Como é sabido, nada menos que onze partidos de oposição estarão reunidos amanhã, sábado, 30, no período de 9 às 12 horas e das 8 às 17 horas, sete deles na Câmara Municipal, para as convenções partidárias que oficializarão as candidaturas a vereador, prefeito e vice. Também é sabido que os 12 partidos aglutinados em torno da recandidatura do prefeito Geninho (DEM), fizeram suas convenções na manhã de hoje, também na Câmara de Vereadores.
Não havia expectativa de qualquer surpresa, na manhã de hoje, quanto às composições partidárias pré-anunciadas pelo grupo no poder. Ainda não foi possível apurar os resultados finais, até pelas dificuldades em se ter liberadas informações por parte do grupo genista para este blog -eis que estão sempre com um pé atrás conosco. Mas neste final de semana já deverá estar circulando a superlista de pretensos futuros edis e os já ocupantes dos cargos que pretendem voltar.
Para ninguém esquecer, os partidos que integram a coligação da chapa situacionista são os seguintes: o DEM, presidido pelo próprio prefeito Geninho, candidato à reeleição; o PSDB, do vice também candidato à reeleição Gustavo Pimenta; o PTB, do vereador Beto Puttini, que tentará voltar à Casa de Leis; o PP, do vereador suplente e líder do prefeito na Câmara, Salata, que não ficará de fora da disputa.
O PR, do Dirceu Bertoco, outro que continuará na luta; o PSB, agora dirigido por Guto Zanette, que espera poder voltar, embora tenha sido “puxado” por Hilário Ruiz na eleição passada; o PPS, também dirigido por um ex-vereador, Marcão Coca, outro candidato a uma das dez vagas, e que já foi preterido na eleição passada; PDT, presidido pelo pastor Leonardo, que vai buscar seu “lugar ao sol”.
O PRP, do secretário de Gabinete Paulo Marcondes, que não será candidato (?); o PSDC, do ex-vereador e presidente da Câmara, Alcides Becerra Jr., que volta à luta após uma tentativa frustrada na eleição passada; o PTC, de Gustavo Marques – sem informações, e o PHS, que já foi sigla de muito peso em eleições passadas, hoje nas mãos do pai de vereador Beto, Aldo Puttini.
Pela oposição, estarão escolhendo também os nomes à vereança o PMDB, do vereador e pré-candidato a prefeito João Magalhães; o PRB, presidido pela ex-primeira-dama Rosane Carneiro; o PMN, de Fabiano Garcia Trinca, sigla na qual está abrigada a também pré-candidata a prefeito, a ex-provedora da Santa Casa Helena Pereira; o PTN, do ex-vereador e presidente da Câmara, pai do atual presidente, Toto, Jesus Ferezin.
O PT do B, presidido pelo ex-vereador e presidente licenciado da AFPMO, Antonio Delomodarme, o Niquinha; o PRTB do comerciário Lupércio Bonin; o PSC, do comerciante Marco Antonio dos Santos, que deve se lançar candidato a uma cadeira na Câmara; o PSL, que tem à frente Leandro Marcelo dos Santos, o “Marcelo da Branca”, outro que porá seu nome na disputa à Câmara.
O PT, presidido por Marcos Sanches, pelo qual o atual vereador Hilário Ruiz buscará a reeleição; o PV, presidido pelo contabilista Paulo César Ferri, que também deverá disputar uma vaga à Câmara, já que obteve uma boa soma de votos na eleição passada, e o PSD, que tem à frente o conselheiro tutelar Fernando Roberto da Silva, e que abriga a pré-candidatura de Ubirajara Teixeira, o Bira da Ki-Box, a prefeito.
PT, PSD e PV farão suas convenções na subsede do Sindicato dos Bancários local, a partir das 9 horas da manhã. Já o PSL fará a convenção em sua sede própria, na Cohab II, das 9 da manhã às 17 horas. Os demais ocuparão o plenário e salas da Câmara de Vereadores, em horários variados das 9 às 12 horas e das 8 às 17 horas.
CIRANDINHA
Neste encontro deverão ser homologadas as candidaturas do atual vereador João Magalhães (PMDB) e do médico pediatra José Roberto Bijotti, a prefeito e vice, respectivamente. O médico, que nunca militou diretamente em política, é filiado ao PTdoB. Das 11 agremiações que vão à convenção amanhã, pelo menos cinco já estão firmadas em coligação com Magalhães – PMDB, PRB, PTdoB, PSL e PTN. Outros seis – PT, PSD, PV, PMN, PRTB e PSC, mantêm-se, ainda, em suspenso.
Sabe-se, até o momento, que o PMN está dando sustentação a uma pretensa candidatura a prefeita de Helena Pereira, tendo anunciado como seu vice o frei Flaerde Valvassori, franciscano da Ordem rio-pretense, mas com domicílio em Olímpia há muitos anos. Fica a incógnita se PRTB e PSC estarão com ela nesta caminhada, e se o próprio PT também estará neste barco, uma vez que em plenária realizada esta semana, por um voto de diferença – 16 a 15 -, a agremiação não pôde antecipar sua decisão pela candidatura Magalhães.
Porém, é quase certo que PV e PSD caminhem com o vereador e o médico, já que são independentes e manifestam por antecipação esta vontade. O caso do PT, ao que parece, deve ser dicidido durante a convenção. Decidindo-se PV e PSD por Magalhães, este passará a contar então com sete partidos na coligação, contra três de Helena, se ela levar mesmo adiante sua candidatura.
Digo “se levar” porque um de seus correligionários e militante, embora não seja do seu partido, disse ao blog esta semana que tudo vai depender dos números a serem apurados em uma pesquisa de intenção de voto encomendada por ela, cujo resultado já deve ter em mãos. “É claro que se der um resultado negativo ela não vai levar adiante, porque ninguém aqui quer fazer loucuras”, disse este correligionário.
Em princípio Helena não acredita e renega os números apontados em pesquisas outras feitas dentro do grupo da oposição. Este correligionário diz ter “inside-informations” dando conta de que os números em relação a ela são outros, bem mais positivos.
Portanto, ainda há possibilidades de uma reviravolta amanhã, embora não se saiba em que bases, uma vez que Magalhães vai à convenção já fechado com seu vice, e tambem considerando que a própria Helena não vê possibilidades de ocupar a vice de alguém. “Muito menos do PMDB”, frisou o correligionário.
TRÊS VERTENTES?
Há mágoas não desfeitas entre o grupo no entorno de Helena, e na própria pré-candidata, por conta de fatos passados envolvendo governos peemedebistas. E o grupo não admite pessoalizar a disputa política na cidade. Querem-na partidarizada. Ou seja, Magalhães é o PMDB e não o vereador de atividades na função corretas, fieis, isentas e sem máculas.
De qualquer forma, ainda que os números sejam bastante generosos para Helena Pereira, é tarde agora para Magalhães recuar. É impossível, pelo menos em princípio, uma conjugação de esforços entre os dois grupos oposicionistas. Assim, teríamos duas candidaturas ao cargo majoritário pela oposição.
Pior será a situação se os números náo forem generosos como acredita serem o grupo, à pré-candidata Helena. Sem chances no pleito, o que fará ela? Realmente seguirá a orientação de não cometer loucura, como apregoa o correligionário, ou por si ignorará a realidade e se aventurará numa empreitada que, sabemos, dividida, levará todos à derrota? O que não quer dizer que se não dividir, o resultado será a vitória.
OS EDIS E OS
PRETENSOS EDIS
Outro ponto a ser destacado, também, dentro destes grupos relaciona-se às candidaturas à vereança. Que lado vai eleger quantos? Na oposição, por exemplo, não haverá coligação na proporcional, só na majoritária? Isso quererá dizer que cada partido é um partido para as eleições à Câmara, valendo a coligação somente para a eleição a prefeito e vice. Ou seja, cada partido que trate de correr atrás de seus próprios votos, e de eleger seus próprios candidatos.
Será o coeficiente* eleitoral que ditará quem entra, quem fica e quem sai. E ele é calculado sobre o número de votos válidos, divididos pelo número da cadeiras na Câmara. Supondo que os índices de nulos, brancos e abstenção fiquem na mesma proporção das eleições de 2008, ou seja, 2%, 3% e 16%, respectivamente, teremos um total de votos não-válidos na casa dos 21%.
De acordo com o Cartório Eleitoral, estão aptos a votar em 7 de outubro, 37.939 olimpienses. Tirando os 21% (o que daria 7.967 votos), sobrarão 29.972 votos válidos. Divide-se este total por dez e teremos um coeficiente de 2.997 votos por cadeira. Ou seja, a cada quase três mil votos, elege-se um vereador.
Isto nos remete ao perigo que um detentor do cargo na Câmara, o peemedebista José Elias de Morais, o Zé das Pedras, tem de ficar de fora, mesmo sendo muito bem votado – tendo dois mil votos, por exemplo. O partido precisará de pelo menos três mil votos para elegê-lo (em 2008 Das Pedras recebeu 976 votos). o partido vai precisar ainda, de pelo menos seis mil votos, para elegê-lo e também a Toto Ferezin (que em 2008 recebeu 2.135 votos, sendo o mais votado entre os dez).
Embora haja fortes rumores – a serem confirmados ou não amanhã-, de que Toto, diante das dificuldades anunciadas, pode desistir da reeleição, dando a vaga ao pai, Jesus Ferezin, cujo partido, o PTN, poderá seguir na disputa coligado a outras siglas integrantes do grupo partidário, menos com o PMDB. Pela lógica dos candidatos que estão chegando agora, caso se coliguem com uma sigla como o PMDB, acabarão por eleger “figurões”, sendo meros cabos eleitorais de quem tem mais estrutura eleitoral e mais “chão” andado, casos de Das Pedras e Toto.
O mesmo fenômeno pode ocorrer com o PT, de HIlário Ruiz. Não se sabe quem serão os candidatos do partido a vereador, mas a força maior, sabe-se, é a dele, que no pleito passado recebeu 1.441 votos, “puxando” Guto Zanette, do PSB, com seus meros 568 votos. Os dois estavam coligados na chapa do PV, que então lançara Walter Gonzalis candidato a prefeito.
Não restam dúvidas, no entanto – embora tenha dito acima que Ruiz poderia ir sozinho para Helena, se for impelido a isso -, que para onde for o PT, forçosamente PSD e PV deverão ir. Até por uma questão de sobrevivência política do próprio Ruiz. Mas, se ele se ver impelido a ir para a coligação de Helena Pereira, como isso se resolverá?
Pode-se arriscar dizer que caso vá para Helena, outros próceres do partido não vão deixar que a sigla fique fora da majoritária. E ainda que ele se coligue com PV e PSD só na proporcional, será profundamente prejudicado porque divirá seus votos com todos os demais que estiverem coligados na majoritária, também. Piora um pouco se PV e PSD fizerem o mesmo. Juntos os três, e isolados da majoritária, as chances de Ruiz aumentam. Mas o risco ainda é grande de ficar a “ver navios”.
BARBA E CABELO?
Uma tragédia anunciada são os rumores e estatísticas não-oficiais que dão como grande possibilidade a situação fazer os 10 vereadores. Até então, as contas batiam nos seis. Mas, diante das incertezas da oposição, e do que já foi acordado na situação, estas contas começam a ser refeitas e mostrariam, na fértil imaginação político-eleitoral dos detentores do poder, sinais extremamente positivos para o grupo genista.
E se isto de fato acontecer, pode ser creditado mais à inabilidade política dos que neste momento estão à frente das conversações oposicionistas, tanto quanto à intransigência de seus pares, à vaidade intrínseca e, no caso, também, à prepotência política. E menos à extrema habilidade de articulação do prefeito Geninho. Ele e seu grupo seriam apenas os beneficiários dos percalços e incertezas que rondaram este tempo todo e ainda rondam, as cercanias oposicionistas. O amanhã (no calendário e no tempo futuro) dirá.
*Coeficiente eleitoral se calcula levando em conta o número de votos válidos – e não o de eleitores. Assim, vamos considerar que uma cidade teve 200 mil votos válidos. Divide-se o número de votos válidos (200 mil) pelo número de cadeiras (16 membros), o que dá 12.500 votos. Daí entra a segunda conta: o número de votos DA LEGENDA – e não de cada candidato isoladamente.
Vamos usar por exemplo um partido imaginário, o PIG-Partido da Imprensa Golpista, que teve 10 candidatos a vereador. Onde o primeiro candidato teve sozinho 20 mil votos, e o segundo teve 5 mil. Somados, obtiveram 25 mil votos, que divididos pelo primeiro resultado (12.500), dará como resultado que o PIG elegeu DOIS VEREADORES.
Por isso é que nas eleições temos imensas distorções, já que segundo esse cálculo, quem teve 5 mil votos foi eleito, mas se alguém teve 10 mil votos EM OUTRO PARTIDO, e o partido não conseguiu votos suficientes para atingir o coeficiente, esse alguém não foi eleito.
No mundo real temos a situação de Guto Zanette, com seus 568 votos, que o colocou como o último entre os dez eleitos em 2008. Marcão Coca (então no PPS), Salata (PP) e Flavito Fioravante (então no PMDB), tiveram, respectivamente, 897, 840 e 823 votos e ficaram de fora.
Até.