Um silêncio absoluto e injustificável. Esta a conclusão a que se chega quando buscamos ouvir o “alarido” natural neste governo quando o assunto é verba liberada. O “alarido” procurado pelo blog, aliás, estaria lá, enterrado no passado nem tão distante, no ano de 2010. Seria um “alarido” envolvendo a bagatela de R$ 540 mil, dinheiro que o desconhecido então deputado Lelis Trajano, no PSC, teria liberado para Olímpia, mais exatamente para a “Prefeitura Municipal de Olímpia”, para “asfalto”.
Notem bem: são mais de meio milhão de reais e nenhuma menção, nenhum agradecimento, nenhuma placa e, o que é pior, ninguém sabe, pelo menos até agora, onde foi aplicada aquela dinheirama, caso tenha mesmo vindo para cá. Que região da cidade recebeu este asfalto? Que ruas? Que bairros? Por que não há placas, tão ao gosto deste governo, ostentando a obra, nenhuma citação nos meios oficiais de divulgação, nada.
Lelis Trajano hoje não é mais deputado. Não se reelegeu. Seu Gabinete, na Assembléia Legislativa, hoje é ocupado por um deputado chamado Cauê Macris, pelo que nos informaram. Hoje pela manhã buscamos contato com representantes do PSC na cidade. Dos que cuidam agora da Comissão Provisória, não há o menor registro deste acontecimento – eles estão com a sigla desde abril passado. Dos que cuidavam antes, ainda em 2010, também não há a menor informação sobre esta transação, sobre como este deputado foi descoberto e como o dinheiro veio parar aqui.
Informações superficiais dão conta de que o contato do deputado na cidade teria sido um pastor de uma igreja evangélica – não se sabe exatamente qual. Mas, não há confirmação disso. E nem mesmo se o dinheiro de fato foi liberado. Porque é muito, muito estranho, em se tratando de Geninho (DEM), este “esquecimento” total à época e o não-registro do feito. Se bem que, quando interessa politicamente ao alcaide, ele tem mesmo o hábito de relegar ao esquecimento aqueles que não fazem parte do seu índex político. Aguardemos.
É A OITAVA
O jornal O Estado de São Paulo havia publicado, em sua edição do dia 12 passado, um outro ranking relacionado a emendas parlamentares, tendo por base o número de eleitores dos municípios. Neste ranking, Olímpia ocupa a oitava posição no Estado, com um total de R$ 2,9 milhões em emendas entre 2007-2010 que, divididos pelos seus 37.384 eleitores, dá um valor de R$ 76 por eleitor.
No entanto, conforme postamos ontem, relação de emendas divulgada pela Folha de S. Paulo, aponta Olímpia com um total de R$ 3.356.805, talvez entre as 20 melhores contempladas (PS: deduzindo os R$ 540 mil deste montante, ficaríamos com R$ 2.816.805).
RETIFICANDO
O semanário Folha da Região, de Olímpia, publicou sábado passado, informação sobre a compra-venda da Rádio Menina-AM pelo então grupo ao qual pertencia o então vereador hoje prefeito Geninho, cuja data apontada foi o ano de 2008. Alguns leitores nos questionaram sobre essa data, uma vez que naquele ano eleitoral Geninho era candidato a prefeito pela oposição, contra o então prefeito Carneiro e seu candidato, Pituca.
Na verdade, a transação foi feita em 2003, lá pelo mês de agosto, quando novos locutores – no caso Márcio Matheus e Lucas Gomes, ancorados por Roberto Toledo -, começaram a usar dos microfones. Naquele ano Geninho era o que se podia chamar de “Carneiro roxo”, sendo até presidente da um CEI instalada na Câmara, que ficou conhecida como a “CEI do Banespa”, rumoroso caso de folha de pagamento de aposentados envolvendo um funcionário público, denunciado pelo próprio prefeito.
Portanto Geninho era sim, sócio no grupo que comprou a rádio. Ele se tornou “oposição” a Carneiro quando das conversas visando às eleições de 2004, na qual ele queria o cargo de vice e não conseguiu. Brigou, rompeu e levou seu PFL (hoje DEM) embora da coligação. Se reelegeu vereador, tornou-se presidente da Câmara e, para se desfazer do negócio, envolveu o então vereador Francisco Roque Ruiz numa “camisa de onze varas”, como dizem os mais antigos.
Usando de sua habilidade incomum, conseguiu convencer Chico Ruiz a comprar a parte que lhe cabia, dizem que por R$ 80 mil. Passado um tempo, Geninho aliviado do encargo, Ruiz teve que passar para a frente o que havia comprado – afinal, o que quereria ele com uma emissora de rádio? Foi bater na porta do gabinete do então prefeito Carneiro, única tábua de salvação. E “devolveu-lhe” a terça-parte, mas por meio desta negociação foi-lhe sugerido “atropelar” o acordo de vereadores por meio do qual Marco Coca seria eleito presidente da Mesa, para o biênio 2007-2008.
Pressionado pelo investimento intempestivo que havia feito, Ruiz aceitou. Mudou de lado político, aliou-se à bancada situacionista e tornou-se presidente da Casa. E o resto de história todo mundo conhece.
Até.
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