” território alheio, se imiscuindo nas articulações dos demais partidos integrantes da “chapona”, aí incluíndo até o PSDB de Gustavo Pimenta. A “chapona”, dizem os mais enfronhados com o grupo, deverá eleger pelo menos seis edis, e estes já estariam mais ou menos “carimbados”, entre eles o próprio Puttini, Dirceu Bertoco, Marcão Coca, Salata, Cristina Reale, e pode ser que do PSDB seja eleito pelo menos um. Há muitos figurões na “chapona”. E isso tem assustado os, digamos, “pequenos candidatos”.
Bom, e eu falava lá em cima do processo invertido. É que todas aquelas dificuldades vividas pelo agora prefeito prestes a se lançar na reeleição, estão sendo vividas pela chamada oposição, com suas idas e vindas, reuniões e mais reuniões, avanço e recuo, estica e puxa, diz e desdiz e por aí afora. Difícil a vida dos articuladores da chamada “chapinha”. E é uma temeridade irem para as convenções, no dia 30, sem uma decisão formal. O normal é que se entendam antes, para apenas formalizarem a majoritária e as coligações no dia fatal.
E a hora agora é de expurgar quem não entrar na roda. Faltam apenas cinco dias. E se levaram este tempo todo para chegar aonde chegaram, ou seja, a lugar nenhum, como acreditar que neste exíguo espaço de tempo vão chegar a um consenso verdadeiro? Correm o risco estes articuladores, de formalizarem apenas um consenso temerário, frágil, que eventualmente possa se esfarelar no caminhar da busca dos votos.
Uma coisa é certa: medir forças agora não dá mais. É tarde. Ou a convergência ou a distensão. Cada um trilhando o caminho dos seus interesses, e lá na frente ver no que dá, ou todos caminhando juntos, interesses alinhados na busca por uma possível vitória. Há estas vertentes. Mas até mesmo elas precisam ser definidas nas próxima horas.
Ainda que seja na base do “quem acha que dá que vá, quem acha que não dá, que recue”. Às vezes, até, dependendo do grau de dificuldades para o entendimento – e este vem sendo alto -, este último gesto pode representar a maior das nobrezas, enquanto o primeiro pode representar a maior das afoitezas.
O que falta para a oposição, no momento, é frieza de cálculos, visão de futuro e desapego na alma. E, acima de tudo, nenhuma vaidade, nenhum orgulho, estes que dos homens são os dois maiores males.
Até.
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