Passado o carnaval, nada mais natural do que lembrarmos de uma musiqueta das antigas que diz: “O cordão dos puxassacos, cada vez aumenta mais”. Sim, porque foi uma enxurrada de manifestações azedas e mal humoradas neste espaço e no facebook contra quem se atreve a livre-pensar nesta cidade, que só pode vir de quem tem interesses – no mais das vezes excusos -, com este (des)governo que aí está.

Sim, porque não é crível que pessoas de bom senso, que prezam a democracia, possam se sentir incomodadas com o simples fato, por exemplo, de dois profissionais do jornalismo, que ora ou outra divergem aqui neste espaço ou no Facebook, possam ser tão execrados como fomos eu e o colega Leonardo Concon. Sentirem-se inconformados com isso, é coisa de republiqueta fascista, ditatorial. E aqueles que desta forma se comportaram, são os próprios mantenedores destes sistemas de tão triste memória.

Também não se pode mais criticar nada nesta cidade, porque os “ungidos” do “senhor” alcaide se melindram e partem para o ataque. O mais notável deles é mandar embora de Olímpia quem critica ou bota reparo nesta ou naquela faceta desta (des)administração. Isto é grave, digno de pessoas intolerantes que num passado recente podem até ter aprovado o dístico verde-oliva “Brasil, Ame-o ou Deixe-o” imprimido pelos militares. Aqui, a versão da província parece ser: “Olímpia, Ame-a ou Deixe-a”.

Mas isso deve ser falado, aliás, gritado nos ouvidos do próprio prefeito que eles defendem, porque ninguém mais honorável que a figura do “chefão” desrespeitou tal dístico, tal discurso tacanho e fora de moda que o próprio, ao trazer para cá uma Votuporanga inteira, entregar os serviços essenciais da cidade à mão-de-obra “estrangeira”, e ninguém mais ilustre que o próprio burgomestre para desprezar aquilo que é de nossa história e de nossas tradições, passando por cima de tudo aquilo que não vivenciou ou cuja ínfima capacidade de compreensão daquilo que não seja a política nos moldes que a exerce, lhe possibilitou assimilar.

Portanto, o debate, a defesa do que está aí encastelado no poder é até legítima, cada um sabe onde dói o calo. Mas, vejam bem, falo aqui em debate, que enseja troca de opiniões, impressões, informações que até podem convencer um contrário, mas não falo aqui de agressões, de ataques, de falta de respeito à idéia e o pensar alheios.

Quando não há argumentos plausíveis o melhor a fazer é calar-se. Mas, os que não querem se calar partem para o achincalhe, a desqualificação de quem tem argumentos para defender seus pontos de vista ou, no mínimo, tem lá suas muitas perguntas carentes de respostas. Mas, para estas, o silêncio.

No âmbito das agressões, leiam abaixo o que postou o cidadão de alcunha “Timbé”, cujo endereço de e-mail (que com certeza é “fake”) é rocha.neves@uol.com.br, na caixa de comentários, hoje:

“MERDA É  O QUE VOCES FICAM ESCREVENDO E FALANDO NA RÁDIO (DÃO DESCARGA DAS 10:00 AS 11:00 DA MANHÃ LITERALMENTE), PARECEM QUE TOMARAM LACTOPURGA ISTO SIM QUE É MERDA. MERDA PURA…. IMBECIL É VOCE QUE NÃO ESTÁ SATISFEITO COM OLIMPIA, INTÃO AMIGO MUDE VÁ PRA BEM LONGE, SUMA…..NÃO PRECISAMOS DE LINGUA-PRETA…ACORDA OTÁRIO…”

Se não for originário de certos gabinetes refrigerados do Palácio 9 de Julho, é de alguma saleta infestada de assessores e diretores disso e daquilo, ou mesmo de algum canto impregnado de estagiários – “Prefeitura de Olímpia é a melhor para se fazer estágio”, lembram? -, deve ter partido de algum familiar de ocupantes de tais cargos. Porque, tenham certeza, só defende com unhas e dentes este governo supeito quem está na “roda viva”, no giro louco de suas facetas.

Até.